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Nº 1217-2ª Página
EVANGELHO DE S. JOÃO
III – A PÁSCOA DO PÃO DA VIDA
6 – MULTIPLICAÇÃO DOS PÃES – … Depois disto, Jesus retirou-Se para o outro lado do mar da Galileia, ou de Tiberíades. Seguia-O uma grande multidão, por ver os milagres que fazia nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se lá com os discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo, então, os olhos e vendo que uma numerosa multidão vinha ter com Ele, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?» Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Filipe respondeu: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». André, irmão de Simão Pedro, um dos discípulos, disse-Lhe: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes, mas que é isso para tanta gente?» Jesus respondeu: «Mandai sentar essa gente». Havia muita erva naquele lugar. Sentaram-se, pois, os homens, em número de cerca de cinco mil. Então Jesus tomou os pães e, depois de dar graças, distribuiu-os aos que estavam sentados; fez o mesmo com os peixes, e comeram tanto quanto lhes apeteceu. Quando ficaram saciados, disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos de bocados dos cinco pães de cevada, que haviam sobrado aos que tinham estado a comer. Vendo aqueles homens o milagre que Ele fizera, disseram: «Este é na verdade o Profeta que está para vir ao mundo». Jesus sabendo que viriam arrebatá-l’O para o fazer Rei, retirou-Se, novamente sozinho, para o monte.
JESUS CAMINHA SOBRE AS ÁGUAS – … Quando entardeceu, os discípulos desceram para junto do mar e, subindo para uma barca, atravessaram o mar em direção a Cafarnaum. Era já escuro e Jesus não tinha ido ter com eles; e, como o vento soprava forte o mar ia-se encrespando. Tendo eles remado cerca de vinte e cinco ou trinta estádios, viram Jesus aproximar-Se da barca, caminhando sobre o mar, e tiveram medo. Mas Ele disse-Lhes: «Sou Eu, não temais». Quiseram então recebê-l’O na barca, e logo a barca chegou à terra para onde iam.
DISCURSO NA SINAGOGA DE CAFARNAUM – … No dia seguinte, a multidão, que ficara do outro lado do mar, verificou que não havia ali mais que uma barca e que Jesus não tinha entrado nela com os Seus discípulos mas que estes tinham partido sozinhos. Entretanto, tinham vindo outras barcas de Tiberíades para junto do local onde tinham comido o pão, depois de o Senhor ter dado graças. Quando a multidão viu que Jesus não estava lá, nem os discípulos d’Ele, entraram todos naquelas barcas e foram para Cafarnaum, em busca de Jesus. E quando O encontraram, do outro lado do mar, disseram-Lhe: «Rabbi, quando chegaste aqui?» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Vós procurais-Me, não porque vistes milagres, mas porque comeste dos pães e ficastes saciados. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela que dura até à vida eterna, e que o Filho do Homem vos dará; pois a este é que o Pai, o próprio Deus, marcou com o Seu selo». Disseram-Lhe então: «Que devemos fazer para executar as obras de Deus?» Respondeu-lhes Jesus: «A obra de Deus é esta: Que acrediteis n’Aquele que Ele enviou». Disseram-Lhe eles: «Que milagres fazes Tu, para nós vermos e Te acreditarmos? Que obras realizas? Os nossos pais comeram o maná do deserto, conforme está escrito: «Deu-lhes a comer um pão que veio do Céu». Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão que vem do Céu, pois o pão de Deus é o que desce do Céu e dá a vida ao mundo». Disseram-Lhe então: «Senhor, dá-nos sempre desse pão». Jesus respondeu: «Eu Sou o Pão da Vida; o que vem a Mim jamais terá fome e o que acredita em Mim jamais terá sede. Eu já vos disse: Vós vedes-Me e não Me acreditais. Tudo o que o Pai Me dá virá a Mim; e não repelirei aquele que vem a Mim, porque desci do Céu, não para fazer a Minha Vontade, mas a d’Aquele que Me enviou. Ora. a vontade d’Aquele que Me enviou é que Eu nada perca daquilo que Me deu, mas que o ressuscite no último dia. E a vontade de Meu Pai é esta: Que todo aquele que vê o Filho e acredita n’Ele tenha a vida eterna; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia». Puseram-se então os judeus a murmurar contra Ele por ter dito: «Eu sou o pão que desceu dos céus», e diziam: «Não é Ele Jesus, filho de José, de quem conhecemos o pai e mãe? Como é que diz agora: «Desci do Céu?» Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, o não atrair; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito nos profetas: «Todos serão instruídos por Deus». Todo aquele que ouviu e aprendeu do Pai, vem a Mim. Não é que alguém tenha visto o Pai, a não ser Aquele que vem de Deus; Esse é que viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Aquele que acredita possui a vida eterna». «Eu Sou o Pão da Vida. Os vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Mas este é o pão que desceu do Céu e quem dele comer não morrerá. Eu Sou o Pão vivo que desceu do Céu. Se alguém comer deste Pão viverá eternamente; e o pão que Eu hei-de dar é a minha carne pela vida do mundo». Discutiam então os judeus uns com os outros, dizendo: «Como pode Ele dar-nos a comer a Sua carne?» Disse-lhes Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o Seu Sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a Minha Carne e bebe o Meu Sangue tem a vida eterna e E ressuscitá-lo-ei no último dia. Porque a Minha Carne é, em verdade, uma comida e o Meu Sangue é, em verdade, uma bebida. Quem come a Minha carne e bebe o Meu Sangue fica em Mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, assim também o que Me come viverá por Mim. Este é o Pão que desceu do Céu; não é como aquele que os vossos pais comeram, e morreram; o que come deste pão, viverá eternamente». Isto disse Ele, estando a ensinar na sinagoga de Cafarnaum.
CONFISSÃO DE PEDRO – … Depois de terem ouvido, muitos dos Seus discípulos disseram: «Duras são estas palavras! Quem pode escutá-las?» Conhecendo Jesus interiormente que os Seus discípulos murmuravam acerca disto disse-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do Homem a subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve para nada. As palavras que Eu vos disse são Espírito e Vida. Mas há alguns de vós que não acreditam». Efetivamente, Jesus sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim se não lhe for concedido por Meu Pai». A partir de então muitos dos Seus discípulos retiraram-se e já não andavam com Ele. Por isso, Jesus disse aos doze: «Também vós quereis retirar-vos?» Simão Pedro respondeu-Lhe: «Senhor, para quem havemos nós de ir? Tu tens palavras de vida eterna; e nós acreditamos e sabemos que és o Santo de Deus». Jesus respondeu-lhe: «Não fui Eu que vos escolhi a vós, os doze? E contudo, um de vós é um demónio». Referia-se a Judas, filho de Simão Iscariotes, pois este, um dos doze, viria a entregá-l’O».
Amanhã, dia 8/3/12, segue-se o Capítulo seguinte do Evangelho de SÃO JOÃO.
António Fonseca
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