Nº 1272
SANTA APOLÓNIA
Virgem (249)
Apolónia, Santa
No último ano do reinado do imperador Filipe, o Árabe (234-249), rebentou em Alexandria um tumulto contra os cristãos. Chefiados por um pseudoprofeta, os pagãos prenderam um ancião, chamado Metras, e quiseram obrigá-lo a blasfemar. tendo ele recusado, espancaram-no até causar sangue, vazaram-lhe os olhos com canas aguçadas e acabaram por matá-lo à pedrada. Foi também durante esse motim que a Virgem Apolónia terminou a sua longa e virtuosa existência. Esses fanáticos desferiram.-lhe tais pancadas na boca que lhe quebraram todos os dentes. A seguir levaram-na para fora da cidade, acenderam uma grande fogueira e ameaçaram-na de a queimar viva, se não concordasse em pronunciar certas palavras que para ela, equivaliam a apostasias. Concederam-lhe, no entanto, algum tempo para refletir. Apolónia deu a entender que aceitava; mas, aproveitando-se do afastamento dos carrascos e impelida por um movimento do Espírito Santo, “mais pronta que os algozes”, diz Santo Agostinho num sermão, arremessou-se às chamas que rapidamente a consumiram. Isto no ano de 249. Pelo que sofreu na boca ficou sendo advogada contra as dores de dentes. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt
SÃO MIGUEL FEBRES CORDERO
Religioso (1854-1910)
Miguel Febres-Cordero Muñoz, Santo
O Santo Padre João Paulo II canonizou solenemente em Roma o Irmão Miguel, santo missionário entre a juventude latino-americana. Em 1863, os Irmãos de La Salle entram na República do Equador, chamados pelo então presidente Garcia Moreno, assassinado mais tarde pela maçonaria. Os dez primeiros Irmãos foram-se estabelecer em Guayaquil, Cuenca e Quito. Quito, a capital, cidade fundada pelo conquistador Benalcázar e situada a 2800 metros de altitude na encosta do Pichincha, seria durante 38 anos o cenário onde decorreria a vida de trabalhos e virtudes do herói que agora a Igreja proclama Santo. Vocação religiosa – «Panchito» (Francisco no batismo) nasceu em 1854, ano da proclamação do Dogma da Imaculada Conceição, em Cuenca, República do Equador, de família nobre e forte tradição cristã. O pai foi professor universitário e o avô general do exército, venerado como herói nacional. Desde pequeno foi marcado pelo sofrimento, pois nasceu com as pernas deformadas, só dando os primeiros passos à idade de cinco anos. Para ele como para a mãe, foi um acontecimento extraordinário e sobrenatural a aparição da Senhora do Manto Azul na roseira do jardim, aparição que lhe arrancou os primeiros passos. Com o tempo foi melhorando, mas sempre teve dificuldades no andar. Miguel foi dos primeiros alunos no Colégio dos Irmãos. Sua inteligência levava.-o sistematicamente aos primeiros lugares no rendimento escolar. Porém, o acontecimento mais importante deste período foi a gestação, em certo sentido dolorosa, da sua vocação religiosa, precisamente para Irmão das Escolas Cristãs. Bem cedo ficou fascinado pela vida e missão dos Irmãos, sentindo irresistível a chamada de Deus. mas, para lhe ser fiel, teve de percorrer um calvário de quase dez anos. Seus pais, cristãos sim, mas egoístas, ambicionavam para ele uma posição mais honrosa. Foram trazidos à cena milhentos artifícios para o desviar, torturando-o moral e fisicamente. Mas venceu.Em 1868 vestiu o hábito religioso. Era o primeiro equatoriano a fazer parte do instituto de La Salle. Por não haver ainda Casa Noviciado. realizou a sua iniciação à vida religiosa na própria comunidade do Colégio de Cuenca. A oposição paterna reacendeu-se de forma violenta , não suportando a separação do filho. Miguel resistiu com o coração torturado. E o pai. enraivecido pela negativa, cortou totalmente com o filho. O silêncio mais absoluto caiu sobre ele, oprimindo durante longos seis anos a alma do jovem religioso. A Missão de Educador – Desde 1869 até 1907 residiu em Quito, ali adquirindo a sua formação profissional e entregando-se bem cedo às duras tarefas da educação. Aqui é que encontramos a chave e o carisma da sua mensagem; cedo intuiu que a educação é tudo para o homem e que a missão de educar é a mais nobre e rendosa para a humanidade e para a Igreja. A essa missão dedicou a vida e foi a missão que o santificou. Preferiu-a ao sacerdócio que lhe ofereciam