domingo, 24 de junho de 2012

Nº 1325-2 - IN MEMORIAN do Padre Mário Salgueirinho - 23 de Junho de 2012

Caros Amigos:

Por ser véspera de S. João, (Padroeiro da Cidade do Porto) e, também, porque não tive tempo livre suficiente para o fazer, não me foi possível publicar ontem, sábado, mais textos dos livros “Caminhos de Felicidade” e “Dar é receber” pelo que só hoje (e só a esta hora (20,40 h) é que o consegui, pelo que solicito a vossa melhor compreensão. .António Fonseca

 

(Post para publicação em 23 de Junho de 2012 mas que só o pôde ser hoje dia 24, 20,40 horas).

 

(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)

Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.
Que descanse em paz com as honras do Senhor.
18\06\1927 - 29\10\2011

 

Do livro “Caminhos da Felicidade”

 

A Esponja e a Pedra

 

Nós que pensamos e falamos, transmitindo o nosso pensamento, conseguimos dar linguagem aos animais e até às coisas inorgânicas.

Ouçamos este diálogo entre uma esponja e um seixo. Alguém mergulhou num, balde de água uma esponja humilde. Ela bebeu, bebeu, até não poder mais, até ficar ensopada e cheia.

Entretanto, uma pedra dura e roliça repousava passiva no fundo do balde, onde se aninhava comodamente.

A esponja quebrou o silêncio e disse: – “Gosto de estar embebida em água fresca. Conservo esta frescura durante muito tempo. E posso refrescar as mãos ou o corpo daqueles que me utilizam e até derramar um pouco de esperança sobre a raiz de uma planta moribunda”.

O seixo, duro e egoísta, respondeu: – “Ninguém, nem mesmo a água, consegue devassar o meu interior e a minha privacidade. Se me abrirem, encontrar-me-ão totalmente seco…”

A esponja respondeu: – “E não sentes tristeza e frustração por não conseguires orvalhar pelo menos uma flor?…”

*

Se observarmos bem, verificamos que estamos num mundo de corações duros e frios, como seixos. Corações indiferentes ao sofrimento alheio, às carências alheias…

É verdade que aqui e acolá se encontram, felizmente, algumas almas generosas e altruístas.

Mas há imensa falta de corações-esponjas!…

 

Porto, Dezembro de 1998

Mário Salgueirinho

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Do livro “Dar é receber”

 

BELA FORMA DE SOLIDARIEDADE

 

Há muitas formas de expressar a nossa solidariedade para com os outros. Algumas insólitas e até curiosas, como esta que vou narrar.

Conversou comigo um jovem padre, capelão militar. Contou-me este episódio interessante que ocorreu com ele, e com um  jovem médico militar.

Ambos faziam parte de uma missão militar na Bósnia. Passavam várias vezes à porta de uma mulher idosa, sentada à porta de casa com um ar tristonho.

Pensaram que não teria ninguém nem de família nem de amizade.

Um dia, pararam junto dela e perguntaram se vivia só e se não tinha família. A temperatura era negativa e ela tiritava de frio.

- Não tem nenhum  aquecimento? – perguntou o padre-capelão.

- Não tenho quem me corte a lenha e não tenho forças! – respondeu, apontando uns toros ali amontoados.

- Tem aí um machado? – perguntaram.

A senhora indicou-lhes um velho machado e o sacerdote e o médico começaram a rachar lenha à vez. Trabalharam duas horas. Calejaram um  pouco as mãos por não estarem habituados àqueles trabalhos. Proporcionaram àquela mulher um pouco de calor para a sua solidão.

Há tantas maneiras de fazer bem aos outros.

A virtude está em observar o que falta e como se pode dar aos outros um pouco de felicidade.

Na caminhada quaresmal, olhar atento para ver e coração para amar…

 

Porto, Dezembro/2003

Mário Salgueirinho

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Voltarei na próxima semana, se Deus quiser.

Obrigado pela vossa atenção.

António Fonseca

http://es.catholic.net; http://santiebeati.it; http://jesuitas.pt; http://bibliaonline.com.br/acf

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