sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Nº 1561-3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (59) - 15 de Fevereiro de 2013

Nº 1561 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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GELÁSIO II

Gelásio II

Gelásio II

(1118-1119)

Após a morte de Pascoal II e porque se temia a intervenção do imperador, à pressa, em apenas três dias e secretamente, foi eleito papa, em 10 de Março de 1118, o monge João de Gaeta, um homem de avançada idade.

De facto, os receios confirmaram-se porque, pouco depois, ao ser conhecida a eleição, Cêncio Frangipani, acompanhado das hordas imperiais, entra na casa onde estava Gelásio, arrastando-o, espancando os cardeais presentes e aprisionando o papa, algemado, numa torre. O povo, quando dá conta do ocorrido, revolta-se e, com o auxílio dos Normandos, liberta o papa que se dirige a Latrão aclamado por todos.

Menos de um mês depois, Henrique V vem da Lombardia para Roma, disposto a obrigar Gelásio II a coroá-lo.

O papa, ao ter conhecimento da vinda do imperador e para evitar conflitos, refugia-se em Gaeta, sua cidade natal, onde é sagrado em 10 de Março de 1118, pelos cardeais e bispos que para ali se dirigiram.

O imperador, sentindo-se frustrado por não conseguir a coroação, resolve eleger um antipapa na pessoa de Maurício Burdino, arcebispo de Braga, que toma o nome de Gregório VIII.

Gelásio II excomunga o imperador e o antipapa num concílio realizado em Cápua e regressa Roma, mesmo com o antipapa a ocupar grande parte da cidade.

Em 21 de Julho, quando celebrava a festa de Santa Praxedes, na basílica com o seu nome, vê-se, de novo, atacado por Cêncio e os seus sequazes, mas consegue fugir, só regressando a Roma depois de tudo acalmado. Contudo, vendo que não podia viver e governar em paz, abandona a cidade, nomeando seu vigário o bispo de Portus e dirige-se para França, onde foi acolhido com demonstrações de carinho e júbilo.

Em Janeiro de 1119 celebra um sínodo em Viena e pouco depois, vitimado por uma pleurisia, faleceria nos seu mosteiro de Cluny.

 

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GREGÓRIO VIII - (ANTIPAPA)

Gregório VIII – Antipapa

(1118-1121)

O imperador Henrique IV dirigiu-se a Roma para obrigar o papa Gelasio II a coroá-lo, mas o papa, não o querendo fazer e receoso, refugiou-se em Gaeta, sua cidade natal, onde foi sagrado por bispos e cardeais que ali se deslocaram.

Zangado o Imperador nomeia em 8 de Março de 1118 como antipapa o monge cluniacense Maurício Burdino, que se encontrava em Roma para discutir o litígio do primado entre Braga e Compostela, em Março de 1118.

A retirada do imperador em Janeiro de 1119 determinou a queda de Gregório, pois Gelásio II reúne em concílio em Cápua, onde excomunga o imperador e o antipapa, regressando a Roma, onde Gregório, mesmo abandonado pelo imperador, continuava a resistir, ocupando grande parte da cidade.

Depois da morte de Gelásio II é eleito papa Calisto II, mas Gregório mantém a resistência e só quando Calisto II entrou triunfalmente em Roma é que resolveu fugir, refugiando-se em Sutri, onde, mais tarde, viria a ser preso, depois do papa o ter excomungado em Abril de 1121.

Conduzido a Roma envolto numa pele de bode e vaiado pelos populares, valeu-lhe a bondosa intervenção do papa, que determinou a sua ida para um convento, onde morreu em 1137, sem nunca ter renunciado à sua falsa dignidade papal

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CALISTO II

Calisto II

Calisto II

(1119-1124)

Os cardeais que tinham acompanhado a França o papa Gelásio II, regressaram de imediato após a sua morte e elegeram, em 8 de Fevereiro de 1119, Guido de Borgonha como papa, com o nome de Calisto II.

Uma vez eleito, celebra em Toulouse, em 8 de Julho de 1119, um sínodo em que estabelece diversos cânones contra os abusos existentes e convoca para 20 de Outubro, em Reims, outro sínodo, que reuniu mais de 200 bispos, grande número de abades e clero, com o fim de pôr termo à luta com o imperador por causa das investiduras.

Em Março do ano seguinte atravessa os Alpes a caminho de Roma, onde é recebido com o apoio popular, do clero e da maioria da nobreza.

Foi nesta altura que o antipapa Gregório VIII fugiu para Sutri e Henrique V, ao ver o apoio a Calisto II, teve de ceder e manda uma embaixada ao papa. Calisto II acolhe-a favoravelmente e escreve ao imperador: «Não temas, Henrique, que a Igreja te vá arrebatar qualquer direito, pois não ambicionamos a glória imperial. Que à Igreja se dê o que é de Cristo e ao imperador que é do imperador. Se quiserdes ouvir-nos, alcançarás o apogeu do teu poder imperial e, juntamente, a glória do reino eterno».

Henrique V cede e aceita os acordos da Dieta de Worms, celebrada em 1122, o ano da paz entre os dois poderes e da recuperação da liberdade religiosa pela Igreja, depois de uma luta de mais de 50 anos, que pôs, finalmente, fim à chamada “Querela das Investiduras”.

O que se firmou, resumidamente, foi o imperador renunciar ao poder das investiduras eclesiásticas, deixando às Igrejas a plena liberdade de eleger e consagrar os seus bispos. Por sua vez, o papa, em sinal de deferência, consente que na Alemanha as eleições episcopais se realizem perante o Imperador ou os seus representantes, mas sem violência nem simonia.

As atas fazem a distinção entre o pontífice e o senhor temporal.

Tinham decorrido mais de 600 anos desde que Clodoveu I introduziu este nefasto costume de os reis poderem nomear os bispos à sua vontade.

Ficava apenas pendente uma outra controvérsia, a do dominium mundio domínio universal –, ao qual o imperador não podia renunciar e que os papas ostentavam desde que Urbano II o exercera durante a I Cruzada.

Para confirmar e publicar os acordos da Dieta de Worms, Calisto II celebra em 18 de março de 1123 um concílio em Latrão (o IX Concílio Ecuménico e o primeiro no Ocidente), tendo o importante intuito de efetuar a reforma moral do clero e o acabar com a simonia, agora possível por ter terminado a possibilidade da investidura laica.

Com a presença de 300 bispos e 600 abades, o concílio, em união com o papa,condenou as ordenações e promoções simoníacas, o concubinato do clero e declarou nulas as ordenações do antipapa deposto e em fuga. Este concílio confirmou ainda, solenemente e de modo definitivo, o primado da Igreja de Roma contra as tentativas de autonomia das Igrejas nacionais à sombra do poder político. A ideia do papa Gregório VII tinha triunfado.

Calisto II pouco sobreviveu a este triunfo, pois faleceu em Roma, depois de um magnifico pontificado, sendo sepultado em São João de Latrão.

Continua:…

Post colocado em 15-2-2013 – 12H45

ANTÓNIO FONSECA

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