sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fratres in Unum - 28-10-2011

 

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Assis, as intervenções dos delegados da religião ioruba, hinduísta e budistas

by G. M. Ferretti

ASSIS 2011 — AWIS AGBAYE (Ioruba): “RESPEITO PELAS RELIGIÕES INDÍGENAS”

(Assis, por nossos correspondentes)

“Chegou a hora para os líderes de todas as religiões do mundo de ter um novo quadro conceitual em que às religiões indígenas seja dado o mesmo respeito e consideração das outras religiões. Não podemos ter paz no mundo quando não respeitamos, abusamos ou desprezamos os nossos vizinhos”. Quem pediu isto foi Wande Abimbola, Awise Agbaye [1] que, para Assis, levou os cumprimentos dos povos da África e dos membros da religião ioruba [2] no mundo, da qual é porta-voz. Em seu discurso na Basílica de Santa Maria degli Angeli [3], Agbaye lembrou que “uma condição fundamental para a paz é que todas as pessoas de fé tenham respeito e amor umas pelas outras. Nos relacionamos com as pessoas pelo caráter que têm — disse — não com base na religião que praticam. Trabalhemos todos juntos por u m maior respeito, amor e justiça, enquanto, ao mesmo tempo, continuamos fiéis às doutrinas das religiões que abraçamos”. Pelo porta-voz também chegou um apelo ao pluralismo religioso, “a nossa religião, bem como as religiões praticadas por outras pessoas, são válidas e preciosas aos olhos do Todo-Poderoso” e ao respeito pela natureza, “enquanto à natureza não for dado o devido respeito e honra em nossos pensamentos e ações, os seres humanos não poderão encontrar a verdadeira paz e a tranquilidade que todos nós estamos procurando”.[4]

ASSIS 2011 — GOSWAMI (HINDU): “PAZ NÃO SE ALCANÇA COM MEIOS VIOLENTOS”

(Assis, por nossos correspondentes)

“A paz nunca pode ser alcançada através de meios violentos” é a mensagem levada à jornada de Assis por Acharia Shri Shrivatsa Goswami[ 5], indiano, representante da religião Hindu [6], que lembrou, em seu testemunho à basílica de Santa Maria degli Angeli, as figuras de Krishna[ 7], Buda [8], Mahatma Gandhi [9], Martin Luther King [10] e o bispo Tutu [11], “todos peregrinos da paz que afirmam que não há um caminho para a paz. A própria paz é o caminho. Nosso comum objetivo de paz pode ser alcançado através do nosso compromisso com a verdade. Para Mahatma Gandhi, a Verdade era Deus”. “Este compromisso — acrescentou Goswami — mesmo obstaculizado ou impedido, encontra igualmente o seu caminho através da não-cooperação não-violenta. A história dá testemunho de sua força”. Vinte e cinco anos após a reunião em Assis quisto pelo Papa João Paulo II, “devemos refletir sobre nosso progresso nessa estrada. Por que não chegamos mais perto de onde ele queria estar? Estamos em falta na parte interior da viagem? O diálogo – enfatizou o representante hindu — será um exercício fútil se não o empreendemos com humildade, paciência e o desejo de respeitar o outro, e isso sem esperar o mesmo em troca. Isto nos fará capazes de dizer ‘não’ à injustiça. Isto requer muita coragem e essas coragem virá somente pela oração”.

ASSISI 2011 — JA-SEUNG (BUDISMO): “UMA FRATERNIDADE EM FAVOR DA VIDA”

(Assis, por nossos correspondentes)

“Não há lugar para a violência ou o terrorismo na religião, que enfatiza como cada vida é preciosa e deve ser amada. Cada uma de nossas vidas é uma bela flor que faz do mundo uma única flor e o torna um lugar glorioso e magnífico”. São as palavras de Ja-Seung [12], presidente da “Jogye Order” (Budismo coreano [13]), dirigidas aos líderes religiosos presentes hoje em Assis. Contra a violência e o terrorismo, Já-Seung lançou a proposta de “uma fraternidade em favor da vida, para eliminar as raízes da violência e da guerra conduzida em nome da religião ou da ideologia; uma fraternidade em favor da paz, de modo que a coexistência harmoniosa e o respeito mútuo se tornem possíveis neste mundo, independente da religião, da raça e da cultura”. “Além do mais — continuou — deve mos aceitar nossas diferenças culturais e superar os conflitos culturais através da compreensão mútua e do crescimento espiritual”. Disto a necessidade de “uma fraternidade em prol da cultura e em favor da partilha, para ajudar aquelas pessoas que ainda sofrem com a pobreza, a fome e a injustiça”. Finalmente, concluiu, “gostaria de propor uma fraternidade em favor da ação, para que todos nós possamos experimentar esta verdade pessoalmente e ajudar a tornar este mundo puro e perfumado como uma flor”.

