De: www.es.catholic.net – 7-2-2011
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Os fenómenos sobrenaturais
Ao referirmos a
fenómenos sobrenaturais fazemos relação ao que transcende o natural, o que está mais além das leis normais
Autor: Jorge Enrique Mújica | Fonte: Virtudes y Valores
Na vida de são João María Vianney, cura de Ars, escrita por Francis Trochu lemos o seguinte: «Um jovem de Lião havia-se apenas confessado quando o santo lhe disse: - “Amigo, não disseste tudo. - Ajudai-me vós, Padre: não posso recordar todas minhas faltas. - ¿E aquelas candeias que roubaste da igreja de São Vicente?. - Era verdade, mas havia-me esquecido». Em outra ocasião, uma manhã durante a missa, uma senhora apresentou-se para receber a comunhão. O santo passou duas vezes junto dela sem lha dar. Á terceira vez disse-lhe a senhora em voz baixa: - «Meu Padre, não me deste a comunhão». - «Não minha filha; esta manhã comeste alguma coisa». Então a senhora se recordou de haver comido um pouco de pão.
Em fins do século XIX, o doutor Imbert, professor de medicina em Clermont-Ferrand, descreveu amplamente um testemunho acerca de Luisa de Lasteau, hoje beata, e sua facilidade sobrenatural para reconhecer os objetos sagrados (ierognosis):
«Apresentava-se-lhe uma relíquia, ainda que fosse de um servo de Deus não beatificado, e sorria satisfeita, pronta a beijá-la. O mesmo fazia com os objetos benditos ainda que tivessem forma profana, enquanto se mostrava insensível pelos objetos não benzidos ainda que fossem imagens sacras. Um sacerdote vestido de civil, lhe apresentou um crucifixo sem estar benzido e não lhe causou impressão. Depois, com sua mão consagrada, traçou sobre a cruz a bênção e voltou a mostrar-lha; então Luisa mostrou seu característico sorriso ao sacerdote. Os presentes exclamaram: ¡que sublime é a bênção do sacerdote!» É comum achar em livrarias uma abundante literatura que tenta explicar, acertada ou erroneamente, fenómenos sobrenaturais extraordinários que por sua relação com a fé, seu impacto real, atrativo ou de simples curiosidade, chamam enormemente a atenção. E não é para menos: profecia, poder de curas, discernimento de espíritos, dom de línguas, visões, revelações, habilidade infusa para o exercício das artes, ciência, estigmas, lágrimas ou suor de sangue, privação do sono, ubiquação, levitações, subtilezas, luminosidade... são temas que deixam um desejo de aprofundação maior. Ao referirmo-nos a fenómenos sobrenaturais fazemos relação ao que transcende o natural, ao que está mais além das leis normais como o não poder voar por nós mesmos ou conhecer línguas sem antes as ter estudado. A causa só pode ser Deus ainda que a própria natureza ou o Demónio possam imitar alguns destes fenómenos para confundir quando na realidade não são tais. Os fenómenos sobrenaturais manifestam-se com os assim chamados fenómenos místicos. Estes se devem a graças dadas por Deus que quer oferecer uma possibilidade de união mais íntima com ele a alma que os recebe ou manifestar externamente ao mundo o mistério de sua ação omnipotente não explicável à ciência. As causas puramente naturais têm como fonte elementos de ordem fisiológica (temperamento, sexo, idade), a imaginação, os estados depressivos do espírito (trabalho intelectual absorvente, meditação religiosa mal regulada, excessiva austeridade) e as enfermidades. Estas levam a confundir com fenómenos sobrenaturais o que na realidade se pode explicar naturalmente. É de fé que existem os demónios que, por permissão divina, influem sobre alguns homens. Sem embargo, a vontade humana permanece sempre livre. O demónio não pode produzir verdadeiros fenómenos pois é graça exclusiva de Deus (ressuscitar um morto, curar instantaneamente feridas, translações, profecias, conhecer os pensamentos, criar, violar as leis da natureza como a gravidade, etc.) mas sim pode falsificar visões, êxtases, esplendores e rigidez no corpo, ardores no coração, curas de enfermidades produzidas por ele mesmo, fazer aparecer estigmas, esconder objetos e movê-los. A ação divina, que é de onde provêm os autênticos fenómenos, se desenvolve principalmente no intelecto, na vontade e no organismo daqueles que a experimentam. Daí que os grandes fenómenos se classifiquem em três grupos: de ordem cognitiva, de ordem corporal e de ordem afectiva.
