sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP XV - S. PAULO

4. A ressurreição dos mortos

15

Cristo ressuscitado, fundamento da nossa
1Irmãos, lembro-vos o Evangelho que vos anunciei, que recebestes e no qual permaneceis firmes. 2É pelo Evangelho que sereis salvos, contanto que o guardeis do modo como eu vo-lo anunciei; de contrário, tereis acreditado em vão. 3Transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi, isto é: Cristo morreu pelos nossos pecados, conforme as Escrituras; 4foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, conforme as Escrituras; 5apareceu a Pedro e depois aos Doze. 6Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma só vez; a maioria deles ainda vive e alguns já morreram.

7Depois apareceu a Tiago e, a seguir, a todos os Apóstolos. 8Em último lugar apareceu-me também a mim, que sou um aborto. 9De facto eu sou o menor dos Apóstolos e não mereço ser chamado Apóstolo, pois persegui a Igreja de Deus. 10Mas aquilo que sou devo-o à graça de Deus; e a graça que Ele me deu não foi estéril. Pelo contrário: trabalhei mais do que todos eles; não eu, mas a graça de Deus que está comigo. 11Portanto, aqui está o que nós pregamos, tanto eu como eles; aqui está aquilo em que vós acreditastes. Se os mortos não ressuscitam... — 12Ora, se nós pregamos que Cristo ressuscitou dos mortos, como é que alguns de vós dizem que não há ressurreição dos mortos? 13Se não há ressurreição dos mortos, então Cristo também não ressuscitou; 14e, se Cristo não ressuscitou, a nossa pregação é vazia e também é vazia a fé que tendes. 15Se os mortos não ressuscitam, então somos testemunhas falsas de Deus, pois testemunhamos contra Deus, quando dizemos que Deus ressuscitou a Cristo. 16Pois, se os mortos não ressuscitam, Cristo também não ressuscitou. 17E, se Cristo não ressuscitou, a fé que tendes é ilusória e ainda permaneceis nos vossos pecados. 18E, desse modo, aqueles que morreram em Cristo estão perdidos. 19Se a nossa esperança em Cristo é somente para esta vida, nós somos os mais infelizes de todos os homens.
Deus será tudo em todos
20Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos como primeiro fruto dos que morreram. 21De facto, já que a morte veio através de um homem, também por um homem vem a ressurreição dos mortos. 22Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos receberão a vida. 23Cada um, porém, na sua própria ordem: Cristo, como primeiro fruto; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24A seguir, chegará o fim, quando Cristo entregar o Reino a Deus Pai, depois de ter destruído todo o principado, toda a autoridade, todo o poder. 25Pois é preciso que Ele reine, até que tenha posto todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. 26O último inimigo a ser destruído será a morte, 27pois Deus tudo colocou debaixo dos pés de Cristo. Mas, quando se diz que tudo Lhe será submetido, é claro que se deve excluir Deus, que tudo submeteu a Cristo. 28E quando todas as coisas Lhe tiverem sido submetidas, então o próprio Filho Se submeterá Àquele que tudo Lhe submeteu, para que Deus seja tudo em todos.
O testemunho é prova da ressurreição
29Se não fosse assim, que ganhariam aqueles que se fazem baptizar em favor dos mortos? Se os mortos realmente não ressuscitam, porquê fazer-se baptizar em favor deles? 30E nós mesmos, porque nos expomos ao perigo a todo o momento? 31Diariamente corro perigo de morte, tão certo, irmãos, quanto sois vós a minha glória em Jesus Cristo nosso Senhor. 32Para mim, de que teria adiantado lutar contra os animais em Éfeso, se eu tivesse apenas interesses humanos? Se os mortos não ressuscitam, comamos e bebamos, pois amanhã morreremos. 33Não vos deixeis iludir: as más companhias corrompem os bons costumes. 34Voltai a viver a vida séria e correcta; e não pequeis. Pois alguns de vós ignoram tudo a respeito de Deus. Digo isto para que sintais vergonha.
Seremos semelhantes a Cristo ressuscitado
35Todavia alguém dirá: «Como é que os mortos ressuscitam? Com que corpo voltarão?» 36Insensato! Aquilo que semeias não volta à vida, a não ser que morra. 37E o que semeias não é o corpo da futura planta que deve nascer, mas simples grão de trigo ou de qualquer outra espécie. 38A seguir, Deus dá-lhe corpo como quer: Ele dá a cada uma das sementes o corpo que lhe é próprio. 39Nenhuma carne é igual às outras: a carne dos homens é de um tipo, a dos animais é de outro, e de outro a das aves e de outro ainda a dos peixes. 40Há corpos celestes e há corpos terrestres. O brilho dos celestes, porém, é diferente do brilho dos terrestres. 41Uma coisa é o brilho do Sol, outra o brilho da Lua, e outra o brilho das estrelas. E até de estrela para estrela.
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15,1-11: A certeza da fé cristã baseia-se num facto: a ressurreição de Cristo. Paulo recorda o ensinamento tradicional da Igreja, e confirma-o enumerando as testemunhas que viram Cristo ressuscitado. Encontramos aqui os traços principais do Credo e, ao mesmo tempo, o mais antigo testemunho escrito sobre o ensinamento primitivo da Igreja a respeito das aparições de Jesus Cristo.
12-19: Em Corinto, alguns pensavam que, depois da morte, a alma imortal continuava a viver sozinha, abandonando a matéria e o corpo, que são considerados coisas más e inferiores. Outros pensavam que tudo terminava com a morte e que era melhor aproveitar o momento presente. Paulo mostra que ambas as opiniões são contrárias ao núcleo da fé cristã, porque se os mortos não ressuscitam verdadeiramente, nem Cristo ressuscitou.
20-28: Dois estados da Humanidade se opõem: o pecado e a morte, dos quais Adão é o símbolo; a graça e a vida, realizadas em Cristo (cf. Rm 5,17-21). A partir do pecado, existem na sociedade forças e estruturas que invertem o destino humano, desagregando, pervertendo, e até mesmo levando os homens à morte. Cristo foi morto por essas estruturas, mas Deus ressuscitou-O e deu-Lhe poder para as destruir. Após vencer essas forças, também a morte será vencida; então, o triunfo será definitivo. Unida a Cristo, a Humanidade estará de novo submetida a Deus e o Reino de Deus manifestar-se-á completamente.
29-34: Dois argumentos apoiam a fé na ressurreição: o baptismo pelos mortos e o testemunho cristão que não teme a morte. Quanto ao baptismo pelos mortos, trata-se de um rito desconhecido com que os cristãos procuravam assegurar a salvação dos seus parentes falecidos.

