sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

VISÃO DE DOM BOSCO SOBRE O PURGATÓRIO - 20-Janeiro-2012

Do Site

http://emanoelcrangel.blogspot.com/2012/01/as-almas-do-purgatorio-o-que-sentem.html

tomo a liberdade de transcrever  o seguinte texto:

VISÃO DE DOM BOSCO SOBRE O PURGATÓRIO - LEIAM COM ATENÇÃO.

Ontem à noite, depois dos meus queridos jovens terem-se deitado, não conseguindo adormecer logo, estava a pensar na natureza e no modo da existência da Alma:

Como ela era feita; de que modo poderia encontrar-se e falar na outra vida, estando separada do corpo; como faria para deslocar-se dum lugar para o outro; como nos poderemos conhecer uns aos outros depois da morte, não sendo então senão puros espíritos.

E, quanto mais pensava nessas coisas, mais obscuro me parecia tal mistério.

Enquanto divagava por essas ideias e outras semelhantes, adormeci..., e pareceu-me que estava na estrada que conduz a... (Dom Bosco nomeou a cidade), e que eu caminhava nessa direção.

Andei durante algum tempo, atravessei lugares para mim desconhecidos, até que, em certo momento, ouvi que alguém chamava pelo meu nome.

Era a voz duma pessoa, parada na estrada:

– Vem comigo – disse-me a estranha personagem –, e poderás ver logo o que desejas!

Obedeci imediatamente.

Mas a pessoa andava com a rapidez do pensamento, e eu no mesmo passo que esse meu guia.

Andávamos de maneira tal que os nossos pés nem tocavam no solo.

Chegados por fim a uma certa região, que eu desconhecia, o guia parou.

Erguia-se, sobre uma proeminência do terreno, um magnífico palácio, de construção admirável.

Não sabia onde estava, nem sobre qual montanha; nem me recordo mais se estava realmente numa montanha, ou se estava no ar sobre as nuvens.

Era inacessível, e não se via caminho algum para poder chegar até ao palácio.

As suas portas eram de considerável altura.

– Sobe a esse palácio – disse-me o guia.

– Como vou fazer? – observei eu. – Como fazer para subir? Aqui por baixo não há entrada, e não tenho asas.

– Sobe! – replicou ele com autoridade. E, vendo que eu não me movia, disse:

– Faz como eu: levanta os braços, com boa vontade, e subirás. Vem comigo.

E, assim dizendo, levantou ao alto as mãos, dirigindo-as para o céu.

Eu também abri os braços, e senti-me num só instante alçado pelos ares, como uma nuvenzinha.

Eis que chego aos umbrais do palácio. O guia acompanhou-me até lá.

– Que há aqui dentro? – perguntei.

– Entra, visita-o e verás. Ao fundo, num salão, encontrarás quem te ensinará.

E ele desapareceu, ficando só eu, como guia de mim mesmo.

Entrei no pórtico, subi as escadas e cheguei a um salão verdadeiramente régio.

Percorri salas espaçosas, aposentos riquíssimos de ornamentos, e longos corredores.

Caminhava com velocidade muito acima da normal.

Cada sala brilhava com a magnificência de tesouros espantosos, e naquela velocidade percorri tantos aposentos que me foi impossível contá-los.

Mas uma coisa era mais admirável: para correr com a rapidez do vento, eu não movia os pés.

Suspenso no ar com as pernas juntas, deslizava sem esforço, como sobre um cristal, mas sem tocar no pavimento.

Passando assim de um aposento a outro, vi finalmente, no fundo dum corredor, uma porta.

Entrei e encontrei-me num salão grande, que superava em magnificência todos os demais.

No fundo dele, sobre uma cadeira de espaldar alto, avistei um Bispo, majestosamente sentado, em posição de quem se prepara para dar audiência.

Aproximei-me com respeito, e fiquei admiradíssimo por reconhecer naquele prelado um íntimo amigo meu.

Era Dom... (disse o nome), Bispo de..., falecido há já dois anos.

Parecia sentir-se muito bem, e o seu aspecto era radiante, afetuoso, e de tão grande beleza que não consigo exprimi-la...

– Oh! Senhor Bispo, vós por aqui? – perguntei, com grande alegria.

– Não me vê? – perguntou o Bispo.

– Mas, como isso? Ainda estais vivo? Não morrestes?

– Sim, morri – respondeu o Bispo.

– Se morrestes, como é que estais sentado aqui, tão radiante e satisfeito? Se ainda estais vivo, por caridade, esclarecei-me: Na Diocese de..., há já um outro Bispo, Dom..., no vosso lugar. Como se explica tal confusão?

– Esteja tranqüilo, e não se preocupe, que eu já morri...

– Ainda bem que já está outro Bispo no vosso lugar.

– Eu sei disso. E o senhor Dom Bosco, está vivo ou morto?

– Eu estou vivo. Não vedes que estou aqui, em corpo e alma?

– Aqui não se pode ver com o corpo.

– Mas, sem embargo, aqui estou – respondi-lhe eu.

