sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

São Josemaria Escrivá em Lurdes (em 1937…)

 

 

Nossa Senhora de Lourdes

Viagens marianas (2)

Etiquetas: Guerra civil, História, Passagem dos Pirenéus, Nossa Senhora

Nossa Senhora de Lourdes está especialmente unida a uma página íntima da história do Opus Dei: o final da passagem dos Pirinéus que São Josemaria realizou em 1937, com vários dos seus filhos e outras pessoas, durante a guerra de Espanha.
História da aparição da Virgem em Lourdes
Estamos no ano de 1858. No sul de França, nos contrafortes dos Pirinéus centro-ocidentais, situa-se uma pequena localidade, cuja população ronda os quatro mil habitantes. Conta-se que, em tempos idos, Mirat, um chefe sarraceno, ocupou a fortaleza que domina a aldeia em 778. Depois, acabou por se converter ao cristianismo e o seu nome de baptismo, Lorus, foi dado à cidade, que mais tarde se transformaria em Lourdes.
Em Lourdes vive Marie-Bernarde Soubirous – a quem chamam Bernardette – a mais velha de uma família numerosa e paupérrima; tem catorze anos e ajuda a mãe nas tarefas domésticas. Na quinta-feira, 11 de Fevereiro, um véu de neblina envolve a localidade e as montanhas circundantes. O dia está muito frio e húmido. Bernardette, a sua irmã Toinette e uma amiga, Jeanne, saem à procura de lenha a Massabielle. A certa altura do caminho, é preciso atravessar um canal que desagua no rio Gave. Do outro lado, sobre uma gruta, há um nicho oval escavado na rocha. À volta, muitos ramos secos. Ela mesma recorda assim o que aconteceu nesse momento: “Certo dia fui à margem do rio Gave buscar lenha com outras duas meninas. Depois, ouvi como que um ruído. Olhei para os prados, mas as árvores não se moviam. Levantei então a cabeça em direcção à gruta e vi uma mulher vestida de branco, com um cinto azul celeste e sobre cada dos pés uma rosa dourada, da mesma cor que as contas do seu rosário.
Julgando enganar-me, esfreguei os olhos. Meti a mão no bolso para procurar o terço. Quis fazer o sinal da cruz, mas fui incapaz de levar a mão à testa. Quando a Senhora fez o sinal da cruz, tentei eu também e, ainda que me tremesse a mão, consegui fazê-lo. Comecei a rezar o terço, enquanto a Senhora ia passando as suas contas, embora sem mexer os lábios. Ao terminar o terço, a visão desvaneceu-se.”

A Virgem apareceu-lhe dezoito vezes: doze em Fevereiro, quatro em Março, uma em Abril e a última a 16 de Julho desse mesmo ano de 1858. Só Bernardette a vê. Conforme se sucedem as aparições, uma multidão acorre ao seu lado, notam uma grande alegria no seu rosto, mas não conseguem ver nem ouvir nada. Até à terceira aparição, a 18 de Fevereiro, a Senhora não fala. Nesse dia Bernardette dá-lhe papel e caneta para que escreva o seu nome, a Senhora diz-lhe no dialecto (patois) local – o das províncias de Béarn e Bigorne – “Não é necessário… Não te prometo fazer-te feliz neste mundo, mas sim no outro”. No dia 24 desse mês, na oitava aparição, murmura: “Penitência, penitência, penitência”… E acrescenta: “Roga pela conversão dos pecadores”. No dia seguinte, por mandato expresso da Senhora, Bernardette escava com as mãos a nascente de Lourdes, cuja água tantos milagres fez e continua a fazer. No dia 2 de Março pede-lhe que seja ali erigida uma capela, onde se vá em procissão. E por fim, na décima oitava aparição, a 25 de Março, a Senhora revela o seu nome. Bernardette pergunta-lho por três vezes. Ao princípio, Ela sorri sem responder. “À minha terceira pergunta, a Senhora uniu as mãos e levou-as ao peito… Olhou para o Céu… depois, abrindo lentamente as mãos e inclinando-se para mim disse: Que soy a Immaculada Councepciou, sou a Imaculada Conceição.”
Bernardette corre a contar ao pároco, o Padre de Peyramale, a princípio céptico e desconfiado das aparições, que fica impressionado ao ouvi-la. Conhece a ignorância religiosa da menina, que ainda não tinha feito a Primeira Comunhão – recebê-la-ia a 3 de Junho desse ano – e que não tinha ouvido falar do dogma proclamado quatro anos antes por Pio IX: que a Virgem Maria foi concebida sem pecado.
O Bispo de Tarbes nomeia uma comissão que estuda o assunto e, em 1862, aceita como verídicas as aparições da Virgem. Também chegam as aprovações pontifícias: em 1876, Pio IX delega no Arcebispo de Paris a consagração do templo, Leão XIII aprova em 1891 a festa da Aparição da Imaculada em Lourdes, a 11 de Fevereiro, Pio X estende-a a toda a Igreja; e Pio XI beatifica e canoniza Bernardette.
A presença da Senhora em Massabielle manifesta-se também pelos milagres, espirituais e materiais que ali sucedem.

Em momentos difíceis
Nossa Senhora de Lourdes está especialmente unida a uma página íntima da história do Opus Dei: o final da passagem dos Pirinéus que São Josemaria realizou em 1937, com vários dos seus filhos e outras pessoas, durante a guerra de Espanha.
O dia 10 de Dezembro era o dia marcado para sair do Principado de Andorra e passar a França de onde entrariam novamente em Espanha pela fronteira de Hendaya. Para São Josemaria, ficavam para trás uns dias inolvidáveis, intensos, marcados por um enorme esgotamento físico e, nas suas primeiras etapas, por um profundo desassossego interior, ante a incerteza de se a decisão tomada tinha sido oportuna; mais tarde, uma carícia de Santa Maria nos bosques de Rialp tinha-o confirmado no acerto da viagem empreendida.
Em Andorra conseguiram uma autorização de trânsito por terra francesa, com vinte e quatro horas de duração. Urgia o tempo, os caminhos eram inseguros, a neve abundava, o frio intenso, e o esgotamento físico de todos, mais que evidente.
“Contudo não fomos directamente a Hendaya -escreve Pedro Casciaro, um dos que acompanhavam São Josemaria -: o Padre desejava ir a Lourdes para agradecer a Nossa Senhora. O vento era cortante e estávamos todos molhados até à medula dos ossos, mortos de frio e tiritando. Saímos em direcção a Lourdes muito cedo. O Padre ia em silêncio, muito recolhido, preparando a Santa Missa. Fizemos um momento de oração e rezámos o terço. Ao chegar, depois de ultrapassar uma certa dificuldade na sacristia do Santuário – o Padre não tinha conseguido uma batina e não o queriam deixar celebrar a Missa -, celebra, convenientemente paramentado com uma casula branca de corte francês, no segundo altar da direita da nave, bastante próximo da porta de entrada da cripta. Eu ajudei-o. Em Lourdes não estivemos mais de duas horas…” (Pedro Casciaro, Soñad y os quedareis cortos, p. 129).
Às nove e meia aproximadamente, o Fundador do Opus Dei celebrou a Santa Missa a poucos metros da gruta de Massabielle. É fácil imaginar a intensidade daqueles momentos, a força com que São Josemaria rezaria pelos seus filhos, pela paz de Espanha e no mundo, pela expansão do Opus Dei.

Transcrição de

http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/lourdes

por António Fonseca

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