1927-2011
Conforme informei em 12 do corrente mês, tentarei publicar todos os sábados, o Vitral que vier a ser inserido na Voz Portucalense de cada semana, em memória do Padre Mário Salgueirinho conforme intenção manifestada pelo seu Diretor no Jornal editado em 9 de Novembro, onde diz: «(…) Pensamos que a melhor forma de mantermos a sua memória é que este espaço continue ocupado por textos da sua autoria. Buscaremos entre os publicados, alguns (…) que nos toquem um pouco o coração».
Antes de mais, no entanto, e solicitando as minhas maiores desculpas, por não o ter feito na devida altura, - por esquecimento - , aproveito para registar aqui também a notícia que foi publicada no passado dia 2, no Seminário VOZ PORTUCALENSE, que dizia assim:
“Fomos confrontados em 29 de Outubro de 2011 com a notícia da morte do P. Mário Salgueirinho Barbosa. O Padre Mário Salgueirinho Barbosa nasceu em 18 de Junho de 1927 na freguesia de Santiago de Bougado, na Trofa. Residia na paróquia de Gueifães, na Maia. Foi ordenado sacerdote em 29 de Julho de 1951, tendo completado 60 anos de ordenação em Julho último. festejou esses 60 anos de sacerdócio com o Padre Soares Jorge, na Igreja do Santíssimo Sacramento, em 29 de Julho de 2011. Foi Diretor da antiga Livraria Telos, e depois da Fundação Voz Portucalense, e administrador deste semanário, de que era habitual colaborador, conhecido através do seu Vitral.
Desempenhou outras funções como capelão hospitalar, professor de Educação Moral e Religiosa e colaborador do reitor da Capela das Almas, na Rua de Santa Catarina, bem como na Igreja Paroquial da Senhora do Porto e da Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso, tendo colaborado durante mais de quarenta anos com o seu fundador Padre António Inácio Gomes, falecido há 6 anos (28-10-2005). Foi condiscípulo de D. Manuel da Silva Martins, e dos Padres Soares Jorge, António Garrido, Delfim Mota, entre outros. Colaborou na Rádio Renascença, na rubrica “Oração da manhã”, com pequenos textos escritos e lidos por ele próprio. É autor de vários livros onde reunia as suas crónicas e reflexões, bem como poemas de meditação, também divulgados em folhetos intitulados “Pensamentos belos” (um dos quais foi lido por sua sobrinha na celebração exequial). Manteve até adoecer um blogue na Internet, intitulado http://padremariosalgueirinho.blogspot.com, Livros publicados: Amizade, Mãe, Felicidade, Amar, Natal, Deus, Juventude, Pai, Gratidão, Bondade. A última obra publicada, uma compilação de poemas para refletir (2010/2011), dedicada “A todos – mestres, familiares e amigos – que me ajudaram a subir a montanha”. Ao seu funeral presidiu o Bispo Auxiliar emérito do Porto, D. João Miranda, concelebrando D. Manuel Martins, condiscípulo do P. Salgueirinho, e D. Serafim Ferreira e Silva, e cerca de meia centena de sacerdotes”.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo e Sua Mãe Maria Santíssima para todo o sempre. Ámen.
A seguir sim, transcrevo com a devida vénia, o texto que foi publicado esta semana, no dia 16…, naquele jornal diocesano, por Fátima Malça:
Um outro Vitral!
FÁTIMA MALÇA
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O Padre Mário Salgueirinho transpôs a fronteira da eternidade e nós não voltaremos a contemplar a beleza do seu Vitral! Uma nuvem negra de dor e saudade toldou o coração dos seus familiares, amigos e admiradores ante a cruel notícia do seu brusco desaparecimento. Conhecia-o, desde há largos anos, através da riqueza e da profundidade das suas magníficas reflexões quer em prosa quer em verso, tendo todas elas, como fio condutor, a formação do ser humano nas suas diversas vertentes. Aos seus poemas chamou ele próprio “entoações de Deus” , que “ajudaram muita gente carente de coragem, de esperança, de paz e de felicidade.” Para além do seu talento literário, o que nele mais admirava ara a magnanimidade do seu coração sempre inclinado a enxugar lágrimas, a acender sorrisos e a abrir clareiras de esperança na espessura do quotidiano.
Do seu poema “Deixa entrar o Sol da alegria”:
Se há espaços escuros
no teu caminho,
momentos de tristeza,
angústia e solidão,
deixa entrar o Sol da alegria,
que brota da esperança
e da aceitação.
Como sabia estender os braços a todos os que se encontravam caídos na berma dos caminhos! Como sabia amparar os que vacilavam na fidelidade aos compromissos assumidos e como carinhosamente acolhia os “feridos da vida”! Como se empenhava em procurar “pérolas” nas lixeiras humanas! Não se fechava no azedume do pessimismos estéril ou da crítica fácil e destrutiva nem regateava elogios, servindo-se deles como alavanca capaz de estimular e criar auto-estima nos seus destinatários. Emudeceu a sua voz. Secou a tinta da sua pena, mas não hão-de estiolar as sementes do bem, de bondade e de paz que, em abundância, foram caindo das suas mãos benfazejas. Por isso, liberto já das contingências do tempo, contemplará, certamente, a fascinante Beleza de um outro VITRAL, sentindo o abraço quente do Pai que, baixinho, lhe há-de segredar:
Vem, bendito de meu Pai…
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Textos (e transcrições) da responsabilidade de
António Fonseca
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