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Patriarcado de Lisboa apoia vítimas no Haiti
O Patriarcado de Lisboa acaba de disponibilizar, a partir do projecto Igreja Solidária, a quantia de 20 000 euros a favor das vítimas do terramoto do Haiti. Este montante, transferido para a conta Cáritas Ajuda Haiti - NIB 003506970063000753053 - pretende dar um sinal de solidariedade e comunhão fraterna por parte da Diocese de Lisboa para com os cidadãos daquele país mártir.
Todavia, como é conhecimento geral estamos perante uma catástrofe de tal ordem, que não nos permite ficar por aqui, desta forma queremos apelar à generosidade de todos a favor de quem neste momento atravessa uma fase do maior sofrimento, pela perda dos seus entes queridos, de bens e também da esperança. Sejamos uma, porventura pequena, mas uma luz dessa mesma esperança, a qual possa iluminar a reconstrução, o ressurgimento.
Para além da conta Cáritas Ajuda Haiti - NIB 003506970063000753053, poderá ainda ser utilizada a conta Igreja Solidária – NIB 0007 0000 0073 8184 5512 3. Mais informações em www.igrejasolidaria.org
Cón. Francisco Crespo, Patriarcado de Lisboa - Departamento Socio-Caritativo
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Igreja já tem 12 centros de ajuda a funcionar no Haiti
Vaticano pediu aos Bispos dos EUA que coordenem a acção católica no terreno
O Conselho Pontifício Cor Unum, órgão executivo do Papa para as situações de calamidade, pediu à agência humanitária internacional dos bispos dos EUA – a Catholic Relief Services (CRS) – para coordenar a assistência da Igreja no Haiti, após o sismo que atingiu este país.
Uma semana depois do terramoto, existem já 12 centros a funcionar como pontos de distribuição da ajuda. A CRS já se reuniu com a Conferência Episcopal do Haiti, o Núncio Apostólico e organizações católicas socio-caritativas, para avaliar o impacto da catástrofe e procurar uma resposta adequada.
A primeira ajuda passa pela entrega de alimentos, água, roupa, abrigo e ajuda médica nos campos provisórios que acolhem muitos dos sobreviventes.
CRS/Cáritas EUA e a Cáritas Haiti estão a distribuir alimentos e água por vários pontos da capital haitiana. A Cáritas está a preparar kits de sobrevivência para distribuir à população compostos por sumos, enlatados, barras nutricionais, fruta enlatada, bolachas, depósitos de água, comprimidos purificadores de água, kits de higiene, fogões portáteis e plásticos.
O edifício sede da Cáritas do Haiti foi afectado mas não ruiu estando os colaboradores a dormir na rua, num acampamento improvisado, até que esteja assegurada a integridade da estrutura.
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Haiti: Sacerdote pede ajuda
O Pe. Jacquelin Gabriel, da Arquidiocese de Cap-Haïtien, contactou a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) para solicitar auxílio face à situação criada pelo terramoto da passada semana.
Após agradecer a oração da AIS pelos cidadãos deste país, o sacerdote diz que a Igreja é também uma "grande vítima" desta tragédia. "Há muitos mortos, cerca de 100 mil, muitos desalojados e feridos, não é fácil ver isto".
"Façam alguma coisa, por favor", apela.
O Pe. Gabriel pede auxílio para os muitos pobres afectados pelo sismo: "Eles precisam de água, medicamentos, roupas, água potável".
Departamento de Informação da Fundação AIS
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O Haiti precisa de ajuda
Entrevista ao presidente da Caritas Internationalis, Cardeal Oscar Rodriguez Maradiaga, sobre a resposta da organização católica ao sismo de 12 de Janeiro
Qual é a situação no Haiti? E a situação da Igreja?
Os nossos colegas da Cáritas no terreno dizem que milhares de pessoas terão morrido e que mais de 3 milhões precisa desesperadamente de ajuda. A ajuda começa a chegar mas ainda há muitas pessoas que não têm abrigo, alimentos, água e, claro, estão em estado de choque.
Muitas Igrejas foram destruídas, incluindo a Catedral. Seminários, centros paroquiais, escolas e hospitais ficaram gravemente afectados. Infelizmente o Arcebispo Joseph Serge Miot morreu no sismo. Expressamos a nossa tristeza aos seus familiares e a todos os irmãos e irmãs da Igreja Haitiana, bem como a todo o povo haitiano.
A Igreja está a colaborar com a Cáritas no estabelecimento de pontos de distribuição em Port-au-Prince e noutras cidades. O desafio é enorme mas a nossa esperança aumenta com as mensagens de solidariedade e apoio que temos recebido das Cáritas do mundo.
O que está a Cáritas a fazer?
A Cáritas já iniciou a distribuição de tendas, cobertores e kits de primeiros socorros. Estamos a providenciar alimentos, água e cuidados de saúde através da rede de 200 hospitais e clínicas geridos pela Cáritas do Haiti. A equipa de emergência da Caritas Internationalis já chegou à capital e está a colaborar com a Cáritas do Haiti na elaboração da resposta de emergência e de reabilitação. O CRS/Cáritas EUA tem vários camiões com ajuda que estão a atravessar a Republica Dominicana com destino ao Haiti.
Quais as necessidades mais urgentes?
Alimentos, água limpa, cuidados médicos e abrigo. A electricidade não funciona e o abastecimento de gás é escasso. Vai ser preciso um enorme esforço para ajudar na reconstrução.
O que podemos fazer para ajudar na reconstrução do Haiti?
Uma das nações mais pobres do nosso mundo vai estar, nos próximos tempos, no foco dos meios de comunicação sendo, ao mesmo tempo, inundada de ajuda humanitária. Que esta seja, também, a oportunidade de se firmarem novos compromissos que levem a soluções duradouras aliviando o sofrimento e a miséria dos haitianos.
