sexta-feira, 6 de abril de 2012

Nº 1247-3 - A RELIGIÃO DE JESUS – Sexta feira Santa – Paixão e Morte do Senhor – 6 de Abril de 2012

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Nº 1247-3

Do livro, A RELIGIÃO DE JESUS, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo B (2011-2012) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.cominfo@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca

Estrela O texto dos Evangelhos, que anteriormente (no Ano A) estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora transcritos através da 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (editada em 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente. AF.

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6 DE ABRIL DE 2012

Sexta feira Santa

Paixão e Morte do Senhor 

Jo 18, 19-42

Prisão de Jesus – Tendo dito isto, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente de Cédron onde havia um horto, no qual Ele entrou com os discípulos. Ora Judas, que O ia entregar, também conhecia aquele lugar por Jesus Se lá ter reunido muitas vezes com os discípulos. Então Judas, conduzindo a coorte e os guardas fornecidos pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus foi ali ter com lanternas, archotes e armas. Sabendo Jesus tudo o que Lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «A quem buscais?» Responderam-Lhe: «A Jesus, o Nazareno». «Sou Eu», retorquiu Jesus. E Judas, que O ia trair, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. Perguntou-lhes novamente: «A quem buscais». E eles disseram: «A Jesus, o Nazareno». Jesus respondeu: «Já vos disse que sou Eu. Se é, pois, a Mim que buscais, deixai partir estes». Isto, para que se cumprisse a palavra que havia dito: «Dos que Me deste não perdi nenhum». Então Simão Pedro que tinha uma espada, desembainhou-a e feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. Mas disse Jesus a Pedro: «Mete a tua espada na bainha; não beberei Eu o cálice que Meu Pai Me deu?» Então a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus apoderaram-se de Jesus e manietaram-n’O. Conduziram-n’O primeiramente a Anás, por ser sogro de Caifás, que era Sumo Sacerdote, desse ano. Tinha sido Caifás quem  dera este conselho aos judeus: «É preferível que morra um só homem pelo povo».

Primeira negação de Pedro – Entretanto, Simão Pedro, com outro discípulo, seguia a Jesus. Este discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote, enquanto Pedro ficava à porta, do lado de fora. Saiu então o outro discípulo, conhecido do Sumo Sacerdote, falou á porteira e levou Pedro para dentro. Então a porteira disse a Pedro: «Não és tu dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou». Estavam ali presentes os servos e os guardas, que , por estar frio, tinham feito um braseiro e estavam a aquecer-se. Pedro também estava com  eles a aquecer-se.

Jesus ante o tribunal judaico – Então, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus acerca dos Seus discípulos e da Sua doutrina. Jesus, respondeu-lhe: «Falei abertamente ao mundo; sempre ensinei na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em segredo. Porque me interrogas? Pergunta aos que ouviram aquilo que lhes ensinei: bem sabem o que Eu disse». Tendo dito isto, um dos guardas, que ali estava, deu uma bofetada a Jesus, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote?» Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas se falei bem, porque Me bates?» Então, Anás mandou-O, manietado, ao Sumo Sacerdote Caifás

Segunda negação de Pedro – Entretanto, Simão Pedro estava ali a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Não és também tu um dos Seus discípulos?» Ele negou e disse: «Não sou». E um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: «Não te vi eu no horto com ElePedro negou outra vez,e nesse momento um galo cantou.

Jesus perante o tribunal romano – Depois levaram Jesus da casa de Caifás ao pretório. Era de manhã cedo e eles não entraram no pretório para não se contaminarem e poderem, assim, celebrar a Páscoa. Pilatos então, saiu cá fora e disse-lhes: «Que acusação apresentais contra este homem?» Disseram-lhe em resposta: «Se Ele não fosse malfeitor, não t’O entregaríamos». Retorquiu-lhes Pilatos: «Levai-O vós e julgai-O segundo a vossa lei». Disseram-lhe então os judeus: «A nós não nos é lícito matar pessoa alguma». Isto, para que se cumprisse a palavra dita por Jesus, ao indicar de que morte ia morrer. Pilatos tornou a entrar no pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: «Tu és o rei dos judeus Jesus respondeu-lhe: «É por ti mesmo que dizes isso, ou disseram-to outros de MimPilatos respondeu: «Porventura sou eu judeu? A Tua nação e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim; Que fizesteJesus respondeu: «O Meu Reino não é deste mundo; se o Meu Reino fosse deste mundo, pelejariam os Meus servos, para que Eu não fosse entregue aos judeus; mas o meu Reino não é daqui». Disse-lhe Pilatos: «Logo Tu és reiJesus retorquiu: «Tu o dizes! Eu Sou Rei! Para isso nasci e para isto vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz». Disse-lhe Pilatos: «Que é a verdade?» Dito isto, tornou a ir ter com os judeus e disse-lhes: «Não acho n’Ele culpa alguma; Vós tendes por costume que eu vos solte alguém pela Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?» Então eles gritaram de novo: «Esse não, mas Barrabás». Barrabás era um salteador.

