SANTOS DO DIA
5 DE JANEIRO DE 2010
Deogratias, Santo
Bispo, Janeiro 5
Deogratias, Santo
Bispo
Martirológio Romano: Em Cartago, cidade do norte de África (hoje Túnis), são Deogratias (Diosgracias), bispo, que redimiu muitos cativos capturados pelos vândalos, oferecendo-lhes asilo em duas grandes basílicas dotadas de camas e leitos (457/458)..
Com o rei dos vândalos Genserico, filho ilegítimo de Godegiselo à frente, os bárbaros passam Hispânia e chegam até África. São arianos e frequentemente qualificados como gente cruel, dura, inclemente e devastadora.
Cartago foi invadida no ano 439 e ali é o lugar geográfico onde tem lugar o nosso relato de hoje. Os novos donos fazem segundo o costume uma limpeza geral entre a gente mais influente no povo; aos nobres não os matam, desterram-nos; os bispos são considerados igualmente como um poder digno de ter em conta na hora de assentar os territórios conquistados e os colocam para além das fronteiras por um pouco; os bens materiais de uns e outros são caçados e passam para outras mãos, porque para algo são as guerras. Já o bispo Quodvultdeus foi metido com outros num navio à deriva e colocados algures no meio do alto mar para morrer sem remédio. Deste modo, estiveram os fieis de Cartago sem pastor por catorze anos.
A rogos do imperador Valentiniano III permitiu Genserico que fosse mandado àqueles cristãos romanos um bispo; se chamava Deogracias e recebeu a consagração no ano 453. Um homem probo, limpo, sábio e santo.
Roma era um fruto sumamente apetecido para os bárbaros. Genserico lhe pôs sítio com o seu exército e a toma no ano 455. Cada rincão da Cidade Santa mostra nos catorze dias de saque as consequências da invasão bárbara; se vêem incêndios e há destruição por toda a parte. Os tesouros mudam de mão porque são o despojo e uma parte da população é levada cativa a África. Os prisioneiros se distribuem entre os vândalos e os mauritanos naturais do pais produzindo-se em cada caso um drama pessoal: as famílias ficam destruídas, os pais são separados de seus filhos e as esposas estão sem seus maridos.
O bispo Deogracias realiza um trabalho humanitário de primeira ordem que é obra de misericórdia nesta conjuntura de emergência. Vende os vasos sagrados de ouro e prata que estão ao serviço do altar para resgatar os cativos pagando seu preço; habilita os templos de são Fausto e são Severo para que sirvam de hospital, asilo e residência onde se possa prestar um socorro imediato aos enfermos e aos mais débeis; ele próprio não se dispensa de atender pessoalmente aos que estão perto com o peso da cruz às suas costas dando-lhes o apoio e consolo que necessitam. Reza e faz; é o que manda a caridade.
Em Cartago se apalpa o evidente. Todos vêem em Deogracias a um adiantado dos direitos humanos que ainda não se haviam inventado. O fez tão bem ao sussurro da caridade que os invejosos ainda quiseram tirá-lo do meio sem que o bom Deus lhes desse essa oportunidade porque se o levou antes, justamente no ano 456.
Eduardo III O Confessor, Santo
Rei de Inglaterra, 5 de Janeiro
Eduardo III o Confessor, Santo
Rei
Martirológio Romano: Em Londres, Inglaterra, Santo Eduardo, o Confessor, sobrenome, que, como rei da Inglaterra, foi muito amado por sua caridade excelente, e trabalhou incansavelmente para manter a paz em seus estados em comunhão com a Sé de Roma (1066).
Eduardo, neto de Santo Eduardo chamado o Mártir, nasceu em 1004 em Islip, perto de Oxford. Seu pai era o rei Etelredo II, chamado o Desaconselhado. Sendo ainda menino, teve que empreender o caminho do desterro e viveu de 1014 a 1041 em Normandia com uns familiares de sua mãe.
