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Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
23 de Abril – SÁBADO SANTO
VIGÍLIA PASCAL
Mt 28, 1-10
Passado o Sábado ao alvorecer do primeiro dia da semana, Maria de Magdala e a outra Maria foram visitar o sepulcro. Nisto, houve um grande terramoto, pois o anjo do Senhor, descendo do céu, aproximou-se e removeu a pedra, sentando-se sobre ela. O seu aspecto era como o dum relâmpago e a sua túnica branca como a neve. Os guardas, com medo dele, puseram-se a tremer e ficaram como mortos. Mas o anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Nada receeis; sei que buscais a Jesus sacrificado. Não está aqui, pois ressuscitou, como havia dito. Vinde ver o lugar onde jazia, e ide depressa dizer aos Seus discípulos: «Ele ressuscitou dos mortos e vai preceder-vos a caminho da Galileia; lá O vereis. Eis o que tinha para vos dizer». Afastando-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e de grande alegria, correram a dar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e disse-lhes: «Deus vos salve». Elas aproximaram-se, espreitaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele, Jesus disse-lhes: «Nada receeis: ide e dizei a Meus irmãos que partam para a Galileia, e lá me verão».
1. A ressurreição não é o retorno de Jesus a esta vida. Jesus já não volta a esta terra, nem entra de novo na história humana, nem o que acontece é que Jesus “revive”. Não, Jesus, “ressuscita”. Quer dizer, transcende o espaço e o tempo. Por isso, transcende as condições “desta vida”. E assim inaugura as condições da “outra vida”. Nada sabemos, nem podemos saber, do que é e com o é essa nova vida. O único que podemos dizer é que se trata da “plenitude da vida”. Ou seja, é uma vida sem limitações e que, portanto, preenche todos os anseios de vida que os humanos sentem, ainda que nos demos conta de que tais anseios estão em nós.
2. Tudo isto quer dizer obviamente que a ressurreição não é um “acontecimento histórico”, mas sim que é uma realidade que se situa “mais além da história”. A ressurreição sucedeu. E sucede. Mas não no nosso mundo, mas sim mais além do nosso mundo. Como é lógico, isto não é conhecível pela razão ou pelos sentidos. Isto só é alcançável pela fé. É, portanto, algo exposto sempre à escuridão, á dúvida, aos sentimentos de insegurança. Por isso a fé na ressurreição (a de Jesus e a nossa) é o cume da fé cristã.
3. Pelo dito, se compreende que o relato de Mateus é uma espécie de figuração histórica que não sabemos se realmente ocorreu tal como aqui se conta. E é um relato que não coincide com o que contam os outros evangelhos, que põem as aparições aos discípulos, não na Galileia, mas sim em Jerusalém. Estas contradições respondem a experiências e teologias distintas, coisa que não tem importância. O que importa é a afirmação do Ressuscitado.
Compilação por
António Fonseca
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