Cáritas Internacional/Cáritas Portuguesa
Entrevistas | Caritas | 2010-01-19 | 15:42:39 | 2791 Caracteres | Haiti
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Haiti: Igreja portuguesa prepara resposta sólida e eficaz
D. Carlos Azevedo pede «gestos solidários» na celebração pelas vítimas do sismo
O presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, assegurou esta Terça-feira que a Cáritas Portuguesa está a organizar uma “resposta eficaz e sólida” à tragédia gerada pelo sismo do passado dia 12, no Haiti, “ao recolher fundos para socorrer as maiores necessidades após esta primeira fase agitada por tamanha perturbação, vestida de exausto luto”.
Este responsável falava da homilia da celebração eucarística pelas vítimas do sismo, que decorreu na igreja de Santa Isabel, em Lisboa.
Falando numa “hora atribulada do povo do Haiti”, o Bispo auxiliar de Lisboa convidou os presentes “à liberdade da partilha, dos gestos solidários, à caridade na verdade”.
A Cáritas com mais de 135 Euros recolhidos na sua campanha de ajuda ao Haiti. Do Patriarcado de Lisboa chegaram 20 mil, a somar aos 25 mil já doados pelo Porto. A Diocese de Santarém, através da Cáritas, disponibilizou também 7500 Euros, e em Setúbal todos os ofertórios do próximo Domingo serão destinados também para ajudar as vítimas do terramoto.
D. Carlos Azevedo admitiu que “bastariam as notícias e as imagens do pobre Haiti para nos encher de silêncio, nos esvaziar de palavras, no chão de tanta dor, tanta destruição, tanta ausência”.
“Em cada hora da história Deus chama-nos a ser livres mensageiros e testemunhas activas do seu amor, particularmente em momentos que gritam por fraternidade”, alertou, a este respeito.
O prelado quis deixar claro que “o nosso Deus não é o que manda terramotos ou cheias para castigar os humanos”.
“À medida que cresce o conhecimento científico dos fenómenos naturais somos chamados a assumir atitudes coerentes e consequentes no urbanismo e nos critérios de desenvolvimento”, assinalou o Presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social
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Entre Ruínas
Neste oceano de ruínas perguntamos pela bondade de Deus, pela ordem do universo, pela inteligência harmoniosa das forças natureza
O Haiti entrou no grande teatro do mundo por motivos bem diferentes daqueles por que frequentemente era noticiado: as crises políticas e os golpes de Estado. À notícia do sismo sempre se juntou uma outra não menos dramática: a pobreza. Um dos países mais pobres do mundo, foi o subtítulo que sempre acompanhou as grandes manchetes sobre um sismo que teve apenas mais um ponto do que aquele que recentemente nos atingiu. Poderíamos ter sido nós.
Um acontecimento desta ordem, num grau de tragédia tão intenso, deixa-nos sempre um oceano de questões que vamos arrumando desajeitadamente até que o tempo nos canse, as imagens nos saturem e um outro evento nos mude os registos da emoção. Desta vez não foi excesso de chuvas, desabamentos, furações, possivelmente por maus-tratos que vamos dando à gestão do frio e do calor nos nossos mecanismos de civilização. Desta vez não sabemos bem o que há a fazer com placas tectónicas que se movem poucos quilómetros abaixo do mar e estoiram com o rés-do-chão do nosso planeta onde construímos as nossas casas e desenhamos as nossas cidades, desde o barracão rudimentar ao palácio presidencial.
Neste oceano de ruínas perguntamos pela bondade de Deus, pela ordem do universo, pela inteligência harmoniosa das forças natureza. E deixamos, primeiro, tudo cair num magoado silêncio. Paradoxalmente a todas as perguntas que a morte e o sofrimento nos lançam, juntamos sempre uma: "a quem iremos, Senhor?" E podemos percorrer o pranto que se espalha em muitos salmos, as desolações que são lamentadas pelos profetas, as dores e ruínas que foram acompanhando a humanidade que cronistas, pintores, poetas e místicos plangeram. A Jerusalém destruída, o povo no exílio, o pranto e as lágrimas. E a cruz, com a sua dramática contradição, apenas iluminada no mistério de Deus. Quem mais nos poderá aquietar o coração?
Aqui se abre outro capítulo: foram destruídas muitas casas que nunca mereceram esse nome. Testemunhamos violência e desespero em momentos extremos. Assistimos a gestos de ternura e humanidade mais notórios nestes momentos. Chegaram olhares de solidariedade do mundo inteiro que foi assinando a evolução da tragédia a par de gestos sublimes que ela suscitou de abnegação e heroísmo. Atrasadas para a urgência, foram e vão chegando sinais de ajuda, fraternidade, renúncias dum mundo que tantas vezes parece leviano mas que tem momentos - quantas vezes na sequência de tragédias - em que traz ao de cima a humanidade que o habita.
O Haiti vai ressurgir das cinzas. A intensidade do sofrimento é excessiva para justificar a reconstrução dum país. Mas é mais uma paradoxal lição para a humanidade. A fé, em vez de obstáculo para todo este cenário, oferece a chave de redenção que insere nas contas e no tempo de Deus o que queremos encaixar apenas nos nossos cálculos imediatos. E na acção concreta dos homens. Com as energias de ressurreição que estão no íntimo de todos nós.
E um apelo, para que o Haiti e todos os Haitis do mundo sejam conhecidos e amados por outras razões que não a tragédia.
António Rego
Recolha e transcrição de algumas notícias sobre a tragédia no HAITI e quer foram publicadas em 19-01-2010 no Boletim da Agência Ecclesia, de que sou subscritor. António Fonseca
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