Há 125 anos nasceu o Padre (Pai) Américo – 23 de Outubro de 2012

 

(Foto transcrita do livro O Padre Américo e a Obra da Rua)

De facto, em 23 de Outubro de 1887, (completam-se hoje 125 anos precisamente) nasceu na freguesia de Galegos, em Penafiel,  AMÉRICO MONTEIRO DE AGUIAR numa família de 8 irmãos que, após várias peripécias de infância, adolescência e juventude, e depois já como homem feito, em 28 de Julho de 1929 (com 42 anos!!!) foi ordenado presbítero, celebrando a sua 1ª Missa na capela das Irmãs Coadjutoras do Seminário de Coimbra e a 2ª Missa em 5 de Agosto do mesmo ano, na Igreja Paroquial de Paço de Sousa.

Seguiu-se depois em 1930 com o término do 4º Ano Teológico, a sua nomeação para Pároco de São Paulo de Frades, em que não chegou a tomar posse, por ter sofrido um esgotamento. Em 19 de Março de 1932 é inaugurada a Sopa dos Pobres, na Rua da Matemática em Coimbra, pelo bispo D. Manuel Luís Coelho da Silva, que lhe confia esta missão. Obtém licença do Prelado pra dar início à visita aos Pobres. Começa a escrever no Correio de Coimbra, sob o título “Sopa dos Pobres” e depois “Obra da Rua”. Em Agosto de 1935 cria as Colónias de Férias do Garoto da Baixa de Coimbra, em São Pedro de Alva, Vila Nova do Ceira e Miranda do Corvo. Em 1938 é Assistente Moral e Religioso da Tutoria Central de Coimbra.

Em 7 de Janeiro de 1940 abre as portas da Casa do Gaiato em Miranda do Corvo, no lugar de Bujos, para rapazes abandonados e sem família – o «Lixo das Ruas». Em Janeiro de 1941 abre o Lar do Ex-Pupilo das Tutorias e dos Reformatórios do País, na Rua da Trindade, em Coimbra. Publica o primeiro volume de Pão dos Pobres, em Junho do mesmo ano. e em 1942 publica o livro Obra da Rua. Em 20 de Abril de 1943 toma posse da antiga Casa Pia e da cerca do antigo mosteiro beneditino de Paço de Sousa, em Penafiel, iniciando as obras na Aldeia dos Rapazes, que só em 1946 estará a funcionar em pleno. Escreve no semanário A Ordem, do Porto, sob o título «Casa do Gaiato do Porto».

Em 5 de Março de 1944 verifica-se o lançamento do primeiro número de O Gaiato, quinzenário da Obra da Rua, de que é Fundador e Diretor. Em 3 de Fevereiro de 1945 abre o Lar da Obra na Rua D. João IV, 682, no Porto. Em 1948 inaugura a Casa do Gaiato de Santo Antão do Tojal, em Loures, Lisboa. Em 9 de Agosto de 1949 o «caminheiro» visita o Brasil. A 16 do mesmo mês, inaugura-se a tipografia da Casa do Gaiato de Paço de Sousa, onde O Gaiato passa a ser impresso. Em 1950 é publicado o opúsculo Do Fundamento da Obra da Rua e do Teor dos seus Obreiros e do primeiro volume de Isto é a Casa do Gaiato. Em 1952 por iniciativa das autoridades açorianas e com a anuência do Bispo dos Açores, que dá um padre, surge uma casa inspirada e semelhante às Casas do Gaiato, posteriormente ligada à Obra da Rua, (a que deixará de pertencer por decisão do Padre Américo, poucos dias antes de morrer). Entre Julho e Outubro visita Angola e Moçambique. É publicado O Barredo.

Em 1954 toma posse da quinta da Torre, em Beire, Paredes, para instalação de uma Casa do Gaiato e do Calvário; em Setembro, visita novamente o arquipélago açoriano. Em 1955 funda a Casa do Gaiato de Setúbal, com um grupo de rapazes resineiros até aí a viver num lar sem condições em Alcácer do Sal.  Em Janeiro de 1956 faz a última viagem à Madeira.

Em 14 de Julho de 1956 tem um acidente de automóvel em São Martinho do Campo, perto de Paço de Sousa, no regresso de uma viagem ao Sul do país. No dia seguinte, pede e recebe os últimos sacramentos. Finalmente em 16 de JULHO de 1956 morre no Hospital Geral de Santo António, no Porto, aos 68 anos de idade, vítima de fractura exposta e cominutiva das pernas. É sepultado no dia 17 no Cemitério Paroquial de Paço de Sousa, depois de um cortejo fúnebre que acompanha o corpo desde a Igreja da Trindade, no Porto. A missa de corpo presente tem lugar na capela da Casa do Gaiato em Paço de Sousa, e é presidida pelo Bispo de Limira, D. Rafael de Assunção.

(…)

Em 22 de Março de 1986 (30 anos depois) é iniciado o processo de canonização do Padre Américo. Em 6 de Novembro de 1990 a Santa Sé dá o nihil obstat para ser organizado o Processo Ordinário de glorificação canónica. Em 14 de fevereiro de 1991 tomada de posse do Tribunal Eclesiástico para o início do processo de Canonização ao Serviço de Deus, Padre Américo Monteiro de Aguiar. Em 16 de Julho de 1995 realiza-se a sessão pública de encerramento da primeira fase do Processo de Canonização, na Sé Catedral do Porto.

(Desenho transcrito do livro O Padre Américo e a Obra da Rua)

NOTA:

 O texto discriminativo das datas mais salientes da vida do Padre Américo, após a sua ordenação como presbítero e até à data de encerramento da 1ª parte do Processo de Canonização, foi recolhido através do livro O PADRE AMÉRICO E A OBRA DA RUA, de Helena Sousa Pereira e Alêtheia Editores SA, publicado em  2006. Penso que não desrespeitei os direitos de publicação (pelo menos, não tive essa intenção) e por isso, solicito a devida vénia à ALÊTHEIA EDITORES e a D. Helena Sousa Pereira (que fez a introdução, recolha de textos e de ilustrações), a José da Cruz Santos (que coordenou) e a Armando Alves que dirigiu graficamente o referido livro.

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Este post é para ser publicado em 23 de Outubro de 2012, no meu blogue SÃO PAULO (e Vidas de Santos)

ANTÓNIO FONSECA