Na Voz Portucalense, desta semana, (18/1/2012) vem publicado o seguinte VITRAL:
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A solidão
A solidão pode ser um espaço da vida proveitoso para reflexão e aperfeiçoamento espiritual..
Mas há outra solidão – aquela em que a pessoa está só, vive só, sem alguém com quem falar, sem alguém que a ajude a levar a cruz, sem alguém que amenize as suas limitações, sem alguém que ilumine as trevas do seu mundo.
Para toda essa gente – e é tanta! – a solidão é um sofrimento: “pavoroso mal de ser sozinha” – escreveu Florbela Espanca.
A situação atual das famílias provoca solidões terríveis; talvez o marido ou a esposa que morreram, talvez os filhos que casaram e foram morar longe, talvez uma vida de celibato a quem não resta ninguém que estenda a mão nessa etapa fria da vida.
Se pudéssemos contar o número de gente que vive só, encontraríamos um mundo incomensurável de homens e mulheres mártires da solidão.
Mas há gente de coração cheio de amor que se preocupa com a solidão dos outros: de familiares, de amigos, de companheiros.
Há algumas formas, mesmo simples, de iluminar a solidão de alguém.
Uma senhora amiga, residente em Espanha, solteira, perdeu a mãe com quem vivia. Alguns meses depois a morte levou-lhe a irmã com quem ficara a viver. Vive só. Tem uma família muito amiga, em Portugal, que todos os dias, ao princípio da noite , lhe faz um telefonema rápido perguntando-lhe se está bem.
Essa senhora tem um apartamento em que vivia com a mãe e a irmã. Um oitavo andar. Mas tem também um pequeno estúdio onde pinta e dorme. Dorme aí para suavizar a solidão: o ruídos dos carros, o falar das pessoas que passam na rua, o cantarolar de alguém, dão-lhe a sensação de não estar totalmente só.
É interessante o pedido que um homem, que vivia só, fez a um amigo meu que distribuía algumas ajudas: pediu-lhe um papagaio.
- Um papagaio?
- Sim! – Um papagaio para eu falar com ele e ele comigo. Para ser menor a minha solidão.
Há tanta gente, sobretudo idosa, que vive esquecida, abandonada daqueles a quem serviu, a quem, ajudou, a quem amou…
Autoria do Padre Mário Salgueirinho Barbosa.
Transcrição efectuada através de http://vp-vozportucalense.pt
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ANTÓNIO FONSECA
para publicar neste blogue, em 11-1-2012 – 10,30 horas
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