Nº 1562 - (3)
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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HONÓRIO II
Honório II
(1124-1130)
Todos pensavam que o eleito seria o cardeal Teobaldo, mas os adeptos dos Frangipani entram em Latrão e proclamam como papa, em 15 de Dezembro de 1124, o cardeal Lamberto, bispo de Óstia, com o nome de Honório II. Teobaldo renuncia ao pontificado e como o seu opositor, o bispo de Óstia, revelava qualidades, todos concordam em aceitá-lo.
Lamberto, porém, dada a forma pouco canónica como fora escolhido, devolve aos cardeais, dias depois, as vestes pontifícias, mas estes, ao verem este ato de humildade, resolvem confirmá-lo como papa e coram-no em 21 de Dezembro de 1124.
O seu pontificado decorreu sem grandes problemas, porque Lotário, sucessor de Henrique V, se mostrou respeitador dos direitos da Igreja, acontecendo o mesmo com Henrique I, de Inglaterra, ao qual o papa ajudou a resolver um pleito com o arcebispo de York.
Diga-se ainda que Honório II interveio com êxito ao confirmar Lotário como imperador da Saxónia, contra Frederico Hohenstaufen e apoiou o rei de França, Luís VI, na sua disputa com bispos franceses.
Em Roma, Honório II teve de sofrer a violência duma cidade que vivia assolada por lutas sangrentas entre as famílias dos Frangipani e dos Pierleoni. Quis combater a crescente heresia dos albigenses, convocando um concílio para que se manifestasse sobre o assunto.
Para fugir a uma situação que o ultrapassava, nomeou uma comissão de oito cardeais, com poderes para eleger um novo papa e retirou-se para o Convento de São Gregório, em Célio, onde morreu, sendo sepultado em São João de Latrão.
No seu pontificado instituiu a Ordem Militar de São Lázaro e confirmou o bispo de Coimbra nas igrejas de Lamego e Viseu.
Com as vitórias de D. Afonso Henriques sobre as tropas de sua mãe D. Teresa, em 24 de Julho de 1128, em São Mamede, prepara-se a independência do futuro reino de Portugal.
Foi o primeiro Papa a resignar o pontificado, tal como acaba de fazer o papa Bento XVI, isto há precisamente há 883 anos .
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CELESTINO II - (ANTIPAPA)
Celestino II – Antipapa
(1124)
Após a morte de Calisto II, o diplomata e cardeal Teobaldo foi escolhido como papa em 15 de Dezembro de 1124, mas os adeptos de Frangipani impediram a eleição a favor de Lamberto, eleito como Honório II, e o próprio Teobaldo, para evitar um cisma, acedeu em renunciar.
Não chegou a ser um antipapa, pois não pretendeu impor a sua possível eleição, mas também não chegou a ser papa, porque viu, inteligentemente, que o não poderia ser e desistiu a bem da Igreja.
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INOCÊNCIO II
Inocêncio II
(1130-1143)
Quando Honório II faleceu entraram em luta as famílias Frangipani e Perleoni, para elegerem um papa.
O chanceler da Igreja romana, Aimérico, com alguns cardeais, quando Honório II faleceu, procederam à eleição, em 14 de fevereiro de 1130, do novo papa, o cardeal Papareschi, com o nome de Inocêncio II.
Logo que os Pierleoni tiveram conhecimento desta eleição, conseguiram o apoio de 23 cardeais e aclamaram como papa um cardeal da familia, Pietro Pierleoni, que escolheu o nome de Anacleto II.
Recomeçou a luta entre os dois partidos e, com os Frangipani vencidos, Inocêncio II viu-se obrigado a fugir para França, pedindo ao rei Luís VI para reconhecer a sua legitimidade. O rei, inteligentemente, convocou um concílio para que decidissem. Nesse concílio esteve presente o abade de Claraval, São Bernardo, clérigo de grande prestigio na Europa e foi ele que fez com que Inocêncio II fosse aceite como papa.
Inocêncio II, não se sentindo seguro em Roma, refugiou-se em França, onde todos o recebiam muito bem
Preside em 18 de Novembro de 1130, a um concílio em Clermont, onde é novamente reconhecido como papa e, depois, na companhia de São Bernardo, encontra-se com Lotário, ficando estabelecido o seu regresso a Roma, onde o coroaria solenemente.
Celebra um concílio em Reims, em 19 de Novembro de 1131, com a presença mais de 300 bispos e abades da França, Alemanha e Espanha, publicando vários cânones disciplinares que viriam a ser reassumidos e confirmados pelo II Concílio Ecuménico de Latrão.
Em Abril de 1132, o papa parte para Itália na companhia de São Bernardo e protegido pelas tropas de Lotário, mas este, depois de coroado, retira-se para a Alemanha e, sentindo-se inseguro, Inocêncio II recolhe-se a Pisa, onde vive três anos.
Na Primavera de 1137, Lotário regressa e submete o duque da Sicília, principal apoiante de Anacleto II e do cisma. mesmo assim a situação mantém-se confusa e só a morte do antipapa, em 1138, a resolve completamente.
Conseguida a paz, Inocêncio II realiza em Abril de 1939, o X Concílio Ecuménico (Latrão II), com a presença de cerca de 1000 prelados de diversos países, que condenaram o cisma de Anacleto II e confirmaram os cânones contra a simonia; reprimiu o luxo de vestir dos eclesiásticos, bem como os duelos e torneios considerados contrários ao quinto mandamento; proibiu o casamento dos clérigos, bem como entre parentes; interditou o estudo de medicina aos monges e estigmatizou os usurários e os que infringissem a chamada «trégua de Deus» ou suspensão de quaisquer hostilidades bélicas durante determinados dias do calendário litúrgico (do Advento à Epifania, da Quaresma ao Pentecostes e em todos os domingos), proposta que, surgindo com João XV no ano de 990, conseguiria impor-se através de dois concílios (Arles em 1041 e Narbona em 1054) e graças a determinadas sanções: multas, perda de bens e excomunhão.
Num tempo ainda semibárbaro e cheio de contínuas rivalidades e prepotências feudais, a «trégua de Deus» conseguiu não só diminuir os confrontos armados mas humanizá-los.
Dois anos depois de Latrão II, o Concílio de Sens condenaria a obra teológica de Pedro Abelardo (1079-1142), acusado de pretender racionalizar a fé no tocante ao mistério da Santíssima Trindade, Encarnação, pecado original, etc..
Quanto aos erros de Abelardo, São Bernardo acusou-o de «saber a Ário quando falava da Trindade, a Pelágio quando falava da graça e a Nestório quando falava de Cristo».
Inocêncio II assistiu ainda à revolta da cidade de Tivoli, que aspirava a uma administração autónoma de Roma, embora jurando fidelidade ao papa, Inocêncio II conseguiu evitar o pior, mas os Romanos não levaram a bem essa medida de clemência. Inocêncio II morreu pouco tempo depois, tendo, contudo, conseguido prestigiar a autoridade do papado.
Note-se que foi durante este pontificado que Portugal surgiu e se impôs como nação independente, tendo o papa enviado um legado à Península Ibérica, Guido de Vico, a quem D. Afonso Henriques prestou vassalagem.
Continua:…
Post colocado em 16-2-2013 – 10H45
ANTÓNIO FONSECA
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