Nº 1571 - (3)
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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BEATO INOCÊNCIO V
Beato Inocêncio V
(1276)
Foi admitido, ainda criança, no convento dominicano de Lyon, completou a sua educação na Universidade de Paris, tendo Alberto Magno como mestre, e depois de ordenado sobressaiu pela sua eloquência e, principalmente, como professor de Teologia, a ponto de ser designado por «Doctor famosissimus».
Quando era arcebispo de Lyon, foi nomeado por Gregório X para preparar o segundo concílio naquela cidade.
A sua grande capacidade levou-o a ser eleito papa em 21 de Janeiro de 1276, tomando o nome de Inocêncio V. Muito se esperava deste papa, mas teve um breve pontificado de breves cinco meses. Ainda começou a organizar uma cruzada para libertar a Espanha de uma poderosa invasão de sarracenos, procurou consolidar a união entre as Igrejas Ortodoxa e Romana, conseguida no Concílio de Lyon, tratou de conciliar guelfos e gibelinos na Itália; tratou de restaurar a paz entre as cidades de Pisa e de Lucca; foi intermediário entre Rudolfo de Habsburgo e Carlos de Anjou; retirou o embargo que pesava sobre Florença.
Foi autor de numerosas obras sobre Filosofia, Teologia e Direito Canónico, sendo a principal os Comentários às Sentenças de Pedro Lombardo.
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ADRIANO V
Adriano V
(1276)
Foi enviado de Inocêncio IV a pregar uma cruzada em Inglaterra e a reconciliar Henrique IV com os seus barões.
Foi eleito papa em 11 de Julho de 1276, mas não chegou a ser coroado.
No entanto, nesse mês de pontificado, declarou abolidas as normas de Gregório X, morrendo antes de as substituir.
Foi sepultado na Igreja de São Francisco, em Viterbo, atribuída a Arnolfo di Cambio.
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JOÃO XXI
João XXI
(1276-1277)
Pedro Julião tornou-se o único papa português, ao ser eleito em 15 de Setembro de 1276, com o nome de João XXI. Dizem os historiadores que deveria ter-se chamado João XIX, mas erros cometidos com João XIV e um antipapa, com o nome de João XX, que nunca existiu determinaram que fosse João XXI.
Com Pedro Hispano, muito tempo antes de ser papa e até com o nome de Pedro Hispano Portucalense, escreveu algumas obras famosas. Destacam-se: Summulae logicales, um compêndio de lógica, adoptado nas universidades europeias e com mais de 260 edições impressas entre 1474 e 1639; Scientia libri de anima, um tratado de psicologia; e Thesaurus pauperum (O Tesouro dos pobres), sobre medicina, com 81 edições em diversas línguas.
Regressado a Portugal, esteve na diocese de Lisboa, foi arcebispo e prior de Santa Maria de Guimarães e chegou a ser nomeado deão para a diocese de Braga, mas não pôde aceitar, porque no Concilio de Lyon foi nomeado por Gregório X bispo-cardeal de Túsculo.
Foram as suas grandes qualidades pessoais e intelectuais que o tornaram preferido dos cardeais eleitores, mas o pouco tempo de pontificado, cerca de oito meses, não o deixou fazer mais. Mesmo assim, saíram da sua chancelaria mais de uma centena de documentos importantes.
Interveio com prudência, mas com energia, no conflito entre Filipe, de França, e Afonso, o Sábio, de Castela, e empenhou-se em salvar as possessões cristãs na Terra Santa, ameaçadas pelos muçulmanos, desenvolvendo uma intensa atividade diplomática, enviando núncios a diversas nações e ao próprio rei dos Tártaros, que lhe tinha pedido evangelizadores da fé cristã.
Quanto á Igreja do oriente, pretendendo consolidá-la, enviou emissários ao imperador Miguel Paleólogo, convidando-o a proceder em conformidade com o acordado pelos seus embaixadores no Concilio de Lyon.
No campo doutrinal, João XXI interveio na Universidade de Paris, ao constar-lhe que havia perigo de deixar contaminar a filosofia tradicional com o aristotelismo averroísta – ordenou uma investigação da qual saíram condenadas 219 teses defendidas pelos seus professores.
Mostrando impressionante sensibilidade, concedia audiências a ricos e pobres, por igual, a qualquer hora, mostrando especial predileção pelos estudantes e homens de letras, a que protegeu.
Morreu vítima do desmoronamento de uma estância por ele mandada construir em Viterbo e ficou sepultado na catedral da cidade.
Quanto a Portugal, o seu país de origem, teve uma atuação perfeitamente imparcial.
Logo que soube da sua eleição, D. Afonso III escreveu-lhe falando da corrupção e dos excessos do clero, tentando demonstrar que era ele que tinha razão.
João XXI escreveu-lhe a dizer que apenas pretendia promover a paz em Portugal, de modo a que o país pudesse encontrar sempre na Igreja uma verdadeira mãe. Terminava notificando-o do envio de um legado português, com o qual o rei poderia trocar impressões sobre o assunto.
Chegado o núncio, o franciscano Frei Nicolau em Fevereiro de 1277, D. Afonso III continuou com evasivas e a dissimular. Frei Nicolau, esgotados todos os recursos para um entendimento e com o apoio de todo o clero e do povo, publica solenemente as disposições da bula papal na porta da catedral, declarando lançado o interdito a todo o reino e excomungando o monarca. D. Afonso III só viria a arrepender-se à hora da morte, e, em 16 de fevereiro do ano seguinte, fez vir à sua presença o bispo de Évora, D. Durão, os vigários do bispado de Lisboa e os párocos dos Dominicanos e dos Franciscanos, bem como alguns fidalgos da corte, e perante eles jurou sobre os Evangelhos submeter-se à vontade da Santa Sé, devolvendo o quer tinha indevidamente tomado e exortando o seu sucessor. D. Dinis, a cumprir as suas últimas vontades.
Este papa português, um grande intelectual, homem sério e cheio de virtudes, apenas teve pouco tempo para fazer o muito que poderia ter feito pela Igreja e pela Cristandade.
Continua:…
Post colocado em 25-2-2013 – 10H30
ANTÓNIO FONSECA
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