Fonte: Papa Ratzinger blog

Tradução: Giulia d'Amore di Ugento

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[1] NdTª.: website de Wande Abimbola, Awise Agbaye.

[2] NdTª.: Religião Ioruba ou Yoruba.

[3] NdTª.: Continuaram usando os Sagrados Templos Católicos para homenagear, com discursos ao invés de orações, os ídolos e os demônios.

[4] NdTª.: O discurso dele, dentro da Basílica, é um manifesto anticatólico.

[5] NdTª.: Breve biografia.

[6] NdTª.: Religião Hindu. Os hindus acreditam num ‘espírito supremo cósmico’, que é adorado de muitas formas, representado por divindades individuais. O hinduísmo é centrado sobre uma variedade de práticas que são vistas como meios de ‘ajudar o indivíduo a experimentar a divindade que está em todas as partes’, e ‘realizar a verdadeira natureza de seu Ser’. Eles cultuam 330 mil divindades diferentes.

[7] NdTª.: De acordo com a tradição Hindu, Krishna é o oitavo avatar (manifestação corporal de um ser imortal, por vezes até do Ser Supremo, pode ser uma manifestação humana, animal ou uma combinação dos dois) de Vishnu (juntamente com Shiva e Brama formam a trimúrti, a trindade hindu, na qual Vixnu é o deus responsável pela manutenção do universo). É considerado, segundo o Movimento Hare Krishna (ISKCON), a Suprema Personalidade, sendo assim, a origem de todas as encarnações seguintes. Krishna e as suas histórias aparecem nas diversas tradições filosóficas e teológicas hindu. Embora, algumas vezes diferentes nos detalhes, ou até mesmo contradizendo as características de uma tradição particular, alguns aspectos básicos são compartilhados por todas elas. Estes incluem uma encarnação divina, uma infância e uma juventude pastoral e a vida como um guerreiro e professor. A imensa popularidade de Krishna fez com que várias religiões não-hindus que se originaram na Índia tivessem as próprias versões dele.

[8] NdTª.: Buda (Desperto, Iluminado) é um título dado na filosofia budista àqueles que despertaram plenamente para a verdadeira natureza dos fenômenos e se puseram a divulgar tal redescoberta aos demais seres. A palavra "Buda" denota não apenas um mestre religioso que viveu em uma época em particular, mas toda uma categoria de seres iluminados que alcançaram tal realização espiritual. As escrituras budistas tradicionais mencionam pelo menos 24 Budas que surgiram no passado, em épocas diferentes. De acordo com a tradição vixnuísta (os adoradores de Vixnu), o Buda é considerado o nono avatar de Vixnu.

[9] NdTª.: Mahatma Gandhi foi o idealizador e fundador do moderno Estado indiano e o maior defensor do Satyagraha (princípio da não-agressão, forma não-violenta de protesto) como um meio de revolução. Também inspirou gerações de ativistas democráticos e antirracismo, incluindo Martin Luther King e Nelson Mandela.

[10] NdTª.: Martin Luther King foi um pastor protestante e ativista político estadunidense. Morreu assassinado.

[11] NdTª.: Desmond Mpilo Tutu, bispo anglicano. Ao lado de Nelson Mandela, Desmond Tutu foi uma das figuras centrais do movimento contra o Apartheid.

[12] NdTª.: Breve biografia.

[13] NdTª.: O budismo na Coreia do Sul é dominado pela Ordem Jogye, uma seita sincrética, tradicionalmente ligado à tradição Seon. Já-Seung é seu atual líder.

G. M. Ferretti | outubro 27, 2011 at 1:21 pm | Categorias: Diálogo Inter-religioso, O Papa | Categories: Atualidades, Igreja, O Papa | URL: http://wp.me/pgELf-4fz

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Eurodeputado ex-muçulmano chama a insistente política ecumênica com o Islã de “vocação ao suicídio”.

by G. M. Ferretti

 Magdi Allam é batizado por Bento XVI na Vigília Pascal de 2008.

Magdi Allam é batizado por Bento XVI na Vigília Pascal de 2008.

Por Edson Carlos de Oliveira - No dia 30 de agosto último, por ocasião da festa do Eid al-Fitr, a segunda mais importante para a religião islâmica, o Pe. Cerutti, na cidade de Cantù, Itália, distribuiu, dentro da Basílica de São Paulo, orações islâmicas para celebrar o fim do Ramadã e também textos místicos de Seyyed Hossein Nasr que cantam louvores ao Islã como a religião suprema.

Em artigo para o Il Giornale (19/9/2011), o eurodeputado Magdi Cristiano Allam (foto acima), muçulmano convertido ao catolicismo, fez duras críticas à atitude ecumênica do sacerdote, funcionário emérito da Basílica.

