Nº 1105
SANTA GERTRUDES
Religiosa (1256-1302 ou 1303)
Gertrudes, Santa
Até os Beneditinos de Solesmes (França) publicarem em 1875 as Revelações de Santa Gertrudes e Santa Matilde, confundia-se esta Gertrudes com a sua homónima Gertrudes de Nivelles e muito mais com a abadessa Gertrudes de Hackeborn. Pelos seus escritos, mais ainda do que pela vida, é ela distinguida com o título de Magna, Grande. Hoje tem-se por certo que não foi nunca abadessa e, apesar da sua vida oculta, muito influiu no seu tempo, dentro e fora do mosteiro, graças ao seu grande dom de palavra e aios divinos carismas que recebeu do céu. Nasceu Santa Gertrudes em 1256, em Helfta, à entrada de Eisleben, na Saxónia. Aos cinco anos entrou no Mosteiro, onde recebeu cultura universal e clássica. Estudou latim, filosofia, teologia e música. Era inteligência muito aberta e curiosa, que naturalmente se comprazia com o estudo, a leitura de Virgílio e Cícero, a filosofia de Aristóteles e a contemplação do mundo natural. A ciência e as palavras dos homens são, porém, comparadas com as divinas, vaidade e rémora para o progresso e perfeição da alma. Gertrudes verificou-o bem cedo, e aqueles primeiros anos da sua paixão literária e científica , veio a chorá-los como se tivesse sido anos de pecado. «Ocupava-me então da minha alma, escreveu ela, como dos meus velhos sapatos; vivia como pagã entre pagãos». Numa aparição que teve a 27 de Janeiro de 1281, Nosso Senhor repreendeu-a e ela converteu-se, voltando-se para Ele inteiramente. À passagem – do puramente natural ou menos bom, ao sobrenatural e perfeito – chamam os Santos – «a sua conversão». Desde esse dia, os livros de Santa Gertrudes foram a Sagrada Escritura e os comentários dos Santos Padres e Teólogos, especialmente Santo Agostinho, S. Gregório Magno, S. Bernardo e Hugo de São Caro. Deus encarregou-se desde então de ser o seu Mestre e o seu realizador. Os sofrimentos físicos lavraram-lhe a alma e obtiveram-lhe grande domínio sobre o amor próprio e a impaciência natural. Assim preparou o coração para grandes comunicações e para trono da divindade. A arte cristã representa a santa com o coração abrasado fora do peito, e dentro do peito o Menino Jesus. É pôr em cena aquelas palavras que o mesmo Jesus dirigiu a uma pessoa devota, ponderando o seu amor a Gertrudes: «Encontrar-me-eis no coração de Gertrudes». Santa Gertrudes foi realmente objecto de complacências divinas, como mais tarde o havia de ser Santa Margarida Alacoque. Ambas penetraram no amor íntimo de Jesus, embora de maneira diversa, segundo os tempos. Santa Gertrudes é a Santa da Humanidade de Cristo e a «teóloga» do Sagrado Coração, como foi chamada. Ela concebia o amor a Jesus, não tanto como devoção, quanto com maior compreensão do grande e integro mistério de Cristo, vivo e palpitante no meio da Igreja pela liturgia católica. A espiritualidade de Santa Gertrudes funda-se toda na vida litúrgica da Igreja católica. Quase não conhece outras devoções senão os Ofícios Divinos, as Missas solenes que todos os dias cantava, com Santa Matilde – cantrix Mechtildis – e com a sua Comunidade no coro da abadia de Helfta. As revelações , com que a enriqueceu o Senhor, estavam geralmente em relação com os mesmos Ofícios Divinos, cujo sentido recôndito, ou a melhor maneira de celebrá-los, lhe explicava Jesus. A atmosfera que envolve a alma de Santa Gertrudes , é de ordinário atmosfera de paz e de luz. Mais que um abismo de dor , Jesus no seu coração é mistério de graça e de amor. Vê o Coração Divino, mas não com a coroa de espinhos e a cruz; nem mesmo se sente chamada a essa vocação especial da vítima para a expiação dos pecados do mundo. Mostra-lhe Jesus a chaga do Peito, mais como porta de oiro, por onde entra Gertrudes, como um dia de festa celebrado em honra do Santuário íntimo da Divindade, do tálamo do Esposo Divino. Como S. João, descansa no peito do Amado como num banho de purificação, como num asilo de descanso, onde ninguém pode atingi-la, perturbá-la na sua mística contemplação. O Coração de Jesus mostra-se-lhe algumas vezes como copo de oiro, em que bebem todos os bem-aventurados. Como cadeia de oiro que desce do céu à terra, para fazer prisioneiros do amor. Como turibulo que arde diante do Pai Eterno e exala o perfume da sua caridade. Também é como espécie de cesto onde se recolhem todos os méritos da Encarnação Divina, méritos de que podemos todos os homens apropriar-nos livremente. A encarnação, a misericórdia de Jesus e uma infinita confiança no seu Sagrado Coração constituem o colorido alegre que envolve todos os escritos de Santa Gertrudes. É, por isso mesmo, grande entusiasta da Eucaristia e da Liturgia. Poucos terão recomendado como ela a comunhão frequente. Como critério tão acertado nas disposições. Com razão, portanto, foi ela considerada como precursora de Santa Teresa de Jesus e Santa Margarida Maria. Aos 25 anos foi beneficiada com a primeira revelação e para os fins da vida recebeu o dom das chagas. Morreu pelos anos de 1302 ou 1303. Clemente XII incluiu o seu ofício no calendário Romano. As suas obras, o Arauto da bondade divina e sete Exercícios, tudo em, bela