Jesus é maltratado e condenado à morte – Então Pilatos mandou que levassem Jesus e O açoitassem. E, os soldados, depois de tecerem uma coroa de espinhos, puseram-lha na cabeça e envolveram-n’O com um manto de púrpura. depois, avançavam para Ele e diziam: «Salvé, ó Rei dos Judeus!» E davam-Lhe bofetadas. Pilatos saiu outra vez fora e disse-lhes: «Aqui vo-l’O trago fora, para que saibais que não acho n’Ele culpa alguma». Saiu, pois, Jesus fora, levando a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: «Eis aqui o homem!» Assim que O viram, os príncipes dos sacerdotes e os guardas gritaram>: «Crucifica-O! Crucifica-O!” Tornou Pilatos a dizer: «Tomai-o vós e crucificai-O, que eu não encontro n’Ele culpa alguma». Responderam-lhe os judeus: «Nós temos uma Lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus!». Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais atemorizado ficou. Entrou outra vez no pretório e disse a Jesus: «De onde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-Lhe então Pilatos: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e poder para Te crucificar»?» Jesus respondeu: «Nenhum poder terias sobre Mim se do Alto te não fosse dado. por isso, aquele que Me entregou a ti tem maior pecado». A partir de então, Pilatos procurava libertá-lo; mas os judeus gritavam: «Se O libertardes, não és amigo de César; todo aquele que se faz rei é contra César». Ouvindo isto, Pilatos levou  Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico “Gabbathá”. Era a Preparação da Páscoa e quase à hora sexta. Pilatos disse aos judeus. «Eis aqui o vosso Rei»!» Mas eles gritaram: «À morte, à morte, Crucifica-O» Pilatos retorquiu: «Hei-de crucificar o vosso rei?» Os príncipes dos sacerdotes responderam: «Não temos outro rei  senão a César!». Então, entregou-Lho para ser crucificado.

A crucifixão – Levaram, pois, consigo Jesus. E, carregando às costas a cruz, saiu para o lugar chamado Crânio, que em hebraico se diz “Gólgota”, onde O crucificaram, e, com Ele, mais dois: Um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um letreiro e pô-lo no cimo da cruz. Nele estava escrito: «JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS». Muitos dos judeus leram, esse letreiro, porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, grego e latim. Disseram então os príncipes dos sacerdotes a Pilatos: «Não escrevas: o Rei dos judeus, mas que Ele disse: «Eu sou o rei dos judeus». Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito».

Distribuição das vestes – Tendo os soldados crucificado Jesus, tomaram as Suas vestes – de que fizeram quatro partes, uma para cada soldado – e também a túnica. A túnica, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram uns aos outros: «Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será». Assim se cumpriu a Escritura: “Repartiram entre si as Minhas vestes e sobre a Minha túnica deitaram sortes”. Assim fizeram, pois, os soldados.

Jesus e Sua Mãe – Junto da cruz de Jesus estavam Sua mãe, a irmã de Sua mãe, Maria, mulher de Cléofas e Maria de Magdala. Ao ver Sua mãe e junto dela, o  discípulo que Ele amava, Jesus disse a Sua mãe: «Mulher, eis aí o Teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis aí a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.

Morte de Jesus – Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede». Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam, uma esponja no vinagre, fixando-a a um rapo de hissopo, levaram-lhe à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito.