como subtil tentação, e às honras humanas que lhe brindavam a sua nobre ascendência e os seus talentos. Exerceu a missão de educador ensinando e escrevendo. Foi incomparável como gramático e filólogo, evitando sempre a enfadonha erudição. Sobressaiu como zeloso catequista e ele próprio se agiganta tornando-se criança entre as crianças da primeira comunhão, tarefa que desempenhou durante 26 anos, deliciando-se neste serviço mesmo quando já membro da Academia Equatoriana da Língua. Membro da Academia da Língua – O Irmão Miguel foi escritor nato, mas sendo outra vocação dentro da sua vocação de educador. Compôs gramáticas, manuais de geografia, história, religião e literatura. Foi também delicado poeta, sobretudo cantando as glórias da Mãe Imaculada. Em 18 de Fevereiro de 1892 seu nome foi proposto e aceite por unanimidade para membro da Academia Equatoriana da Língua, versando o seu discurso de recepção sobre «a influência do Cristianismo na moral, nas ciências e nas artes». Em 1888, assiste em Roma à beatificação do Fundador da Congregação dos Irmãos das Escolas Cristãs e, aproveitando a oportunidade, não deixa de visitar, em preito de homenagem, e profunda devoção, o Santuário de Loreto. Em 1907 regressa à Europa para trabalhar na adaptação de textos escolares, destinados aos centros Escolares Lassalistas que muitos dos dez mil Irmãos, expulsos de França pelas lei sectárias de Combes, estavam a abrir na América Latina. Trabalhou em Paris e na Bélgica. E finalmente e, Premiá del Mar (Barcelona). Aqui o surpreendeu a Semana Trágica com repercussões para os Irmãos de Premiá, até ao ponto de nos jornais da época aparecerem fotografias dos líderes republicanos vestidos com o hábito dos irmãos. Ele próprio, na fuga para Barcelona, levava consigo a Sagrada Eucaristia retirada da Capela. Poucos meses depois destes acontecimentos, falecia serena e santamente, rodeado dos seus Irmãos, a 9 de Fevereiro de 1910. Foram unânimes os testemunhos da sua santidade. O segredo consistiu na total entrega a Deus pelos votos religiosos e às crianças e jovens pela educação.Quando rebentou a revolução espanhola de 1930, temeu-se que as suas relíquias fossem profanadas e por isso levaram-nas para o Equador. Foram recebidos em triunfo; e levantou-ser um magnifico monumento , perto de Quito, para a receber. O povo invocou-o desde a sua morte, correspondendo o santo com numerosos milagres e favores; os poderes públicos honraram a sua memória erguendo monumentos; e a Santa Igreja proclama a sua santidade pela canonização solene a 21 de Outubro de 1984. É, assim, ao lado de Santa Maria de Jesus Paredes, o primeiro santo varão equatoriano.Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt
• Sabino de Canosa, Santo
Bispo
Sabino de Canosa, Santo
Martirológio Romano: Em Canossa, da Apúlia, são Sabino, bispo, que foi amigo de são Bento e legado da Sede Romana em Constantinopla, para defender a fé autêntica ante a heresia monofisita (c. 566). Etimologia: Sabino = Aquele que é do povo das sabinas, é de origem romana. A história de Sabino é bastante difícil de desembrulhar, não só porque está carregada de lendas, mas também porque há outros dois santos com o mesmo nome na "Acta Sanctorum" em 9 de fevereiro e alguns pontos de suas vidas são tão semelhantes, que parece que se confundem. Um deles foi um bispo que assistiu à consagração do santuário de São Miguel no Monte Gárgano, em 493, e foi sepultado em Atripaldo, enquanto que o nosso santo viveu depois e seu corpo foi enterrado em outro lugar. Nasceu em Canossa em Abulia [Canossa em Apúlia (Canusium) é completamente diferente a Canóssa, não longe de Parma, famosa na vida do Papa São Gregório VII. Desde sua juventude não aspirava senão às coisas de Deus, e não desejava em absoluto o dinheiro, excepto como meio para ajudar aos pobres, coisa que fazia com suma generosidade. Chegou a ser bispo de Canosa, e tinha amizade com a maioria dos homens proeminentes de seu tempo, incluindo o próprio São Bento, que parece ter-lhe predito que Roma não seria destruída por Totila e os godos. O Papa Santo Agapito I enviou-o à corte do imperador Justiniano para apoiar ao recém-nomeado patriarca, Santo Mennos contra o herege Anthimus e assistiu ao concílio a que presidiu