prosa latina, foram editadas no século XVI pelo cartuxo João Lamperge e logo traduzidas para as línguas europeias. Estamos diante dum dos grandes nomes da literatura mística universal. Um dia que Gertrudes não pôde assistir com as Irmãs à conferência espiritual, apareceu-lhe o Senhor e disse-lhe: «Queres, minha queridíssima, que o sermão to faça Eu?» Ela aceitou com gosto e então Jesus fez que ela descansasse sobre o seu Coração e ouviu duas espécies de pulsações. «Com estas duas pulsações, disse-lhe Jesus, opero Eu a salvação dos homens». A primeira pulsação servia para tornar o Pai propicio aos pecadores, para lhes desculpar a malícia e movê-los à contrição. A segunda era um grito de alegria e congratulação pela eficácia do sangue de Jesus na salvação dos justos. Era um grito que atraía, doce e suavemente, os bons para trabalharem constantemente na obra da sua perfeição. A vida dos sentidos não impede em nada o grito do coração. Assim o governo universal do mundo não prejudica nem retarda as pulsações do Coração de Jesus, o seu amor e misericórdia com justos e pecadores. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it. ¡Felicidades às Gertrudes! Comentários a P. Felipe Santos: fsantossdb@hotmail.com
Áudio da RadioVaticana:
• Inês de Assis, Santa
Novembro 16 Religiosa,
Novembro 16 Religiosa,
Inês de Asis, Santa
Inês de Favarone, irmã de Clara «segundo a carne e segundo a pureza» (Lenda de Sta. Clara, 24), não é uma figura que facilmente possa esboçar-se, a não ser que se ceda ao fácil impulso de revestir os escassos dados históricos que se possuem – obscuros e limitados em informação – com reflexões verosímeis, mas não comprovadas, sugeridas mais por sua situação à sombra de santa Clara. Inês de Assis é uma figura de contornos defumados, que se intui mais e melhor precisamente quanto menos se trata de a fixar dentro de uma linha marcada e precisa. Filha segunda de Favarone e Ortolana, Inês nasce nesta nobre família assisiense por volta de 1197. Sua Vida, incluída na Crónica dos XXIV Gerais da Ordem dos Irmãos Menores, de finais do século XIV, afirma estritamente que na data de sua morte, acontecida pouco depois da morte de Clara em 1253, teria uns 56 anos. O nome de Inês não lhe foi imposto no Baptismo mas sim mais tarde, depois da conversão;e foi-lhe posto por são Francisco, depois que «pelo Cordeiro inocente, quer dizer, por Jesus Cristo, imolado por nossa salvação, resistiu com fortaleza e combateu virilmente» (Crónica) fazendo frente aos ataques de seus familiares, dedicados a arrancá-la do claustro de Santo Ángel de Panzo, onde se havia refugiado com Clara. Provavelmente, seu nome de batizada foi o de Catarina. Segundo refere a Vida de Santa Clara escrita a finais do século XV pelo humanista Hugolino Verino, e, como por primeira vez assinalou Fausta Casolini, o tio Monaldo, voltando-se para Inês na tentativa de a conduzir de novo a casa de seus pais, a apostrofa com o nome de «Catarina... que assim se chamava Inês no século...» (cf. AFH 13, 1920, 175). Catarina é o nome da intrépida virgem de Alexandria, cujas relíquias, conservadas numa igreja erigida no Sinai, eram objeto de devotas peregrinações para todos os que, dirigindo-se a Terra Santa, desembarcavam no porto egípcio de Damieta, de onde empreendiam a viagem para Jerusalém passando precisamente pelo Sinai e Gaza. Também Ortolana, a mãe de Clara e Inês, havia realizado uma peregrinação aos lugares santificados com a presença do Messias: talvez a devoção para com a mártir de Alexandria, reforçada durante a peregrinação, lhe sugeriu mais tarde o nome para sua segunda filha. E esta mesma devoção, seguramente viva nas filhas por influência de Ortolana, inspirou o nome titular de Santa Catarina do Monte Sinai para muitos dos pequenos mosteiros de Irmãs Pobres. La infancia y la juventud de Inés corren parejas con las de su hermana Clara, tres o cuatro años mayor que ella. Es intenso el afecto que las une recíprocamente e iguales sus sentimientos. Sin embargo, la orientación inicial es distinta. En efecto, si Clara, siguiendo la voz interior que la llama a una vida completamente dedicada al Señor, no quiere ni oír hablar de boda, tal vez la serena vida familiar que observa entre sus padres y con sus dos hermanas, despierta en Inés el deseo de una vida análoga iluminada por el gozo íntimo de un matrimonio y de una maternidad bendecidos por Dios. El autor de la «Leyenda», al presentar el llamamiento de Inés a la vida religiosa como uno de los primeros efectos de la poderosa oración de Clara en el silencio del claustro, escribe: «Entre las principales plegarias que ofrecía a Dios con plenitud de afecto, pedía esto con mayor insistencia: que, así como en el siglo había tenido con la hermana conformidad de sentimientos, así ahora se unieran ambas para el servicio de Dios en una sola voluntad. Ora, por lo tanto, con insistencia al Padre de las misericordias para que a su hermana Inés, a la que había dejado en su casa, el mundo se le convierta en amargura y Dios en dulzura; y que así, transformada, de la perspectiva de unas nupcias carnales se eleve al deseo del divino amor, de modo que a