sexta-feira, 19 de junho de 2009

JOÃO MARIA VIANNEY - Padroeiro dos Sacerdotes

NOTA:

Por ter sido indicado pelo Papa Bento XVI, padroeiro dos Sacerdotes e por se iniciar hoje o Ano Sacerdotal, também por definição Papal, faço aqui a resenha da história do Santo Cura d'Ars que recolhi através do site "Santos" da diocese-porto.pt.

Também pelo mesmo motivo, transcrevo e traduzo a sua biografia, conforme está publicada no site de es.catholic.net/santoral .

António Fonseca

JOÃO MARIA VIANNEY, presbítero

Santo Cura d'Ars
4 Agosto
Nota Histórica
Nasceu em Lião no ano 1786. Depois de superar muitas dificuldades, pôde ser ordenado sacerdote. Tendo-lhe sido confiada a paróquia de Ars, na diocese de Belley, o santo promoveu nela admiravelmente a vida cristã, por meio duma eficaz pregação, com a mortificação, a oração e a caridade. Revelou especiais qualidades na administração do sacramento da Penitência e na direcção espiritual, e por isso acorriam fiéis de todas as partes para escutar os seus santos conselhos. Morreu em 1859.
Missa
ORAÇÃO COLECTA
Deus omnipotente e misericordioso, que fizestes de São João Maria Vianney um sacerdote admirável no zelo pastoral, concedei-nos, que, imitando o seu exemplo, ganhemos para Vós no amor de Cristo os nossos irmãos e com eles alcancemos a glória eterna. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
LEITURA I Ez 3, 16-21
«Fiz de ti uma sentinela para a casa de Israel»
Leitura da Profecia de Ezequiel
O Senhor dirigiu-me a palavra, dizendo: «Filho do homem, fiz de ti uma sentinela para a casa de Israel: quando ouvires uma palavra da minha boca, tu os advertirás da minha parte. Se Eu mandar dizer ao pecador:Vais morrer’, e tu não o advertires, se não lhe falares para o desviar do seu mau caminho e assim lhe salvar a vida, ele morrerá devido aos seus pecados, mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte. Se tu, porém, advertires o pecador e ele não se afastar da impiedade e do mau caminho, ele morrerá devido aos seus pecados, mas tu salvarás a tua vida. E se o justo se afastar da sua justiça e praticar o mal, Eu o farei tropeçar e morrerá. Se tu não o advertiste, então ele morrerá devido aos seus pecados, sem que se tenham em conta as boas obras que tenha praticado. Mas Eu pedir-te-ei contas da sua morte. Se tu, porém, avisares o justo para que não peque e ele de facto não pecar, decerto viverá porque deu ouvidos à advertência e tu salvarás a tua vida».
Palavra do Senhor.
SALMO RESPONSORIAL Salmo 116 (117), 1.2 (R. Mc 16, 15)
Refrão:
Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho.
Ou:
Aleluia.
Louvai o Senhor, todas as nações, aclamai-O, todos os povos. É firme a sua misericórdia para connosco, a fidelidade do Senhor permanece para sempre.
ALELUIA Lc 4, 18
Refrão:
Aleluia - Repete-se
O Senhor enviou-me a anunciar aos pobres a boa nova, e aos cativos a redenção.
Refrão
EVANGELHO Mt 9, 35 — 10, 1
«Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão»
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara». Depois chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades.
Palavra da salvação.
Liturgia das horas
Da Catequese de São João Maria Vianney, presbítero
(Catéchisme sur la prière: A. Monnin, Esprit du Curé d’Ars, Paris 1899, pp. 87-89) (Sec. XIX) Belo dever do homem: Orar e amar
Prestai atenção, meus filhos: o tesouro do homem cristão não está na terra, mas no Céu. Por isso, o nosso pensamento deve voltar-se para onde está o nosso tesouro.
O homem tem este belo dever e obrigação: orar e amar. Se orais e amais, tendes a felicidade do homem sobre a terra.
A oração não é outra coisa senão a união com Deus. Quando alguém tem o coração puro e unido a Deus, experimenta em si mesmo uma certa suavidade e doçura que inebria e uma luz admirável que o circunda. Nesta íntima união, Deus e a alma são como dois pedaços de cera, fundidos num só, de tal modo que ninguém mais os pode separar. Como é bela esta união de Deus com a sua pequena criatura! É uma felicidade que supera toda a compreensão humana.
Nós tornámo-nos indignos de orar; mas Deus, na sua bondade, permite-nos falar com Ele. A nossa oração é o incenso que mais Lhe agrada.
Meus filhos, o vosso coração é pequeno, mas a oração dilata-o e torna-o capaz de amar a Deus. A oração faz-nos saborear antecipadamente a suavidade do Céu, é como se alguma coisa do Paraíso descesse até nós. Ela nunca nos deixa sem doçura; é como o mel que se derrama sobre a alma e faz com que tudo nos seja doce. Na oração bem feita desaparecem as dores, como a neve aos raios do sol.
Outro benefício nos traz a oração: o tempo passa depressa e com tanto prazer que não se sente a sua duração. Escutai: quando era pároco em Bresse, em certa ocasião tive de percorrer grandes distâncias para substituir quase todos os meus colegas, que estavam doentes; e podeis estar certos disto: nessas longas caminhadas rezava ao bom Deus e o tempo não me parecia longo.
Há pessoas que se submergem profundamente na oração, como os peixes na água, porque estão completamente entregues a Deus. O seu coração não está dividido. Oh como eu amo estas almas generosas! São Francisco de Assis e Santa Coleta viam Nosso Senhor e conversavam com Ele do mesmo modo que nós falamos uns com os outros.
Nós, pelo contrário, quantas vezes vimos para a igreja sem saber o que havemos de fazer ou que pedir! No entanto, sempre que vamos ter com algum homem, sabemos perfeitamente o motivo por que vamos. Mais: há pessoas que parecem falar a Deus deste modo: «Só tenho a dizer-Vos duas palavras para ficar despachado...». Muitas vezes penso: Quando vimos para adorar a Deus, conseguiríamos tudo o que pedimos se pedíssemos com fé viva e coração puro.
http:diocese-porto.pt
Juan María Vianney, Santo
Cura de Ars, Agosto 4
Juan María Vianney, Santo
Juan María Vianney, Santo

