sábado, 10 de março de 2012

O GAIATO - Jornal da “Obra da Rua” (5-3-1944 a 5-3-2012) - celebra o seu 68º aniversário.

 

FELIZ ANIVERSÁRIO

Estou neste momento, a ler o Jornal O GAIATO, jornal Quinzenário da Obra da Rua, “OBRA DE RAPAZES, PARA RAPAZES, PELOS RAPAZES” como a intitulou o seu fundador O Pai Américo, O Padre Américo (AMÉRICO MONTEIRO DE AGUIAR), nascido em Galegos - Penafiel em 23 de Outubro de 1887 e falecido em 16 de Julho de 1956 – “que curiosamente ou não” – tinha completado os mesmos 68 anos – apenas por uma diferença de pouco mais de 9 meses, por desígnio de Deus certamente.

A Obra da Rua que foi fundada mais ou menos, a partir de 1935 e só em  20 de Abril de 1943 abriu  a sua Casa-Mãe em Paço de Sousa (que aliás é verdadeiramente a segunda Casa do Gaiato) já que a primeira foi fundada em 7 de Janeiro de 1940 em Miranda do Corvo. Também em 1 de Janeiro de 1941 abriu o lar do Ex-Pupilo, das Tutorias e dos Reformatórios, em Coimbra que foi entregue aos Serviços Jurisdicionais de Menores em 1950. Só em 1942, o Padre Américo decidiu publicar a Obra da Rua e em 20 de Abril de 1943 tomou posse da antiga Casa Pia e da cerca do mosteiro beneditino de Paço de Sousa para aí estabelecer a segunda Casa do Gaiato, iniciando nesse mesmo mês a construção das primeiras casas que forma a Aldeia do Gaiato. Logo a seguir no semanário A Ordem sob o título “Casa do Gaiato do Porto” saem os seus primeiros escritos.

Finalmente em 5 de Março de 1944 aparece o primeiro número do Jornal O GAIATO, quinzenário da Obra da Rua, de que o Padre Américo é Fundador e Diretor.

Este jornal entrou em casa dos meus pais, logo no seu início, pouco depois de eu ter feito 4 anos de idade, e desde então nunca deixei de o receber e ler (quando fui para a escola primária (aos 6 anos), já soletrava o referido jornal, pelo que posso dizer com propriedade que foi nele que eu aprendi as primeiras letras). Encontrei muitas vezes, na minha infância e juventude, o Padre Américo, percorrendo as ruas do Porto, principalmente a área do Barredo que ele tanto amou, e fui a muitas das festas dos Gaiatos que se realizavam no Coliseu do Porto anualmente para angariação de donativos que permitiam a sobrevivência dos Rapazes. Mais tarde, quando casei, tornou-me assinante do jornal e assim permanecerei até à morte.

Infelizmente, e nos últimos anos, devido às voltas da vida, não tenho podido ir às festas do Gaiato, mas independentemente disso, não tenho deixado de colaborar sempre que me é possível, no envio de donativos eventuais anónimos – de pouca monta, pois não disponho de possibilidades para mais – e de contribuir também para a manutenção do jornal pagando anualmente a minha assinatura.

Pesa-me o facto de realmente não dispor de meios, porque desejaria imenso, fazer mais e se não fosse o facto de ter responsabilidades familiares, decerto o faria, como fez a viúva que deu tudo o que possuía, no Templo de Jerusalém, mas Deus levar-me-á isso em conta, tenho a certeza, tenho Fé de que tal suceda.

Para terminar, esta simples homenagem, transcrevo um Pensamento do Pai Américo, inserto  no Jornal aniversariante:

 

SENHOR DE INFINITA JUSTIÇA,

JUÍZ JUSTO DA MINHA HORA DERRADEIRA,

MISSIONÁRIO DO PAI ETERNO,

NINGUÉM JAMAIS DISSE AO MUNDO,

AO POVO QUE NELE VIVE,

ESTA VERDADE QUE A GUARDA DENTRO DE SI A SANÇÃO ETERNA DAS INJUSTIÇAS DO MUNDO.

EU ACREDITO NELA E NESSE ESPÍRITO A PREGO NO JORNAL MAIS TERRÍVEL QUE OS PORTUGUESES PODEM LER:

O GAIATO.

 

Post colocado em 10-3-2012  -  11,50 horas

António Fonseca

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