Se diz que fez o voto de ir em peregrinação a Roma se a Divina Providência o levasse de novo á sua pátria. Quando isto sucedeu, Eduardo queria cumprir fielmente o voto, mas o Papa o dispensou. O dinheiro que ia a gastar na viagem o deu os pobres e outra parte do mesmo o dedicou à restauração do mosteiro a oeste de Londres (west minster, hoje Westminster).
Apesar dos fracassos políticos de seu governo, Eduardo rei de Inglaterra do 1043 a 1066, deixou uma vivíssima recordação em seu povo. As razões desta veneração, que continuou com os séculos, há que buscá-las não só em algumas medidas sábias administrativas, como a abolição de um pesado imposto militar que agoniava a toda a nação, mas sobretudo em seu temperamento suave e generoso (jamais um desacato ou uma palavra de reprovação ou um gesto de ira nem sequer com os súbditos mais humildes) e em sua vida privada.
Um ano depois de sua coroação se havia casado com a cultíssima Edith Godwin, filha de seu mais terrível adversário barão Godwin de Wessex.
Havia sido uma hábil jogada política de seu sogro, pois tinha a esperança de que Eduardo, a quem já chamavam “o Confessor”, lhe confiaria a administração do governo para se dedicar com mais liberdade a suas orações e à meditação.
O plano, demasiado subtil, só teve êxito em parte, porque em 1051 o barão foi desterrado e a rainha foi encerrada num convento. Mas só foi um parêntesis, porque o acordo entre Eduardo e a rainha era muito profundo, até ao ponto que, segundo os biógrafos, os dois haviam feito de comum acordo voto de virgindade.
A solene inauguração do famoso coro do Mosteiro de Westminster, que ele mesmo havia financiado, teve lugar em 28 de Dezembro de 1065. Mas o rei já estava gravemente enfermo.
Morreu em 5 de Janeiro de 1066 e foi enterrado na Igreja da abadia recentemente restaurada. Pronto houve muitas peregrinações à sua tumba. No reconhecimento de 1102 encontraram seu corpo incorrupto e em 17 de Fevereiro de 1161 o Papa Alexandre III o incluiu na lista dos santos. O dia de sua festa coincide com a data em que Santo Tomás Becket trasladou solenemente suas relíquias ao coro da mesma Igreja.
Hoje, à distância de quase dez séculos, ainda Inglaterra chama a sua Coroa "de Santo Eduardo".
Não a teve fácil ¿verdade? Recordo agora esse maravilhoso refrão castelhano que diz: "Todos os dias são bons para louvar a Deus".
Se queres aprofundar mais a vida de Eduardo III consulta EWTN
Juan Nepomuceno Neumann, Santo
Bispo e fundador, 5 Janeiro.
Juan Nepomuceno Neumann, Santo
Sacerdote Redentorista, Bispo e fundador das Irmãs Terceiras Franciscanas
Juan Nepomuceno Neumann nasceu em 1811 em Prachatitz, então parte do Império Austro-Húngaro, hoje povoação checa. Juan foi o terceiro de uma família de seis filhos. Durante os estudos de filosofia, realizados com os cistercienses, sua afeição eram as ciências naturais tanto que pensou em estudar medicina, mas, motivado por sua mãe, ingressou no seminário.
No ano 1831, enquanto estudava teologia no seminário de Budweis se interessou vivamente pelas missões e decidiu dedicar-se à evangelização na América.
Havendo chegado a hora da ordenação sacerdotal, seu bispo a deferiu por tempo indefinido. Nessas circunstâncias decidiu partir para Estados Unidos, convidado pelo bispo de Filadélfia. Desde Budweis escreveu a seus pais: “Minha inalterável resolução, faz já três anos acariciada e agora próxima a cumprir-se, de ir em auxílio das almas abandonadas, me persuade de que é Deus o que me exige este sacrifício... Eu vos rogo, queridos pais, que leveis com paciência esta cruz que Deus há posto sobre vossos ombros e dos meus.”