Mennos no ano 536. Em seu caminho de regresso, passou por Lycia, visitou o túmulo de São Nicolás em Myra, onde se lhe mostrou o santo numa visão. Na sua velhice, Sabino perdeu a vista, mas foi dotado de grande luz interior e do dom de profecia. Conta-se que Totila, desejando pôr este à prova, persuadiu o copeiro do bispo para que o deixasse oferecer o copo de brinde ao santo cego. Mal Sabino pegou no copo exclamou, "Viva essa mão" e desde então Totila e seus cortesãos o consideravam como profeta. Outra ocasião em que demostrou seu poder de profecia foi quando seu arcediago Vindimus, que ansiava obter o bispado, desejando apressar sua morte, induziu o copeiro a pôr veneno no copo do ancião. São Sabino disse ao jovens, "Bebe-o tu; eu sei o que contém." Então, quando el copeiro retrocedeu sobressaltado, o santo tomou o copo e o apurou dizendo: "Beberei isso,mas o instigador deste crime nunca será bispo." O veneno lhe fez mal em absoluto, mas o que havia querido ser seu sucessor morreu naquela mesma hora em sua casa a 4 Km. de distância dali. São Sabino morreu aos cinquenta e dois anos de idade, e seu corpo foi trasladado posteriormente a Bari, onde parece que esteve esquecido algum tempo e foi redescoberto em 1901. Em 1562, o altar de mármore sob o qual estavam suas relíquias foi coberto com prata e se gravou uma inscrição nele, indicando os factos mais notáveis do santo.
• Leopoldo de Alpandeire Sánchez Márquez, Beato
Laico Capuchinho
Leopoldo de Alpandeire Sánchez Márquez, Beato
Leopoldo de Alpandeire Sánchez Márquez (seu nome de baptismo era Francisco), laico professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em 24 de Julho de 1866 em Alpandeire (Espanha) e falecido em 9 de Fevereiro de 1956 em Granada (Espanha). Deixando atrás a senhorial cidade de Ronda, metrópole da Serrania do mesmo nome, e, baixando por uma estrada que serpenteia entre escarpados cerros de castanheiros e azinheiras, chegamos a Alpandeire, pitoresca vila da província de Málaga, situada nas extremidades da serra de Jarestepar a sul de Ronda. Aqui, nesta pequena aldeia de casitas brancas, assentado em redor de sua majestosa igreja paroquial, considerada a "catedral da Serrania", nasceu em 24 de junho de 1864 Francisco Tomás Márquez Sánchez, nosso futuro Frei Leopoldo. Foram seus pais Diego Márquez e Jerónima Sánchez. Francisco Tomás teve outros três irmãos mais cujos nomes não são conhecidos: Diego, Juan Miguel y María Teresa e alguns mais que morreram na infância sem dispor hoje de dados sobre eles. Diego morreria soldado na guerra de Cuba. Nosso protagonista havia nascido no seio de uma família de cristãos lavradores. O lar de Diego e Jerónima era humilde e nele se viviam e praticavam as virtudes cristãs que inculcavam, com seu exemplo diário, a seus filhos. Junto aos verdes campos de sementeiras e castanheiros, as montanhas rochosas, os trigais, os cercados de tojeiros e ervas, as ovelhas e os aparelhos de lavoura, a infância e juventude de Francisco Tomás deslizaram aprazivelmente, como um desses inumeráveis arroios que correm escondidos pelas ladeiras das montanhas. Entre os trabalhos de campo, a vida familiar e de piedade e oração passou os trinta e cinco anos de sua vida oculta enquanto Deus o ia modelando lenta e paulatinamente -- que já desde menino "era todo coração" --; disfrutava socorrendo aos pobres. Se dizia dele que nem ainda de menino se fechou, egoísta, à compaixão. Repartia sua merenda com outros pastorinhos mais pobres que ele, o dava seus sapatos a um menosprezado que os necessitava, o entregava o dinheiro ganho na vindima de Jerez, aos pobres que encontrava pelo caminho de regresso a seu povo. "Deus dá para todos", diria anos mais tarde. Foi a raiz de haver ouvido pregar a dois capuchinhos em Ronda, por ocasião das festas que tiveram lugar na cidade do Tajo, em 1894, para celebrar a beatificação do capuchinho Diego José de Cádiz, quando o jovem Francisco Tomás decidiu abraçar a vida religiosa fazendo-se capuchinho. Àqueles pregadores comunicou seu desejo de ser um como eles, mas teve que esperar alguns anos, devido a certas negligências e esquecimentos nos trâmites de admissão. Finalmente um dia saiu de sua terra e de sua parentela, como Abraham, e tomou o hábito capuchinho