segunda-feira, 7 de março de 2011

SEXUALIDADE E BIOÉTICA–www.es.catholic.net–2/03/2011

 

Sexualidade e Bioética

"Matrimónio" homossexual. As crianças têm direito a uma família e a um matrimónio normal
As pessoas homossexuais devem de ser respeitadas e protegidas como pessoas mas seu estilo de vida não deve de ser proposto às crianças como uma inócua opção de vida

Autor: Instituto Valenciano de Fertilidad, Sexualidad y Relaciones Familiares | Fonte: ivaf.org

Desde há algum tempo os meios de opinião se esforçam para deslegitimar qualquer intento de opor-se por razões científicas e sociais à ideologia do homossexualismo e o que representa; sobretudo o matrimónio e adopção por homossexuais. Não são poucos os que defendem que a sociedade progressista  tem um compromisso com o avanço social manifestado na superação das barreiras discriminatórias contra os homossexuais. Os defensores destas posturas vão tratando de difamar os que defendem o direito das crianças à melhor família possível e o direito da sociedade propor o matrimónio como união de um homem e uma mulher, dizendo que impomos nossas crenças religiosas aos outros e que impedimos o reconhecimento de direitos civis para todos.
Não é verdade. Estamos a favor de que as pessoas homossexuais registem publicamente suas amizades íntimas como uniões de facto no marco da proteção da segurança social; mas insistimos que o reconhecimento dessas uniões como matrimónio vai contra o bem-estar público e de forma particular contra o equilíbrio e o desenvolvimento afectivo de nossos filhos. As pessoas homossexuais devem ser respeitadas e protegidas como pessoas mas seu estilo de vida não deve ser proposto às crianças como uma inócua opção de vida. Antes de formar tua própria opinião a tal respeito, considera, por favor, estas reflexões.