– Isso é o que lhe parece; mas não é assim – disse-me ele...

E eu apressei-me em falar-lhe, fazendo perguntas e mais perguntas, sem receber mais respostas...

Até que perguntei-lhe:

– Como pode ser que eu, estando vivo, esteja aqui convosco, Senhor Bispo, enquanto vós já morrestes?

Tinha receio de que o Bispo desaparecesse, pelo que lhe roguei:

– Senhor Bispo, por caridade, não me deixeis. Necessito de saber muitas coisas. Dizei-me, Senhor Bispo, salvastes vossa alma?

O Bispo, vendo-me tão ansioso, disse:

– Não se aflija tanto e fique calmo, que eu não fugirei. Pode falar.

– Dizei-me, Senhor Bispo, estais salvo?

– Olhe-me; observe como estou robusto, cheio de louçania e brilho.

O seu aspecto dava-me realmente a certeza de que estava salvo; mas, não me contentando com essa impressão, repliquei:

– Dizei-me se estais salvo; sim ou não?

– Sim, estou num lugar de salvação.

– Mas já estais no Paraíso, gozando do Senhor? Ou estais ainda no Purgatório?

– Estou num lugar de salvação, mas ainda não vi a Deus, pelo que necessito de que rezem por mim.

– E quanto tempo ainda devereis estar no Purgatório?

– Olhe aqui e leia – disse ele, apresentando-me uma folha de papel.

Tomei na mão o papel; observei atentamente, mas nada vendo escrito, disse-lhe:

– Não vejo nada!

– Veja bem o que nele está escrito, e leia.

Que neblina é essa?

– São todas as coisas mundanas, que impedem de ver as coisas celestiais como de fato são.

– E que devem fazer para afastar essa neblina?

– Considerem o mundo exatamente como ele é – "Mundus totus in maligno positus est [o mundo está todo posto no maligno]" –, e então salvarão a alma.

Que eles não se deixem enganar pelas aparências do mundo.

Os jovens crêem que os prazeres, as alegrias, as amizades do mundo, podem fazê-los felizes, e, portanto, não esperam senão o momento de poder gozar esses prazeres.

Mas recordem-se de que tudo é vaidade e aflição de espírito, e tomem o hábito de ver as coisas do mundo não como elas parecem ser, mas como realmente elas são.

– E essa neblina, como é principalmente produzida?

– Assim como a virtude que mais brilha no Paraíso é a Pureza, assim a obscuridade e a neblina são produzidas, principalmente pelo pecado da imodéstia e impureza.

É como uma negra nuvem densíssima que tolda a visão e impede os jovens de verem o precipício, rumo ao qual caminham.

Diga-lhes, portanto, que conservem zelosamente a virtude da Pureza, porque os que a possuem "florebunt sicut lilium in civitate Dei [florescerão como o lírio na cidade de Deus]".

– E o que se requer para conservar a Pureza? Dizei-me, e di-lo-ei aos meus caros jovens, da vossa parte.

Recolhimento, obediência, fuga do ócio e oração.

– E o que mais?

Oração, fuga do ócio, obediência e recolhimento.

– Nada mais?

Obediência, recolhimento, oração e fuga do ócio. Recomende-lhes estas coisas, que elas são suficientes.

Teria querido perguntar-lhe muitas coisas mais, porém não me vinham à lembrança.

Assim é que, mal o Bispo terminou de falar, impaciente para vos transmitir aqueles avisos, deixei apressadamente o salão e corri para o Oratório.

Voava com a rapidez do vento, e num instante encontrei-me na porta de casa.

Mas, ao chegar, parei e pensei:

Por que não permaneci mais tempo com o Senhor Bispo?

Teria conseguido ainda melhores esclarecimentos. Fiz mal em deixar escapar uma ocasião tão boa. Teria aprendido muitas coisas interessantes...

E, imediatamente, voltei atrás com a mesma rapidez com que tinha vindo, receoso de não mais encontrar o Senhor Bispo.

Entrei novamente no palácio e no salão...

Mas que mudanças se haviam operado em poucos instantes!

O Bispo, pálido como cera, estava agora estendido sobre um leito, e parecia um cadáver!

Nos seus olhos brilhavam ainda as últimas lágrimas, pois estava em agonia!

Só pelo ligeiro movimento do peito, produzido pelos últimos alentos, se deduzia que ainda estava vivo.

Aproximei-me, com grande preocupação, e perguntei-lhe:

– Senhor Bispo, que vos aconteceu?

– Deixe-me! – respondeu, com um gemido.

– Teria ainda muitas coisas para vos perguntar.

– Deixe-me só! Sofro profundamente!

– Que posso fazer por vós?

– Reze e deixe-me ir embora!

– Para onde?

– Para onde me conduz a Mão onipotente de Deus.

– Mas, Senhor Bispo, rogo-vos que me digais o local.

– Sofro imensamente, deixe-me!

Eu repetia:

– Mas ao menos dizei-me: O que posso fazer por vós?

– Reze por mim.