una con ella se despose en virginidad perpetua con el Esposo de la gloria. Existía realmente entre ambas un extraordinario cariño mutuo, el cual, aunque por diferentes motivos, había hecho para la una y la otra más dolorosa la reciente separación» (Leyenda 24). Es fácil adivinar lo interminables que fueron para Inés los días que siguieron a la fuga de Clara. Inés tiene sólo catorce o quince años, y en la hermana menor, Beatriz, no encuentra de ninguna manera el apoyo afectuoso que le proporcionaba la presencia de Clara. Transcurre la semana de Pasión, a la que sigue la Pascua, una Pascua más que nunca velada por la nostalgia y el recuerdo de la hermana ausente, a la que no han conseguido hacer regresar a la casa paterna ni la afectuosa presión de la familia ni la violencia. También pasa la semana de Pascua; y cada día que transcurre, mientras la memoria repasa los dulces recuerdos que le evocan a Clara, la mente y el corazón se detienen cada vez con mayor frecuencia a pensar en el camino escogido por Clara, y descubren la profunda y escondida riqueza que encierra. Y la exuberancia juvenil de Catalina empieza a arder con el mismo fuego que Clara, encendido por el Espíritu, y suspira por poder entregarse completamente, como ella, al Señor Jesús y a su Reino. Dieciséis días después de la fuga de Clara de la casa paterna, el 14 de mayo de 1211, o quizá al día siguiente, Inés se llega por fin a su hermana en el monasterio benedictino del Santo Ángel de Panzo, donde Clara se había refugiado provisionalmente, y le manifiesta con firmeza el propósito de consagrarse totalmente, como ella, al servicio de Dios. El abrazo gozoso de Clara, que ha visto escuchada su oración, representa al mismo tiempo la aceptación de la primera novicia en la nueva Orden fundada por san Francisco. La desaparición de Inés, refugiada junto a su hermana, provocó una nueva y aún más violenta reacción por parte de los familiares, que no estaban dispuestos a tolerar por segunda vez una iniciativa que era para ellos una afrenta a la riqueza y al poder de la noble familia. Y he aquí que un grupo de doce caballeros se abalanza sobre las dos hermanas en la serena quietud monástica del Santo Ángel de Panzo, donde Clara, «la que más sabía del Señor, instruía a su hermana y novicia» (Leyenda 25). No repitamos aquí el desarrollo del episodio ya referido; añadamos solamente que, al final, Inés puede responder a Clara que le pregunta –angustiada por tantos golpes recibidos mientras los hombres armados la arrastraban a la fuerza por la ladera del monte– que por la gracia de Dios y por sus oraciones, poco o nada ha sufrido. Después de este episodio de violencia, «el bienaventurado Francisco con sus propias manos le cortó los cabellos y le impuso el nombre de Inés, ya que por el Cordero inocente... resistió con fortaleza y combatió varonilmente» (Crónica). A continuación, dirigida por el Santo, juntamente con Clara, en el camino de la perfección emprendida (Leyenda 26), Inés progresó tan rápidamente en el camino de la santidad, que su vida aparecía ante sus compañeras extraordinaria y sobrehumana. Su penitencia y mortificación, como la de la misma Clara, despertaban admiración teniendo en cuenta su corta edad. Sin que nadie lo sospechase, ciñó su cintura con un áspero cilicio de crin de caballo, y esto desde el comienzo de su vida religiosa hasta su muerte; su ayuno era tan riguroso que casi siempre se alimentaba solamente de pan y agua. Caritativa y dulcísima de carácter, se inclinaba maternalmente sobre quien sufría por el motivo que fuere, y se mostraba llena de piadosa solicitud hacia todos. Santa Clara, escribiendo de ella a santa Inés de Praga, llamará a su hermana «virgen prudentísima»; es la opinión de una santa, es decir, de quien sabe medir personas y cosas con la misma medida de Dios. Hay un episodio que, ciertamente, sirve para corroborar en Clara la convicción de la santidad de su joven hermana; episodio que no sabemos con seguridad cuando aconteció, si en los años precedentes o subsiguientes a la partida de Inés a Monticelli. Lo extraemos de la Vita inserta en la Crónica. «En cierta ocasión, mientras, apartada de las demás, perseveraba devotamente en oración en el silencio de la noche, la bienaventurada Clara, que también se había quedado a orar no muy lejos de ella, la contempló en oración, elevada del suelo, y suspendida en el aire, coronada con tres coronas que de tanto en tanto le colocaba un ángel. Cuando al día siguiente le preguntó la bienaventurada Clara qué pedía en la oración y qué visión había tenido aquella noche, Inés trató de eludir la respuesta. Pero al fin, obligada por la bienaventurada Clara a responder por obediencia, refirió lo siguiente: –En primer lugar, al pensar una y otra vez en la bondad y paciencia de Dios, cuánto y de cuántas maneras se deja ofender por los pecadores, medité mucho, doliéndome y compadeciéndome; en segundo lugar, medité sobre el inefable amor que muestra a los pecadores y cómo padeció acerbísima pasión y muerte por su salvación; en tercer lugar, medité por las almas del purgatorio y sus penas, y cómo no pueden por sí mismas procurarse