Fenómenos de ordem cognitiva
As visões, referidas estritamente ao sentido da vista, são percepções de objetos mediante os olhos corporais. Há três tipos de visões:
1) as externas ou corporais, chamadas aparições, onde se percebe uma realidade objetiva naturalmente invisível ao homem
2) as imaginárias, que são representações sensíveis internas circunscritas à imaginação
3) as intelectuais, em que se produz a visão por meio da inteligência, sem impressão ou imagem sensível.
As locuções são fórmulas que enunciam afirmações ou desejos. Se dividem em:
1) auriculares (percebidas por meio do ouvido)
2) imaginárias (se percebem com a imaginação durante o sonho ou a vigília)
3) intelectuais (as que se deixam ouvir diretamente no intelecto sem o concurso dos sentidos) que é como se comunicam os anjos.
As revelações são as manifestações sobrenaturais de uma verdade oculta ou um segredo divino feito por Deus para o bem geral da Igreja ou para a utilidade de quem a recebe. São de dois tipos:
1) privadas: feitas a um individuo e que não entram no depósito da fé
2) universal: a dada pela Sagrada Escritura.
As primeiras nunca contradizem as segundas se são autênticas. Só à Igreja corresponde declarar se uma mensagem é ou não revelação privada
Por discernimento dos espíritos se entende o conhecimento sobrenatural dos segredos de coração comunicados por Deus a seus servos. Foi o caso do cura de Ars. Nesta categoria também entra o decifrar e aclarar se outros fenómenos veem ou não de Deus.
A ierognosis é o conhecimento do que é sagrado manifestado no poder ou faculdade que tiveram alguns santos para reconhecer as coisas santas e distingui-las das profanas. Este foi o caso da beata Luisa Lausteau.
Outros fenómenos de conhecimento são a ciência infusa universal (como o caso de Gregorio López (1562-1596) que sem estudo algum, possuía um vastíssimo conhecimento da Sagrada Escritura, a história da Igreja e os princípios da vida espiritual), o conhecimento sobrenatural de teologia (os casos de santa Gertrudes e santa Catalina de Siena, luminárias da mística), habilidade infusa para el exercício das artes (por exemplo são Francisco de Assis e Jacopone da Tordi, compositor de «Sabat Mater», para a poesia; santa Catalina de Bolonha, para a música; o beato Angélico da Fiesole para a pintura, etc.)
Fenómenos místicos de ordem corporal
O primeiro caso documentado de uma pessoa estigmatizada foi São Francisco de Assis, que recebeu os estigmas num êxtase que teve em 17 de setembro de 1224. Depois dele multiplicaram-se os casos. Talvez tenham sido estigmatizados antes de São Francisco. Não o sabemos. Em 1894 publicou-se em París o livro «A estigmatização». Nele, o doutor Imbert-Gourtbeyre, que estudou com competência e atenção o tema, enumera até 321 casos de estigmatizações verdadeiras na história. Desses 321 estigmatizados 62 foram canonizados (42 homens e 9 mulheres). Pelo tempo e pela ressonância, nos é muito próximo o caso de São Pío de Pietrelcina, de cujas chagas emanava, ainda, um aroma muito agradável.Estamos agora de frente aos fenómenos místicos de ordem corporal. Estes se refletem principalmente sobre o organismo, em qualquer de suas funções vitais ou em diferentes aspectos de sua atividade e manifestações exteriores, como recorda o P. Royo Marín. Estes são os principais:
Os estigmas consistem na aparição espontânea de chagas sanguinolentas nas mãos, pés, costado esquerdo, na cabeça ou no ombro. Podem ser visíveis ou invisíveis. Muitos têm tratado de dar uma explicação racionalista para o fenómeno atribuindo-o ao fanatismo. É verdade que a imaginação pode exercer uma possível influência psíquica, mas jamais será capaz de produzir feridas físicas visíveis. Bastaria fazer um exercício simples para dar-se conta da impossibilidade: se se fixa a vista em alguma parte do corpo e se pensa, com todas as forças, que se quer uma ferida visível nas costas; se poderá passar todo um dia e não se conseguirá. Os factos falam por si mesmo.
Também existem os estigmas diabólicos. ¡Sim, o demónio é capaz de produzi-los! Se na ordem natural, com base à hipnose e à sugestão, tem-se chegado a produzir manifestações similares em sujeitos desequilibrados, neuróticos ou histéricos, como não ia a poder produzi-los o demónio.
O suor de sangue consiste na expulsão, em quantidade considerável, de líquido sanguinolento através dos poros da pele, particularmente os da cara. As lágrimas de sangue são uma efusão sanguinolenta através da mucosa dos olhos.
