(Post para publicação em 8 de Setembro de 2012 – 10,30 h).
(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)
Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.
Que descanse em paz com as honras do Senhor.
18\06\1927 - 29\10\2011
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Do livro “Caminhos da Felicidade”
O PORTEIRO DA ABADIA
Há por esse mundo pessoas humildes e simples cuja vida é um tratado de beleza e sabedoria.
A abadia de Orval, em França, tinha um porteiro mal vestido e sorridente, que era um santo.
Tinha sido sindicalista, aguerrido defensor dos trabalhadores perante certo patronato para quem o ser humano é comparado a um animal que só tem valor enquanto dá rendimento…
Quando tinha 48 anos, com espanto de todo o mundo que o conhecia, Eugénio Deviges entrou no convento dos Trapistas de Orval. Destacaram-lhe a portaria. Ele gostava de dizer que era o “porteiro do bom Deus».
Serviu cerca de trinta anos, abrindo portas, atendendo, comunicando, sempre com um sorriso feliz.
E o segredo dessa felicidade foi descoberto numa carta que escreveu aos familiares: «Felizes os que dão tudo! Eu queria ser como um passarinho que canta diante de Deus».
Adoeceu gravemente.
No seu pequeno cubículo banhado por uma réstia de luz, no catre paupérrimo em que enfrentava a proximidade da morte, um jovem frade abre a porta para visitá-lo.
E o porteiro agonizante ciciou docemente: «Tu vens participar da alegria?»
A morte do justo é uma pré libação antecipada da alegria que a nossa fé nos garante ser sem fim…
Porto, Dezembro de 1998
Mário Salgueirinho
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Do livro “Dar é receber”
SEM RECOMPENSAS
Se atendermos bem, verificamos que Jesus Cristo e outros grandes guias espirituais ensinaram esta verdade paradoxal: a forma de cuidar dos outros mais compensadora é aquela que não visa recompensas.
Esta verdade é confirmada pela dedicação de generosidade fantástica de tantos homens e mulheres que atravessam a vida praticando pequenos actos anónimos de bondade e de amor aos outros.
Conheço muitos. Conheço um voluntário que se entrega um dia por semana, e às vezes mais num, hospital de doentes com sida e outras doenças infecto-contagiosas. E quantas vezes percorre muitos quilómetros para poder estar no dia que lhe compete.
E, como ele, quantos voluntários generosos dão a sua ajuda, por esse Portugal fora, por esse mundo, além, em creches, lares de idosos, hospitais, institutos de cancerosos, lares dos sem-abrigo, etc., etc., sem esperar qualquer recompensa material, nem uma simples expressão de gratidão.
Deve ser desenvolvida esta importante capacidade de amar, que vai atenuando o sofrimento no mundo e tem resultados admiráveis em todos os campos.
Um joalheiro vendeu um rubi muito valioso que um seu empregado não conseguira vender. Perguntaram-lhe o que fizera para conseguir e ele respondeu: «o meu empregado é um excelente conhecedor de jóias. Há, porém, uma diferença entre mim e ele; ele conhece jóias, mas eu amo as jóias. Eu interesso-me pelas jóias e por quem as vai usar. Os fregueses sentem isso. E isso os faz comprar. mas eu amo as jóias.
A capacidade de amar opera maravilhas, muitas delas que só Deus conhece…
Porto, Dezembro/2003
Mário Salgueirinho
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