ningún alivio» (Crónica). En la meditación de Inés, de acuerdo con toda la espiritualidad seráfica, el Dios- Hombre crucificado proyecta su vasta sombra de eficacia salvadora sobre el drama de los pecadores y de los redimidos que anhelan su última purificación. Una despedida nostálgica «Después, el bienaventurado Francisco la envió como Abadesa a Florencia, donde condujo a Dios muchas almas, tanto con el ejemplo de su santidad de vida, como con su palabra dulce y persuasiva, llena de amor de Dios. Ferviente en el desprecio del mundo, implantó en aquel monasterio –como ardientemente lo deseaba Clara– la observancia de la pobreza evangélica» (Crónica). No es fácil desentrañar los acontecimientos que están bajo una fuente tan avara de información. Solamente está clara la línea general de los hechos. Es ésta: El paso de san Francisco por Florencia no suscitó entusiasmo solamente entre los florentinos, algunos de los cuales abrazaron enseguida su misma vida evangélica, sino que también enfervorizó a algunas jóvenes y señoras de nobles familias que, a imitación del gesto realizado hacía poco por Clara, deseaban dejarlo todo para dedicarse exclusivamente al servicio de Dios. De hecho, no tardaron mucho en dar cumplimiento a sus deseos; y, no teniendo aún monasterio, se retiraron en casa de algunas de ellas en espera de que la Providencia les proporcionase un lugar más conveniente. Se desconoce la fecha en la que surgieron tales comunidades de señoras florentinas, que tomaban por modelo la de San Damián; quizá resulte más fácil identificar el lugar donde se iniciaron estas comunidades. En efecto, sabemos que la señora Avegnente de Albizzo, que figura como Abadesa del Monasterio en 1219, poseía un lugar en la comarca de Santa María del Sepulcro en Monticelli; hizo donación del mismo a la iglesia romana, para que en él fuese erigido un monasterio, y la propiedad fue aceptada por el Cardenal Hugolino, en nombre de la Iglesia, en el 1218. Con este acto, las nobles señoras florentinas reunidas en torno a Avegnente, se ponían bajo la dependencia de la Santa Sede. Como hemos dicho, la señora Avegnente figura en 1219 como Abadesa de la comunidad erigida, que desde los primeros años se relaciona con San Damián y observa, junto con la Regla del Cardenal Hugolino de 1218-1219, las mismas Observantiae regulares, es decir, esa especie de «constituciones» que por entonces estaban en vigor en San Damián, basadas en los escritos y palabras de san Francisco. La cesión gratuita de un terreno contiguo por parte de Forese Bellicuzi, permitió la erección de un monasterio: la casa anterior, quizá demasiado pequeña, no podía albergar el número creciente de monjas. La joven Inés fue enviada a esta comunidad con el encargo de transferir a Florencia el genuino espíritu de Clara. A ella se confiará el gobierno de esta nueva falange de Hermanas Pobres. Existe un documento precioso, esto es, una carta, remitida por Inés a su hermana después de su llegada al nuevo destino, que nos da luz acerca del profundo dolor que le produjo la separación de San Damián, así como acerca de la nueva comunidad, floreciente en una atmósfera de paz y de unión. La misma carta, sin fecha, nos proporciona también indicaciones que pueden ser válidas como referencias cronológicas: « ... Has de saber, madre –escribe entre otras cosas Inés–, que mi carne y mi espíritu sufren grandísima tribulación e inmensa tristeza; que me siento sobremanera agobiada y afligida, hasta tal punto que casi no soy capaz ni de hablar, porque estoy corporalmente separada de vos y de las otras hermanas mías con las que esperaba vivir siempre en este mundo y morir... ¡Oh dulcísima madre y señora!, ¿qué diré, si no tengo la esperanza de volveros a ver con los ojos corporales a vos ni a mis hermanas?... Por otra parte, encuentro un gran consuelo y también vos podéis alegraros conmigo por lo mismo, pues he hallado mucha unión, nada de disensiones, muy por encima de cuanto hubiera podido creerse. Todas me han recibido con gran cordialidad y gozo, y me han prometido obediencia con devotísima reverencia... Os ruego que tengáis solícito cuidado de mí y de ellas como de hermanas e hijas vuestras. Quiero que sepáis que tanto yo como ellas queremos observar inviolablemente vuestros consejos y preceptos durante toda nuestra vida. Además de todo esto, os hago saber que el señor papa ha accedido en todo y por todo a lo que yo había expuesto y querido, según la intención vuestra y mía, en el asunto que ya sabéis, es decir, en la cuestión de las propiedades. Os ruego que pidáis al hermano Elías que se sienta obligado a visitarme muy a menudo, para consolarme en el Señor». El Privilegio de la Pobreza, que señala la carta, fue concedido a las monjas de Monticelli por el Papa Gregorio IX el 15 de mayo de 1230. Además, el hermano Elías no es designado en la carta ni como «vicario» ni como «ministro general»; la alusión al hermano Elías hace excluir –queriendo asignar una fecha a la carta– la serie de los años 1217 a 1221, en los que se encontraba como Ministro provincial en el Oriente; y parece excluir también los años 1221 al 1227, en los que fue