No caso de suor de sangue, o facto histórico por excelência é o de Nosso Senhor Jesus Cristo referido por São Lucas no capítulo 22, versículo 44, de seu Evangelho. Após Jesus Cristo, um número pequeno de santos e pessoas pias tiveram suor de sangue: santa Ludgarda (1182-1246), a beata Cristina di Stumbeln (1242-1312), Magdalena Morice (1736-1769), María Domenica Lazzari (1815-1848), Caterina Putigny (1803-1885). Os casos de lágrimas de sangue são mais raros ainda que há registos dos casos muito famosos, o de Rosa María Andriani (1786-1845) e o de Teresa Neumann em meados do século passado.
A renovação ou mudança de coração é um fenómeno registado na história da mística e muito surpreendente. Consiste na extração de coração de carne e na substituição com outro que é o de Cristo mesmo. São famosos os casos das santas Catalina de Siena, Ludgarda, Gertrudis, María Magdalena de Pazzi, Caterina de Ricci, Juana de Valois ou Margarita María de Alacoque.Assim descrevia o confessor de santa Catalina de Siena o fenómeno da substituição de coração: «Se encontrava um dia na capela da igreja dos irmãos pregadores em Siena... Recuperada do êxtase pôs-se de pé para regressar a casa. Uma luz do céu a envolveu e na luz apareceu o Senhor que tinha em sua mão um coração humano, verdadeiro e esplendoroso... O Senhor se aproximou, abriu o peito dela pela parte esquerda e, introduzindo-lhe Ele mesmo o coração que tinha nas mãos, lhe disse: "Querida filhinha, como o outro dia tomei teu coração, eis aqui que te dou o meu com o qual sempre vivereis”. Do dito fica a abertura que lhe fez nas costas; em sinal do milagre ficou naquele lugar uma cicatriz, como me asseguraram a mim as companheiras que puderam vê-la. Querendo saber a verdade do sucedido, ela mesma foi obrigada a confessá-lo a mim próprio».
O jejum absoluto. Está demostrado que o homem pode sobreviver naturalmente numa abstinência total de alimento prolongada só por algumas semanas. Em 1831 um condenado à morte, Garnié, recusou tomar alimentos á exceção de um pouco de água. Morreu depois de 63 dias. Pesava só 26 quilos. Na Igreja, os casos mais notáveis de jejum absoluto são os de santa Catarina de Siena (cerca de oito anos), santa Ludovina de Schiedman (28 anos), as beatas Caterina de Raconigi (dez anos), Domenica Lazzari e Luisa Lasteau (14 anos). Todas elas levavam uma vida normal e inclusive muito ativa. Sem embargo o jejum por si mesmo não prova a santidade mas sim a Igreja reconhece em alguns de seus santos um privilégio similar dado por Deus como recompensa por suas virtudes.
A vigília o privação prolongada do sono é análogo ao precedente. Os casos mais notáveis são os de são Macário de Alexandria que passou 20 anos contínuos sem dormir. Santa Coleta dormia uma hora por semana e uma vez em sua vida permaneceu um ano sem dormir. São Pedro de Alcântara dormia hora e meia por dia durante quarenta anos, como testemunhou santa Teresa de Jesús. Santa Rosa de Lima limitava a duas horas o tempo concedido para o repouso e santa Catarina de Ricci não dormia mais que duas ou três horas por noite. Os médicos e os fisiólogos coincidem em dizer que sem sair das leis normais da natureza orgânica não se pode privar a uma pessoa do sono. As longas vigílias e abstinências encontram-se sobretudo entre os contemplativos.
A agilidade consiste na translação corporal quase instantânea de um lugar a outro, às vezes remotíssimo do primeiro. É diferente a bilocação porque não há simultaneidade de presença em ambos lugares mas unicamente mudança de um lugar a outro. Na mesmíssima Bíblia lemos que o diácono Felipe foi transportado pelo Espírito de Deus à cidade de Azoto depois de ter ensinado e batizado sobre o caminho de Jerusalém a Gaza ao eunuco Candace (Actos dos apóstolos 8, 39-40) ainda que talvez seja mais famosos o caso de Habacuc, transportado pelo Anjo de Judeia a Babilónia para que levasse alimento a Daniel na fossa dos leões (Dan 14, 33-39).
Outros santos conhecidos também a tiveram: santa Teresa contava que são Pedro de Alcântara lhe aparecia, ainda vivo, várias vezes. Também são Felipe Neri lhe apareceu muitas vezes enquanto estava em vida. Santo António de Pádua chegou a fazer, numa só noite, a viagem de Pádua a Lisboa; e regressou na mesma noite. Na vida de são Martín de Porres narram-se prodígios deste tipo.