1.- Os homossexuais, como todos, podem casar-se e não é discriminatório que muitos prefiram não o fazer. Os homossexuais podem casar-se com os mesmos direitos e obrigações que os heterossexuais. Quer dizer, só com outra pessoa e só do sexo oposto que tenha certa idade e dê seu consentimento. Que um homossexual se queixe de discriminação porque não o deixam casar-se com alguém do mesmo sexo é como se um polígamo se queixe de discriminação porque não o deixam casar-se com várias mulheres, ou um promíscuo com vários e várias à vez. Não há discriminação: a lei é igual para todos e a sociedade tem um modelo de matrimónio que já demonstrou sua eficácia durante séculos.
2.- Casar homossexuais é uma experiência social inédita. Casar pessoas do mesmo sexo é uma experiência social que nunca antes se havia tentado. Nenhuma civilização há implantado o matrimónio homossexual. Inclusive sociedades que permitiam a homossexualidade e até a fomentavam em certas idades e classes sociais, como os gregos antigos, entendiam claramente o matrimónio como a união estável entre um homem e uma mulher abertos a ter filhos. Uma coisa eram as práticas sexuais dos cidadãos e outra muito distinta a família e a geração e educação de filhos. A homossexualidade adotou muitas formas em distintas sociedades, mas nunca foi relacionada  com o matrimónio. Experimentar com o modelo social é irresponsável e perigoso, sem embargo muitos defendem essa experimentação por razões ideológicas de recusa à família e não por razões científicas e nem sequer de demanda social (a imensa maioria da população mundial está contra).
3.- Não existe o gene homossexual. O homossexual não nasce, se faz. Não se pode demonstrar cientificamente que a homossexualidade esteja ligada à herança genética ou que a tendência a ser homossexual esteja determinada desde o nascimento. O que foi demonstrado e é defendido por um amplo e respeitável sector científico é que a prevalência da tendência homossexual obedece a factores ambientais e está condicionada pela própria psicologia e educação. Qualquer um pode realizar atos homossexuais se quer e qualquer um pode também deixar de os realizar. Por isso a maioria dos homossexuais pode deixar de o ser, como a terapia clínica demonstrou já. O homossexualismo insiste no carácter inato da homossexualidade para defender que se trata de um ato natural, sem embargo à ciência nos diz que a homossexualidade é humana não porque seja genética mas porque é influenciável pelo ambiente e pelas próprias decisões. Um ambiente propicio à homossexualidade aumenta o número de homossexuais nesse ambiente, enquanto que num ambiente onde a homossexualidade se tolere mas não se proponha diminui o número de homossexuais.
4.- Para evitar abusos contra /entre homossexuais ou o desamparo legal não faz falta aprovar o matrimónio homossexual. Quase todos os benefícios de um matrimónio a nível de heranças, transmissão de bens, propriedades compartilhadas, etc., podem ser reguladas por duas (ou mais) pessoas com acordos legais ante notário, independentemente de que tenham relações sexuais. De facto, os poucos casais homossexuais realmente interessados nestes temas já estabeleceram acordos assim. O problema aqui é muitas vezes outro: a instabilidade destas relações faz que muitas das previsões relativas ao matrimónio não sejam aptas para as uniões homossexuais, por essa instabilidade. Se um homossexual varão tem como média relações com 39 pessoas ao longo de sua vida, ¿com quantas se casará? ¿de quantas se divorciará? ¿quais delas terão esses direitos legais, posto que com todas, ou algumas, terá estado casada? E quando se haja fartado de se casar,
¿não terão os casais de facto posteriores esses mesmos direitos?
5.-
Legalizar o matrimónio homossexual estabelece um agravamento comparativo com as pessoas que vivem juntas sem relações sexuais. Duas anciãs que vivem juntas, três irmãos numa casa, quatro amigos que compartilham apartamento desde há seis anos..., têm uma relação com afetividade, compromisso e convivência igual que podem ter dois homossexuais. Sem embargo, se veem privadas das vantagens legais do matrimónio gay porque não praticam sexo entre eles. O matrimónio gay na realidade premeia os praticantes de certo tipo de sexo, privilegiando-os sobre outras convivências afectivas e estáveis. É evidente a diferença com o matrimónio comum, que premeia a complementaridade homem-mulher estável e está aberta à geração e criação dos filhos.
