domingo, 10 de fevereiro de 2013

Nº 1557 - 3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (54) - 10 de Fevereiro de 2013

Nº 1557 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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DÃMASO II

Damaso II

Dâmaso II

(1048)

Quando Clemente II faleceu, mais uma vez, mesmo deposto no Sínodo de Sutri, Bento IX tenta reconquistar a tiara.
Os Romanos recorrem ao Imperador, que indica um súbdito seu, o bispo de Brixen, para pontífice. A proposta é aceite, sendo eleito em 17 de Julho de 1048, com o nome de Dâmaso II, mas como Bento IX ocupava a cidade só foi investido após a expulsão de Bento IX.
Por motivos desconhecidos, o papa retirou-se logo para a Palestina, onde morreu inesperadamente, vitimado por malária, ou, segundo dizem alguns historiadores, envenenado por adeptos de Bento IX.
Foi papa apenas durante 23 dias e está sepultado na Basílica de São Lourenço Extramuros.
 
 

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SÃO LEÃO IX

São Leão IX

São Leão IX

(1049-1054)

Uma legação de romanos dirigiu-se ao imperador Henrique III a pedir a indicação de um nome para suceder ao papa falecido. O imperador satisfaz o pedido e na Assembleia Geral de Worms, em 1048, indica Bruno, o bispo de Toul.

O bispo, homem de extraordinária cultura e virtude, começa por recusar, mas acaba por aceitar com a condição de que a sua eleição teria de ser sancionada pelo clero e pelo povo de Roma.

A 2 de Fevereiro de 1049 entra na cidade descalço e vestido de peregrino, o que, desde logo, conquistou o coração de todos, clero e romanos, sendo eleito por unanimidade e sagrado dez dias depois.

O seu pontificado teve, desde o início, o sentido da reforma da Igreja, sabendo rodear-se de colaboradores honestos e competentes, entre os quais dois futuros papas: o arquidiácono de Liège, Frederico de Lorena (Estêvão IX – 1057-1058) e o monge Hildebrando (Gregório VII (1073-1085) e ainda o grande Doutor da Igreja, São Pedro Damião.

Iniciou então uma ampla reforma suprimindo energicamente os abusos eclesiásticos e restaurando o ideal sacerdotal.

Percorreu grande parte da Europa, presidindo a sínodos na Alemanha, França e Itália.

Em Maio de 1049 preside ao Sínodo de Pavia, e, em seguida, atravessa os Alpes e vaio a Colónia e Aquisgrano, continuando para Tréveris e Toul, seu antigo bispado.

Em Outubro do mesmo ano convoca um concílio em Reims, no qual foram destituídos vários bispos simoníacos e onde se criticaram as intromissões do poder civil. No fim desse ano reúne os bispos alemães em Mogúncia, com  a presença do imperador, verberando categoricamente o concubinato do clero e a simonia.

A partir de 1050 percorreu diversas regiões de Itália, com o mesmo zelo reformador, reunindo um sínodo em Roma para condenar a heresia de Berengário de Tours, que negava a presença real na eucaristia, vendo nelas apenas um sinal ou uma figura. Crê-se que foi devido à heresia de Berengário que se introduziu o costume de elevar a hóstia e o cálix, a seguir à consagração, para avivar a adoração dos fiéis, como ato de fé na presença real de Cristo.

Uma preocupação o consumia: a presença dos Normandos na Itália Meridional, onde tinham, chegado anos antes para combater os sarracenos e ocupavam grande parte do Estado Pontifício, exercendo o poder de modo violento, desrespeitando mosteiros e despojando Igrejas.

São Leão recruta um exército, que comanda com o auxilio dos Alemães, para resolver a situação, mas os Normandos vencem e conseguem aprisionar o papa (1053), num cativeiro que durou cerca de um ano.

O papa, porém, soube falar-lhes de tal modo que os impressionou e acabam por concordar em deixar as regiões ocupadas e a comprometerem-se a colocar como feudo da Santa Sé os territórios que viessem a conquistar aos sarracenos.