A bilocação é um dos fenómenos mais surpreendentes da mística e um dos mais difíceis de explicar a menos que se recorra ao milagre. Consiste na presença simultânea de uma mesma pessoa em dois lugares diversos. Têm sucedido muitos casos na história da vida dos santos. Entre os mais conhecidos estão os de são Francisco de Assis, santo António de Pádua, são Francisco Xavier, são Martinho de Porres, são José de Cupertino ou santo Afonso María de Ligório. De santo Afonso María se lê no seu processo de canonização que em 21 de setembro de 1774, enquanto estava em Arienzo, pequena vila de sua diocese, cai numa espécie de desvanecimento. Permanece cerca de dois dias imerso num doce e profundo sono, sentado sobre um cadeirão. Um de seus servos tinha querido despertá-lo, mas seu vigário geral, D. G. Nicola de Rubino, ordenou que o deixassem repousar. Quando despertou, o santo tocou a campainha. Acudiram prontamente seus familiares. Vendo-o grandemente agitado lhe perguntaram: -«¿Que te sucede?, há dois dias em que não falas nem deste nenhum sinal de vida». Ele respondeu assegurando que havia ido a assistir ao Papa que acabava de morrer havia uma hora. Pouco tempo depois chegou a noticia da morte de Clemente XIV, acontecida em 22 de setembro à uma hora da tarde, no momento preciso em que o santo havia tocado a campainha. Santo Afonso foi visto em ambos os lugares ao mesmo por uma multidão de testemunhas.
As levitações consistem na elevação espontânea do chão e na manutenção do corpo humano sem nenhum apoio e sem causa natural visível. Por regra, e levitação mística se verifica enquanto o paciente está em êxtases e, se o corpo se eleva um pouco, se chama êxtases ascensional; se se eleva a grande altura, recebe o nome de voo extático; e se começa a andar velozmente a rasar o chão, mas sem o tocar, se chama marcha extática. No processo de canonização de são José de Cupertino se registam mais de sessenta casos de levitação. Foi visto voar sobre o púlpito da igreja, pelos muros e diante de um crucifixo ou uma imagem pia; aterrar sobre o altar ou junto do tabernáculo; suster-se como um pássaro sobre ramos débeis; fazer saltos de grandes distâncias. Uma palavra, um olhar, a mínima coisa em relação com a piedade, lhe produzia estes transportes. Num período de sua vida chegaram a ser tão frequentes que seus superiores acharam que deviam isentá-lo da reza comum no coro para que, contra sua vontade, não interrompesse nem perturbasse as cerimónias da comunidade com seus voos extáticos dos quais muitas pessoas foram testemunhas, entre eles o Papa Urbano VIII e o príncipe protestante Juan Federico de Brunswick, o qual não só ficou impressionado mas que se converteu ao catolicismo e visto o saial franciscano.
Está claro que a simples natureza não pode alterar as leis da gravidade, sempre fixas e constantes. A Igreja explica este fenómeno como uma antecipação do dom de agilidade própria dos corpos gloriosos.
As subtilezas consistem na passagem de um corpo através de outro. No momento de trânsito supõe a compenetração ou coexistência dos dois corpos num mesmo lugar. Este prodígio se verificou na pessoa de Jesús quando com as portas fechadas se apresentou a seus discípulos, como narra são João nos versículos 20-26 do capítulo 19 de seu Evangelho. Também é célebre o caso de são Raymundo de Peñafort que entrou no seu convento de Barcelona com as portas fechadas.
As luzes ou resplendores são certos esplendores que algumas vezes irradiam os corpos dos santos sobretudo durante a contemplação ou o êxtases. Este fenómeno se verificou em são Luis Beltrão, santo Inácio de Loyola, são Francisco de Paula, são Felipe Neri, são Francisco de Sales, são Carlos Borromeu, são João María Vianney, etc. É um dos mais frequentes entres os grandes santos.