Chegou a Nova York em 1836, sendo ordenado sacerdote esse mesmo ano na catedral de São Patrício. Imediatamente se lhe destinou a região das cataratas do Niágara. Movido por um desejo de maior entrega a Deus e impressionado pela eficácia do apostolado realizado pelos missionários redentoristas, que intentavam estabelecer-se naquelas terras, pediu ser admitido na congregação. Como Redentorista exerceu o ministério sagrado em Baltimore. Foi nomeado sucessivamente vigário do provincial, conselheiro, e finalmente superior de comunidade, em Filadélfia.
Estando nesta cidade, foi nomeado bispo de Filadélfia. Em seu labor pastoral, ideou um plano chamado sistema de escolas paroquiais para dotar a cada paróquia com uma escola católica; em seus oito anos de episcopado se abriram setenta escolas. No centenário de sua morte, celebrado na Pensilvânia no ano 1960, foi reconhecido pelo Senado como homem insigne, pioneiro e promotor do sistema escolar católico de Estados Unidos.
Entre 1854 e 1855 se ausentou de sua diocese para ir a Roma em visita “ad límina”. Em 8 de Dezembro recebeu a graça de estar presente na basílica de São Pedro quando o papa Pio IX proclamou solenemente o dogma da Imaculada Conceição. A ele correspondeu sustentar o livro em que o Papa leu as palavras da proclamação do dogma.
De regresso a sua diocese levou a cabo uma permissão recebida do papa Pio IX: recebeu os votos religiosos de três mulheres que pertenciam a terceira ordem de São Francisco e converteu sua associação em congregação religiosa: as Irmãs Terceiras Franciscanas, para quem redigiu umas constituições. Morreu em 1860. Foi beatificado em 1963 e canonizado em 1977 pelo papa Paulo VI.
Genoveva Morales, Santa
Fundadora, 5 Janeiro
Genoveva Torres Morales, Santa
Fundadora da Congregação das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus e dos Santos Anjos
Nascida em Almenara (Castellón) a finais do século XIX, no seio de uma família humilde, com oito anos perde a seus pais e a quatro de seus cinco irmãos. Aos 13 anos sofre a amputação da perna esquerda à altura da coxa, numa operação sem anestesia. A ponto de morrer, Genoveva sobreviverá para se converter numa mulher forte, valente, animosa, capaz de sofrer sem queixa, amorosa, humilde, simples… Com quinze anos ingressa na “casa de Misericórdia” de Valência, onde as Carmelitas da Caridade cuidaram dela. Dez anos de sua vida passará com estas religiosas, tempo durante o que aprofundará sua formação espiritual e sua relação com Deus, até ao ponto de solicitar seu ingresso na Congregação. Ante a negativa, motivada por sua impossibilidade física, Genoveva irá descobrindo o caminho que Deus lhe tem reservado: a fundação de uma congregação que atenda, com amor, a mulheres solitárias, aflitas, dando sentido a sua vida e estimulando sua prática religiosa. Em 1911 se inaugura em Valência a primeira residência da Associação que receberá o nome de Sociedade Angélica do Sagrado Coração, sendo o definitivo Irmãs do Sagrado Coração de Jesus e dos Santos Anjos. Será Saragoça onde instalam a Casa Geral e o Noviciado, em uma hospedaria junto aos pés da Virgem do Pilar e inaugurada em 1941. Apesar do seu coxear, a Madre Genoveva viajará pelas principais cidades espanholas fundando residências, em Madrid, Barcelona, Bilbau, Santander, Pamplona… resolvendo problemas, atendendo a suas filhas… Mulher doente durante toda sua vida, faleceu em Saragoça em 1956.
¿Quais foram as virtudes da Madre Genoveva?