“Se você crê em Jesus, você não pode de forma alguma acreditar nem que Maomé era um profeta autêntico nem que o Islã é uma religião verdadeira. Ou você acredita em Jesus ou acredita em Maomé, ou você é cristão ou é muçulmano”, enfatizou o eurodeputado.

“O erro capital, continua Magdi Cristiano, que o Pe. Lino cometeu é ter aderido à ideologia do relativismo religioso que prega que, para amar ao próximo, você deve abraçar a religião dele. Assim, para amar ao muçulmano como pessoa, deve-se legitimar o Islã como uma religião, independentemente de seu conteúdo, do que está escrito no Alcorão e do que tenha dito ou feito Maomé".

Para o eurodeputado, tudo isto acontece num contexto “em que o relativismo religioso, desde o Concílio Vaticano II, está se espalhando dentro da Igreja”, enquanto que, em contrapartida, a atitude dos muçulmanos, “não só nada têm a ver com relativismo, mas, pelo contrário, eles nos condenam, judeus e cristãos, como hereges porque nos desviamos do reto caminho”.

Magdi Cristiano considera ingênuo imaginar que relativizando o cristianismo para legitimar o Islã vai torná-lo mais condescendente para conosco. E chama de “vocação para o suicídio” a atitude de oferecer a construção de mesquitas na Itália antes mesmo dos principais interessados a pedirem.

“Nós estamos nos tornando muçulmanos sem sermos forçados a se converter ao Islã. O que podem muçulmanos quererem mais de nós italianos ingênuos, tolos, ideologicamente coniventes e decididos a cometer suicídio?”, conclui o parlamentar europeu.

Agradecimento ao leitor Luiz Noronha pelo envio da notícia.

G. M. Ferretti | outubro 27, 2011 at 4:52 pm | Categorias: Diálogo Inter-religioso, Islamismo | Categories: Atualidades, Igreja | URL: http://wp.me/pgELf-4fQ

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Assis III: hino à “deusa” Olokun é cantado dentro da Basílica de Santa Maria dos Anjos.

by G. M. Ferretti

Dentro da basílica de São Francisco: Wande Abimbola, um curandeiro e "sacerdote" pagão africano, representante da religião ioruba, cantou um hino à "deusa" Olokun durante o terceiro encontro inter-religioso de oração e peregrinação pela Paz mundial em Assis, Itália.

Em seu discurso, ele reivindicou fidelidade às doutrinas das diversas religiões presentes: “a nossa religião, bem como as religiões praticadas por outras pessoas, são válidas e preciosas aos olhos do Todo-Poderoso”.

G. M. Ferretti | outubro 28, 2011 at 9:21 am | Categorias: Atualidades, Diálogo Inter-religioso | Categories: Atualidades, Igreja | URL: http://wp.me/pgELf-4fW

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Editorial de Rorate-Caeli: Assis Ignorado.

by G. M. Ferretti

Por Rorate-Caeli | Tradução: Fratres in Unum.com

Aparentemente é verdade: como um comentarista notou em seu próprio país, excluindo alguns diários italianos (e RAI, a rede estatal italiana, que ajudou a transmiti-lo), o encontro de Assis gerou apenas notas genéricas pelas agências de notícias reproduzidas por jornais nacionais ou locais. Na maioria das fontes principais, ele foi ignorado.

Tal fato deveria ser visto:

(1) Como algo bom, e talvez resultado de um bem sucedido esforço de minimizar a importância do evento? ou

(2) Como algo não especificamente bom, no sentido de que ele nutre a atual noção de que o Papado (e tudo o que ele representa) está progressivamente se tornando irrelevante (como na repetida ideia de que o Vaticano agora se sente tão sem importância como a República de Veneza antes de sua queda perante as tropas napoleônicas)?

Independente do que foi dito ou feito ontem em Assis, eventos como esse ocorrido lá tendem a ser retratados ou vistos no mundo secularizado como uma confirmação do que eles veem como irrelevância ou ostentação vazia da fé em geral – para muitos homens e mulheres, uma assembleia de líderes religiosos pode parecer mais despropositadamente patética ou causadora de pena do que inspiradora ou escandalosa. Talvez tenha chegado a hora da hierarquia eclesiástica deixar para trás algumas noções frívolas da segunda metade do século XX, inclusive a de promoção de um “movimento pela paz” amorfo.

[Imagem: Ludovico Manin, último Doge da Sereníssima República de Veneza.]

G. M. Ferretti | outubro 28, 2011 at 12:22 pm | Categorias: Diálogo Inter-religioso | Categories: Atualidades, Igreja | URL: http://wp.me/pgELf-4g0

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Compilação e transcrição para este blogue por

António Fonseca

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