quarta-feira, 25 de abril de 2012

Nº 1266 - 2ª Página – CARTAS DE S. PAULO – 25 DE ABRIL DE 2012

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Nº 1266-2ª Página
 
CARTAS DE S. PAULO
 
VIDA DO APÓSTOLOS. Paulo nasceu em Tarso, na Cilícia (Turquia) pelo ano I da nossa era. Depois de alguns estudos na sua cidade natal, dirigiu-se a Jerusalém, onde teve Gamaliel por mestre. Foi um ardente defensor das tradições judaicas e, por isso, perseguidor dos Cristãos mas quando se dirigia a Damasco para prender os Cristãos dessa cidade, Jesus converte-o, aparecendo-lhe no caminho (Actos 9, 3 ss). Torna-se então o mais apaixonado apóstolo da mensagem cristã. Percorre a Ásia Menor, a Macedónia e a Grécia, vai a Roma e provavelmente a Portugal. Por toda a parte funda igrejas, que não esquece, mesmo ausente. As contradições e perseguições de toda a espécie dão-lhe ocasião de evidenciar quão profunda é a sua fé e amor por Cristo. Finalmente, preso mais uma vez, em Roma, no ano 66, é martirizado no Verão do ano seguinte.
 
AS CARTAS OU EPÍSTOLAS que S. Paulo escreveu às diversas igrejas por ele fundadas, têm, geralmente, por fim resolver os problemas que os novos cristãos lhe propunham , ou as dificuldades que o seu zelo sabia terem-se levantado. Umas são longas e de grande importância doutrinária; outras mais pequenas e devidas a motivos puramente ocasionais, como a carta a Filémon. Mas todas elas são inspiradas, como o são todas as Escrituras e, por conseguinte, devem ser consideradas como Palavra de Deus. A ordem por que as Epístolas vêm no Canon da Sagrada Escritura é a da importância das Igrejas a que foram escritas e da extensão das mesmas Cartas.
 
CARTA AOS ROMANOS
 
INTRODUÇÃO
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A Igreja de RomaPela Sagrada Escritura não nos consta quem fundou a Igreja de Roma. Uma tradição antiquíssima fala de S. Pedro. O Cristianismo chegou muito cedo à capital do Império. No tempo em que Paulo escreve (ano 58), a Igreja romana já estava muito florescente (cf Rom. 1, 8; 16, 19). Mais ainda: no ano 49-50 esta igreja já era bem conhecida nos meios romanos, pois um grupo de judeus-cristãos foi expulso por decreto do imperador Cláudio (Act 18, 2). Tal decreto deixou de vigorar no ano 54 e muitos dos perseguidos voltaram à capital, Paulo, nas suas viagens apostólicas conhecera alguns deles. Por isso, se lhes dirige agora como a amigos (Rom 16, 3-16). Sendo a Igreja Romana fundada por judeus-cristãos emigrados da Terra Santaentre os quais estava o apóstolo Pedro –, ao tempo, em que Paulo escrevera, já a maioria da comunidade era constituída por vindos da gentilidade, como se deduz de Rom 1, 5-6. 13; 11, 13.15.16. Uma minoria, porém, era judaico-cristã (Rom 15, 7-8). A coexistência destes dois grupos, na mesma comunidade, era assunto delicado que exigia tacto e caridade. Havia, então, duas grandes correntes na Igreja: a – A dos judeus convertidos ao cristianismo, que queriam continuar a circuncidar-se e a observar a lei de Moisés. Chefiava este grupo Tiago de Jerusalém (cf. Act 15, 1 ss). b – A dos cristãos convertidos do paganismo, chefiados pelo apóstolo Paulo que julgavam inútil e até minimizante para a obra de Cristo, a observância dos preceitos mosaicos. Os choques entre estes dois pontos de vista eram frequentes nas igrejas cristãs (Gal 2, 11-14) e podiam também estalar em Roma dum momento para o outro. Por isso, toda esta carta é um tratado a afirmar a tese dos cristãos convertidos do paganismo. A justificação vem-nos pela fé em Cristo e não pelas obras da Lei.
 
Ocasião da carta A audácia missionária de Paulo, que evangelizara já toda a Ásia Menor, empurra-o agora a voltar-se para a Península Ibérica, a fim de também aqui anunciar Cristo (Rom 15, 12). para isso, tinha que passar por Roma, cujos cristãos há muito desejava ver (Rom 1, 8-13). Necessitava também que o auxiliassem. Por isso, lhes escreve, aproveitando a ocasião para, como Apóstolo dos gentios, expor o seu pensamento sobre a obra de Cristo e a leio mosaica. A divisão e o conteúdo da carta são dados nos títulos que enquadram o texto e explicados nas notas para as quais chamamos a atenção do leitor.
 
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Amanhã, dia 26/4/12, se Deus o permitir, prosseguirei a transcrição das CARTAS DE S. PAULO, com o nº 1 da Carta aos Romanos.

António Fonseca

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