Menina simpática, alegre, trabalhadora. Generosa e desprendida, reparte sua pouca comida com os pobres. Aceita cumprir a vontade de Deus, para lhe agradar. Tem grande capacidade de sofrimento, é grata, de bom carácter, humor e piedade. Os jesuítas, ao longo de sua vida, a ajudaram a aprofundar em sua vida espiritual e a abrir-se à vontade de Deus. Anima a suas filhas a amar muito a Deus para acertar no trato com as senhoras que vivem nas residências da Congregação. O objectivo é que se sintam como em sua própria casa. Madre Genoveva se caracterizará por esse amor, atendendo às residentes mais necessitadas. Sua incapacidade física nunca será impedimento para novas fundações ou para visitar a suas filhas. E, como companhia em suas viagens, uma caixa de sapatos em que guarda uma imagem da Virgem Maria. Sua enfermidade, companheira contínua, nunca arranca uma queixa nela.
“¿Quem sou eu? Mais nada que ninguém”:
Genoveva Torres Morales, Santa
Esta frase da Madre foi uma realidade em sua própria vida, chegando a dormir no chão, ou recusando as homenagens pessoais. Sua grande preocupação são suas filhas, a quem animará e acompanhará sobretudo durante as épocas difíceis e instáveis da República e a Guerra Civil. Os últimos anos de sua vida mantém comunicação com todas suas filhas desde a Casa Geral, em Saragoça, onde morre.
Seu grande amor à Eucaristia a levou a solicitar a Vela nocturna ao Santíssimo, para as mulheres. E seu amor à Virgem a fez consagrar a Congregação religiosa por ela fundada a Maria, na festividade de Nossa Senhora da Esperança.
Foi canonizada por João Paulo II em 4 de Maio de 2003 em Madrid, Espanha.
Telésforo, Santo
VIII Papa, Janeiro 5
Telésforo, Santo
VIII Papa
Etimologicamente significa “o que cumpre”. Vem da língua grega.
Estamos hoje lutando contra uma cultura pagã que exalta a violência e o sexo, entre outras cosas.
Pois bem, Telésforo, que morreu no ano 136, nasceu na Grécia e por razões de estudos e de sua grande valia pessoal, se marchou para Roma onde se ordenou de sacerdote para prestar um serviço muito mais abnegado à Igreja e aos pobres.
Dos 14 bispos que seguiram a são Pedro no papado até ao fim do século II, cada um deles está anotado na lista dos mártires que deram sua vida pela fé em Cristo, e por não renegar o que Deus lhes havia concedido.
Ele era um cristão de proa. Sua valentia era tão grande que não temia pregar a Palavra de Deus ante qualquer, sob pena de cair em suas garras mortíferas.
Não cabe dúvida de que lhe houvesse sido muito fácil renegar de seus princípios e assim ficar bem com o imperador e, deste modo, salvar a vida de muitos cristãos.
Mas estou seguro de que os mesmos crentes – de haver feito caso ao imperador – se voltaram contra ele.
Sempre fez honra a seu nome. Quando teve que suceder ao Papa anterior, Sixto I, não pensou duas vezes. O guiava seu amor a Deus e seu afã de estender sua palavra por todas partes. ¡Oxalá que tivesse tido – como hoje – páginas Web na Internet para poder comunicar-se com todo o mundo! Como o fazem hoje todas as dioceses sensibilizadas com a mensagem de Cristo Salvador.
Santo Irineo, um padre inteligente da primitiva Igreja, disse que Telésforo sofreu um glorioso martírio. E é tanto assim que em todo o Oriente e no Ocidente há igrejas que o honram e o veneram depois de tantos séculos. O imperador que reinava em seu tempo era Adriano
Na arte é representado como um Papa com um cálix com três Hóstias. ¡Felicidades a quem leve este nome! “Há triunfado quem uniu o útil o agradável” (Horácio). Comentários ao P. Felipe Santos: fsantossdb@hotmail.com
Carlos de San Andrés (Juan Andrés Houben), Santo
Passionista, Janeiro 5
Carlos de San Andrés (Juan Andrés Houben), Santo
Presbítero Passionista
Martirológio Romano: Em Dublin, na Irlanda, São Carlos de San Andrés (Juan Andrés Houben), presbítero da Congregação da Paixão, admirável ministro do sacramento da penitência.
