terça-feira, 6 de dezembro de 2011

EVANGELHO, SEGUNDO S. MARCOS - ANO B – 6 DE DEZEMBRO DE 2011

 

 

(Em continuação…)

MINISTÉRIO NA GALILEIA

 

A tempestade acalmada – Naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: «Passemos para a outra margem». Afastando-se da multidão, levaram-n’O consigo, tal como estava, na barca; e acompanharam-n’O outras embarcações. Desencadeou-se, então, um grande turbilhão de vento e as ondas arrojavam-se contra a barca, de tal maneira que já estava quase cheia de água. Jesus, à popa, dormia sobre uma almofada. Acordaram-n’O e disseram-Lhe: «Mestre, não se Te dá que pereçamos?» Ele, despertando, falou ao vento imperiosamente e disse ao mar: «Cala-te, aquieta-te». O vento serenou e fez-se uma grande calma. Depois disse-lhes: «Porque sois tão tímidos? Como? Não tendes fé?» Sentiram então um grande terror e diziam uns aos outros: «Quem é Este, a Quem até o vento e o mar obedecem?».

5 – O demoníaco gesareno – Chegaram ao outro lado do mar, à região dos Gesarenos. Logo que Jesus desembarcou, veio ao Seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso, de um espírito impuro. Tinha nos túmulos a sua morada e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente, pois já fora preso várias vezes com grilhões e correntes, e quebrara as correntes e despedaçara os grilhões; ninguém era capaz de o dominar. Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar, ferindo-se com pedras. Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se diante d’Ele e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, Ó Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Conjuro-Te, por Deus que não me atormentes». Efetivamente, Jesus estava a dizer-lhe: «Sai desse homem, espírito impuro!"» Perguntou-lhe em seguida: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «Legião é o meu nome, porque somos muitos». E suplicava-Lhe insistentemente que os não expulsasse daquela região. Ora, ali próximo, no monte, andava a pastar uma grande vara de porcos. E os espíritos impuros suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos e entraremos neles». Jesus consentiu. Então, os espíritos impuros saíram e entraram nos porcos e a vara, cerca de uns dois mil, lançou-se ao mar e ali se afogou. Os guardas fugiram e levaram notícia à cidade e aos campos. Muitos foram ver o que se tinha passado. Ao chegarem junto de Jesus, viram, o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e tiveram medo. As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que havia sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos. Então pediram a Jesus que se retirasse do seu território. Jesus voltou para a barca e o homem que fora possesso pediu-Lhe para ir com Ele. Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti». Ele retirou-.se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele, e todos ficaram admirados.

Cura da hemorroíssa; Ressurreição da filha de Jairo – Depois de Jesus ter atravessado na barca, para a outra margem, reuniu-se uma grande multidão junto d’Ele que continuava à beira-mar. Chegou, então, um dos chefes da sinagoga, de nome Jairo, e, ao vê-Lo, prostrou-se a Seus pés e suplicou-Lhe instantemente: «A minha filha está a morrer; vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva». Jesus partiu com ele, seguido por numerosa multidão, que O apertava. Ora, uma mulher vítima de um fluxo de sangue havia doze anos, que tinha sofrido muito nas mãos de muitos médicos e que gastara todos os seus bens sem encontrar nenhum alívio, antes ia cada vez a pior, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe, por detrás, na capa, pois dizia: «Se ao menos tocar nas Suas vestes, ficarei curada». De facto, no mesmo instante se estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curado do mal. Imediatamente Jesus, conhecendo que a virtude saíra de Si mesmo, voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nos meus vestidos?» Os discípulos responderam-Lhe: «Vês que a multidão Te comprime de todos os lados e ainda perguntas: Quem Me tocou?» Mas Ele continuava a olhar em volta, para ver quem O tinha tocado. Então a mulher, cheia de medio e a tremer, sabendo o que lhe havia acontecido, foi prostrar-se diante d’Ele e disse-Lhe toda a verdade. «Minha filha, a tua fé te salvou; vai em paz e fica sarada do teu mal», disse Ele. Ainda estava a falar, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu; de que serva agora incomodar o Mestre?» Mas Jesus, que surpreendera as palavras proferidas, disse ao chefe da sinagoga: «Não tenhas receio; crê somente». E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Ao chegar a casa do chefe da sinagoga , encontrou grande alvoroço e gente a chorar e a gritar. Entretanto, disse-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A criança não morreu, está a dormir». Mas faziam troça d’Ele. Jesus pôs fora aquela gente e, levando consigo apenas o pai, a mãe da criança e os que vinham com Ele, entrou onde jazia a criança. Tomando-lhe a mão, disse: «Talithá Kum», isto é, Menina, Eu te mando, levanta-te». De repente, a criança ergueu-se e começou a andar, pois tinha doze anos. Todos ficaram estupefactos. recomendou-lhes que ninguém soubesse da ocorrência e mandou dar de comer à menina.

(continua em 7/12)

Transcrição por António Fonseca

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