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Nº 1255-2ª Página
ACTOS DOS APÓSTOLOS
VI – O EVANGELHO ALCANÇA A EUROPA
19 e) Os Baptistinos de Éfeso - – Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo, depois de atravessar as altas regiões, chegou a Éfeso. Encontrou alguns discípulos e perguntou-lhes: «Recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a Fé?» Responderam: «Mas nós nem sequer ouvimos dizer que existe o Espírito Santo». «Que Baptismo recebestes então?» indagou. «O baptismo de João», responderam eles. «João, disse Paulo, ministrou apenas um baptismo de penitência e dizia ao povo que acreditasse n’Aquele que ia chegar depois dele, isto é, Jesus». Quando isto ouviram, batizaram-se em nome do Senhor Jesus. E, tendo-lhes Paulo imposto as mãos, o Espírito desceu sobre eles e começaram a falar em línguas e a profetizar. Eram, ao todo, uns doze homens. Paulo foi em seguida, à sinagoga, onde, durante três meses, falou desassombradamente e argumentava de forma a persuadir os seus ouvintes sobre o que dizia respeito ao Reino de Deus. Como alguns se mostrassem renitentes e não acreditassem, dizendo mal da “Via” perante a multidão, rompeu com eles, afastou-se com os seus discípulos e começou a ensinar , diariamente, na escola de Tirano. Isto prolongou-se por dois anos, de modo que todos os habitantes da Ásia, tanto judeus como gregos, puderam ouvir a palavra do Senhor. Deus fazia milagres extraordinários por intermédio de Paulo, a tal ponto que bastava aplicar aos doentes os lenços e os aventais que tinham estado em, contacto com o seu corpo para que as doenças e os espíritos malignos os deixassem.
Os exorcistas judeus – Entretanto, alguns dos exorcistas judeus, ambulantes, tentavam invocar o nome do Senhor Jesus sobre os que estavam possuídos de espíritos malignos, dizendo: «Esconjuro-vos por Jesus, a Quem, Paulo anuncia». E havia sete filhos de um certo Escevas, sumo sacerdote judeu, que se entregavam a estas práticas. Mas o espírito maligno replicou-lhe: «Eu conheço Jesus e sei quem é Paulo; mas vós quem sois?» E atirando-se a eles o homem que estava possuído do espírito maligno, apoderou-se duns e doutros e tratou-os tão violentamente, que tiveram de fugir daquela casa nus e cobertos de contusões. Todos os habitantes de Éfeso, judeus e gregos, souberam da ocorrência, e todos se encheram de temor, sendo enaltecido o nome do Senhor Jesus. Muitos dos que tinham abraçado a fé vieram confessar e declarar as suas práticas. E muitos dos que se tinham dedicado à magia trouxera, os seus livros e queimaram-nos diante de todos. O valor dos livros foi calculado em cinquenta mil moedas de prata. Era assim que a palavra do Senhor se desenvolvia e fortalecia vigorosamente. Depois destes acontecimentos, Paulo resolveu ir a Jerusalém, passando pela Macedónia e Acaia. «Depois de eu lá ter estado, disse ele, tenho de ver Roma também». Enviou então à Macedónia dois auxiliares seus, Timóteo e Erasto. Quanto a ele ficou ainda mais algum tempo na Ásia.
Tumulto contra Paulo – Por esse tempo, levantou-se não pequeno tumulto a respeito da “Via”. Um certo Demétrio, que construía santuários de Artemis em prata e proporcionava aos artífices lucrativos negócios, convocou-os, assim, como a outros que trabalhavam em obras semelhantes e, disse: «Sabeis, amigos, que a esta indústria devemos a nossa prosperidade. Ora, como vedes e ouvis dizer, não só em Éfeso mas também em toda a Ásia, esse Paulo convenceu e desviou imensa gente, afirmando que não são deuses os que se são feitos pelas mãos do homem. Isto não só faz correr o risco de cair em descrédito a nossa indústria, mas também de se reputar como nada o templo da grande deusa Artémis e de se vir a despojar do seu prestigio aquela que a Ásia inteira e todo o mundo veneram». Quando isto ouviram, enfureceram-se e começaram a dizer em altos brados: «Grande é a Artemis dos efésios». A desordem espalhou-se pela cidade inteira e todos, em massa, se precipitaram para o teatro, arrastando com eles os macedónios Gaio e Aristarco, companheiros de viagem de Paulo. Paulo queria apresentar-se diante da assembleia do povo, mas os discípulos opuseram-se a isso e até alguns dos asiarcas, seus amigos, lhe mandaram pedir que não se apresentasse no teatro. Cada qual gritava por seu lado, pois a assembleia estava em confusão e a maior parte não sabia porque motivo se tinha reunido. Então, do meio da multidão, saiu Alexandre, previamente industriado, que os judeus empurravam para a frente. Alexandre, com um sinal da mão, deu a entender que desejava dar explicações ao povo. Mas, quando se aperceberam de que ele era judeu, todos começaram a gritar, numa só voz, durante cerca de duas horas: «Grande é a Artemis dos efésios». Por fim, o secretário acalmou a multidão e disse: «Quem é o homem que ignora ser a cidade de Éfeso a guarda do templo da grande Artemisa e da sua estátua caída do céu? Portanto, sendo isto incontestável, deveis permanecer tranquilos e nada fazer com precipitação. Estes homens que trouxestes aqui não são culpados nem de sacrilégios, nem de blasfémias, em relação à nossa deusa. Consequentemente, se Demétrio e os artífices que estão com ele têm alguma queixa contra alguém, há audiências públicas e há procônsules; venham debater-se em juízo. Mas, se tiverdes qualquer outra questão a debater, ela será resolvida na assembleia legal. É possível que sejamos acusados de insurreição a propósito do que hoje sucedeu, pois não existe motivo algum com que possamos vir a dar satisfações sobre este ajuntamento». Após estas palavras, deu por encerrada a assembleia.
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Amanhã, dia 15/4/12, se Deus o permitir, prosseguirei esta transcrição.
António Fonseca
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