Os 3 textos que se seguem, foram transcritos através do blog http://padremariosalgueirinho.blogspot.com, e referem-se ao mês de Fevereiro de 2010 (que incluiu o Carnaval e 15 dias da Quaresma desse ano) pelo facto de na VOZ PORTUCALENSE da semana em curso (22/2/12), porventura por falta de espaço, voltou a não poder publicar o costumado Vitral.
Os meus cumprimentos. AF.
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Monday, February 22, 2010
A importância das pontes
As pontes são construções pequenas, média ou grandes, de incomensurável importância. Nesta catástrofe na Ilha da Madeira, vários locais ficaram isolados, sem possibilidade de assistência. Pediam pontes os habitantes que nem sequer podiam fugir.
A ponte é um abraço amigo, pequeno ou grande, entre duas margens de terras do mesmo país ou de dois países. É um laço que oferece serviço e felicidade a gente sem conta: pobres e ricos, crianças, adultos e idosos. Muita gente passa a caminho do estudo ou do trabalho, passeando ou a caminho dos hospitais.
Uma ponte pode der grandiosa, modesta ou humilde e tosca de qualquer aldeia. Mas pouca gente, ao atravessá-la, reconhece a importância que ela tem pelos benefícios que oferece, sem pensar no arquiteto que a traçou, nos engenheiros e empreiteiros que a construíram, muitas vezes sem o nome assinalado.
As pontes destruídas pelas guerras, pelos vendavais, são abraços desfeitos.
A ponte contém um simbolismo belo de solidariedade, de amizade e de amor. Na nossa caminhada existencial temos de ir construindo pontes: entre familiares desavindos, entre vizinhos ofendidos, entre amigos de amizade cortada ou esfriada.
“Construímos muros a mais e pontes a menos” escreveu Newton. São “muros” que obstruem o caminho, que fecham a comunicação da amizade e do amor.
“Se você se sente só é porque construiu muros em vez de pontes”.
Aquele que vive só para si, sem abertura aos outros, sem estender a mão aos outros, vive numa solidão triste, num reduto fechado sem alegria, sem um sorriso, sem uma réstia de felicidade.
Cada ponte que vemos, que atravessamos, é um apelo a construir “pontes” mesmo invisíveis, mas reais. “Pontes” de reconciliação, de amizade e de amor!
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Tuesday, February 16, 2010
As pedras
Faz-nos bem contemplar as coisas simples da Natureza, pois todas, mesmo as pedras inertes, contêm uma mensagem do poder e do amor do Criador divino.
Encontramos nos caminhos da vida numerosas pedras, algumas em que tropeçamos e nos ferimos.
Encontramos pedras em toda a parte, modeladas de diferentes formas. São as pedras das paredes e calçadas, dos muros e das pontes.
Das pedras arranca o escultor com seu talento estátuas belas, como o “David” de Miguel Ângelo, como o “Cristo do Corcovado”, tantas imagens belas de heróis e de Santos.
Com a pedra, os construtores edificam casas – moradas de pobres ou palácios de reis, castelos, torres e catedrais grandiosas.
Com a pedra se fere e mata: David, com uma pedra matou o gigante Golias. Com pedras se lapidavam as adúlteras e com pedras tentaram apedrejar Cristo.
Há pedras enormes, soluços da terra em repouso. São ofertas da Natureza ao homem para concretizar seus sonhos. Não falam, não sofrem, não choram, servem.
O poeta brasileiro António Sales diz que elas sofrem:
“Rochas erguidas isoladamente,
parecem calvas frontes sofredoras,
com grandes rugas feitas pela mágoa.”
Há pedras preciosas de grande beleza e valor. O poeta Guimarães Filho definiu assim maravilhosamente as várias pedras preciosas:
Topázio é um louro filho de uma gota de mel e de um raio de sol.
Rubi, uma gota de sangue eternamente acesa.
Opala, um pedaço de Céu destacado do arco-íris.
Esmeralda, cristalina lágrima das ondas.
É bela esta atitude de Fernando Pessoa no seu poema “Pedras no caminho”:
… “Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo”.
Guardemos as pedras dos nossos caminhos para construir uma catedral de louvor a Deus!
posted by Maia @ 4:08 PM 0 comments
Monday, February 01, 2010
Alguém espera por nós
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei!” - é o mandamento novo de Jesus Cristo, que muitos cristãos – e não cristãos – põem em prática nos caminhos da vida.
Conta certo indivíduo que fez uma viagem de avião longa, cansativa, aborrecida. Primeiro, a corrida para o aeroporto, as vistorias das malas e do seu vestuário, os avisos ruidosos dos alto-falantes. Depois, a espera longa, o embarque, o ruído dos motores, a subida para o avião, os lugares apertados, as turbulências, a aterragem, a procura das malas, etc., etc.
Não contava com alguém à sua espera no aeroporto. Saiu do avião mal disposto e cansado.
Viu uma multidão enorme esperando familiares e amigos.
Olhou por cima daquela massa humana e viu um braço levantado a acenar-lhe. Rompeu, com dificuldade até àquele braço levantado. Era um amigo que quis fazer-lhe uma surpresa. Abraçaram-se com alegria. E naquele instante, a felicidade daquele encontro inesperado fez-lhe esquecer todos os incómodos da viagem.
Saiu-lhe então esta palavra instantânea: “que alegria ter alguém que venha esperar-nos!”
E o amigo atalhou, feliz: “que alegria ter alguém a quem esperar!”
Foi grande a alegria que o primeiro sentiu ao ver, no meio daquela multidão desconhecida, alguém que tinha deixado o seu trabalho ou o seu descanso para tomar o carro para ir esperar um amigo que chegava a uma terra estranha. Tudo para proporcionar-lhe um pouco de felicidade.
Mas não foi menos bela e solidária a resposta daquele que se disse feliz por ter a quem esperar: a quem rever, a quem abraçar, a quem prestar ajuda, a quem acompanhar. Uma maneira simples e oportuna de amar os outros.
Se estivermos atentos, encontraremos sempre alguém que espera por nós: pela nossa ajuda material ou moral. Encontraremos sempre alguém em solidão, em esquecimento, em marginalização para dar-lhe a nossa presença, o nosso acolhimento, a nossa colaboração, a nossa palavra de encorajamento e luz, sentindo a alegria de servir os outros.
posted by Maia @ 3:00 PM 0 comments
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Autoria do Padre Mário Salgueirinho Barbosa.
Do blog http://padremariosalgueirinho.blogspot.com,
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ANTÓNIO FONSECA
para publicar neste blogue, em 18-2-2012 – 10,30 horas
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