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Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
20 de Abril - QUARTA-FEIRA SANTA
Mt 26, 14-25
Naquele tempo, um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes: «Quanto me dareis se eu vo-Lo entregar?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. E a partir de então, ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?» Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de um certo homem e dizei-lhe: O Mestre manda dizer: O Meu tempo está próximo; é em tua casa que quero celebrar a Páscoa com os Meus discípulos». Os discípulos fizeram como Jesus lhes ordenara e prepararam a Páscoa. Chegada a tarde, sentou-Se à mesa com os doze e quando comiam, disse: «Em verdade vos digo: Um de vós me há-de entregar». Profundamente entristecidos, começaram a dizer-Lhe, cada um por sua vez: «Porventura sou eu, Senhor?» Ele respondeu: «O que mete Comigo a mão no prato, esse Me entregará. O Filho do Homem segue o Seu caminho, como acerca d’Ele está escrito; mas ai daquele por quem o Filho do Homem vai ser entregue; melhor seria para esse homem não ter nascido!» Judas o traidor tomou a palavra e perguntou: «Porventura sou eu, Rabbi?» «Tu o disseste», respondeu Jesus.
1. É evidente que este relato, em vésperas de Quinta-feira Santa, centra a atenção dos cristãos na figura de Judas. Sobre este personagem se tem discutido muito: quem era? porque o elegeu Jesus como um dos doze? como o tratou Jesus? porque atraiçoou Jesus? Porque os evangelhos destacam tanto a este estranho personagem? As ideias dos antigos padres da Igreja, da teologia protestante e da teologia católica são muito diferentes (cf. Ulrich Luz).
2. Se nos ativermos só a aclarar estas perguntas, o mais seguro é que não cheguemos ao fundo do problema que Judas apresenta à Igreja e a cada cristão em concreto. Em que consiste esse problema? O mais claro, que há no “caso Judas”, é o facto de que entre os eleitos de Jesus e os seus mais próximos amigos (Jo 15, 14-16), entre os que habitualmente estão com ele (Mc 3, 13) e os que figuram investidos de “autoridade” (Mc 3, 15; Mt 10, 1), destinados a representar a totalidade dos escolhidos de Deus (Mt 19, 28 par), aí, nesse núcleo dos mais representativos, há cobardes (caso de Pedro) e há traidores (caso de Judas). isto – pelo menos isto - é o que a Igreja primitiva teve muito claro e muito cravado na alma.
3. Isto é algo que a igreja tem que ter sempre presente,. Porque, desde as suas origens, o considerou muito preocupante. E os factos o demonstram de sobra. A pergunta: Acaso sou eu, Senhor? deveria estar cravada em cada alma de cada crente. Mas mais, quando se trata de quem ocupa cargos de governo.
Compilação por
António Fonseca
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