O texto que se segue, foi transcrito através do blog http://padremariosalgueirinho.blogspot.com, pelo facto de na VOZ PORTUCALENSE da semana em curso (1/2/12), porventura por falta de espaço, não ter sido publicado o costumado Vitral.
O título que encabeça o referido texto, apesar de ter sido escrito há quase 5 anos, não perdeu atualidade, infelizmente, – antes pelo contrário, se calhar, agudizou-se ainda mais - pelo que achei oportuno voltar a publicá-lo agora no meu blogue.
Os meus cumprimentos. AF.
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Tuesday, February 27, 2007
Guerra contra a fome
“A fome – esse flagelo cruel e mortífero – anda muitas vezes a nosso lado, sem a descobrirmos..
Vemos as imagens famintas de crianças e adultos que as televisões nos mostram de vez em quando. Mas bem de perto deparamos com a fome dos sem-abrigo, dos sem emprego, dos sem pensão digna, – essa fome que mata lenta e escondidamente nessa miséria envergonhada, que nós na nossa corrida diária nem vemos, nem sentimos o sofrimento incomensurável de tanta gente que mora talvez na nossa rua, talvez na casa ao lado da nossa, talvez no próprio prédio onde residimos.
Mas a fome, por vezes, sai fora do círculo tenebroso do seu mundo, e aparece-nos no caminho para alertarmos com veemência para a partilha fraterna a que o Papa Paulo VI chamou “arte de dar e receber”.
Num restaurante movimentado de um centro comercial, um cliente juntava comendo umas salsichas rodeadas de grande quantidade de batata frita. Comeu as salsichas e algumas batatas, mas deixou a maior parte.
Quando se levantava, vi aproximar-se um homem de razoável apresentação, que perguntou:
Já não come mais? Não! – respondeu. Posso comer eu?
Levou o prato para outra mesa ao lado, e começou a comer apressadamente, pressionado pela fome.
A fome tirou-lhe a vergonha de pedir, de pegar no prato com aqueles restos, de comer diante de várias pessoas que observavam, tirou-lhe o receio de contagiar-se com qualquer possível doença grave. Matou a fome.
Aquele gesto criado pela fome fez-me lembrar uma palavra de Guerra Junqueiro: “Um ai de um mendigo pode valer todas as sinfonias de Beethoven”.
É preciso entrar na guerra à fome com qualquer arma que contribua para vencê-la.
A quaresma é um tempo oportuno para isso
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Autoria do Padre Mário Salgueirinho Barbosa.
Transcrição efectuada habitualmente através de http://vp-vozportucalense.pt. Não foi porém, o caso de hoje, como atrás disse.
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ANTÓNIO FONSECA
para publicar neste blogue, em 4-2-2012 – 10,30 horas
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