Vicario, y los años después de 1232, ya que en el Capítulo de aquel año fue elegido Ministro General. Por tanto, es probable que la salida de Inés de Asís a Monticelli, salida querida por san Francisco y causa de profundo dolor para la obediente hermana de santa Clara, no fuese en el 1221, como se repetía tradicionalmente, sino más tarde, alrededor de los años 1228-1230: a menos que se quiera admitir que la carta, aunque refleja la herida de una separación reciente, haya sido escrita muchos años después de la partida de San Damián. A la cabecera de Clara moribunda Queda en la sombra lo que se refiere a la permanencia de Inés en Florencia, así como queda encubierto con el misterio el itinerario de su regreso a Asís; muchos monasterios se glorían de haberla tenido como fundadora en su camino de retorno, y es muy posible que el dato tradicional, no recogido en documentos, responda en alguna medida a la realidad. En cualquier caso, tras un lapso de diez años, la historia vuelve a presentar a Inés en la clausura de San Damián, cuando asiste a Clara en su prolongada agonía. Según Mariano de Firenze, que escribe en el siglo XVI, la partida de Inés de Monticelli estuvo precisamente en relación con el empeoramiento de la enfermedad de la Santa: al tener noticia de ello, Inés se habría puesto de viaje apresuradamente con algunas de las hermanas externas de Monticelli, destinadas a recoger y a conservar las últimas palabras de la Madre de la Orden, para llevar su recuerdo a la fundación florentina. Siguiendo la misma narración, Clara habría entregado a estas hermanas que acompañaban a Inés su velo; sería el que se conserva como reliquia en el monasterio de clarisas de Firenze- Castello. Cualquiera que sea la fecha en que haya de fijarse el regreso de Inés a San Damián, es indudable su presencia a la cabecera de Clara moribunda. Para Inés que, oprimida por el dolor, no halla manera de contener las lágrimas abundantes y amargas, y suplica a su hermana que no se marche ni la abandone, Clara tiene palabras de ternura infinita, que hacen florecer una esperanza maravillosa en el corazón de Inés: «Hermana carísima, es del agrado de Dios que yo me vaya; mas tú cesa de llorar, porque llegarás pronto ante el Señor, enseguida después de mí, y Él te concederá un gran consuelo antes que me aparte de ti» (Leyenda 43). La tarde del 11 de agosto de 1253, en el desgarramiento de la separación, Inés habrá recordado a la hermana, bienaventurada por siempre en el abrazo del Esposo, la promesa que le hiciera pocos días antes. Y cuando al día siguiente, entre alabanzas y gozo universal, el cuerpo de Clara, ya invocada como santa, bendecido por el Papa, subió por la pendiente de Asís para ser depositado en el mismo sepulcro que un día recibió los despojos mortales de Francisco, seguramente reconocería Inés, en este preludio tan solemne de la canonización, el gran consuelo profetizado por Clara. También tuvo bien pronto realización la promesa que le había hecho, pues «al cabo de pocos días, Inés, llamada a las bodas del Cordero, siguió a su hermana Clara a las eternas delicias; allí entrambas hijas de Sión, hermanas por naturaleza, por gracia y por reinado, exultan en Dios con júbilo sin fin. Y por cierto que antes de morir recibió Inés aquella consolación que Clara le había prometido. En efecto, como había pasado del mundo a la cruz precedida por su hermana, así mismo, ahora que Clara comenzaba ya a brillar con prodigios y milagros, Inés pasó ya madura, en pos de ella, de esta luz languideciente, a resplandecer por siempre ante Dios» (Leyenda 48). La noticia de la muerte de Inés, difundida por Asís, atrajo –como la de Clara– multitud de gentes, que le profesaban gran devoción y esperaban poder contemplar sus despojos mortales y ser así consoladas espiritualmente. Todo este gentío subió la escalera de madera que daba acceso al monasterio de San Damián. Pero de pronto, las cadenas de hierro que sostenían esta escalera, cedieron bajo peso tan desacostumbrado, y se derrumbó con gran estrépito sobre la multitud que estaba debajo, arrastrando en su derrumbamiento a cuantos allí se agolpaban. De la imprevista catástrofe se podían esperar consecuencias desastrosas, puesto que el gentío quedó como aplastado bajo el enorme peso de la escalera sobrecargada de gente. Pero en los corazones se abrió paso la esperanza en el nombre de Inés. Invocando inmediatamente su nombre y sus méritos, heridos y magullados se levantaron riendo, como si nada hubieran sufrido. Esta fue la primera de las numerosísimas intervenciones milagrosas de Inés, que, ya reunida con Clara en la gloria, será para siempre, como su hermana, muy pródiga en su intercesión a favor de cuantos, en su nombre, supliquen para verse librados de enfermedades incurables, de la ceguera, o de posesión diabólica. La serie de estas intervenciones continúa ampliamente durante todo el siglo XIV, hasta establecerse su culto, ratificado por la Iglesia. Su nombre aparece en el Martirologio Romano entre los santos del día 16 de noviembre, y sus restos reposan en la Basílica de Asís, que también encierra el cuerpo de su «madre y señora» Clara.
