Com a devida vénia, transcrevo a mensagem abaixo, escrita num Feed de “Canção Nova” por um seminarista
ERA ESTRANGEIRO E AJUDASTE-ME
segunda-feira, 31 de Janeiro de 2011, 14:29:45 | admin
Cada um de nós pode tornar-se testemunha do amor por ter feito em primeira pessoa a experiência de amar e a de ser amado. Todos podemos ter casos em que nos parecemos das aflições do nosso próximo, nos deixámos sensibilizar e fizemos o que estava ao nosso alcance para o ajudar. Quero contar um caso que vivi há mais de trinta anos e nunca mais me esqueceu. Mantenho no coração uma gratidão inesquecível a quem anonimamente me fez bem numa situação difícil.
Era jovem estudante seminarista e fui para a Alemanha nas férias para participar numa experiência de trabalho com uma finalidade solidária, pois o dinheiro que ganhasse destinava-se a ajudar seminaristas de países fora da Europa, em ordem à sua formação espiritual. Fui com mais dois companheiros portugueses. Fizemos a longa viagem de comboio desde Portugal, durante dois dias, e chegamos à última estação, onde supostamente alguém nos deveria esperar ou vir buscar, depois de receber um telefonema nosso a dizer que chegáramos. Era domingo, à hora do almoço, no Verão. Tentamos fazer o telefonema para a casa que nos esperaria, mas do outro lado ninguém atendia. Enquanto comíamos do nosso farnel, íamos correndo para a cabine telefónica, repetindo as tentativas de contacto. Mas sem êxito.
O tempo passava e a inquietação ia-nos invadindo sempre mais. Começava a transformar-se em drama: Se não conseguirmos o contacto, como fazemos? O que vai ser de nós, se temos que voltar já para Portugal, pois não temos bilhete de regresso nem dinheiro? Como podemos resolver este problema? Enquanto assim íamos pensando e conversando entre nós, começando certamente a implorar a ajuda divina, um jovem que por ali andava, não sei a fazer o quê, apercebeu-se que estávamos em dificuldade. Aproximou-se de nós e perguntou-nos se precisávamos de ajuda. Com o pouco de inglês e menos de alemão que sabíamos, lá conseguimos expor o nosso problema e mostrar-lhe o endereço para onde nos deveríamos dirigir.
Para nossa surpresa, o jovem disse-nos que conhecia o local e que podia levar-nos lá no seu carro. Aceitámos com satisfação e na esperança de que o nosso problema estaria a caminho de se resolver. Chegados ao local, tocámos uma, outra e mais outra vez a campainha da casa paroquial, mas ninguém nos atendeu. De novo o nosso drama se avivou. Entretanto, o jovem ainda não nos tinha deixado. Foi então a uma loja da vizinhança perguntar se sabiam onde encontrar o pároco. Obteve então a informação de que o pároco local tinha ido ao Brasil mas ficara a substituí-lo um outro sacerdote italiano, que fora almoçar a casa de uma família e voltaria entretanto.
O jovem nosso amigo deu-nos esta informação e deixou-nos ali à espera que o dito sacerdote chegasse. Ainda ficámos em suspenso bastante tempo, até que chegou quem nos hospedou na casa paroquial e nos acompanhou durante aquela experiência de trabalho. Quanto ao nosso “bom samaritano” nunca mais o vimos nem sabemos nada sobre ele. Fez-nos o bem, ajudou-nos na nossa aflição e partiu incógnito para a sua vida, certamente feliz pelo amor gratuito que praticou em nosso favor. Talvez um dia possa ouvir Jesus a dizer-lhe: “Vem, bendito de meu Pai, participar no reino eterno, pois era estrangeiro e ajudaste-me…”
Recolha por ANTÓNIO FONSECA
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