O Cura de Ars

Martirológio Romano: Memória de S. Juan María Vianney, presbítero, que durante mais de quarenta anos se entregou de uma maneira admirável ao serviço da paróquia que lhe foi encomendada na aldeia de Ars, perto de Belley, em França, com uma intensa predgação, oração e exemplos de penitência. Diariamente catequizava a crianças e adultos, reconciliava os arrependidos e com sua ardente caridade, alimentada na fonte da Eucaristía, brilhou de tal modo, que difundiu seus conselhos à largura e ao comprimento de toda Europa e com sua sabedoria levou a Deus a muitissimas almas (1859).
Um dos santos mais populares nos últimos tempos foi São Juan Vianey, chamado o santo Cura de Ars. Nele se cumpriu o que disse São Paulo: "Deus há escolhido o que não vale aos olhos do mundo, para confundir aos grandes".
Era um camponês de mente rústica, nascido em Dardilly, França, em 8 de Maio de 1786. Durante sua infância estalou a Revolução Francesa que perseguiu ferozmente a religião católica. Assim que ele e sua familia, para poder assistir a missa tinham que fazê-lo em celebrações feitas às escondidas, onde os agentes do governo não se dessem conta, porque havia pena de morte para os que se atrevessem a praticar em público a sua religião. A primeira comunhão a fez Juan María aos 13 anos, numa celebração nocturna, ás escondidas, num palheiro, aonde os camponeses chegavam com molhos de pasto, simulando que iam alimentar seus gados, mas o objecto de sua viagem era assistir à Santa Missa que celebrava um sacerdote, com grave perigo de morte, se os surpreendessem as autoridades.
Juan María desejava ser sacerdote, mas a seu pai não interessava perder este bom operário que cuidava suas ovelhas e lhe trabalhava no campo. Além disso não era fácil conseguir seminários nesses tempos tão difíceis. E como estavam em guerra, Napoleão mandou recrutar todos os rapazes maiores de 17 anos e levá-los para o exército. E um dos recrutados foi o nosso biografado. Levaram-no para o quartel, mas pelo caminho, por entrar numa igreja a rezar, perdeu-se do grupo. Voltou a apresentar-se, mas na viagem adoeceu e levaram-no uma noite ao hospital e quando no dia seguinte se repôs já os outros se haviam ido. As autoridades ordenaram-lhe que fosse por sua conta a alcançá-los,mas se encontrou com um homem que lhe disse. "Síga-me, que eu o levarei aonde deve ir". Seguiu-o e depois de muito caminhar se deu conta de que o outro era um desertor que fugia do exército, e que se encontravam totalmente longe do batalhão.
E ao chegar a uma povoação, Juan María foi ter com o alcaide a contar-lhe o seu caso. A lei ordenava pena de morte a quem desertasse do exército. Mas o alcaide que era muito bondoso escondeu o jovem em sua casa, e o pôs a dormir num palheiror, e assim esteve trabalhando escondido por bastante tempo, mudando de nome, e escondendo-se muito fundo entre o pasto seco, cada vez que passavam por ali grupos do exército. Ao fim de 1810, quando Juan levava 14 meses de desertor o imperador Napoleão deu um decreto perdoando a culpa a todos os que haviam fugido do exército, e Vianey pôde voltar outra vez a sua casa.
Tratou de ir a estudar para o seminário mas sua intelegência era romba e dura, e não conseguia aprender nada. Os professores exclamavam: "É muito boa pessoa, mas não serve para estudante não se lhe fica nada". E o deixaram.
Foi em peregrinação de muitos días até ao túmulo de S. Francisco Regis, viajando de esmola, para pedir a esse santo sua ajuda para poder estudar. Com a peregrinação não conseguiu voltar mais inteligente, mas adquiriu valor para não deixar-se desanimar pelas dificuldades.
O Padre Balley havia fundado por sua conta um pequeno seminário e ali recebeu a Vianey. Ao princípio o sacerdote se desanimava ao ver que a este pobre rapaz não ficava nada do que ele lhe ensinava. Mas sua conduta era tão excelente, e seu critério e sua boa vontade tão admirávei que o bom Padre Balley se dispôs a fazer o possível e o impossível para o fazer chegar ao sacerdócio.
Depois de prepará-lo por três anos, dando-lhe aulas todos os dias, o Padre Balley apresentou-o a exames no seminário. Fracasso total. Não foi capaz de responder às perguntas que esses professores tão sábios lhe iam fazendo. Resultado: negativa total a que fosse ordenado de sacerdote.