O Samaritano de Irlanda
Os autênticos santos são imitadores de Cristo e o beato Carlos Houben foi um destes. Assim nos diz Pierluigi di Eugenio: “Passou bendizendo, sarando e perdoando. Sempre disposto e amável. Pobre entre os pobres, fez de sua vida um dom para os que sofrem. Todo de Deus, todo do próximo. Os necessitados da alma e do corpo não o deixavam repousar nem um momento. Profundamente dedicado á família e à pátria trabalhou por muitíssimos anos longe de uma e de outra, encontrando nos que sofrem aos próprios irmãos e na terra de Irlanda sua própria pátria”.
Juan Andrés nasce em Munstergeleene na Holanda em 11 de Dezembro de 1829, quarto de dez filhos numa família endinheirada.
Cresce em inteligência, idade e graça. O irmão José dirá dele: “Conhecia só dois caminhos, o da Igreja e o da escola”. Enquanto no ânimo do jovem nasce o desejo de ser sacerdote. Conhece os Passionistas, com pouco tempo em Holanda levados pelo P. Domingo Barberi e aos 24 anos, em 5 de Novembro de 1845, entra no noviciado em Ere, Bélgica e veste o hábito com o nome de Carlos.
Durante o noviciado é irrepreensível. Este é o testemunho de um de seus companheiros: “Sentia-me muito edificado diante de sua grande santidade. Era exemplar, cheio de fé e de piedade, pontual, observante das regras, simples, amável e de carácter doce. Sua piedade e sua natural alegria lhe ganhavam o afecto de todos”. Em 21 de Dezembro de 1850 é ordenado sacerdote. Em 1852 é enviado a Inglaterra onde estavam os Passionistas desde há 10 anos. Carlos não regressará mais a Holanda nem voltará a ver aos seus. Sua mãe havia morrido 8 anos atrás e o pai há perto de dois.
Passará mais de quarenta anos de sua vida nas ilhas britânicas. Estabelece-se primeiro em Aston em Inglaterra; onde se prodigaliza a favor dos imigrantes irlandeses que levam a cabo o duro trabalho das minas. Esta experiência será útil na sua próxima permanência em Irlanda. Doa-se completamente a eles, se interessa de seus problemas, de sua saúde. Conforta, ajuda, cura, enquanto continua trabalhando a favor da congregação e da Igreja.
Em 1857 transfira-no para Irlanda, em Dublin / Mount Argus, onde os Passionistas chegaram havia pouco tempo. Construirá o convento e a igreja. O P. Carlos se revela providencial. O povo Irlandês que o tinha visto a seu lado com tanta solicitude, mostra-se generoso. Se constrói o convento e uma bela igreja dedicada a são Paulo da Cruz. O P. Carlos, sem o saber, prepara seu próprio santuário.
Carlos não será nunca um grande pregador, sobretudo pela dificuldade da língua mas passa horas e horas no confessionário, assiste os moribundos, bendiz os enfermos com a relíquia de são Paulo da Cruz. Acompanhando a bênção com estremecedoras orações compostas por ele próprio. Tem a fama de taumaturgo. Cada dia cerca de trezentas pessoas, provenientes de todas as partes de Irlanda, de Inglaterra, de Escócia e até de América, acodem a ele, atraídos da fama de sua santidade. Encontravam um coração compassivo, disponível e terno. Médicos e enfermeiros de Dublin, frente a casos desesperados, aconselhavam chamar ao P. Carlos e Carlos acudia às casas e aos hospitais, levando quase sempre o dom de uma cura inesperada e sempre um pouco de serenidade. Com amor preparava os moribundos ao grande passo, ajoelhado em oração, junto de seus leitos. Para fazê-lo descansar um pouco, os superiores várias vezes o mudam de convento, mas depois fazem-no regressar a Dublin.
