Esta mensagem destina-se a todos os trabalhadores no ativo ou reformados do Sindicato dos Bancários do Norte e dos SAMS – Serviços de Assistência Médico-Social, que porventura leiam ou venham a ler este blogue.
Trata-se realmente duma efeméride muito curiosa e muito pessoal, e por isso mesmo não resisto a fazer aqui a respetiva menção:
Ou melhor, não é uma efeméride apenas, mas sim duas ou melhor três (!) E como ?
A resposta é a seguinte:
É fácil: Em 4 de Março de 1962, (com 22 anos de idade) por sinal, Segunda feira de Carnaval, fui admitido ao serviço do Sindicato Nacional dos Empregados Bancários do Distrito do Porto, que mais tarde se chamou, Sindicato dos Bancários do Porto e finalmente após o 25 de Abril – creio – passou a chamar-se SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO NORTE. Esta admissão ocorreu seis meses depois de eu ter ficado desempregado – (trabalhei cerca de 10 anos, em vários locais desde 1953) e por meio de um anúncio publicado no JN por aquela Associação Sindical que foi respondido inicialmente por meu falecido pai, por carta, nas últimas semanas do mês de Fevereiro antecedente.
Lembro-me de ter sido chamado para prestação de provas (que hoje se chama creio eu, psicométricas, psicotécnicas –“ou um palavrão parecido”), e, que constavam de: escrever um “texto ditado, no qual se incluíam palavras iguais mas de grafias diferentes: por exemplo: Concelho e conselho; como “de comer” e como” de “proposição”, etc.; uma cópia de um outro texto; (à mão e à máquina de escrever); provas de matemática, ( multiplicar, dividir, somar e subtrair) com números de mais de cinco algarismos, e entrevista pessoal, além de outras coisas que não me recordo, de momento, como ir bem vestido, com boa apresentação, etc.). – PARECE-ME QUE ATUALMENTE E NA MAIORIA DOS CASOS JÁ NÃO SE FAZ NENHUM EXAME PARECIDO, graças aos Ventos da Mudança… do 25 do 4… ).Fiz todas estas provas conjuntamente com mais 32 candidatos. Fiquei em 2º lugar (ex-aequo) com o primeiro, mas acabei por ser admitido, porque o que ficou em 1º lugar recusou o lugar, dado que estava empregado, era mais velho do que eu, era casado e queria mais dinheiro… Esta, portanto, a Primeira efeméride – 50 ANOS após a admissão no SBN.
Passados precisamente 40 anos (estando eu pois com a idade de 62 anos), em face de problemas que se vinham arrastando há alguns anos, que foram colocados por mim, às várias Direções e, principalmente, a partir de 1987 e que diziam respeito à não resolução de vários assuntos, relativos à minha carreira profissional, nomeadamente no que se referia às promoções que me deviam ter sido feitas contratualmente e não o foram, e, também porque no princípio de 1998 fui colocado “contra-natura” no “gueto” – num serviço que eu não gostava, nem para o qual tinha quaisquer aptidões - tendo estado cinco anos (!!!) naquela situação desmoralizante, num gabinete interior junto do saguão do prédio, só porque era Amigo (e ainda sou) do Presidente da Direção que havia perdido as eleições realizadas em fins de 1997 e dado que não queriam (ou não podiam) despedir-me com justa causa, sem uma indemnização bastante elevada, não atendendo portanto aos conhecimentos que possuía, sobre os serviços do Sindicato, ou mais propriamente sobre os SAMS (Serviços de Assistência Médico Social) que eu havia ajudado a fundar (além de lhe ter dado o nome…) sem ter absolutamente nada para fazer, sem ter qualquer companheiro de trabalho – apesar de receber o meu vencimento pontualmente. Como não me sentia bem com essa situação e não me era dada resposta ou solução às propostas que fazia regularmente por escrito e pessoalmente, entendi ter chegado a hora de me reformar e através da Caixa Nacional de Pensões requeri a Reforma, apesar de me sentir no pleno uso das minhas faculdades mentais e profissionais para continuar; assim em 4 de Março de 2002, passados exatamente 40 anos como acima digo, passei à situação de Aposentado (ou Reformado) – não sei bem qual a diferença… mas enfim… Esta pois a Segunda efeméride. – 40 ANOS DE TRABALHO AO SERVIÇO DA CLASSE BANCÁRIA, NO SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO NORTE.