no Convento de Sevilha em 16 de novembro de 1899, mudando o nome de Francisco Tomás pelo de Leopoldo, segundo usos da Ordem. Esta mudança de nome -- comentaria ele anos adiante – caiu-lhe "como um jarro de água fria", já que o nome de Leopoldo não era corrente entre os membros da Ordem; talvez seu mestre de noviços, P. Diego de Valencina, escolheu-o por se celebrar a sua festa em 15 de novembro. Desde o noviciado Frei Leopoldo não teve outra meta que se santificar, seguindo a Cristo pelo caminho da cruz como São Francisco. Seu amor a Deus, a oração, o trabalho, o silêncio, a devoção à Virgem e a penitência marcariam já sua vida. A cruz e a paixão de Cristo seriam para ele, a partir de agora, objeto de meditação e de imitação. Em 16 de novembro de 1900 fez sua primeira profissão; a partir de então viveu curtas temporadas, como hortelão, nos conventos de Sevilha, Antequera e Granada. Em 23 de novembro de 1903 emite, em Granada, seus votos perpétuos. Sem embargo, a azada o perseguia como fiel companheira enquanto ele seguia cultivando a horta dos frades. Mas para então já havia aprendido a sublimar o trabalho, a transformá-lo en oração e serviço aos irmãos. Como todos os santos irmãos capuchinhos, Leopoldo foi um grande trabalhador, já que como eles, estava convencido da virtude redentora do esforço humano. O trabalho e a solidão do convento fizeram crescer nele a ascese e a mística. Como escreveu um de seus biógrafos, foi um “contemplativo entre a água de as acácias, as hortaliças, os frutos e as flores para o altar”. Em 21 de fevereiro de 1914 chegaria a Granada para ficar definitivamente nela. A cidade de Alhambra, que dormita aos pés de Serra Nevada, a Granada cristã e moura, onde a água se faz música, seria o cenário de sua vida durante mais de meio século. Trabalhou primeiro de hortelão na horta do Convento para exercer depois como sacristão e esmoler. Dos trabalhos que uniriam admiravelmente a dupla faceta de sua vida: sua dimensão contemplativa, sua vida de oração, sua vida íntima com Deus e sua vida ativa, seu ir e vir pelas ruas encostas de Granada, seu contacto com a gente, seu diário afazer como esmoler. Mas o que define e caracteriza praticamente a vida de Frei Leopoldo é seu oficio de esmoler. O, que se havia feito religioso para viver afastado do "mundanal ruído", foi lançado pela obediência a libertar a batalha decisiva de sua vida, no meio da crua. O que ele mesmo confirmaria anos mais tarde,por ocasião das festas de suas Bodas de Ouro de vida religiosa e ao saber que a efeméride havia saído na imprensa, exclamou: "Que enxaqueca, irmão, -- confessou a um companheiro -- nos fazemos religiosos para servir a Deus na obscuridade e, já vê, nos tiram até nos papéis". Frei Leopoldo, como outros santos capuchinhos com marcada inclinação à vida contemplativa, viveu constantemente em contacto com o povo, como esmoler. Se fez assim santo, santificando aos demais. E o fez como queria São Francisco: com o testemunho de sua vida, com seu exemplo, com sua palavra, com a graça e o carisma que Deus lhe deu. O contacto com os homens, longe de o distrair ou mundanizá-lo, o levou a sair de si mesmo, a carregar sobre si o peso dos demais, a compreender, a ajudar, a servir, a amar. (…), (…), (…). Finalmente, a chama se extinguiu. Com o beijo da irmã morte, Frei Leopoldo, o humilde esmoler das três Ave Marias, adormeceu no Senhor. Era em 9 de fevereiro de 1956. Tinha 92 anos. A noticia de sua morte correu e comoveu a toda a cidade de Granada. Um rio humano acudiu ao convento de capuchinhos, o povo e as autoridades, até as crianças se acercaram a ver a seu "Frei Nipordo", como eles o chamavam, enquanto se diziam uns a outros: "Está morto mas não dá medo". Seu enterro foi multitudinário. A fama de santidade, de que havia gozado em vida, cresceu depois de sua morte. Desde então, todos os dias, mas, sobretudo em 9 de cada mês, uma inusitada afluência de gentes de todo o mundo visita seu sepulcro, sendo numerosas as graças que Deus concede por intersecção de seu fiel Servo. Em 19 de dezembro de 2009 S.S. Bento XVI autorizou a promulgação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão do Servo de Deus Frei Leopoldo, ainda está pendente se indique a data de beatificação.
