sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

2ª CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP XI - S. PAULO

11
Fidelidade ao único Senhor
1Oxalá pudésseis suportar um pouco da minha loucura! É claro que me suportais! 2Sinto por vós um ciúme semelhante ao ciúme de Deus. Eu entregueivos a um único esposo, a Cristo, a quem devo apresentar-vos como virgem pura. 3Receio, porém, que assim como a serpente, com a sua astúcia, seduziu Eva, os vossos pensamentos se corrompam, desviando-se da simplicidade devida a Cristo. 4De facto, se chega alguém e vos prega um Jesus diferente d’Aquele que vos pregámos, ou se vós acolheis um espírito diferente d’Aquele que recebestes, ou um evangelho diverso daquele que abraçastes, vós o suportais de bom grado. 5Todavia, não me considero inferior em coisa alguma a esses «superapóstolos!» 6Ainda que eu não seja hábil no falar, eu sou-o no saber. Em tudo e de todos os modos, já demonstrámos isso.
Acção pastoral desinteressada
7Será que foi um erro meu humilhar-me para vos exaltar, porque vos anunciei gratuitamente o Evangelho de Deus? 8Despojei outras Igrejas, recebendo delas o necessário para viver, a fim de vos servir. 9E quando passei necessidade entre vós, não fui pesado a ninguém, porque os irmãos que vieram da Macedónia supriram às minhas necessidades. Em tudo evitei ser-vos pesado e continuarei a evitá-lo. 10Pela verdade de Cristo que está em mim, declaro que esse título de glória não me será tirado nas regiões da Acaia. 11E porquê? Será porque não vos amo? Deus o sabe!
12O que faço, continuarei a fazê-lo, a fim de tirar qualquer pretexto àqueles que procuram algum para se gabarem dos mesmos títulos que nós temos. 13Esses tais são falsos apóstolos, operários fraudulentos, disfarçados de apóstolos de Cristo. 14E não é de estranhar! O próprio Satanás se disfarça em anjo de luz! 15Por isso, não me surpreendo de que os ministros de Satanás se disfarcem como servidores da justiça. Mas o fim deles corresponderá às suas obras.
Títulos que testemunham
16Repito: que ninguém me considere louco, ou então: que me suportem como louco, a fim de que também eu possa gabar-me um pouco. 17O que vou dizer, não o direi conforme o Senhor, mas como louco, certo de que tenho motivos para me gabar. 18Visto que muitos se gabam dos seus títulos humanos, também eu vou gabar-me. 19Vós, assim tão sensatos, suportais de boa vontade os loucos. 20E suportais que vos escravizem, que vos devorem, que vos despojem, que vos tratem com soberba, que vos esbofeteiem. 21Digo isto para vossa vergonha: até parece que nós é que somos fracos...
Aquilo que outros têm a ousadia de apresentarfalo como loucoeu também tenho.
22São hebreus? Eu também. São israelitas? Eu também. São descendentes de Abraão? Eu também. 23São ministros de Cristo? Falo como louco: eu sou-o muito mais. Muito mais pelas fadigas; muito mais pelas prisões; infinitamente mais pelos açoites; frequentemente em perigo de morte; 24dos judeus recebi cinco vezes os quarenta golpes menos um. 25Fui flagelado três vezes; uma vez fui apedrejado; três vezes naufraguei; passei um dia e uma noite no alto mar. 26Fiz muitas viagens. Sofri perigos nos rios, perigos por parte dos ladrões, perigos por parte dos meus irmãos de raça, perigos por parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos por parte dos falsos irmãos. 27Mais ainda: morto de cansaço, muitas noites sem dormir, fome e sede, muitos jejuns, com frio e sem agasalho. 28E isto para não contar o resto: a minha preocupação quotidiana, a atenção que tenho por todas as Igrejas. 29Quem fraqueja, sem que eu também me sinta fraco? Quem cai, sem que eu me sinta com febre?
30Se é preciso gabar-se, é da minha fraqueza que vou gabar-me. 31O Deus e Pai do Senhor Jesus, que é bendito para sempre, sabe que não minto. 32Em Damasco, o governador do rei Aretas guardava a cidade dos damascenos com a intenção de me prender; 33mas fizeram-me descer de uma janela, ao longo da muralha, dentro de um cesto; e assim eu escapei das mãos dele.
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11,1-6: Como um pai conduz a filha ao noivo para o casamento, Paulo conduziu a comunidade de Corinto a Cristo. Agora ele teme que essa Igreja se deixe seduzir por falsos apóstolos, que apresentam evangelhos diferentes. A imagem do matrimónio exprime intimidade e pertença. Para o Apóstolo, cada comunidade está profundamente ligada a Jesus, seu Senhor único e exclusivo; e ninguém tem o direito de se apoderar de uma comunidade cristã.
7-15: O auxílio financeiro que Paulo recebe destina-se à evangelização e não a ele próprio. Além disso, frequentemente ele prefere exercer o ministério de maneira gratuita, para que não haja críticas ou objecções ao seu único interesse: servir as comunidades sob a sua coordenação. Em Corinto, provia ao seu sustento fabricando tendas (cf. Act 18,3).
16-33: Paulo não abusa da sua autoridade de Apóstolo para se impor às comunidades. Os títulos que apresenta de si próprio, mais do que diplomas que possam dar prestígio pessoal, são as suas lutas, sofrimentos, preocupações e perseguições, pelas quais passou no incansável trabalho de evangelização. A sua compaixão pelos mais fracos recomenda-o acima de todos os «super-apóstolos» que usam os seus títulos para explorar as comunidades por onde passam.
ver http://diocese-porto.pt ver http://ecclesia.pt/anopaulino A seguir Capítulo XII - 2ª carta António Fonseca

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