Seu grande benfeitor, o Padre Balley, o seguiu instruindo e o levou aonde sacerdotes santos e lhes pediu que examinassem se este jovem estava preparado para ser um bom sacerdote. Eles se deram conta de que tinha bom critério, que sabía resolver problemas de consciência, e que era seguro em suas apreciações na moral, e vários deles foram a recomendá-lo ao Sr. bispo. O prelado ao ouvir todas estas coisas lhes perguntou: O jovem Vianey é de boa conduta? - Eles lhe reponderam: "É excelente pessoa. É um modelo de comportamento. É o seminarista menos sábio, mas o mais santo" "Pois se assim é - acrescentou o prelado - que seja ordenado de sacerdote, pois ainda que lhe falte ciência, contanto que tenha santidade, Deus suprirá o demais".
E assim em 12 de agosto de 1815, foi ordenado sacerdote, este jovem que parecía ter menos inteligênciado que a necessária para este oficio, e que logo chegou a ser o mais famoso pároco de seu século (4 días depois de sua ordenação, nasceu São Juan Bosco). Os primeiros três anos passou-os como vice-pároco do Padre Balley, seu grande amigo e admirador.
Uns curitas muito sábios haviam dito por brincadeira: "O Sr. bispo o ordenou de sacerdote, mas agora se vai a carregar com ele, porque ¿a onde o vai a enviar, que faça um bom papel?".
E em 9 de Fevereiro de 1818 foi enviado à paróquia mais pobre e infeliz. Se chamava Ars. Tinha 370 habitantes. A missa aos domingos não assistíam senão um homem e algumas mulheres. Seu antecessor deixou escrito: "As gentes desta paróquia no único en que se difereciam dos anciãos, é em que ... estão baptizadas". O pequeno lugar estava cheio de cantinas e de bailadeiros. Ali estará Juan Vianey como pároco durante 41 anos, até à sua morte, e o transformará todo.
O novo Cura Pároco de Ars se propôs um método triple para mudar as gentes de sua desgarrada paróquia. Rezar muito. Sacrificar-se o mais possível, e falar forte e duro. ¿Que em Ars quase ninguém ia à Missa? Pois ele remediava a essa falta de assistência, dedicando horas e mais horas à oração ante o Santíssimo Sacramento no altar. ¿Que o povo estava cheio de cantinas e bailadeiros? Pois o pároco se dedicou às mais impressionantes penitências para convertê-los. Durante anos somente se alimentará cada día com umas poucas papas cozinhadas. À segunda-feira cozinha uma dezena e meia de papas, que lhe duram até quinta-feira. E nesse día fará outro cozinhado igual com o qual se alimentará até domingo. É verdade que pelas noites as cantinas e os bailadeiros estão repletos de gentes de sua paróquia, mas também é verdade que ele passa muitas horas de cada noite rezando por eles. ¿E ssus sermões? Ah, aí sim, é que enfoca toda a artilharía de suas palavras contra os vícios de seus fregueses, e vai demolindo sem compaixão todas as armadilhas com as que o diabo quere perdê-los.
Quando o Padre Vianey começa a volver-se famoso muitas gentes se dedicam a criticá-lo. O Sr. bispo envía um visitador para que ouça seus sermões, e lhe diga que qualidades e defeitos tem este pregador. O enviado volta trazendo noticias más e boas.
O prelado lhe pergunta: "¿Têm algum defeito os sermões do Padre Vianey? - Sím, Monsenhor: Tem três defeitos. Primeiro, são muito longos. Segundo, são muito duros e fortes. Terceiro, sempre fala dos mesmos temas: os pecados, os vicios, a morte, o juizo, o inferno e o céu". - ¿E têm também alguma qualidade estes sermões? - pergunta Monsenhor-. "Sim, têm uma qualidade, e é que os ouvintes se comovem, se convertem e começam uma vida mais santa da que levavam antes".
O bispo satisfeito e sorridente exclamou: "Por essa última qualidade se lhe podem perdoar ao Pároco de Ars os outros três defeitos".
Os primeiros anos de seu sacerdócio, durava três ou mais horas lendo e estudando, para preparar seu sermão de domingo. Logo escrevia. Durante outras três ou mais horas passeava pelo campo recitando seu sermão às árbores e ao gado, para tratar de aprendê-lo. Depois se ajoelhava por horas e horas ante o Santíssimo Sacramento no altar, encomendando ao Senhor o que ia dizer ao povo. E sucedeu muitas vezes que ao começar a pregar lhe esquecia tudo o que havia preparado, mas o que dizia ao povo causava impressionantes conversões. É que se havia preparado bem antes de pregar.
Poucos santos tiveram que entabular lutas tão tremendas contra o demónio como São Juan Vianey. O diabo não podía ocultar toda a sua raiva ao ver quantas almas lhe tirava este curita tão simples. E o atacava sem compaixão. O derrubava da cama. E até tratou de prender fogo a sua habitação. O despertava com ruidos espantosos. Uma vez lhe gritou: "Hábito negro odiado. Agradece a essa que chamam Virgem María, e se não já te tinha levado para o abismo".