Procede daí, que hoje, 4 de Março de 2012 – celebro 10 anos de Aposentação ou de Reforma, como que lhe queiram chamar…, ou seja, a Terceira Efeméride. O que quer dizer, que faz 50 anos que entrei ao serviço da Classe Bancária, embora só durante 40 anos para ela tivesse trabalhado ativamente.
Uma coisa é certa: É que durante quarenta anos a trabalhar para a Classe Bancária, aprendi muita coisa, obtive Amigos em todos os sectores políticos (e não só) da referida Classe Bancária e fiz tudo o que estava ao meu alcance, para que os trabalhadores (todos os trabalhadores “administrativos, enfermeiros, médicos e outro pessoal” do SBN e dos SAMS) obtivessem todas as regalias, direitos e deveres, de que aliás já eram detentores – apesar de nada estar escrito nessa altura – (sem nunca prejudicar, de modo algum, a Entidade Patronal) que inclusive até elogiou por várias vezes essa atividade que exercíamos, e sem ter que recorrer a GREVES, MANIFESTAÇÕES COM REIVINDICAÇÕES ABSURDAS (E POR ISSO MESMO ESTÚPIDAS), como hoje é usado e abusado (por tudo e por nada) em todos os parâmetros da vida social, que só prejudicam não só os próprios grevistas, como prejudicam toda a gente que quer trabalhar, todo um País, mas tudo mesmo (e estou a falar de Sindicatos, estou a falar de Política, estou a falar de certas Religiões (ou conceitos religiosos) que se instalaram em Portugal, na Europa e no Mundo) e não traz benefício a ninguém, a não ser aos seus organizadores que com palavras de ordem, muitas vezes de modo subversivo, não atendem às dificuldades que provocam e estão sempre, mas sempre contra a ordem estabelecida, seja ela de direita, de esquerda, do centro, da extrema direita ou da extrema esquerda, conforme se tem visto em Portugal após o 25 de Abril de 1974.
Digo isto conscientemente, porque de facto não vi nunca que as greves que se têm realizado, todos os anos e em todos os locais e de todas as formas, TENHAM RESOLVIDO ALGUM PROBLEMA!!!. Os Sindicalistas (não digo todos) mas a maior parte, que apareceram a fazer reivindicações juntamente com greves, vão-se mantendo nos seus lugares há quase 40 anos, não os cedendo a outros; não sabem fazer mais nada, a não ser comunicados, panfletos, cartazes, manifestações, greves, hostilizando os Governos, hostilizando a classe patronal, hostilizando a banca, hostilizando a Igreja, etc., etc. e nada resolvem para bem dos que dizem que estão a defender, antes pelo contrário. Mal acaba uma greve ou manifestação, começam logo a tratar de fazer outras a seguir. Portugueses, reparem em alguns Sindicalistas (sejam eles de direita ou de esquerda, ou do centro): nenhum larga o “tacho”. Exatamente o que fazem também alguns Governantes; exatamente o que fazem alguns gestores, etc., etc..
