Caros Amigos:
Por ser véspera de S. João, (Padroeiro da Cidade do Porto) e, também, porque não tive tempo livre suficiente para o fazer, não me foi possível publicar ontem, sábado, mais textos dos livros “Caminhos de Felicidade” e “Dar é receber” pelo que só hoje (e só a esta hora (20,40 h) é que o consegui, pelo que solicito a vossa melhor compreensão. .António Fonseca
(Post para publicação em 23 de Junho de 2012 mas que só o pôde ser hoje dia 24, 20,40 horas).
(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)
Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.
Que descanse em paz com as honras do Senhor.
18\06\1927 - 29\10\2011
Do livro “Caminhos da Felicidade”
A Esponja e a Pedra
Nós que pensamos e falamos, transmitindo o nosso pensamento, conseguimos dar linguagem aos animais e até às coisas inorgânicas.
Ouçamos este diálogo entre uma esponja e um seixo. Alguém mergulhou num, balde de água uma esponja humilde. Ela bebeu, bebeu, até não poder mais, até ficar ensopada e cheia.
Entretanto, uma pedra dura e roliça repousava passiva no fundo do balde, onde se aninhava comodamente.
A esponja quebrou o silêncio e disse: – “Gosto de estar embebida em água fresca. Conservo esta frescura durante muito tempo. E posso refrescar as mãos ou o corpo daqueles que me utilizam e até derramar um pouco de esperança sobre a raiz de uma planta moribunda”.
O seixo, duro e egoísta, respondeu: – “Ninguém, nem mesmo a água, consegue devassar o meu interior e a minha privacidade. Se me abrirem, encontrar-me-ão totalmente seco…”
A esponja respondeu: – “E não sentes tristeza e frustração por não conseguires orvalhar pelo menos uma flor?…”
*
Se observarmos bem, verificamos que estamos num mundo de corações duros e frios, como seixos. Corações indiferentes ao sofrimento alheio, às carências alheias…
É verdade que aqui e acolá se encontram, felizmente, algumas almas generosas e altruístas.
Mas há imensa falta de corações-esponjas!…
Porto, Dezembro de 1998
Mário Salgueirinho
======================================
Do livro “Dar é receber”
BELA FORMA DE SOLIDARIEDADE
Há muitas formas de expressar a nossa solidariedade para com os outros. Algumas insólitas e até curiosas, como esta que vou narrar.
Conversou comigo um jovem padre, capelão militar. Contou-me este episódio interessante que ocorreu com ele, e com um jovem médico militar.
Ambos faziam parte de uma missão militar na Bósnia. Passavam várias vezes à porta de uma mulher idosa, sentada à porta de casa com um ar tristonho.
Pensaram que não teria ninguém nem de família nem de amizade.
Um dia, pararam junto dela e perguntaram se vivia só e se não tinha família. A temperatura era negativa e ela tiritava de frio.
- Não tem nenhum aquecimento? – perguntou o padre-capelão.
- Não tenho quem me corte a lenha e não tenho forças! – respondeu, apontando uns toros ali amontoados.
- Tem aí um machado? – perguntaram.
A senhora indicou-lhes um velho machado e o sacerdote e o médico começaram a rachar lenha à vez. Trabalharam duas horas. Calejaram um pouco as mãos por não estarem habituados àqueles trabalhos. Proporcionaram àquela mulher um pouco de calor para a sua solidão.
Há tantas maneiras de fazer bem aos outros.
A virtude está em observar o que falta e como se pode dar aos outros um pouco de felicidade.
Na caminhada quaresmal, olhar atento para ver e coração para amar…
Porto, Dezembro/2003
Mário Salgueirinho
=========
Voltarei na próxima semana, se Deus quiser.
Obrigado pela vossa atenção.
António Fonseca
http://es.catholic.net; http://santiebeati.it; http://jesuitas.pt; http://bibliaonline.com.br/acf
Sem comentários:
Enviar um comentário
Gostei.
Muito interessante.
Medianamente interessante.
Pouco interessante.
Nada interessante.