Na comunidade era exemplar, cheio de fé e de piedade, simples e afável, de uma amabilidade angelical. Não obstante as ocupações passa longo tempo em adoração diante do tabernáculo. Muitas vezes é encontrado em êxtase, especialmente durante a missa. Às vezes o acólito se vê obrigado a sacudi-lo para que prossiga a celebração.
Nos últimos anos de sua vida sofre muito por uma gangrena numa perna e outros males. Suporta a enfermidade com paciência continuando a desenvolver seu apostolado. Cada dia continua a subir e a descer uma escadaria de 59 degraus, e centos de vezes, para receber as pessoas que vêem até ele.
Morre serenamente em 5 de Janeiro de 1893. Por cinco dias, antes de ser sepultado, recebe honras fúnebres devida a um rei, com gente proveniente de toda Irlanda.
João Paulo II o declara beato em 16 de Outubro de 1988, fazendo oficial a santidade do padre Carlos, que já em vida todos chamavam o santo de Mount Argus. Bento XVI o declarou santo em 3 de Junho de 2007.
Marcelina Darowska, Beata
Fundadora, 5 Janeiro
Marcelina Darowska, Beata
María Marcelina da Imaculada Conceição
Fundadora. Nasceu em Szulaki, Ucrânia, no seio de uma família latifundiária.
Desde pequena destacou-se por sua piedade e contínua oração, virtudes pelas quais decidiu dedicar-se à vida religiosa; sem embargo, no leito de morte de seu pai prometeu que contrairia matrimónio para preservar a linhagem; casou-se com Karol Darowski, com quem procriou dois filhos.
Enviuvou depois de três anos de matrimónio, e morreram seus filhos, pelo que pôde ingressar num convento.
Viajou para Roma, onde conheceu o padre Hieronim Kajsiewicz (que se converteu em seu director espiritual) e, por meio dele, a Josephine Karska, que já tinha a ideia de fundar uma congregação dedicada à formação integral da mulher; este foi o início da Congregação das Irmãs da Imaculada Conceição da Bendita Virgem Maria.
Ao morrer soror Josephine, Marcelina assumiu o cargo de superiora.
Mudou para o seu país natal a sede da congregação, e em Jazlowiec, Ucrânia — onde radicaria o resto de sua vida —, fundou a primeira escola para meninas, a qual converteu num importante centro cultural e espiritual.
Seu carisma se baseava no renascimento e na consolidação da família sobre as bases do amor, o respeito e a oração, e em fincar sólidas bases morais na sociedade.
As escolas que fundou anexas aos mosteiros eram gratuitas.
Nos cinquenta anos que foi abadessa fundou sete conventos, com igual número de escolas.
Deixou a herança de oração, amor ao próximo, e formação académica e religiosa.
A beatificou Sua Santidade João Paulo II em 6 de Outubro de 1996.
María Repetto, Beata
Religiosa, 5 Janeiro
María Repetto, Beata
Nasceu em 1 de Novembro de 1807 em Voltaggio, Itália.
Filha de um notário, era a mais velha de onze filhos.
Sua família era muito religiosa, a ponto de três de suas irmãs se terem feito monjas, e um de seus irmãos foi sacerdote.
Uniu-se às Irmãs de Nossa Senhora do Refúgio no Monte Calvário em Génova em 7 de Maio de 1829, fazendo seus votos finais em 1831.
Durante muitos anos foi costureira e bordadeira.
Quando sua vista começou a falhar tomou o cargo de porteira.
Consciente da dignidade do trabalho, e já que necessitava habilidades diplomáticas em sua posição, Soror Maria desenvolveu uma devoção profunda a São José e constantemente lhe pede protecção e guia em suas orações.