35-49: Não se pode imaginar a ressurreição como simples reviver, ou simples regresso às condições da vida terrestre. O ser humano passará para uma condição inteiramente nova: este corpo «animal», mortal, que nos foi transmitido pelos nossos pais, torna-se «espiritual», isto é, recebe vida nova do Espírito que Cristo nos dá. Paulo usa diversas imagens para nos dar a ideia da transfiguração pela qual passaremos. Nenhuma delas, porém, é capaz de dar uma ideia completa da misteriosa e real transformação que nos tornará semelhantes ao próprio Cristo ressuscitado.
50-53: Paulo imagina que Cristo há-de voltar antes que a sua geração morra; os mortos ressuscitarão e os que estiverem vivos serão transformados. Deste modo, ele salienta que a ressurreição não é apenas retorno à vida.
54-58: Depois que Cristo ressuscitou, nenhum tipo de morte terá a vitória final. Esta vitória de Cristo sobre a morte é também vitória contra o pecado, que introduz e alimenta a morte no mundo, e contra a lei, que mostra o que é pecado, mas não dá forças para o vencer. Quem acredita em Jesus ressuscitado pode cantar desde já o triunfo da vida.
Segue-se a Introdução da 2ª Carta aos Corintíos e 1º Capítulo
António Fonseca

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