Nº 1074-2 - A RELIGIÃO DE JESUS - 16 DE OUTUBRO DE 2011 - XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM

 

Nº 1074-2

Do livro , A RELIGIÃO DE JESUS, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com:

tradução de espanhol para português, por António Fonseca

O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente. AF.

 

16 de Outubro de 2011

 

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

Mt 22, 15-21

 

Então, os fariseus reuniram-se para combinar como O haviam de surpreender nas Suas próprias palavras. Enviaram-Lhe os seus discípulos, acompanhados de herodianos, a dizer-Lhe: «Mestre, sabemos que és sincero e que ensinas o caminho de Deus segundo a verdade, sem Te preocupares com ninguém, pois não olhas à condição das pessoas. Diz-nos, portanto, o Teu parecer: É lícito ou não pagar o imposto a César?» Jesus, conhecendo-lhes a malícia retorquiu: «Porque Me tentais, hipócritas?» «Mostrai-me a moeda do imposto». Eles apresentaram-lhe um denário. «De quem, perguntou, é esta imagem e esta inscrição?» «De César», responderam. Disse-lhes, então: «Dai, pois a César, o que é de César e a Deus o que é de Deus». Quando isto ouviram, ficaram maravilhados e, deixando-O retiraram-se.

 

1. As relações entre a religião e a política têm sido, geralmente, relações intensas e de conveniência. Sobretudo, em assuntos económicos. Porque o poder religioso e o poder político necessitam-se mutuamente e favorecem-se em tudo o que tem estado ao seu alcance. Em concreto, o que tantas vezes tem ocorrido é que o poder político tem favorecido o poder religioso, mediante donativos ou mediante isenções fiscais: e, por sua vez, o poder religioso tem apoiado o poder político “legitimando” as decisões do rei, do imperador, do chefe de Estado, etc.. Isto de resto, é sobremaneira conhecido.

 

2. No tempo de Jesus, como é sabido, os judeus tinham que pagar impostos aos romanos. Ou seja, o povo judeu, não só tinha que suportar a humilhação de se ver dominado pela grande potência do império, mas além disso a pobre gente via-se obrigada a pagar os impostos ao Imperador. Como é lógico, as pessoas resistiam a pagar os referidos impostos, que não eram utilizados para melhorar as condições de vida dos judeus, mas sim para custear os legionários romanos que se passeavam pelas ruas de todos os povoados da Palestina. Daí que perguntar a Jesus pelo tema dos impostos era colocá-lo num aperto. Se dissesse que haviam de pagar, tinha que enfrentar o povo; e se dizia que não, enfrentava-se com os militares romanos. A pergunta dos fariseus era uma pergunta envenenada.

 

3. A famosa resposta de Jesus pôs o dedo na chaga; ao dizer que dessem a César o imposto e a Deus o que Deus queria, Jesus veio dizer-lhes: o problema que aqui temos não se arranja negando-se a pagar os impostos. Este problema só se arranja no dia em que deis a Deus o culto que Ele merece. Que não era o culto que se dava no templo, com o consentimento de Roma, em troca dos sacerdotes dizerem a toda a gente que havia que pagar a Roma o que era pedido. O culto que Jesus queria não era o culto do templo, mas sim o culto “em espírito e em verdade” (Jo 34, 21-24). E esse culto é o culto da liberdade ante os poderes deste mundo, sem “encomendas nem apanhados”, mas sim com a liberdade do que diz a cada um o que tem de ser dito. E isso é o que os fariseus não estavam dispostos a fazer.

 

Compilação por

António Fonseca

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NOTA FINAL:

Desejo esclarecer que os comentários aos textos do Evangelho, aqui expressos, são de inteira responsabilidade do autor do livro A RELIGIÃO DE JESUS e, creio eu… apenas retratam a sua opinião – e não a minha ou de qualquer dos meus leitores, que eventualmente possam não estar de acordo com ela. Eu apenas me limito a traduzir de espanhol para português os Comentários e NEM EU NEM NINGUÉM ESTÁ OBRIGADO A ESTAR DE ACORDO. Desculpem e obrigado. AF.

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