Um día numa missão numa aldeia, vários sacerdotes jovens disseram que isso das aparições do demónio eram puros contos do Padre Vianey. O pároco os convidou a que fossem a dormir no dormitório onde ia a passar a noite o famoso padrecito. E quando começaram os tremendos ruidos e os espantos diabólicos, sairam todos fugindo em pijama até ao pátio e não se atreveram a voltar a entrar no dormitório nem a voltar a rirem-se do santo cura. Mas ele o tomava com toda calma e com humor e dizia: "Com o patas temos tido já tantos encontros que agora parecemos dois compinchas". Mas não deixava detirar-lhe almas e mais almas ao maldito Satanás.
Quando concederam licença para que o ordenassem sacerdote, escreveram: "Que seja sacerdote,mas que não o ponham a confessar, porque não tem ciência para esse ofício". Pois bem: esse foi seu oficio durante toda a vida, e o fez melhor que os que tinham muita ciência e inteligência. Porque nisto o que vale são as iluminações do Espírito Santo, e não nossa vã ciência que nos infla e nos enche de tonto orgulho.
Tinha que passar 12 horas diárias nol confessionário durante o inverno e 16 durante o verão. Para confessar-se com ele havia que marcar vez com três días de antecedência. E no confessionário conseguía conversões impressionantes.
Desde 1830 até 1845 chegaron 300 pessoas cada día a Ars, de distintas regiões de França a confessar-se com o humilde sacerdote Vianey. O último ano de sua vida os peregrinos que chegaram a Ars foram 100 mil. Junto a casa cural havia vários hoteis onde se hospedavam os que iam a confessar-se.
Às 12 da noite se levantava o santo sacerdote. Logo fazia soar o sino da torre, abría a igreja ecomeçava a confessar. A essa hora já a fila de penitentes era de mais de uma quadra de comprimento. Confessava homens até às seis da manhã. Pouco depois das seis copmeçava a rezar os salmos de seu devocionário e a preparar-se a Santa Missa. Às sete celebrava o santo oficio. Nos últimos anos o bispoconseguiu que às oito da manhã se tomasse um copo de leite.
Das oito às onze confessava mulheres. Às 11 dava uma aula de catecismo para todas as pessoas que esivessem aí no templo. Eram palavras muito simples que lhe faziam imenso bem aos ouvintes.
Às doze ia a tomar um ligeiríssimo almoço. Se banhava, se barbeava, e se ia a visitar um instituto para jóvens pobres que ele custeava com as esmolas que a gente havia trazido. Pela rua a gente o rodeava com grande veneração e lhe faziam consultas.
Da uma e meia até as seis seguía confessando. Seus conselhos na confissão eram muito breves. Mas a muitos lhes lía os pecados em seu pensamento e lhes dizia os pecados que lhes haviam ficado sem dizer. Era forte em combater a borracheira e outros vicios.
No confessionário sofría desmaios e por momentos lhe parecía que se ia a congelar de frío no inverno e em verão suava copiosamente. Mas seguía confessando como se nada estivesse sofrendo. Dizia: "O confessionário á o ataúde onde me me sepultaram estando no entanto, vivo".Mas aí era onde conseguía seus grandes triunfos em favor das almas.
Pela noite lia um pouco, e às oito se encostava, para de novo levantar-se às doze da noite e seguir confessando.
Quando chegou a Ars somente ia um homem a missa. Quando morreu somente havia um homem em Ars que não ia à missa. Fecharam-se muitas cantinas e bailadeiros.
Em Ars todos se sentían santamente orgulhosos de ter um pároco tão santo. Quando ele chegou a essa paróquia a gente trabalhava no domingo e colhia-se pouco. Conseguiu pouco a pouco que ninguém trabalhasse nos campos aos domingos e as colheitasvoltaram a ser muito melhores.
Sempre se acreditara um miserável pecador. Jamais falava de suas obras ou éxitos obtidos. A um homem que o insultou na rua lhe escreveu uma carta humilíssima pedindo-lhe perdão por tudo, como se ele houvesse sido quemtinha ofendido o outro. O bispo lhe enviou um distintivo elegante de canónico e nunca o quis colocar. O governo nacional lhe concedeu uma condecoração e ele não a quis colocar. Dizía com humor: "É o cúmulo: o governo condecorando a um cobarde que desertou do exército". E Deus premiou sua humildade com admiráveis milagres.
Em 4 de agosto de 1859 passou a receber seu prémio na eternidade.
Foi beatificado em 8 de Janeiro de 1905 pelo Papa São Pío X, e canonizado por S.S. Pío XI em 31 de Maio de 1925.
Recolha, transcrição e tradução de
António Fonseca

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