domingo, 20 de março de 2011

Nº 864-3 - A RELIGIÃO DE JESUS – 2º Domingo da Quaresma–Comentário ao Evangelho

864-3

Do livro A Religião de Jesus, de José Mª CastilloComentário ao Evangelho do diaCiclo A (2010-2011)Edição de Desclée De BrouwerHenao, 648009 Bilbaowww.edesclee.cominfo@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca

20 de Março  -  DOMINGO  -  2º DA QUARESMA 

Mt 17, 1-9

… “Seis dias depois”, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os em particular, a um alto monte. Transfigurou-se diante deles: O Seu rosto resplandeceu como o Sol, e as Suas vestes tornaram-se brancas como a luz. Nisto, apareceram Moisés e Elias a conversar com Ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: «Senhor, é bom estarmos aqui; se quiseres, farei aqui três tendas: Uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias». Ainda ele estava a falar, quando uma nuvem luminosa os cobriu com a sua sombra, e uma voz dizia da nuvem: “Este é o meu Filho muito amado, no Qual pus todo o meu enlevo; escutai-O”. Ao ouvirem isto, os discípulos caíram por terra, muito assustados. Aproximando-Se deles, Jesus tocou-lhes, dizendo: “Levantai-vos e não tenhais medo” E erguendo os olho, apenas viram Jesus e mais ninguém. Enquanto desciam do monte, Jesus ordenou-lhes: «Não conteis a ninguém, o que acabastes de ver, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos”.

1. Os especialistas nos evangelhos sinópticos destacam o paralelismo que se adverte entre este relato e o da entrega das tábuas da Lei a Moisés no Sinai (Ex 24 e 34). “Seis dias depois” (Mt 17, 1 = 1 = Ex 24, 1); “monte” (Mt 17 1 = Ex 24, 12. 15-18. 34, 3); grupo seleto (Mt 17, 1 = Ex 24, 1); rosto brilhante (Mt 17, 2= Ex 34, 29-35); “nuvem luminosa”; (Mt, 17, 5 = Ex 24, 15-18; 34, 5); voz saída da nuvem (Mt 17, 5 = Ex 24, 16); muito assustados (Mt 17, 6 = Ex 34, 29-30) – (W. Carter). São demasiadas coincidências para ser uma coisa meramente ocasional.

2. Trata-se de dois relatos paralelos, mas com mensagens religiosas distintas. No monte Sinai revela-se um Deus impressionante, que impõe obrigações, impressiona e ameaça. No monte da Transfiguração revela-se um Deus que tira o medo, que se desprende de Moisés e de Elias, que não infunde terror, mas paz. E que termina falando de Ressurreição, quer dizer, de uma vida sem limitação alguma. Ou seja: o Deus do Sinai é o Deus das imposições e das ameaças. O Deus da transfiguração é o Deus da proximidade, da vida e da esperança.

3. A voz do céu diz, referindo-se a Jesus: “Escutai-O”. Que há que escutar? O que Pedro havia recusado, pouco antes: o anúncio da paixão e da morte. O Deus de Jesus, igual ao próprio Jesus é o Deus que luta na vida contra o medo dos cobardes, contra o poder que submete, assusta e oprime, ainda que isso se faça em nome de Deus. Quando a vida se orienta desta maneira, o final dessa vida pode ser muito parecido ao final da vida de Jesus. Mas, em definitivo, isso é o que nos transfigura, quer dizer, isso é o que dá à nossa vida o mesmo sentido que teve a vida que levou Jesus. Quando muda nossa ideia de Deus, muda nossa vida. 

Compilação por

António Fonseca

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