• Anna Catalina Emmerick, Beata
Mística
Anna Catalina Emmerick, Beata
Anna Katharina Emmerick nasceu a 8 de Setembro de 1774 nos aldeões de Flamschen perto da cidade de Coesfeld. Se criou em união de 9 irmãos. Desde menina tinha que ajudar na casa e no trabalho de campo. Sua assistência escolar era curta. Tanto mais chamou a atenção a que ela estava bem instruída em coisas religiosas. Já em tenra idade os pais e todos que conheciam a Anna Katharina se davam conta de que esta se sentia atraída à oração e à vida religiosa duma forma extraordinária. Três anos passou Anna Katharina numa casa grande campesina na vizinhança fazendo serviço. Em continuação aprendeu a coser e esteve em Coesfeld para melhor formação. Gostava de visitar as igrejas antigas de Coesfeld e assistir à missa. Muitas vezes saía sozinha para rezar na grande via crucis. Anna Katharina abrigava o anseio de entrar num convento. Por não poder realizar este desejo imediatamente, voltou a sua casa paterna. Trabalhava como costureira e por esta ocupação entrou em muitos lares. Anna Katharina acudiu a vários conventos pedindo ser recebida. Mas foi sempre recusada por não poder trazer o dote necessário. Finalmente as monjas Clarissas de Münster estavam de acordo em a aceitar, se aprendesse tocar o órgão. Seus pais permitiram-lhe ir ao organista Söntgen em Coesfeld, para aprender a tocar o órgão. Mas não chegou a ter a possibilidade de aprender tocar órgão. A necessidade e a pobreza nesse lar obrigavam-na a trabalhar com os familiares neste lar.Até entregou o pouco que havia aforrado, para ajudar a família Söntgen. Por fim em 1802 ela pôde entrar no convento de Agnetenberg de Dülmen junto com sua amiga Klara Söntgen. No ano seguinte fez o voto monástico. Com afinco participou na vida da comunidade. Sempre estava disposta a aceitar também labores difíceis e não apreciadas. A principio foi estimada pouco por sua origem humilde no convento. Algumas co-irmãs escandalizaram-se dela, porque observava estritamente a regra, e a tinham por uma hipócrita. Anna Katharina suportou esta aflição sem se queixar e com espírito de entrega calada. Nos anos de 1802 até 1811 Anna Katharina adoeceu com mais frequência e tinha que padecer grandes dores. Em 1811 o convento de Agnetenburg foi levantado em consequência da secularização. Também Anna Katharina tinha que abandonar o convento. Um sacerdote refugiado de França, o Abbé Lambert, que vivia em Dülmen, recebeu-a como ama de casa. Mas pouco depois adoeceu. Já não podia sair de casa meteu-se na cama. De acordo com o vigário Lambert ela fez vir sua irmã mais nova Gertrud, que sob sua direção cuidava da casa. Neste tempo recebeu Anna Katharina Emmerick os estigmas. As dores dos estigmas vinha-as sofrendo desde há muito tempo. O facto, de que levava os estigmas, não podia ficar oculto. O Dr. Franz Wesener, um jovem médico, a visitou e esteve tão impressionado dela, que nos seguintes 11 anos este se converteu num amigo fiel, desprendido e auxiliador dela. Sobre seus encontros com Anna Katharina Emmerick ele levou um diário, em que conservou uma plenitude de detalhes. Um rasgo característico na vida de Anna Katharina era seu amor para com os homens. Onde quer que visse necessidade, tentou ajudar. Até prostrada na cama confeccionou todavia vestidos para crianças indigentes e alegrava-se, se pudesse ajudá-las assim. Apesar de às vezes lhe poderem ser pesados os numerosos visitantes, acolhia-os amavelmente a todos. Se recordou das intenções desses nas orações, animando-os e consolando-os. Muitos personagens, que