O golpe da lança – Então os judeus, visto ser o dia da Preparação, para os corpos não ficarem na cruz ao sábado – pois era um grande dia aquele sábado –, pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Vieram então os soldados e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao segundo dos que tinham sido crucificados com Ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados perfurou-lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água. Aquele que viu é que o atesta, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. E isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz: “Nem um só dos Meus ossos se há-de quebrar”. E outra vez diz a Escritura: “Hão-de olhar para Aquele que trespassaram”.

Jesus é sepultado – Depois disto. José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que em oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos para levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e tirou o corpo. Veio, também Nicodemos, aquele que, anteriormente, se dirigira de noite, a Jesus, trazendo uma composição de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras juntamente com os perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus. No lugar em que Ele tinha sido crucificado, havia um horto e, no horto, um túmulo novo, no qual ninguém fora ainda depositado. Por causa da Preparação dos judeus como o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.

1 – Uma coisa é a história da morte de Jesus e outra coisa é a interpretação teológica que se deu a esta morte. A História da morte diz-nos que os Sumos Sacerdotes deram conta de que Jesus e a  Religião (tal como eles a entendiam) são incompatíveis: «Nós temos uma lei e segundo essa lei tem que morrer». Jesus é irreconciliável com a Religião quando nela uns homens (os dirigentes) se servem de Deus para dominar, submeter e exercer violência sobre os outros seres humanos.

2 – A interpretação teológica da morte de Jesus não pode fazer-se de forma que, em definitivo, se termine dizendo que “sem derramamento de sangue não há perdão” (Heb 9, 22). Porque esse critério está recusado na carta aos hebreus. E porque semelhante princípio leva diretamente à ideia do “deus vampiro”, que necessita de sangue e morte para perdoar. Uma blasfémia.

3 – Do dito se segue que a morte de Jesus não se pode entender desde a religião; porque não foi um ato religioso, mas sim a execução de um condenado pela autoridade civil. Nem se entende desde a devoção, porque um crucificado não é uma imagem de piedade, mas sim o símbolo mais forte da exclusão social. Tampouco se entende desde a política, porque Jesus não foi um subversivo nacionalista, mas sim que acabou assim a sua vida por fidelidade ao desígnio do Pai do céu. A morte de Jesus só se pode compreender como expoente máximo da luta pela liberdade, quer dizer, pela luta pela humanização que supera a desumanização.

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Viso - mapa

http://confernciavicentinadesopaulo.blogspot.

Compilação (e tradução dos comentários) por António Fonseca
http://bibliaonline.com.br/acf;
NOTA FINAL:
Continuo a esclarecer que os comentários aos textos do Evangelho, aqui expressos, são de inteira responsabilidade do autor do livro A RELIGIÃO DE JESUS e, creio eu… apenas retratam a sua opinião – e não a minha ou de qualquer dos meus leitores, que eventualmente possam não estar de acordo com ela. Eu apenas me limito a traduzir de espanhol para português os Comentários e NEM EU NEM NINGUÉM ESTÁ OBRIGADO A ESTAR DE ACORDO.

Mais um esclarecimento,

No passado dia 27 de Novembro, comecei uma nova página que tem saído diariamente (e procurarei que o seja sempre), na qual vou transcrevendo alguns capítulos dos Evangelhos. Acho um trabalho interessante, porque serve para que vivamos mais intensamente a Vida de Jesus Cristo que se encontra sempre presente na nossa existência, mas que poucos de nós (eu, inclusive) tomam verdadeira consciência da sua existência e apenas nos recordamos quando ouvimos essas palavras na celebração dominical e SOMENTE quando estamos muito atentos, porque não acontecendo assim, não fazemos a mínima ideia do que estamos ali a ouvir e daí, o desconhecimento da maior parte dos cristãos do que se deve fazer para seguir o caminho até Ele.

Como Jesus Cristo disse, na sua Ascensão ao Céu: “IDE POR TODO O MUNDO E ENSINAI TODOS OS POVOS”.

É apenas isto que eu estou tentando fazer.

Desculpem e obrigado. AF

Mais uma nota final:

Como devem ter reparado (e já a partir de 23 de Abril) o meu anterior contacto de email, foi desativado e, desde então, passaram a ser estes os meus endereços:

aarfonseca@hotmail.com

antoniofonseca40@gmail.com

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