São Leão IX teve o mérito de compreender que lhe competia a reforma da sociedade cristã, o que seria o seu mais belo título de glória.

A ensombrar o pontificado deu-se o início da rotura definitiva de Constantinopla. Depois das divergências que já vinham, do século anterior, Miguel Cerulário patriarca de Constantinopla, um bispo ambicioso e ignorante, que tinha sido mercador de cera, entra em luta aberta com Roma, mandando encerrar todas as igrejas latinas orientais, acusando Roma de utilizar pão ázimo na consagração, além de exigir o celibato sacerdotal e monacal.

São Leão IX que foi sempre um forte opositor ao casamento de padres e eclesiásticos, contestou para «repor os legítimos direitos da Igreja, denunciar o orgulho, pecado capital da nova Roma» e rebater as falsas acusações dos orientais, com uma réplica de 41 capítulos, defendendo as práticas e usos da Igreja Romana.

Depois, tentando resolver o diferendo, mandou como seu representante um cardeal e legados para dialogar com o patriarca rebelde, mas os legados nada conseguiram do ambicioso Cerulário e tiveram de colocar sobre o altar de Santa Sofia a bula da excomunhão, em 16 de Julho de 1054. Esse rompimento deu origem ao que se chamou Grande Cisma.

Entretanto, São Leão IX não teve conhecimento deste fracasso das negociações porque faleceu entretanto.

Depois da sua morte, como se verificaram curas prodigiosas junto ao seu sepulcro na Basílica de São Pedro, o povo começou a invocá-lo como santo, pelo que, ao canonizá-lo em 1087, Vítor III apenas fez a ratificação popular.

 

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VÍTOR II

Vitor II

Vítor II

(1055-1057)

Hildebrando estava em França ao serviço de São Leão IX, quando recebeu a notícia da morte do papa. Dirige-se imediatamente para a Alemanha, para solicitar junto do Imperador a indicação de um nome para pontífice, digno sucessor de São Leão IX.

A escolha recaiu sobre Gelhard, conselheiro imperial, com  qualidades e prudência para realizar a reformas como pontífice.

Tal como o seu antecessor, aceitou, mas com a condição de a sua eleição se realizar canonicamente em Roma.

Depois de um conclave que durou um ano, é recebido em Roma com agrado geral e, eleito, toma o nome de Vítor II.

Logo a seguir, reúne um concílio em Florença, no qual confirma os decretos do seu antecessor e revela a mesma determinação der prosseguir na reforma eclesiástica. Com esse intuito, envia, de novo, o cardeal Hildebrando a França, para corrigir abusos de simonia e concubinato.

No regresso, Hildebrando trazia notícias positivas, pois Berengário de Tours abjurara publicamente, reconhecendo a presença real de Cristo na eucaristia e vários bispos e clérigos, confessando-se réus de simonia, mostraram-se dispostos a abandonar as dignidades que fraudulentamente haviam, conseguido.

Vítor II, depois de um ano em Roma, dirige-se à Alemanha a pedido de Henrique III, sendo surpreendido, ao chegar, pela morte do imperador.

Com tacto e prudência, fez serenar os ânimos das fações litigantes e, deixando o arcebispo de Colónia, como seu representante, na regência do Império durante a menoridade de Henrique IV, regressa a Itália.

Durante a viagem, reúne um sínodo em Florença, na Primavera de 1057.

Em Julho seguinte, estava em Arezzo, onde celebrou um concílio, que soluciona questões entre o bispo local e o bispo de Siena. Alguns dias depois, em 28 de Julho, acometido de febre aguda, viria a falecer.

Os que o acompanhavam quiseram levar o cadáver para a sua antiga Catedral de Elschstad, mas foram impedidos pelos cidadãos de Ravena, que lhe deram sepultura na Igreja de Santa Maria Rotonda, nessa cidade.

Vítor II apoiou a ação de São João Gualberto, que fundou em Valumbrosa uma nova congregação beneditina, que viria a ser um fator preponderante no renascimento religioso.

 

Continua:…

Post colocado em 10-2-2013 – 10H15

ANTÓNIO FONSECA

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