6.- Legalizar o matrimónio homossexual estabelece um agravamento comparativo com os polígamos... e com qualquer outra combinação numérica. Ao contrário do matrimónio homossexual, que nunca foi aceite por nenhuma civilização, a poligamia tem uma longa tradição em numerosos países e sociedades, inclusive em nossos dias. Se casamos a dois homens, ¿com que argumentos impediremos a nossos cidadãos islâmicos ou de origem subsaariana que não se casem com duas ou mais mulheres? ¿Pode um emigrante pedir por reagrupação familiar que venham suas três esposas? Ao menos, as uniões polígamas tradicionais têm filhos e costumam ser estáveis, o que é um bem social. ¿Com que argumento os defensores do matrimónio gay o impediriam? Nos ambientes homossexuais o que já se pede é a aprovação da poligamia bissexual. Um famoso escritor o exemplificava num número da revista homosexualista Zero: um amigo seu está casado com uma mulher, mãe de seus filhos, e a quer; mas é homossexual, e tem uma relação com um homem. ¿Por que escondê-lo? ¿Por que não se casar todos entre eles? Assim, as crianças teriam dois papás, que sempre é melhor que um. Quando o matrimónio deixa de ser o que é (um homem e uma mulher unidos num ato de amor que pode gerar novas vidas), então pode re-definir-se para ser qualquer coisa.
7.- Legalizar o matrimónio gay debilita o matrimónio heterossexual, assim como a moeda falsa debilita a moeda verdadeira. Muitas pessoas pensam que não as afecta em nada que os homossexuais se casem. É o mesmo que pensar: "não me afecta em nada que haja gente que faça circular falsas notas de 100 euros, eu sou honrado e não as usaria, de facto quase nunca vejo notas de 100 euros". Sem embargo, é evidente que a circulação de moeda falsa nos afecta a todos, porque se perde confiança na moeda, a gente a usa com reticências e prefere usar outras moedas (dólares, por exemplo) ou não comerciar ou não aceitar certas notas e no final a economia de todos se ressente porque tudo custa mais caro. O mesmo se passa quando se faz circular um matrimónio falso como se fosse matrimónio. Nos países nórdicos, onde as uniões se equiparam ao matrimónio, metade das crianças nascem fora do matrimónio. Ao dar à  união homossexual a bitola de matrimónio se dá a mensagem à sociedade de que na realidade casar-se não significa nada nem se contrai nenhuma responsabilidade ante os filhos. Como consequência a gente não se casa e seu compromisso é débil. Assim como a moeda falsa cria desconfiança no sistema económico, o matrimónio falso cria desconfiança no compromisso inter-pessoal e social. Uma sociedade baseada na desconfiança, a desvinculação e a falta de compromisso nunca funcionará tão bem como uma baseada em famílias estáveis, comprometidas pelo bem-estar dos cônjuges, filhos e parentes.
8.- Na realidade, poucos homossexuais se casam; o objetivo do movimento gay é destruir o matrimónio heterossexual. Têm-no reconhecido muitas vezes os líderes homossexuais em Espanha e no resto do mundo. Na realidade muito poucos deles querem "casar-se". Mas o movimento do homossexualismo político centra-se na exigência do matrimónio para mudar a sociedade e eliminar uma instituição (o matrimónio monógamo e de dar vida) em que não creem. "Lutar pelo matrimónio do mesmo sexo e seus benefícios e então, uma vez garantido, redefinir a instituição do matrimónio completamente, pedir o direito de se casar não como uma forma de aderir aos códigos morais da sociedade mas o de desbancar um mito e alterar radicalmente uma instituição arcaica. [...] A ação mais subversiva que podem empreender os gays e lésbicas [...] é transformar por completo a noção de família" [Michael Signorile, ativista homossexual y escritor, citado em Crisis Magazine, 8 de Janeiro de 2004] . O ativismo homossexual não quer formar "famílias como as outras". Melhor, quer chegar a que todas as famílias sejam como as suas, para o que a chave é desmontar "conceitos arcaicos e caducos como fidelidade, monogamia, compromisso, fecundidade, paternidade/maternidade", etc..
9.- Legalizar o matrimónio homossexual significa legalizar a entrega de crianças a homossexuais. Há gente que diz "eu vejo bem  que os gays se casem mas não que adotem crianças". É um erro pensar que se vá legalizar o matrimónio sem a adopção: pois,  se se legaliza o matrimónio incluirá sempre a adoção. Quem apoie uma coisa estará apoiando, queira ou não, a outra porque nosso direito permite adoptar conjuntamente aos cônjuges: uma vez casados, já são cônjuges, e poderão adoptar Ainda que algumas lésbicas tenham filhos de anteriores relações ou os procuraram (mediante inseminação artificial ou com a cooperação de um homem) a adopção se apresenta para que os homossexuais que, obviamente, não têm crianças, acedam à educação de crianças que, obviamente, eram de casais heterossexuais. A adopção de homossexuais tem diversas desvantagens para a sociedade que a permita, começando pela escassez de crianças faz com que se tragam da China, Rússia e outros países... que não vão dar crianças a países onde os homossexuais adotem. Assim, o desejo de uma minoria ínfima vai dificultar a milhares de matrimónios que querem adoptar. Mas o ponto chave é que uma criança tem direito a um pai e uma mãe, direito que acaba se se entrega a dois homens ou a duas mulheres. Duas pessoas do mesmo sexo não são idóneos para a criação e educação das crianças, que careceriam de referente paterno/masculino (se são duas lésbicas) ou materno/feminino (se são dois homossexuais).
