quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Nº 1560 - 3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - 13 de Fevereiro de 2013

Nº 1560 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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CLEMENTE III - (ANTIPAPA)

Clemente III

(1080-1084)

Henrique IV, rei da Alemanha e imperador do Sacro Império, esteve em luta com o papa Gregório VII que o excomungou em 1076.

Depois de retomar o Império, em 1081, elegeu em 25 de Junho de 1080, num sínodo realizado em Brixen, um antipapa que tomou o nome de Clemente III e avançou sobre Roma. Não conseguindo ultrapassar as muralhas da cidade, fez-se coroar pelo antipapa numa tenda de campanha. Contudo, isso não lhe bastava e em 1084 regressa com maior apoio militar e à força das armas apodera-se de Roma, fazendo-se coroar de novo pelo mesmo antipapa que tinha feito eleger de novo com a votação de vários cardeais.

Entretanto, Gregório VII refugia-se no Castelo de Sant’Angelo, vê-se sitiado e só consegue evitar a derrota com a ajuda dos Normandos, que o socorreram.

Repôs a legalidade e acabou com a aventura de Clemente.

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BEATO VITOR III

Beato Vitor III

Beato Vítor III

(1086-1087)

Depois da morte de Gregório VII e durante um ano o antipapa Clemente III questionou a eleição de um novo papa, pelo que só em 24 de Maio de 1086 foi eleito Vítor III.

Quatro dias depois de eleito teve de se retirar para Monte Cassino por causa de uma insurreição provocada pelos Normandos.

Na altura da sagração os partidários do imperador Henrique IV procuraram impedir a cerimónia e Vítor III, aproveitando a confusão, abandonou Roma e refugiou-se em Terracina, de onde só regressou passado outro ano, sendo, finalmente, sagrado na Basílica de São Pedro, em 24 de Maio de 1087. Fixou residência na ilha fortificada de Tiberina.

A situação continuava confusa e Clemente III , com apoio de um legado imperial, consegue apoderar-se, de novo, da situação e Vítor III, mais uma vez, tem de e retirar para Benevento, celebrando aí um sínodo em que excomungou o antipapa e reafirmou os decretos de Gregório VII no referente à simonia e às investiduras.

Alquebrado e enfermo pediu que o levassem para o seu mosteiro de Monte Cassino, onde morreu e foi beatificado oitocentos anos mais tarde.

No seu pontificado e durante as estadias no Mosteiro de Monte Cassino, enriqueceu a biblioteca com muitos códices, copiando os seus monges as obras de quase todos os Santos Padres e outros autores eclesiásticos, as decretais de Justiniano, as obras de Flávio Josefo e as dos principais clássicos latinos.

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BEATO URBANO II

Beato Urbano II

Beato Urbano II

(1088-1099)

A situação do clero em Roma, devido à acção do antipapa Clemente, estava muito confusa.

Receando confrontos, a eleição do bispo de Óstia, um francês de nome Odo, discípulo de São Bruno, que tomou o nome de Urbano II, só foi possível em 12 de março de 1088 e fora de Roma, em Terracina, sob a proteção da condessa Matilde e de alguns duques normandos.

Por prudência, Urbano II, o primeiro papa a ser sagrado fora de Roma, foi viajando pela Itália meridional à espera que os ânimos serenassem em Roma.

Em carta dirigida aos bispos e príncipes alemães, logo a seguir à eleição, afirmava, referindo-se a Gregório VII:

«Rejeito o que ele rejeitou, condeno o que ele condenou e faço meu quantio ele amou. Confirmo e provo tudo o que ele considerou justo e católico, e penso como ele pensava, em tudo de acordo com ele».

As circunstâncias eram adversas, mas, mesmo assim, em 1094, consegue reunir os bispos fiéis de Itália, França e Alemanha, cerca de 5000 clérigos e maior número de participantes leigos, num concílio ao ar livre, em que, para além das excomunhões do antipapa Clemente e do imperador Henrique IV, se reafirmam os cânones de Gregório VII relativos à forma do clero, à simonia e às investiduras. Anatematizou, ainda, o nicolaísmo, bem como as perniciosas doutrinas de Berengário sobre a presença real na Eucaristia.

À sua piedade mariana se deve a introdução do ofício dos sábados para louvor da Santíssima Virgem, na recitação do ofício divino.

Do concílio de 1094 surgiu a ideia da I Cruzada contra os infiéis. Urbano II ficou impressionado e no ano seguinte, encontrando-se em França, onde excomungou o rei Filipe I, que casou com Bertade de Montfort, mulher de Folqueconde de Anjou, celebra o Concílio de Clérmont e, em contacto com o bispo de Puy, que tinha estado na Terra Santa, sente-se movido a libertar os lugares sacrossantos, profanados pelos infiéis.

Entretanto, o imperador Henrique IV, que se apoderara de Roma em 1090, retira-se em 1097, derrotado pelas tropas da condessa Matilde, e Urbano II pode, finalmente, dirigir-se para Roma.

Nesse mesmo ano celebra, em Latrão, um sínodo em que desautoriza definitivamente o antipapa Clemente.

Entretanto, a I Cruzada ganha força sob o comando de Godofredo de Bulhão, «na mais espantosa aventura da história da Idade Média cristã». Organizada a expedição, foi dividida em quatro exércitos provenientes de toda a Cristandade, mas na sua maioria franceses, que se encontravam em Constantinopla em Agosto de 1097.

Com esta I Cruzada encontra-se relacionada a instituição de duas ordens religiosas em moldes diferentes : a dos Cavaleiros de São João de Jerusalém, designada depois por Ordem de Malta, fundada por Gerardo de Tenque e aprovada por Pascoal II, em 1113, e a dos Cavaleiros do Templo ou Templários, fundada por Hugo de Payens, vindo-lhe o nome de um edifício, a primeira sede, que, segundo se dizia, fora fundado sobre as ruínas do Templo de Salomão.

Urbano II não chegou a saber o resultado da cruzada , pois faleceu em Roma, em 29 de Julho de 1099.

Urbano II soube impor-se às injustiças e desmandos dos poderosos Henrique IV, da Alemanha, Filipe I, da França e Guilherme II, de Inglaterra, pelo que a Cristandade inteira chorou a sua morte.

Protegeu a Abadia de Cluny, em cuja espiritualidade se formara, e outros mosteiros.

Na Península Ibérica prosseguia a reconquista contra os mouros, graças às façanhas de Cid, o Campeador, e com a entrega do Condado Portucalense a D. Henrique de Borgonha, em 1095, pai de D. Afonso Henriques.

Chamado pelo conde D. Henrique, começou a presidir à Igreja bracarense o célebre arcebispo São Geraldo, nascido em França, formado em Cluny, a cuja ordem pertencia. Libertado da ingerência de Toledo e Compostela, deu um contributo eficaz para a consolidação de um sentimento nacionalista que em breve levaria à independência de Portugal.

Continua:…

Post colocado em 13-2-2013 – 15H00

ANTÓNIO FONSECA

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