sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP XIV - S. PAULO

14
Carismas e bem comum
1Procurai o amor. Entretanto, aspirai aos dons do Espírito, principalmente à profecia. 2Pois aquele que fala línguas não fala aos homens, mas a Deus. Ninguém o entende, pois ele, em espírito, diz coisas incompreensíveis. 3Mas aquele que profetiza fala aos homens: edifica, exorta, consola. 4Aquele que fala línguas edifica-se a si mesmo, ao passo que aquele que profetiza edifica a assembleia. 5Eu desejo que todos vós faleis línguas, mas prefiro que profetizeis. Aquele que profetiza é maior do que aquele que fala línguas, a menos que ele mesmo as interprete, para que a assembleia seja edificada.
6Suponde, irmãos, que eu vá ter convosco falando em línguas: como vos seria útil, se a minha palavra não vos levasse nem revelação, nem ciência, nem profecia, nem ensinamento? 7O mesmo acontece com os instrumentos musicais, como a flauta ou a cítara: se não produzirem sons distintos, como reconhecer quem toca a flauta ou quem toca a cítara?
8E se a trombeta produzir um som confuso, quem se preparará para a guerra? 9Assim também vós: se a vossa linguagem não se exprime em palavras inteligíveis, como se poderá compreender o que dizeis? Sereis como quem fala ao vento. 10No mundo existem não sei quantas espécies de linguagem e não existe nada sem linguagem. 11Ora, se eu não conheço a força da linguagem, serei como estrangeiro para aquele que fala, e aquele que fala será um estrangeiro para mim. 12Assim também vós: já que aspirais aos dons do Espírito, procurai tê-los em abundância para edificardes a Igreja.
13Por isso, aquele que fala em línguas deve rezar para que ele mesmo possa interpretá-las. 14Se rezo em línguas, o meu espírito está em oração, mas a minha inteligência não colhe fruto nenhum. 15O que fazer então? Rezarei com o meu espírito, mas rezarei também com a minha inteligência; cantarei com o meu espírito, mas cantarei também com a minha inteligência. 16De facto, se é apenas com o teu espírito que dás graças a Deus, como poderá o ouvinte não iniciado dizer «Ámen» ao agradecimento que fazes, uma vez que ele não sabe o que dizes? 17A acção de graças que fazes é sem dúvida valiosa, mas o outro não se edifica. 18Agradeço a Deus por falar em línguas mais do que todos vós. 19Numa assembleia, porém, prefiro dizer cinco palavras com a minha inteligência para instruir também os outros, que dizer dez mil palavras em línguas. 20Irmãos, não sejais crianças quanto ao modo de julgar; sede crianças quanto à malícia, mas quanto ao modo de julgar sede adultos. 21Está escrito na Lei: «Falarei a este povo por meio de homens de outra língua e por meio de lábios estrangeiros, e mesmo assim eles não Me escutarão, diz o Senhor». 22Portanto, as línguas são um sinal, não para os que acreditam, mas para os que não acreditam. A profecia, ao contrário, não é para os incrédulos, mas para os que acreditam. 23Por exemplo: se a Igreja se reunir e todos falarem em línguas, será que os simples ouvintes e os incrédulos que entrarem não vão dizer que estais loucos? 24Ao contrário, se todos profetizarem, o incrédulo ou o simples ouvinte que entrar sentir-se-á persuadido do seu erro por todos, julgado por todos; 25e os segredos do seu coração serão desvendados; ele prostrar-se-á com o rosto por terra, adorará a Deus e proclamará que Deus está realmente no meio de vós.
A ordem nas reuniões
26Que fazer então, irmãos? Quando estais reunidos, cada um pode entoar um cântico, dar um ensinamento ou revelação, falar em línguas ou interpretá-las. Mas que tudo seja para edificação! 27Se existe alguém que fale em línguas, falem dois ou no máximo três, um após o outro. E que alguém as interprete. 28Se não há intérprete, que o irmão se cale na assembleia; fale a si mesmo e a Deus. 29Quanto aos profetas, que dois ou três falem, e os outros profetas dêem o seu parecer. 30Se alguém que está sentado recebe uma revelação, cale-se aquele que está a falar. 31Todos vós podeis profetizar, mas um após outro, para que todos sejam instruídos e encorajados. 32Os espíritos dos profetas estão submissos aos profetas. 33Pois Deus não é um Deus de desordem, mas de paz.
34Que as mulheres fiquem caladas nas assembleias, como se faz em todas as Igrejas dos cristãos, pois não lhes é permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como diz também a Lei. 35Se desejam instruir-se sobre algum ponto, perguntem aos maridos em casa; não é conveniente que a mulher fale nas assembleias. 36Porventura a Palavra de Deus teve a sua origem em vós? Ou fostes vós os únicos que a recebestes? 37Se alguém julga ser profeta ou inspirado pelo Espírito, reconheça um mandamento do Senhor nas coisas que vos escrevo. 38Todavia, se alguém não reconhecer isso, é porque também não é reconhecido por Deus. 39Portanto, irmãos, aspirai ao dom da profecia e não impeçais que alguém fale em línguas. 40Mas que tudo seja feito de modo conveniente e com ordem.
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14,1-25: Os carismas são úteis quando colaboram para o crescimento da comunidade, e não quando servem para a ostentação de quem os recebeu. Paulo recomenda vivamente a profecia e é restritivo quanto ao dom das línguas. A profecia é o dom pelo qual alguém, sob a inspiração do Espírito Santo, mostra a vontade de Deus dentro da situação presente, levando a comunidade à conversão e ao esclarecimento da fé. O dom das línguas é uma espécie de oração realizada em clima de êxtase religioso: a pessoa fala na reunião da comunidade com palavras incompreensíveis, ou repetindo sons desordenados e louvando a Deus em línguas desconhecidas, que um intérprete traduz. Paulo não condena o fenómeno de «falar em línguas»; mostra apenas a sua limitação e o ridículo em que a comunidade pode cair (v. 23).
26-40: Parece que as reuniões da comunidade de Corinto eram muito desordenadas. Ninguém pedia a palavra, vários falavam ao mesmo tempo, e em tudo isto talvez sobressaíssem as mulheres. Por essa razão, Paulo convida-as a calarem-se. Os que tinham dons especiais julgavam-se superiores aos outros e não respeitavam a ordem mais elementar.
António Fonseca
Segue-se Capítulo XV

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