– Uma só palavra: tendes algum encargo que eu possa fazer-vos no mundo? Não quereis dizer nada para o vosso sucessor?

– Vá ao atual Bispo de..., e diga-lhe, da minha parte, tal e tal coisa...

As coisas que me disse não vos interessam, queridos jovens, e por isso as omito.

E o Bispo acrescentou:

– Diga também a tais e tais pessoas, tais e tais coisas secretas...

(Também sobre esses recados, Dom Bosco calou-se.

Mas tanto os primeiros como os segundos recados, parece que se referem a avisos e remédios com respeito à sua antiga Diocese).

– Nada mais?

– Diga aos seus jovens que eu sempre lhes quis muito bem, e que enquanto vivi sempre rezei por eles, e ainda agora me recordo deles. Que também eles rezem por mim.

– Tende a certeza, Senhor Bispo, de que assim o direi. E começaremos imediatamente a oferecer sufrágios por vossa Alma.

Mas quando o Senhor Bispo estiver no Paraíso, lembre-se de nós.

O Bispo tinha tomado um aspecto ainda mais sofredor!

Era um tormento vê-lo! Sofria muitíssimo! Era uma agonia das mais angustiosas!

– Deixe-me! – repetiu ele – Deixe-me que vá para onde o Senhor me chama!

– Senhor Bispo! Senhor Bispo! – repetia eu cheio de indizível compaixão.

– Deixe-me! Deixe-me! – respondia ele.

Parecia que expirava!

E logo uma força invisível arrastou-o dali para habitações mais interiores, de modo que desapareceu...

Eu, com tanto sofrer, assustado e comovido, quis voltar atrás; mas, tendo batido com o joelho num objeto qualquer daquela sala, acordei, e encontrei-me de repente deitado no meu quarto...

Como vedes, caros jovens, este foi um "sonho" como todos os demais.

E no que se refere a vós, não tendes necessidade de mais explicações, porque todos o entendestes bem.

E Dom Bosco concluiu a narração dizendo:

"Neste sonho, aprendi tantas coisas, a respeito da Alma e do Purgatório, como antes jamais havia chegado a compreender; e vi-as tão claramente que jamais as esquecerei".

Assim termina a narração dos nossos apontamentos.

Parece que, em dois quadros distintos, o Venerável Dom Bosco quis expor o estado de graça das Almas do Purgatório, e os seus sofrimentos expiatórios.

Nenhum comentário ele fez acerca do estado daquele bom Bispo.

Sabe-se, aliás, por revelações digníssimas de Fé e pelo testemunho dos Santos Padres, que até algumas almas de santidade consumada, lírios de virginal pureza, carregadas de méritos, fazedores de milagres, almas que nós hoje veneramos nos altares, também tiveram de permanecer algum tempo no Purgatório, por impurezas ou defeitos ligeiríssimos (não devidamente expiados neste mundo).

A Justiça Divina quer que, antes de entrar no Céu, cada um pague até à última parcela das suas dívidas.

Nós, que escrevemos isto, tendo perguntado algum tempo depois a Dom Bosco se havia executado os encargos recebidos daquele Prelado, com a confiança com que ele nos honrava, respondeu-nos:

"Sim, executei fielmente o que ele me recomendou".

Observamos também que a pessoa que transcreveu o sonho omitiu uma circunstância, que agora nós recordamos, talvez porque então não entendia o seu sentido e importância:

Dom Bosco havia perguntado, a certa altura, quanto tempo ainda viveria, e o Bispo havia-lhe apresentado um papel cheio de rabiscos entrecruzados, parecidos com o número 8, mas sem dar explicação alguma desse mistério...

Indicaria o ano de 1888, ano em que Dom Bosco faleceu.

S. João Bosco começou por chamar Oratório, ou Oratório festivo, às reuniões que fazia para os jovens nos Domingos e Dias de Festa.

Nessas reuniões, rezava com os rapazes, dava catequese, ministrava os Sacramentos e proporcionava sadia recreação.

Com o passar do tempo, o Oratório passou a designar, por extensão, o local de Turim, onde o Santo estabeleceu a sua obra.

Na Itália, o tratamento respeitoso de "Dom" (de Dominus, isto é, Senhor) é dado habitualmente aos Sacerdotes seculares.

No Oratório, chamava-se “Boa Noite” à alocução, geralmente breve, que Dom Bosco costumava fazer no fim de cada dia.

Tal costume permanece até hoje nas Casas salesianas.

Da narrativa de S. João Bosco, pode certamente depreender-se que, neste caso concreto (assim como de outros semelhantes), não se tratou de um sonho normal, mas de uma visão sobrenatural.

Na sua profunda humildade, o Santo terá tentado ocultar, com as frases que acabamos de ler, o verdadeiro caráter místico dessas revelações recebidas.

Postado por emanoelrangel@hotmail.com às 16:31

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Esta transcrição foi-me facilitada através do site

GUIA DE BLOGS CATÓLICOS, que subscrevo e recomendo.

 

António Fonseca

Postado por aarfonseca0491@hotmail.com às 19,20 h  -  20-1-2012 

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