O perfume sobrenatural (osmogenesia) consiste num certo perfume de esquisita suavidade e fragrância que emana do corpo mortal dos santos ou do sepulcro onde repousam seus restos. Se trata de um aroma singular que nada tem de comum com os perfumes terrenos. As testemunhas que o têm experimentado não encontraram analogias para fazer entender a suavidade e fragrância de um aroma inconfundível jamais sentido na terra.O perfumista da corte de Saboia foi enviado um dia ao convento da beata María de los Ángeles para que procurasse identificar a natureza do olor que a serva de Deus emanava. Teve de confessar que não se assemelhava a nenhum dos perfumes desta terra. As religiosas, suas companheiras, o chamavam “olor de paraíso ou de santidade”. Hão exalado suave olor as relíquias ou os sepulcros de são Francisco de Assis, santo Domingo de Gusmão, santo Tomás de Aquino, santa Rosa de Lima, santa Teresa, santa Francisca Romana, etc..
Fenómenos de ordem afectiva
Ficam ainda por explicar um terceiro tipo de fenómenos, os de ordem afectiva. Se consideram tais, prevalentemente, dois tipos: os êxtases místicos e os incêndios de amor. Alguns estudiosos chamam a este terceiro tipo de fenómenos, psico-fisiológicos pois têm, em boa medida, sua raiz principal na vontade; daí que alguns autores os classifiquem entre os fenómenos de ordem orgânica.
Os êxtases místicos não são graças grátis dadas por Deus. Entram no desenvolvimento normal dos graus de oração mística e constituem um fenómeno normal no desenvolvimento da vida cristã. Mas como seu aspecto exterior é espetacular, apresenta certas semelhanças com os fenómenos de tipo extraordinário que se têm mencionado.
Os incêndios de amor são um facto comprovado na vida de alguns santos em que o amor para com Deus se manifesta algumas vezes até no exterior sob a forma de fogo que queima, inclusive materialmente, a carne e a roupa junto ao coração. Esta manifestação se produz en graus diversos:
1) Simples calor intenso: é um extraordinário calor do coração que se dilata; este calor se expande a todo o organismo. É clássico o episódio da vida de são Venceslau, duque de Boémia. De noite visitava a igreja com os pés descalços. Ao servo que o acompanhava lhe recomendava meter os pés nos sapatos que ele deixava para não se congelar.
2) Ardores intensíssimos: o fogo do amor divino pode chegar a tal intensidade que às vezes é necessário recorrer a refrigerantes para o poder suportar. Se conta de santo Estanislao de Kotska, que era tão forte o fogo que o consumia, que em pleno inverno era necessário aplicar-lhe sobre o peito panos empapados de água gelada. Santa Caterina de Génova não podia aproximar sua mão ao coração sem experimentar um calor intolerável.
3) A queimadura material: quando o fogo do amor chega a produzir incandescências, as queimaduras se realizam plenamente. É o que se chama a pleno título incêndios de amor. O coração de são Pablo de la Cruz, fundador dos passionistas, ardia de tal maneira, que mais de uma vez sua túnica de lã aparecia completamente queimada do lado do coração. O beato Nicolás Factor, religioso franciscano, incapaz de suportar o fogo que ardia em seu coração, deitou-lhe um vaso de água gelada em pleno inverno. Consta em seu processo de beatificação que a água, imediatamente, se evaporou.
Existe sem dúvida uma estreita relação entre o amor e o fogo produzido. A natureza prodigiosa de todos estes fenómenos exige recorrer ao sobrenatural para poder ser explicados. Este recurso, indiscutivelmente, demonstra a grandeza infinita de Deus o qual espalha a mãos cheias seus tesouros. É fácil recorrer a leituras que intentam, certa ou erradamente, para bem ou para confusão do leitor, explicar estes casos que são verdadeiramente atraentes. Este texto é um bom guia para no perder o norte e tampouco se deixar enganar.
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BIBLIOGRAFÍA:
Introdução aos fenómenos. Gemino. Fenómenos. Arato. Biblioteca Clássica Gredos Ed. Gredos, S.A. Madrid, 1993
Teologia della perfezione cristiana. Antonio Royo Marín. 10ª edición 1997. Edición San Paolo. Edizione italiana a cura di G. Pettinati, S. Pienotti, A. Girlanda. Págs. 1026-1132
Dizionario di mística. A cura di I. Borriello - E. Caruana - M.R. Del Genio - N. Suffi
Libreria editrice vaticana 1998
Summa daemoniaca, José Antonio Fortea, Contenidos de Formación Integral. Segunda edición: diciembre de 2003. México.
Compendio de Teología Ascética y Mística, Tanquerey. Ediciones Palabra, Madrid, 1990.
El respeto al misterio. Revista Alférez. Madrid, 30 de abril de 1948 Año II, números 14 y 15 [página 10]
Los grandes maestros de la vida espiritual. Historia de la espiritualidad cristiana. A. Royo Marin. BAC, Madrid, 1973.
Compilação e tradução para português por António Fonseca
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