no movimento eclesiástico de renovação no principio do século 19 eram de importância, buscavam o encontro com Anna Katharina Emmerick, entre outros: Clemens August, barão de Droste zu Vischering, Bernhard Overberg, Friedrich Leopold von Stolberg, Johann Michael Sailer, Christian e Clemens Brentano, Luise Hensel, Melchior e Apollonia Diepenbrock. Uma importância especial a alcançou o encontro com Clemens Brentano. De sua primeira visita em 1818 surgiu uma permanência de 5 anos em Dülmen. Cada dia visitou a Anna Katharina, para apontar suas visões, que publicou mais tarde. No verão de 1823 Anna Katharina se debilitou mais e mais. Como em anos anteriores uniu seus sofrimentos com os sofrimentos de Jesús, oferecendo-os para a salvação dos homens. Faleceu a 9 de fevereiro de 1824. Anna Katharina Emmerick foi sepultada no cemitério de Dülmen. Muita gente assistiu ao enterro. Por haver surgido o rumor de que se haviam roubado os restos mortais de Anna Katharina, o túmulo foi reaberto duas vezes nas seguintes semanas depois. O caixão com o cadáver foi encontrado em perfeito estado. Clemens Brentano escreve de Anna Katharina Emmerick: «Ela está parada como uma cruz no lado de caminho». Anna Katharina nos indica o centro de nossa fé cristã, o mistério da cruz. A vida de Anna Katharina Emmerick está caracterizada por uma profunda união com Cristo. Gostava de rezar ante o famoso crucifixo de Coesfeld. Muitas vezes percorreu rezando a grande via crucis. Pessoalmente ela tinha tanta participação na paixão do Senhor, que não seja nenhum exagero dizer: Ela viveu, sofreu e morreu com Cristo. Um sinal exterior para isto, que por suja vez á mais que um sinal externo, são os estigmas que levava. Anna Katharina Emmerick era uma veneradora ardente da Virgem María. (…), (…), (…). Foi beatificada em 3 de outubro de 2004 por S.S. João Paulo II. Se alguém tiver informação relevante para a canonização da Beata Anna, contacte a: Emmerick-Bund e. V. - An der Kreuzkirche 10 - 48249 Dülmen, GERMANY - Reproduzido com autorização de Vatican.va - Artigo relacionado que te pode interessar ler: LAS VISIONES DE ANA CATALINA
• Marón, Santo
Fevereiro 9 - Eremita
Marón, Santo
Martirológio Romano: Em uma montanha perto de Apamea, na Síria, são Marón, eremita, morto depois de uma vida de áspera penitência e intensa piedade, fundando-se sobre seu sepulcro um célebre mosteiro, em redor do qual se originou a nação que leva seu nome (c. 423). São Marón nasceu na Síria; homem humilde, que um dia ouviu a voz de Deus, aceitando imediatamente o desafio que significava segui-lo. São Marón elegeu uma morada solitária não longe da cidade de Cirrus na Síria, e ali, por espírito de mortificação, vivia quase sempre à intempérie. Certo é que tinha uma pequena cabana coberta com peles de cabra para se guarda em caso de necessidade, mas raras vezes a utilizava. Encontrou as ruinas de um templo pagão, o dedicou ao verdadeiro Deus, e o converteu em casa de oração. São João Crisóstomo, que o estimava muito, escrevia desde Cucusus, onde estava desterrado, e se encomendava a suas orações, rogando-lhe lhe desse noticias suas com a maior frequência possível. São Marón havia tido por mestre a São Zebino, cuja assiduidade na oração era tal, que se diz que passava dias e noites inteiras orando, sem experimentar cansaço. Geralmente rezava de pé, ainda que quando já era muito ancião, tinha que sustentar-se com um báculo. Aos que iam consultá-lo, respondia com a maior brevidade possível; tão desejoso estava de passar todo seu tempo em conversação com Deus.
