quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP IV - S. PAULO

4

Só Deus pode julgar
1Que os homens nos considerem como servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus. 2Ora, o que se espera dos administradores é que sejam dignos de confiança. 3Quanto a mim, pouco me importa ser julgado por vós ou por qualquer tribunal humano. Nem eu me julgo a mim mesmo. 4É verdade que a minha consciência de nada me acusa, mas isso não significa que eu esteja inocente: quem me julga é o Senhor. 5Ele porá às claras tudo o que se esconde nas trevas e manifestará as intenções dos corações. Então, cada um vai receber de Deus o louvor que lhe corresponde.
Cristãos acomodados e Apóstolos perseguidos
6Irmãos, vós obrigastes-me a aplicar estas verdades a Apolo e a mim. Aprendei a não vos sentirdes superiores por serdes partidários de um contra o outro. 7Vejamos: em que és mais do que os outros? O que é que possuis que não tenhas recebido? 8Já estais ricos e satisfeitos e sentis-vos reis sem nós! Tomara mesmo que vos tivésseis tornado reis; assim nós também poderíamos reinar convosco! 9Pelo que vejo, Deus reservou o último lugar para nós que somos Apóstolos, como se estivéssemos condenados à morte, porque nos tornámos espectáculo para o mundo, para os anjos e para os homens! 10Nós somos loucos por causa de Cristo; e vós, como sois prudentes em Cristo! Nós somos fracos, vós sois fortes! Vós sois bem considerados, nós somos desprezados! 11Até agora passámos fome, sede, frio e maus tratos; não temos lugar certo para morar; 12e esgotamo-nos, trabalhando com as nossas próprias mãos. Somos amaldiçoados, e abençoamos; perseguidos, e suportamos; 13caluniados, e consolamos. Até hoje somos considerados como o lixo do mundo, o esterco do universo.
Testemunho que educa
14Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos chamar a atenção, como se faz com filhos queridos. 15De facto, ainda que tivésseis dez mil pedagogos em Cristo, não teríeis muitos pais, porque fui eu quem vos gerou em Jesus Cristo, através do Evangelho. 16Portanto, dou-vos um conselho: sede meus imitadores. 17Foi para isso que vos enviei Timóteo, meu filho amado e fiel no Senhor; ele fará com que vos lembreis das minhas normas de vida em Jesus Cristo, aquelas mesmas que eu ensino por toda a parte, em todas as Igrejas. 18Alguns encheram-se de orgulho, como se eu nunca mais fosse visitar-vos. 19Contudo, se o Senhor quiser, brevemente irei ter convosco, e então verei não o que esses orgulhosos dizem, mas o que fazem.20Pois o Reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder. 21Que preferis: que vos visite com a vara, ou com amor e suavidade?
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4,1-6: Escolhido para o ministério da nova aliança, o Apóstolo não pode falsificar o Evangelho em busca de uma glória pessoal. Iluminado por Cristo, ele torna-se, pelo testemunho, luz para iluminar toda a consciência que não se deixa seduzir pelos deuses deste mundo, isto é, pelas forças que pervertem a vida humana.

7-15: A vida de Paulo parece frustração e fracasso diante do êxitoque os novos mestres de doutrina conseguem. O prestígio fácil, porém, não é sinal de Evangelho autêntico. Este provoca sempre conflitos e perseguições, fazendo que a testemunha participe do caminho de Jesus em direcção à morte e à ressurreição. E um primeiro aspecto dessa ressurreição já se manifesta no testemunho vivo da comunidade, que foi gerada pelo testemunho do Apóstolo, cuja fraqueza humana se torna instrumento da força de Deus.

4,16-5,10: Para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo. Mas, para quem está comprometido na fé e segue a Jesus, a morte é uma passagem para a dimensão definitiva da vida. O nosso corpo mortal desgasta-se e desfaz-se na vida terrestre; mas, através da ressurreição, Deus leva o nosso ser à vida plena. Paulo emprega uma imagem muito familiar no Oriente: quando retomam a caminhada, os nómadas do deserto desmontam a tenda do acampamento porque o deserto não é a sua moradia estável. O mesmo acontece connosco: este mundo é o lugar onde vivemos e construímos a nossa história, cujo fim é a comunhão e participação na própria vida divina.
em seguida capítulo 5
António Fonseca

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