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Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, directamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
23 de Setembro de 2012 – Domingo
XXV Domingo Tempo Comum
Mc 9, 30-37
Partindo dali, atravessaram a Galileia, e Jesus não queria que ninguém o soubesse, porque ia instruindo os Seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens que O hão-de matar mas, em três dias depois de ser morto, ressuscitará». Eles, porém, não compreendiam semelhante linguagem e tinham receio de O interrogar. Chegaram a Cafarnaum e, quando estavam em casa, Jesus perguntou-lhes: «Que discutíeis pelo caminho?» Ficaram em silêncio, porque tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. Sentando-Se, chamou os doze e disse-lhes: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos». E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o e disse-lhes: «Quem receber um destes meninos em Meu nome é a Mim que recebe; e quem Me receber, não Me recebe a Mim, mas Aquele que Me enviou».
1 – O contraste entre Jesus e os apóstolos (os Doze) é forte. O mais forte que se pode imaginar; quando Jesus lhes está falando do que fim trágico que O espera, eles não entendem nada, não se inteiram de uma coisa tão clara e além disso, não querem entender. Por que lhes dá medo perguntar. Os apóstolos têm medo ao acontecimento central do Evangelho. E explicam os entendidos (na historicidade dos evangelhos) que isto teve que suceder assim, não pode ser uma coisa que ocorreu a Marcos ao redigir o seu Evangelho. Porquê?
2 – Porque aqui os apóstolos ficam estáticos: não se inteiram, têm medo, são cobardes e, para cúmulo, precisamente quando Jesus lhes está dizendo que sua vida vai terminar como terminam os últimos deste mundo (julgados, condenados e executados como malditos), os apóstolos põem-se a discutir com a pretensão de serem eles os primeiros. Aqueles homens pensavam ao contrário do que pensava Jesus. E aspiravam justamente ao contrário do que eles estavam vendo e vivendo que era o caminho que levava Jesus. Era evidente que Jesus se pôs com os últimos deste mundo e defendeu-os provocatoriamente. Por isso acabou como acabou. Os apóstolos, sem embargo, o que discutem é quem é o primeiro, o mais importante.
3 – Isto dá que pensar: Quando se escreveu este Evangelho, os apóstolos eram conhecidos nas comunidades da Igreja. Os doze eram famosos : eram as testemunhas oficiais da ressurreição de Cristo (1 Cor 15, 5), representavam as doze tribos do “novo Israel” (Mt 19, 28; Lc 22, 30; Act 26, 7; Ap. 21, 12), sabia-se da sua forma de vida e de trabalho (1 Cor 9, 4-5). E o surpreendente é que, a estes homens aos que tanto devia a Igreja nascente, os evangelhos não tiveram a menor dificuldade em contar todas as suas ignorâncias, cobardias, medos e contradições. O Evangelho nos diz assim que o melhor para a Igreja não é a boa imagem dos seus dirigentes, mas sim a verdade e a transparência do que cada um vive no seguimento de Jesus.
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