10.- Legalizar o matrimónio homossexual significa pôr toda a maquinaria educativa e mediática do Estado ao serviço do homossexualismo político. Se o matrimónio gay é legal, se ensinará nas escolas. Os livros de texto das crianças explicaram a doutrina que as associações homossexualistas hajam indicado: que a homossexualidade é normal, que é bom ter dois papás e duas mamãs, que as crianças devem experimentar com sua sexualidade para descobrir que sexo os atrai mais e que as pessoas que se opõem à homossexualidade (como os papás das crianças cristãos) são intolerantes. Por suposto, cada série de televisão terá seu casal de homossexuais ou lésbicas com crianças, convivendo felizes para exemplo e edificação de tantos matrimónios com problemas. De facto, há em Espanha centros de scouts e de ócio infantil que ativamente difundem já esta ideologia.
11.- Legalizar o matrimónio homossexual implicará a medio prazo multas e penas de cadeia para quem critique a atividade homossexual. Na Suécia, onde há uniões gay desde 1995 com adopção de crianças desde 2002, decretou-se pena de cadeia para um pastor luterano que se limitava a pregar as palavras de São Paulo sobre a homossexualidade. Outro país onde criticar a homossexualidade tem significado multas e julgamentos é o Canadá. O grau de respeitabilidade da relação gay (não já da pessoa, que obviamente é merecedora de respeito simplesmente por ser pessoa) será extremo e sua crítica punível. A liberdade de expressão se verá recortada e provavelmente também a liberdade religiosa. Muitos de nossos bispos e líderes cristãos acabarão na cadeia.
12.- A legalização do matrimónio homossexual provocará uma descida da qualidade de vida. Os homossexuais têm menor esperança de vida e são mais propensos a sofrer conflitos psicológicos e a manifestar tendências suicidas. Muitos homossexuais vivem a homossexualidade como sofrimento. As mesmas publicações gays mostram o alto índice de incidência de desordens afectivos e de patologias de conduta entre o colectivo homossexual. O sida, com ser um dos factores mais importantes, não é, desde o ponto de vista da saúde, o que mais incide na diminuição da esperança de vida gay. A homossexualidade vai geralmente acompanhada de adições não saudáveis e de transtornos como ânsias neuróticas e, na idade mais adulta, de solidão. A proposta generalizada da homossexualidade como opção de vida saudável originaria um incremento dos gastos sanitários para toda a sociedade
13.- Legalizando o matrimónio homossexual, Espanha cavará seu abismo com outras civilizações e a própria cultura ocidental. Casar homossexuais e desvalorizar a família não vai a ajudar nada ao diálogo Oriente-Ocidente nem a mostrar as bondades da democracia. Chamar  "direitos humanos" ao matrimónio homossexual vai servir para a erosão dos verdadeiros direitos humanos, para que o mundo não Ocidental veja que no Ocidente se impõe uma moral (ou uma imoralidade, desde seu ponto de vista) não baseada na natureza comum do ser humano mas no individualismo, no materialismo e no hedonismo. Milhões de muçulmanos e de chineses (e a autoridade moral do Ocidente) vão ser prejudicados por esta pedra no caminho de estender uma autêntica democracia e direitos humanos para todos. Há pois razões práticas de convivência internacional para que uma sociedade responsável diga "não" ao matrimónio entre homossexuais desde o respeito a estas pessoas.


Nenhum dos nossos argumentos (acima apresentados) é de índole religiosa. Permitir o matrimónio homossexual e a adoção de crianças por homossexuais é atentar contra as famílias e supõe um grave dano às crianças e à sociedade inteira.

Autor: Instituto Valenciano de Fertilidad, Sexualidad y Relaciones Familiares | Fonte: ivaf.org

www.es.catholic.net.

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  • NOTA: Este texto foi publicado em 2 de Março passado, por www.es.catholic.net e como se verifica, diz respeito fundamentalmente a Espanha – que está discutindo presentemente, creio eu, - o matrimónio entre os homossexuais e a adopção de crianças pelos mesmos. Dado que a situação em Portugal é um pouco diferente – pois infelizmente já foi aprovado o casamento de homossexuais, com a ressalva de por enquanto não ser aceite ainda a adopção de crianças, proposto no último ano pelo Governo e Partidos de Esquerda – julgo ser oportuno dá-lo a conhecer aos portugueses – para que de uma vez por todas o assunto seja discutido como deve ser, tendo em conta os argumentos aqui citados, na Assembleia da República proximamente. AF.
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