No SBN no mesmo ano em que fui admitido, entrou mais 1 funcionário e 1 enfermeira, além de 2 ou três Médicos. Nos anos seguintes o Pessoal foi crescendo com a admissão consecutiva de vário Pessoal para diversos sectores. Passados quase 10 anos já havia mais cerca de 100 pessoas a trabalhar. Posso dizer que foi que por minha iniciativa, em 1971, após uma “época negra” para os bancários, (que até chegaram a ver fechadas as sedes dos Sindicatos e a prisão de alguns sindicalistas), e com o apoio de todos os Colegas, foi possível compilar e levar a cabo o 1º Acordo Colectivo de Trabalho para o pessoal administrativo e auxiliar a que foram agregados depois os enfermeiros e médicos, que trabalhavam no SBN. Por arrastamento, os funcionários de outros Sindicatos também puderam passar a ter regalias que até essa altura, eram dadas por favor por algumas Direções, e mesmo assim, alguns desses Organismos só tinham um ou dois funcionários e nem sequer tinham receitas para sobreviver…
Depois e já no auge do Verão quente (em Setembro de 1975) – dei início à formação de uma Comissão Ad Hoc formada pelas Chefias dos Serviços dos 3 Sindicatos (SBSI, SBC e SBN) com alguns colaboradores advogados dos seus Contenciosos, e, ainda Diretores dos mesmos, pela qual foram definitivamente assentes as bases e concluídos os Estatutos e Regulamentos que iriam orientar a partir de Janeiro de 1976, a implementação dos SAMS – Serviços de Assistência Médico-Social. Tive a responsabilidade interina de representar o Chefe dos Serviços do SBN em virtude do mesmo se encontrar ausente por doença (o que sucedeu desde Agosto de 1975 a Maio de 1976) nas negociações de instauração dos SAMS, onde assessorei o Contencioso e os Diretores do SBN que o assinaram juntamente com os Colegas dos outros Sindicatos. Aliás, fui eu que iniciei todo este trabalho contactando diretamente as Chefias dos outros Sindicatos, que por sua vez o fizeram relativamente às Direções e compareci às três reuniões efetuadas em Coimbra, Porto (25 de Novembro) e em Lisboa (13 de Dezembro). Também o nome que identifica os SAMS, foi por mim proposto na reunião efetuada em Lisboa, tendo sido aceite e aprovado por unanimidade dos presentes. Foi assim, que até, pelo menos, Março de 1987, foram considerados a nível nacional os MELHORES SERVIÇOS MÉDICOS DE PORTUGAL. Hoje infelizmente parece tal não acontecer, embora ainda sejam um dos melhores, mas… isso são outras contas do rosário, e não me compete a mim ajuizar, pois já estou retirado, reformado ou aposentado e não posso riscar absolutamente nada. Basta comer e calar. Alguém será o responsável, mas uma coisa vos garanto, desde 1987 que não tenho nada a ver com a evolução dos SAMS, do SBN e dos seus trabalhadores, o que muito lamento, mas a vida é assim e não há nada a fazer.
De Janeiro de 1976 até Junho do mesmo ano, trabalhei diretamente com o Conselho de Gerência dos SAMS, na execução dos trabalhos exigidos pela entrada em vigor do regime dos SAMS. A partir daí deixei de exercer essa atividade, dado que o Chefe dos Serviços que era o Manuel Ricardo já tinha regressado ao trabalho. Iniciei depois o trabalho de elaborar o Regulamento para os Trabalhadores dos SAMS (para onde foram transferidos evidentemente todo o Pessoal Médico, de Enfermagem e Pessoal auxiliar, alguns funcionários - eu e mais 3 funcionários antigos incluindo outros que foram admitidos entre 1971 e 1975 - a exemplo do que já existia para os trabalhadores do Sindicato, que entrou em vigor em Novembro de 1977, com a assunção plena dos seus direitos e deveres por todos os trabalhadores e pelas Direções então em exercício; Resta-me dizer uma coisa apenas: Há 50 anos conheci novos Amigos (pelo menos 20 que eram os que trabalhavam no Sindicato); desses a maior parte já desapareceu, mas ainda restam o Moura de Oliveira (o mais antigo trabalhador vivo); o Dr. Samagaio (o médico mais antigo – com 92 anos), o Dr. Mena de Matos e o Dr. Cidrais Rodrigues, E ainda a Maria Júlia – (a mais antiga trabalhadora – 92 anos também) e o Fernando Pinto, o segundo trabalhador mais antigo. A todos eles estou muito grato por conservarem a amizade que me dedicaram e felicito-os pelos 50 anos desta Amizade.
A todos os trabalhadores que entraram para o serviço do Sindicato e para os SAMS (e que ainda ali se conservam) endereço os meus cumprimentos e faço votos para que todos possam atingir as metas que fixaram tanto no aspecto pessoal como profissional.
Muito obrigado.
António Fonseca
4 de Março de 2012 – (4 de Março de 1962 a 4 de Março de 2002)
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