SÃO JOSÉ MOSCATI
Leigo (1880-1927)
Em Fevereiro de 1927, o Doutor Bianqui, Vice-Presidente da Câmara dos Deputados de Itália, pronunciou uma conferência na cidade de Nápoles. Enquanto os aplausos referviam de todos os lados, o orador sentiu-se mal e caiu para o chão. Acudiram vários médicos, mas o moribundo só sentiu alívio quando viu aproximar-se o Doutor Moscati. Este, preocupado mais com o bem da alma do que com a saúde do corpo, mandou imediatamente chamar o Pároco. Entretanto, excitava-o ao arrependimento repetindo-lhe: « – Meu Jesus, misericórdia!» Chegou rapidamente o sacerdote, que mal teve tempo para lhe administrar a Santa Unção, pois a morte arrancou desta vida o grande político. O próprio Doutor Moscati escreveu à sobrinha do falecido: «Ainda sinto a impressão daquele olhar que me procurava entre tantos que o rodeavam… Corri ao seu lado, sugeri-lhe palavras de arrependimento e confiança, enquanto ele me apertava fortemente a mão, porque não podia falar. Estava para não ir àquela conferência, mas naquele dia uma força sobre-humana, a que não pude resistir, obrigou-me a ir». O Doutor José Moscati, professor da faculdade de Medicina da Universidade de Nápoles, um dos mais sábios médicos de Itália, viveu como santo e morreu aos 47 anos de idade, a 12 de Abril de 1927. Foi beatificado a 16 de Novembro de 1975, pelo papa Paulo VI, e canonizado a 25 de Outubro de 1987, pelo papa João Paulo II. Fazia meditação, rezava o terço e comungava todos os dias. Tratava de graça todos os pobres. Eis algumas passagens dos seus Apontamentos Espirituais: «Amemos o Senhor sem medida; sem medida na dor e sem medida no amor… Sinto destroçar-se-me o coração ao pensar em tantas almas que vivem longe de Deus; queria levá-las todas aos pés do Senhor, queria convertê-las». Jesus nos dê muitos médicos como este, cheios de caridade e competência. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Áudio da RadioVaticana:
• Lúcia de Narni, Beata
Novembro 16 Religiosa Dominicana,
Novembro 16 Religiosa Dominicana,
Lúcia de Narni, Beata
Etimologicamente significa “resplandecente, luminosa”. Vem da língua latina. A Sabedoria diz: “ Volvei a mim de todo coração. Volvei ao Senhor porque ele é clemente e compassivo, rico em amor e em fidelidade”. Nasceu em Narni em 1476 e morreu em Ferrara em 1544. Desde os 12 anos, quando começava a notar os efeitos de sua pré-adolescência, se entregou ao Senhor com seu voto de virgindade. Sua família queria que se casasse. E assim o fez para não os contrariar nem fazê-la sofrer. Mas depois de um breve período de vida matrimonial, se separou do marido. Este se converteria con o tempo em irmão franciscano. Em 1494 entrou na terceira ordem dominicana em Narni. Foi a Roma e depois a Viterbo onde em 24 de fevereiro de 1496 teve já os estigmas, que o mesmo Papa atestou e verificou. E não somente o foi também por médicos e teólogos. O duque de Ferrara, uma vez que conheceu a santidade de Lúcia, lhe pediu que fosse sua conselheira e construiu-lhe um mosteiro, o de santa Catarina de Siena dedicado à educação da juventude. Nos últimos anos de sua vida conheceu o desprezo das jovens e a humilhação. Mas – como é próprio dos santos e santas – foi rica em amor e em fidelidade ainda nos momentos mais duros de sua existência. Tudo aceitou com a maior simplicidade e humildade do mundo. ¡Felicidades a quem leve este nome!
SANTA MARGARIDA
Rainha da Escócia (1045-1093)
Margarita de Escócia, Santa
Quando Santa Margarida veio ao mundo, em 1045 ou 1046, a sua família estava no exílio: o avô, Edmundo Costela de Ferro, fora assassinado em 1016 e o rei da Dinamarca, Canuto, tinha subido ao trono de Inglaterra; os filhos de Edmundo tinham sido enviados para a Suécia, depois para a Hungria, onde um deles, Eduardo III, se casou com Ágata, irmã da rainha; foi desta união que nasceu Margarida. depois da morte de Canuto, Eduardo voltara para Inglaterra, em 1054. Margarida tinha portanto oito ou nove anos quando conheceu a pátria: e não ficaria nela muito tempo porque, depois da morte de seu tio-avô, Santo Eduardo, em 1066, recomeçaram as alternativas. A luta entre Haroldo e Guilherme da Normandia obrigou Edgardo, irmão de Margarida, a refugiar-se na Escócia com a mãe e as irmãs, tendo-lhes o pai morrido alguns anos antes. Foram recebidos com benevolência pelo rei Malcolm III, que, pouco depois, pediu a mão de Margarida; o casamento foi celebrado, provavelmente em 1070, em Dunfermline. Margarida veio dar à luz seis príncipes: Eduardo, Etelredo, Edmundo. Edgardo, Alexandre e David; e duas princesas: Edite e Maria. Todos se tornaram notáveis pela virtude: o título de Santo foi atribuído a David pelo povo; Edite, vindo a ser rainha de Inglaterra, é conhecida com o nome de Santa Matilde. O rei, cujos costumes eram ainda um tanto rudes, não tinha no entanto qualquer inclinação má; não conhecendo as letras, embora falando três línguas, acariciava e beijava os livros de que Margarida se servia mais para rezar ou ler. Ouvia os conselhos dela para estabelecer as leis do reino e deixou-a reunir vários concílios. A rainha assistiu a eles e discutiu durante três dias para reconduzir os Escoceses aos costumes da Igreja de Roma; a comunhão pascal e o descanso do domingo tinham sido descuidados; a celebração da Missa era acompanhada com ritos pagãos ou profanos; os casamentos entre parentes próximos não eram raros. Margarida fez que estes abusos cessassem; e obteve