quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Nº 1566-3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (64) - 20 de Fevereiro de 2013

Nº 1566 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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LÚCIO III

Lúcio III

Lúcio III

(1181-1185)

O cardeal Ubaldo foi eleito em 1 de Setembro de 1181, em Valletri, com o nome de Lúcio III, mas não pôde ser investido na Basílica de São Pedro, devido aos distúrbios provocados por Arnaldo de Bréscia, escolhendo Valletri como local de refúgio.

Passado algum, surgiu um novo levantamento popular reclamando direitos. Sitia Túsculo e invade localidades da Campânia, pertencentes à Santa Sé, pelo que o Papa pede auxilio a Cristiano de Mogúncia.

A situação acalmou, mas em Abril de 1184, recomeçaram as lutas por todo o Lácio, com os revoltosos a cometerem barbaridades contra o clero, o que levou Lúcio III a refugiar-se em Verona onde se encontrava o imperador. Aí preside a uma assembleia onde se publica uma célebre constituição contra os hereges, determinando o modo como seriam tratados os simplesmente suspeitos, os relapsos e os contumazes. Os contumazes, se persistissem, deviam ser entregues ao «braço secular» (poder civil) para sanções previstas no Código Civil, pelo que alguns historiadores entendem que se deu nesta decisão o começo da Inquisição.

As disposições da constituição visavam, sobretudo, os cátaros, que se espalharam pela Europa nos séculos XI e XII, principalmente no Sul da França, na cidade de Albi, pelo que ficaram também conhecidos por albigenses.

Estes hereges defendiam a metempsicose e daí a proibição de se matarem animais, eram contrários à organização familiar e às relações sexuais; praticavam a comunhão de bens e valiam-se de música religiosa, por meio de hinos, para captar a adesão dos simples e dos ignorantes. Acusaram-nos de cometerem crimes e praticarem horrores e já tinham sido anatematizados no Concílio de Latrão III, que exortara os príncipes cristãos a reprimi-los e a silenciá-los.

Lúcio III condenou igualmente os valdenses, seita fundada em 1176, por Pedro Valdes, em Lyon, no Sul de França, mas estes desprezaram a condenação de Lúcio III e espalharam-se por diversos países, sobretudo pelo Norte de Itália e só mais tarde, quando eclodiu a reforma luterana, expulsos de França e Espanha, aderiram ao protestantismo e, de modo especial, ao calvinismo.

O entendimento entre Lúcio III e Frederico I, o Barba Roxa toldou-se com a disputa pelos bens da falecida condessa Matilde, que, ao refugiar-se em Roma, os legou à Santa Sé, e que o imperador se recusava a ceder, defendendo os seus pretensos direitos. Por sua vez, o papa recusava-se a confirmar os prelados promovidos durante o cisma, porque isso ia contra o estabelecido no II Concílio de Latrão.

Não conseguindo convencer o intransigente papa, o imperador retira-se para a Alemanha e Lúcio III falece pouco depois,  em Verona, sendo sepultado na catedral dessa cidade.

 

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URBANO III

Urbano III

Urbano III

(1185-1187)

Foi eleito e consagrado em Dezembro de 1185, em Verona, adoptando o nome de Urbano III e, como os ânimos em Roma estavam exaltados, manteve-se nesta cidade.

As relações com Frederico I, o Barba Roxa, estavam muito tensas, tanto mais que o Imperador na sua incursão a Itália lhe matara e desterrara vários familiares.

Urbano III descreve-lhe a lamentar-se porque o imperador usurpara os direitos e haveres dos bispos, dispunha dos mosteiros e entregava a leigos, seus apaniguados, os direitos das igrejas, impedia que as eleições episcopais se realizassem em liberdade e cometia ingerências inadmissíveis no campo eclesiástico. O imperador não faz caso do pedido e impede que o papa comunique com os bispos alemães, enquanto seu filho, Henrique saqueia os Estados da Igreja, maltratando o clero.

Urbano III pensou na excomunhão do imperador, mas desistiu com receio de represálias.

A 3 de Outubro de 1187, o sultão Saladino, à frente de tropas egípcias e sírias,  conquista Jerusalém aos cristãos, que não tiveram auxilio dos príncipes da Cristandade.

Pouco depois Urbano III faleceu em ferrara, ficando sepultado na sua catedral.

Este papa nunca pisou o solo da cidade de Roma durante o seu episcopado.

 

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GREGÓRIO VIII

Gregorio VIII

 

Gregório VIII

(1187)

No dia seguinte à morte de Urbano II, em 21 de Outubro de 1187, os cardeais elegeram, sem perda de tempo, como seu sucessor, Alberto di Morra (também conhecido por Alberto Benevento), que tomou o nome de Gregório VIII.

Foi um pontificado de apenas dois meses, cujas decretais por ele assinadas revelam o empenho que punha na reforma do clero.

Como pensava organizar uma cruzada, a terceira, dirigiu-se a Pisa para se reconciliar com a cidade de Génova, indispensável para os seus intentos, mas a morte surpreendeu-o em Pisa.

Rejeitado pelos Romanos, também este Papa nunca viveu em Roma.

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CLEMENTE III

Clemente III

Clemente III

(1187-1191)

Paolo Scolari foi eleito em 19 de Dezembro de 1187, adoptando o nome de Clemente III e, de imediato, procurou chegar a entendimento com o Senado e a “comuna” romana, o que conseguiu, podendo viver em Roma e acabar com um exílio papal que já vinha de Inocêncio II e durava há mais de 50 anos.

Chegado a Roma no principio de Fevereiro de 1188, concluiu em 31 de Maio um tratado pelo qual o Senado reconhecia a soberania papal, prestando juramento de fidelidade, mediante compensações monetárias que ajudassem a cidade nos estragos da guerra e permitissem a reconstrução das muralhas.

Clemente III convocou a III Cruzada para libertar Jerusalém, tendo conseguido conciliar Filipe II, da França, e Henrique II de Inglaterra obtendo também a adesão do velho imperador Frederico I, o Barba Roxa, Infelizmente, o imperador que era o chefe dos exércitos, morreu afogado ao atravessar um rio na Ásia Menor.

Ricardo I, o Coração de Leão, prossegue, tomando o comando das tropas francesas e inglesas e conquista Chipre, reforçando o ataque à fortaleza de São João de Acre, que acabou por ser conquistada dois anos depois.

Saladino, perante a derrota, compromete-se a pagar 200 000 moedas de ouro e a entregar os prisioneiros, mas os cruzados desentenderam-se. Não souberam tirar partido imediato da vitória e os muçulmanos, ao receberem tropas do Egipto, ficaram senhores da situação, evitando a derrota prevista e inevitável.

Clemente III faleceu sem ter conhecimento do insucesso da cruzada por ele convocada.

Durante este pontificado, Portugal tirou vantagem das expedições dos cruzados, pois, na Primavera de 1189, D. Sancho I aproveitou a passagem de uma frota de cruzados que aproaram a Lisboa, para conquistar Alvor e Silves no Algarve.

Foi também neste pontificado que nasceu em Lisboa uma das maiores glórias de Portugal e dos mais insignes Doutores da Igreja: Santo António.

 

Continua:…

Post colocado em 20-2-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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