Repartia pequenas medalhas e imagens de São José, conseguia sarar pondo a imagem em cima da área afectada enquanto orava.
Ela não tinha nenhumas posses, pelo que lhe era muito fácil querer aos pobres.
Trabalhou desinteressadamente atendendo enfermos durante as epidemias de cólera de 1835 e 1854.
Os favores conseguidos por Maria causaram alguns problemas dentro de sua comunidade. Era tal o número de pessoas que se apresentavam cada dia que isto foi visto como uma ruptura da vida religiosa por algumas de suas irmãs, e durante algum tempo Soror Maria foi relegada de sua posição.
Ela acreditou que era porque havia pecado de alguma maneira, e passou a maior parte desse tempo em oração.
Sem embargo, suas superioras reavaliaram sua decisão, e devolveram a Maria o seu lugar na portaria.
Toda a sua vida Maria manteve uma constante comunicação consciente com Jesus ou o Padre enquanto cumpria com seus deveres, até ao final de sua vida ela começou a ouvir respostas e teve visões de sua próxima morada na casa de Deus.
Morreu em 6 de Janeiro de 1890 em Génova, Itália.
Foi beatificada por João Paulo II em 4 de Outubro de 1981.
Pedro Bonilli, Beato
Franciscano e Fundador, 5 Janeiro
Pedro Bonilli, Beato
Sacerdote Terceiro Franciscano (1841‑1935).
Fundador das Irmãs da Sagrada Família.
Beatificado por João Paulo II em 24 de Abril de 1988
Este generoso imitador de Cristo Bom Pastor nasceu em São Lorenzo de Trevi (Perusa) em 15 de Março de 1841 e morreu em Espoleto em 5 de Janeiro de 1935.
De família de pequenos proprietários, o primeiro de quatro irmãos. De um ambiente familiar favorável, uma mãe piedosíssima, e logo o influxo iluminado e santo de um sacerdote que no colégio Lucarini de Trevi, lhe serviu de guia espiritual: Dom Ludovico Pieri, chamado também o “Dom Bosco” de Trevi.
Em 1857 sentiu brotar impetuosa a vocação sacerdotal e dom Pieri foi seu anjo guardião. Ordenado presbítero em Terni, estando vacante a diocese de Espoleto, em 19 de Dezembro de 1863, de imediato foi enviado como pároco a Cannaiola, uma região pobre, onde esteve 35 anos exercendo uma pastoral renovadora, valente, incisiva, altamente frutuosa, que culminou em 1887 com a fundação da Congregação das irmãs da Sagrada Família.
A condição religiosa e moral de Cannaiola era singularmente pobre e baixa, marcada pela blasfémia, a libertinagem, o jogo, a embriaguez. Ele se empenhou em alimentar a seu povo com um intenso trabalho de catequese e de instrução religiosa, servindo-se também, como precursor, dos meios de comunicação social de então, (“A imprensa é a arma deste tempo”, dizia) e comprometendo aos laicos em suas iniciativas.
Na família viu o fundamento do renascimento da sociedade e da vida eclesial. “Ser família, dar família, construir família”, foi seu programa.
Em 1898 deixou a Cannaiola ao ser nomeado Canónico da Catedral de Espoleto e Reitor do Seminário, colocando ao serviço dos futuros sacerdotes sua riqueza espiritual e a vasta experiência adquirida nos largos anos de ministério pastoral. Em sua espiritualidade se destaca sua grande contribuição à difusão do culto à Sagrada Família, da qual imitou com verdadeiro espírito franciscano a humildade e a pobreza.
Em 5 de Janeiro de 1935 terminou serenamente em Espoleto sua longa vida (95 anos), consagrada ao serviço da formação do clero e a ajuda aos pobres. “Servo bom e fiel, entra no gozo de teu Senhor!”.
http://es.catholic.net/santoral
Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português por António Fonseca
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