também que a Quaresma principiasse na Quarta-feira de Cinzas. De acordo com o marido, mandou construir, em honra da Santíssima Trindade, uma igreja que ela adornou com vasos sagrados de ouro maciço. O seu quarto era, por assim dizer, oficina, sempre cheia de paramentos em vários graus de execução. Os seus cuidados não tinham por objeto apenas as Igrejas; mandou vir dos estrangeiro os vestuários mais variados e ricos, mandou embelezar o palácio e quis que o rei andasse sempre acompanhado por uma guarda de honra. Mas a humildade mantinha-se nela profunda; pedia que lhe dessem a conhecer o que fosse repreensível nos seus atos ou nas palavras, para mais facilmente se corrigir. Pergunta-se como os seus dias, e sobretudo as suas noites, bastavam para tudo o que os historiadores contam. À noite, depois de tomar algum repouso, levantava-se para orar; rezava então as matinas da Santíssima Trindade, as da Cruz, de Nossa Senhora, o ofício dos defuntos, o saltério inteiro, e as laudes; entrando nos seus aposentos de manhã, lavava os pés de seis pobres e servia nove órfãos; descansava de novo, mas depois, ajudada pelo rei, servia 300 pobres; ninguém assistia a este ato de caridade, senão alguns capelães; participava em seguida em cinco ou seis missas particulares antes da Missa solene. Este era o programa do Advento e da Quaresma. No resto do ano, estes exercícios reduziam-se, os pobres não eram nunca descuidados; servia sempre 24, antes do almoço; tudo lhes dava e, quando a sua bolsa se esvaziava, ia buscar à do rei algumas moedas de ouro; mas este não se zangava. Resgatou também prisioneiros ingleses, detidos na Escócia, e mandou construir hospedarias para os viajantes. Não se contam dela milagres; refere-se unicamente que um dia , ao passar um riacho, um criado deixou cair, sem ninguém dar conta, um livro dos Evangelhos que ela muito apreciava; foi encontrado, muito depois, intacto. Margarida anteviu a morte e fez confissão de toda a vida. O marido tinha partido em expedição contra Guilherme, o Ruivo; a 13 de Novembro, disse que sucedera uma grande infelicidade ao reino da Escócia; veio depois a notícia de o rei ter sido morto nesse dia, ao mesmo tempo que o seu primogénito. O último momento de Margarida tinha também chegado; levantou-se para participar na Missa e receber o Viático, depois tornou a deitar-se; mandou que lhe trouxessem uma cruz que muito venerava, e beijou-a. Hesitando um dos filhos, sem dúvida Edgardo, em anunciar-lhe a morte do rei, ela disse que sabia tudo, e considerou o sucedido como castigo dos seus pecados. Começara a oração Senhor Jesus Cristo, filho de Deus vivo… quando parou a seguir às palavras liberta-me; o Senhor tinha-a ouvido. Estava-se a 16 de Novembro de 1093. O seu rosto, depois de empalidecer, retomou a cor natural. Margarida foi sepultada na Igreja da Santíssima Trindade, em Dunfermline, para onde também o corpo de Malcolm foi levado mais tarde. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it
Áudio da RadioVaticana:
SANTOS ROQUE GONZÁLEZ, AFONSO RODRIGUES e
JOÃO DEL CASTILLO
Mártires (1628)
Áudio da RadioVaticana: e RadioMaria:
Primeiros mártires das regiões americanas do Rio da Prata. São Roque González de Santa Cruz nasceu em Assunção do Paraguai. Fundou 10 reduções povoados nas famosas regiões guaraníticas do Paraguai. Um desses povoados foi a atual Yapeyú, berço do Libertador General San Martin. Os três sacerdotes –pertencentes à Companhia de Jesús– foram mortos pelos sequazes de um índio feiticeiro. Roque González, de 52 anos, e seu companheiro Alfonso Rodríguez, morreram na aldeia de Todos os Santos do Caaró, em 15 de novembro de 1658, e Juan del Castilho, dois dias depois no povoado de Assunção de Ijuhí. Os três mártires foram canonizados em 1988 por João Paulo II durante sua visita apostólica ao Paraguai.
ROQUE GONZÁLEZ DE SANTA CRUZ, (1576-1628) nascido em Assunção do Paraguai em 1576, filho de pais espanhóis, preocupou-se desde cedo com a sorte dos índios cuja língua dominava. A maior parte da sua formação teve-a junto dos jesuitas. Ordenado sacerdote diocesano aos 22 anos de idade, recebeu como primeira «missão» a tarefa de pacificar os índios ervateiros, na Serra do Maracaju, ao norte de Assunção. Para poder dedicar-se integralmente à evangelização dos índios, ingressou na Companhia de Jesus a 9 de Maio de 1609. Em 1611 encontramos o Padre Roque na redução indígena de Santo Inácio Guaçu, que havia sido fundada dois anos antes pelo Padre Lorenzana. O Padre Roque conseguiu elevá-la à categoria de redução-modelo entre os guaranis. Por isso o Padre Provincial, Tores Bollo, destinou o maior número possível de jovens missionários para um estágio sob a orientação segura e eficaz do Padre Roque. Em 1614 estava consolidada a redução de Santo Inácio e o Padre Roque começou a avançar na direção do sul. Inicialmente nas margens do Paraná e posteriormente nas do Uruguai, fundou uma série de reduções, como a de Itapuã e Santana em 1615 e Jaguapoa em 1618. Posteriormente, fundou Encarnación em Misiones. No dia 3 de Maio de 1626, o Padre Roque plantou a primeira cruz em solo gaúcho, na região de S. Nicolau de Piratini, rezando a seguir a 1ª Missa. O Padre Roque fundou, até ao seu martírio em 15.11.1628, em terras gaúchas, seis reduções: S. Nicolau de Piratini, Candelária de Ibicuí, S. Francisco Xavier, Candelária do Caaçá-Mirim, Assunção de Pirapó e Caaró (lugar do seu martírio, Sul do Brasil).
