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Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com:
tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
24 de Junho – DIA DE S. JOÃO BAPTISTA
Lc 1, 57-66. 80
Nascimento de João – Chegou entretanto o dia em que Isabel devia dar à luz e teve um filho. Os seus vizinhos e parentes sabendo que o Senhor manifestara nela a Sua misericórdia rejubilaram com ela. Ao oitavo dia vieram, circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias; mas, tomando a palavra, a mãe disse: «Não, há-de chamar-se João». Disseram-lhe: «Não há ninguém na tua família que tenha esse nome!» Então, por sinais, perguntaram ao pai como queria que ele se chamasse. Este, pedindo uma placa, escreveu: «O seu nome é João». E todos se admiraram. Imediatamente abriu-se-lhe a boca, a língua desprendeu-se-lhe, e começou a falar, bendizendo a Deus. O temor apoderou-se de todos os seus vizinhos e por toda a montanha da Judeia se divulgaram aqueles factos. Quantos os ouviam, retinham-nos na memória e diziam a si próprios: «Quem virá a ser este menino?» E, de facto, a mão do Senhor estava com ele. (…) Entretanto, o menino crescia e o seu espírito robustecia-se. E viveu no deserto até ao dia da sua apresentação a Israel.
1. Atualmente está bastante aceite, entre os estudiosos do evangelho de Lucas, a ideia que os dados que oferece este evangelho sobre o nascimento de João Baptista não são demasiado fiáveis. De maneira, que, como se há dito, “podemos prescindir (destes dados) sem grandes remorsos” (J. P. Meier, Walter Wink). Não se trata aqui de analisar este julgamento com mais detenção. Basta insistir em que se trata de um julgamento fiável. Então, resta algo em pé do que nos foi dito por Lucas sobre as origens de João Baptista?
2. O mais seguro, que se pode aceitar deste relato, é o facto de que João foi o único filho de um sacerdote judeu que oficiava no templo de Jerusalém. Este dado é particularmente valioso. Porque nos vem dizer que o filho único de um sacerdote de Jerusalém teria o grave dever de continuar a tarefa e a dedicação do pai na sua função e assegurar, mediante o matrimónio e a procriação, a continuidade da linha sacerdotal. Mas João não quis seguir a “vocação”do pai. Quer dizer, João afastou-se do sacerdócio, do culto e do templo. Não quis ser um homem do sistema. E pensou que seu destino estava entre os ascetas do deserto. Para orientar sua vida como um profeta, que teria como destino abrir novos caminhos à religiosidade estabelecida.
3. Se João foi efetivamente o precursor de Jesus, o nascimento e o destino que assumiu João vem dizer-nos que os caminhos de Jesus não eram os caminhos da religião estabelecida. João anunciaria a aparição de um profeta, não ligado à religião dos sacerdotes e do templo, mas comprometido com o povo ignorante, simples e afastado da religião oficial. Não porque Jesus fosse um homem sem religião, mas sim o contrário: a religiosidade de Jesus foi indizivelmente mais exigente que a de todos os sacerdotes e funcionários do culto oficial. Nem João, nem Jesus, foram homens instalados, privilegiados, “selecionados entre os selecionados”. O próprio João e Jesus entenderam a vida inteiramente ligada a uma ética austera e orientada para a felicidade e humanização dos demais.
Compilação por
António Fonseca
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