São Marón, não só foi exemplo, mas além disso foi para aqueles homens um líder cheio de sabedoria e do Espírito Santo, que soube dar sentido a cada ação, com inflexível disciplina. Alcançou em vida, fama de santidade e inclusive realizou milagres de curas e conversões. Suas virtudes foram amplamente conhecidas: justiça, temperança, castidade e trabalho duro, sementes que ele mesmo plantou em outros, que se converteram no campo fértil, que levou a Deus numerosas vocações, que seriam tempo depois lavradores diligentes e sábios, que fariam florescer a Montanha do Líbano na fé sólida e verdadeira de nosso Senhor Jesus Cristo. São Marón imitou a seu mestre na constância na oração, mas tratava a seus visitantes de modo diferente. Não só os recebia com suma bondade, mas também os convidava a que ficassem com ele, ainda que muito poucos estavam dispostos a passar toda a noite em pé, rezando. Deus recompensou seus trabalhos com graças abundantíssimas e com o dom de curar enfermidades tanto corporais como espirituais. Não é surpreendente portanto, que sua fama como conselheiro espiritual se estendesse por todas partes. Isto lhe atraiu grandes multidões, Formou a muitos santos ermitãos e fundou mosteiros; sabemos que, pelo menos, três grandes conventos levaram seu nome. Teodoreto, bispo de Cirrus, disse que os numerosos monges que povoaram sua diocese foram formados pelas instruções do santo. São Marón foi chamado ao prémio depois de uma curta enfermidade, que disse Teodoreto, revelou a todos a grande debilidade a que estava reduzido seu corpo. Os povos vizinhos disputaram seus restos. Finalmente obtiveram o corpo os habitantes de um centro relativamente populoso e construíram sobre seu túmulo uma espaçosa igreja com um mosteiro anexo, perto da fonte de Orontes, não longe de Apamea. Os Maronitas são os cristãos que devem seu nome a São Marón, santo homem, rígido defensor da fé católica de oriente. Foi exemplo para muitas pessoas, estes foram seus discípulos, escutando seus ensinamentos, imitando suas virtudes. Estes discípulos foram chamados "Discípulos de São Marón" que depois de sua morte no ano 420, cresceram muito.
• Outros Santos e Beatos
Completando o santoral deste dia
Santos Mártires de Alexandria, mártires
Também em Alexandria, paixão dos numerosos santos mártires que, durante uma celebração na igreja, foram assassinados de distintos modos pelos arianos (s. IV).
Santos Primo e Donato, diáconos mártires
Em Lemellefa, em África, comemoração dos santos Primo e Donato, diáconos e mártires, que, por defender o altar da igreja, morreram em mãos dos hereges (c. 361).
São Teliavo, abade e bispo
No mosteiro de Llandaf, em Cambria, são Teliavo, bispo e abade, cujos exímios esforços pastorais são recordados por muitas igrejas de Cambria, Cornualles e Armórica (560).
São Ansberto, abade e bispo
No mosteiro de Hautmont junto ao Samble, em Hainaut, morte de são Ansberto, que, depois de ser abade de Fontanelle, ocupou a sede episcopal de Rouen e foi desterrado pelo príncipe Pipino (c. 695).
Santo Alto, abade
Em Baviera, comemoração de santo Alto, abade, o qual, havendo nascido em Irlanda, fundou nos bosques desta região o mosteiro que depois levou seu nome (s. VIII).
São Rainaldo, monge e bispo
Em Nocera, da Umbría, são Rainaldo, bispo, que foi monge camaldulense em Fonte Avellana e, uma vez designado bispo, manteve os costumes da vida monástica (1222).
40260 > Sant' Altone Abate MR
92102 > Beata Anna Katharina Emmerick Mistica, religiosa
40240 > Sant' Ansberto Abate di Fontenelle MR
40150 > Sant' Apollonia Vergine e martire MR
91233 > Beato Bernardino Caimi Francescano
94158 > Sant' Einion Frenchin Principe di Lleyn
95287 > Beato Leopoldo da Alpandeire Marquez Sanchez Cappuccino
93186 > Beato Luigi Magana Servin Laico e martire
92497 > San Marone Eremita MR
40210 > Santi Martiri di Alessandria d'Egitto MR
91611 > San Michele (Miguel) Febres Cordero Religioso MR
40220 > Santi Primo e Donato Martiri MR
40200 > San Rinaldo di Nocera Umbra Vescovo MR
40350 > San Sabino di Avellino Vescovo
40300 > San Sabino di Canosa Vescovo MR
40230 > San Teliavo (Teliano) Abate MR
Compilação através dos sites www.es.catholic; www.santiebeati.it e www.jesuitas.pt (livro Santos de Cada Dia),
por António Fonseca
Sem comentários:
Enviar um comentário
Gostei.
Muito interessante.
Medianamente interessante.
Pouco interessante.
Nada interessante.