Caros Amigos:
Conforme compromisso tomado no passado sábado, dia 2 de Junho, prossigo hoje, com a publicação dos textos que foram lidos na Rádio Renascença desde 1982 até 1998 aproximadamente, pelo saudoso Padre MÁRIO SALGUEIRINHO, nesta rubrica a que chamo IN MEMORIAN.
Post para publicação em 9 de Junho de 2012 - 10H30
António Fonseca
(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)
Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.
Que descanse em paz com as honras do Senhor.
18\06\1927 - 29\10\2011
Do livro “Caminhos da Felicidade”
SALVA PELO TELEFONE
Quantas tragédias, quantos suicídios tem evitado o Telefone da Amizade. Quanta gente, em horas de desespero por doenças, por desgostos, por solidão, quanta gente liga para o Telefone da Amizade e encontra uma palavra anónima, que parece vir do além, trazendo coragem e luz e serenidade..
Mas o telefone, mesmo sem ser o SOS da amizade, tem sido, muitas vezes, um salva-vidas anónimo. Quanta paz e alegria e felicidade transmitidas pelo telefone.
Ainda ontem li num diário a notícia de uma senhora portuguesa, residente no Brasil, que foi salva de suicídio pelo telefone.
Essa senhora, desesperada por um desgosto profundo, tomara uma dose excessiva de sedativos para dar cabo da vida. Telefonou em seguida para um familiar residente em Portugal comunicando-lhe a sua loucura.
O familiar imediatamente tentou entrar em contacto com autoridades brasileiras da zona, mas não conseguiu. Tentou os bombeiros de S. Paulo e teve enorme dificuldade em fazê-los acreditar que era verdade.
Finalmente os bombeiros foram à residência indicada e encontraram a senhora em estado de inconsciência. Levada ao hospital, foi tratada e ainda foi salva. Salva pela solicitude daquela pessoa de família, através do telefone.
Mas há outros telefonemas que podem também salvar. São aquelas ligações que fazemos a Deus; sem dificuldade de ligação, sem linhas ocupadas ou avariadas, sem interrupções e sempre atendidas.
O telefone da nossa oração que nos põe em contacto direto com Deus, a qualquer hora e em qualquer parte, pode ser um extraordinário salva-vidas, se por ele pedirmos ajuda para nós, nas horas de sofrimento, ou para tanta gente que se debate com a angústia da sua dor, do seu abandono ou da sua solidão.
Porto, Dezembro de 1998
Mário Salgueirinho
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Do livro “Dar é receber”
Reconhecer os valores dos outros
Reconhecer capacidades e valores dos outros é uma virtude nem sempre exercitada, porque a inveja, o orgulho, a incapacidade o impedem muitas vezes. O auto-suficiente, o orgulhoso, o convencido, não veem as qualidades dos outros, mesmo que sejam evidentes.
E se as reconhecem, não têm palavras para exprimir esse reconhecimento. Outras vezes é por acanhamento ou até por julgarem que as pessoas leem o pensamento e sabem que são apreciadas.
Outros deixam esse reconhecimento estimulante de valores para o fim de uma carreira ou até para depois da morte! Mas o reconhecimento espontâneo das qualidades de um empregado, de um funcionário, de um colaborador; da sua competência, da sua assiduidade, da sua disponibilidade, da sua simpatia no relacionamento, por uma palavra que exprima esse reconhecimento pode iluminar um dia de trabalho penoso ou modificar para melhor uma vida.
Quantas vezes uma palavra simples de elogio é um desafio positivo para alguém.
Uma senhora perguntou a um grande cirurgião como escolhera aquela profissão. Respondeu que em jovem era muito rebelde e indisciplinado. Estava quase a ser expulso da escola, quando, certo dia uma professora lhe disse isto, que nunca mais esqueceu: «Você tem mãos maravilhosas e sensíveis. Certamente fará coisas importantes com elas».
Quando terminou o curso, decidiu tornar-se cirurgião. E disse: «Nunca mais esqueci aquelas palavras, que recordei sempre nos tempos mais difíceis».
É no mundo familiar que este reconhecimento é mais oportuno e eficaz. As crianças precisam mais de reconhecimento das suas qualidades do que de críticas ásperas e destrutivas.
E o mesmo acontece com os esposos, que nem sempre veem as qualidades positivas do outro e omitem uma palavra de elogio que faz deslizar a felicidade.
Porto, Dezembro/2003
Mário Salgueirinho
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Voltarei na próxima semana, se Deus quiser.
Obrigado pela vossa atenção.
António Fonseca
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