AFONSO RODRIGUES (1598-1628), nasceu em Samora, Espanha, a 10.03.1598. Ingressou na Companhia de Jesus a 25.03.1614. Dois anos depois, a 2.11.1616, embarcou em Lisboa, em companhia de mais 37 jesuitas, vindo todos na esquadra do 11º governador geral do Brasil, D. Luís de Sousa. A 5-01.1617 chegavam à Baía de Todos os Santos e a 15 de Fevereiro de 1617 desembarcavam em Buenos Aires, seguindo para Córdoba. Lá fez os seus estudos de Filosofia e Teologia, ordenando-se sacerdote em fins de 1623. Sua primeira missão foi evangelizar os ferozes e inconstantes guaicurus. Chegou a dominar perfeitamente a difícil língua deles. Posteriormente, em 1627, foi destacado para a redução de Itapúa, que prosperava a olhos vistos. Por isso, pediu ao Superior da Missão, Padre Roque, que lhe desse um ponto mais penoso e difícil. Assim, a 15.11.1628, juntamente com o Padre Roque, derramaria o seu sangue na região de Caaró.
JOÃO DEL CASTILLO (1596-1628), filho de família nobre, nasceu a 14.09.1596 em Belmonte, Cuenca, Espanha. Educado pelos jesuitas, ingressou na Ordem a 21.3.1614 e pediu para ser enviado às Missões. Partiu para o Paraguai, onde, segundo lhe diziam, encontraria maior pobreza, maiores fadigas e trabalhos apostólicos entre os selvagens. Em Lisboa encontrou-se com o seu futuro companheiro de apostolado e de martírio, Afonso Rodriguez. Em Buenos Aires, seguiu, como o seu companheiro, para Córdoba, para ali terminar a formação filosófica e teológica. Em 1626 parte para S. Nicolau, onde começa a aprender com todo o esmero a língua indígena e a trabalhar apostolicamente. Em Agosto de 1628, quando o Padre Roque foi a Pirapó fundar a nova redução de Assunção de Ijuí, levou consigo o Padre João del Castillo, o qual seria seu companheiro de martírio, sendo trucidado a 17 de Novembro de 1628 em Pirapó, a 50 Kms de Caaró.
Era a manhã de 15 de Novembro de 1628. Logo depois da missa, o Padre Roque foi abordado por dois índios assassinos, que. atiçados pelo feiticeiro Nheçu, descarregaram, com suas clavas de pedra, dois potentes golpes na sua cabeça, partindo-a e estraçalhando-o todo. O Padre Roque tombou exâmine diante da igrejinha inaugurada 15 dias antes, portanto na festa de Todos os Santos. Logo a seguir, a uns 14 passos de distância, caiu também seu companheiro, o Padre Afonso Rodriguez. Em seguida, cortaram seu corpo em duas partes e, juntamente com o do Padre Roque, foi jogado na capelinha. Esta, depois de saqueada, foi posta em chamas, no visível intento de destruir os corpos dos dois missionários. No dia seguinte, 16 de Novembro, os assassinos voltaram para o lugar do martírio. Foi para verem as sobras ou os restos dos cadáveres deixados ao sabor do fogo. E, vendo que não estavam queimados como queriam, puseram-se a reunir mais lenha, a fim de conseguirem a queima total das vítimas. Nisto perceberam uma nítida voz de repreensão, saída, segundo lhes parecia, do coração do Padre Roque e que lhes dizia: «Matastes a quem tanto vos amava e queria! Matastes, porém, o meu corpo apenas, pois a minha alma está nos Céus. Virão os meus filhos espirituais castigar-vos, sobretudo pelo facto de haverdes maltratado a imagem da Mãe de Deus. Voltarei, contudo, através dos meus sucessores, para vos ajudar nos muitos trabalhos que por causa da minha morte vos hão-de sobrevir». Diante de voz tão misteriosa, os índios enfureceram-se ainda mais e tiraram dos escombros o cadáver do Padre Roque, do qual lhes parecia proceder a queixa-repreensão. Abrindo-lhe o peito, arrancaram dele o coração. Como, porém, continuasse a falar-lhes, o índio Maraguá, tomado de ódio destruidor, atravessou-o com uma flecha. Depois jogaram novamente às chamas os corpos das vítimas, visando destruir de modo especial aquele estranho coração, que também tinha que ser queimado. A veracidade destes factos consta com clareza, pois foi atestada por 53 caaroenses, que haviam sido testemunhas oculares e que, um mês mais tarde, caíram prisioneiros dos índios cristãos de Candelária. Dois dias depois, a 17 de Novembro, ocorreu o martírio do Padre João del Castillo em Pirapó, a uns 50m Kms de Caaró. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it.
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Beato Edoardo Osbaldeston Martire 16 novembre MR
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Localização geográfica da sede deste Blogue, no Porto
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WWW.ES.CATHOLIC.NET/SANTORAL
WWW. SANTIEBEATI.IT
Sites utilizados: Os textos completos são recolhidos através do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. em que também incluo imagens recolhidas através de http://es.catholic.net/santoral,; em seguida os textos deste mesmo site sem tradução e com imagens, e por último apenas os nomes e imagens de HTTP://santiebeati.it.
NOTA INFORMATIVA: Como já devem ter reparado, de vez em quando, segundo a sua importância há uma exceção da 1ª biografia, que mais sobressai, – quando se trate de um dia especial, dedicado a Jesus Cristo, a Nossa Senhora, Anjos ou algum Santo, em particular – todos os restantes nomes (que não constem do livro citado – nem tampouco dos outros sites) surgem por Ordem alfabética, uma, duas ou três vezes, conforme figurem nos três sites indicados, que poderão ser consultados - se assim o desejarem – pelos meus eventuais leitores. LOGICAMENTE E POR ESSE FACTO, DIARIAMENTE, O ESPAÇO OCUPADO, NUNCA É IGUAL, ACONTECENDO POR VEZES QUE É DEMASIADO EXTENSO. As minhas desculpas e obrigado.
Responsabilidade exclusiva de ANTÓNIO FONSECA
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