domingo, 17 de março de 2013

Nº 1591 - (3) - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (89) - 17 de Março de 2013

Nº 1591 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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ALEXANDRE VIII

Alexandre VIII

Alexandre VIII

(1689-1691)

Foi eleito papa em 6 de Outubro de 1689, quase octogenário, tomando o nome de Alexandre VIII.

Foi papa durante dezasseis meses, mas ainda deixou obra feita.

Conseguiu que Luís XIV aceitasse as condições de paz por ele propostas, pelo que o rei de França devolveu Avinhão e renunciou à imunidade da Embaixada de França, pelo direito de asilo de que gozava em Roma.

Manteve a condenação de quatro artigos do galicanismo, promulgados pela Assembleia Francesa em 1682, que restringiam a autoridade papal.

Lutou contra o jansenismo e o quietismo, condenou as ideias da Igreja Anglicana e a tese jesuíta segundo a qual alguém que não conhece Deus não pode nunca cometer pecado mortal.

Apoiou Veneza na guerra contra os Turcos e enriqueceu a Biblioteca do Vaticano, tendo conseguido os livros e manuscritos que Cristina, rainha da Suécia, lhes legara.

Favoreceu o desenvolvimento das missões na China, estabelecendo sedes episcopais em Pequim e Nanquim.

Elevou a honra dos altares, canonizando-os: São Lourenço Justiniano (1381-1455), São João de Sahagun (1430-1479), os franciscanos São Pascoal Bailão (1543-1592), São João de Capristano (1386-1456), e o português São João de Deus (1495-1550).

Foi amigo pessoal do compositor alemão Haendel, que lhe dedicou algumas das suas obras.

Foi sepultado no Vaticano num pomposo monumento fúnebre.

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INOCÊNCIO XII

Inocerncio XII

Inocêncio XII

(1691-1700)

O conclave, depois de cinco meses de reuniões, o mais longo do século, elegeu em 15 de Julho de 1691 o cardeal Pignatelli, que tomou o nome de Inocêncio XII.

Logo que iniciou o seu pontificado publicou a bula Romanum decret Pontificem, jurada e assinada por todos os cardeais, na qual se decretava que, no futuro, o papa não podia outorgar o cardinalato a mais do que um dos seus familiares, proibindo, de forma explicita, recompensar, fosse de que maneira fosse, os parentes do pontífice. O efeito desta bula foi de tal ordem que vários protestantes regressaram ao seio da Igreja.

Dedicou-se a aliviar os pobres, a quem chamava «sobrinhos», sendo aclamado por eles como seu pai. Transformou o Palácio de Latrão em abrigo para inválidos e mendigos e constituiu, em Ripa, um grande hospício popular para toda a espécie de necessitados. Acudiu aos empestados e sinistrados pelo terramoto e inundações do Tibre, em 1695.

A reforma da Igreja foi para ele uma preocupação constante. estabeleceu a visita canónica para o clero, a quem preceituou a prática de exercícios espirituais e o uso da veste talar.

Teve atuação relevante na luta contra o galicanismo, conseguindo que Luis XIV e os bispos franceses que tinham subscrito os «quatro artigos galicanos» de 1682, se retratassem.

A sua ação apostólica incrementou as missões na América, África e Asia.

Em plena celebração do Ano Santo, faleceu em Roma, sendo sepultado modestamente no Vaticano, onde, mais tardem, foi erguido um monumento com a sua figura esculpida e ladeada pela Justiça e pela Caridade.

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CLEMENTE XI

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Clemente XI

(1700-1721)

O conclave pretendia eleger o cardeal Marisconti, mas os cardeais franceses conseguiram impor-se e eleger o cardeal Albani, que era partidário de Marisconti e, por isso, recusou aceitar o cargo, até que o convenceram e a 8 de Dezembro de 1700 foi consagrado, tomando o nome de Clemente XI, com o aplauso, até, de protestantes e reformadores católicos.

O seu pontificado teve, logo de início, de enfrentar os problemas da Guerra de Sucessão de Espanha (1700-1714) com a Áustria e a França lutando pela posse do trono e ambas querendo o apoio do papa.

Clemente XI procurou evitar o conflito sem o conseguir e os Estados Pontifícios chegaram mesmo a ser invadidos pelas tropas austríacas do imperador José I, que coagiu o papa a reconhecer os direitos do seu irmão Carlos, atitude que levou ao corte de relações de Filipe IV, de Espanha, com Roma.

Por outro lado, Vítor Amadeu II, de Sabóia, pretendia dispor da nomeação de bispos e abades. O papa não cede e declara inválidas quaisquer determinações de Vítor Amadeu em matéria eclesiástica. Anos mais tarde, devido ao Tratado de Paz de Utreque, em 1713, o duque recebe o reino da Sicília e volta a insistir, mas Clemente XI interdita toda a ilha. Vítor Amadeu vinga-se expulsando 3500 eclesiásticos fiéis a Roma. Este conflito só terminou cinco anos depois com o regressos da Sicília ao domínio espanhol.

Os Turcos, entretanto, lançam novo ataque contra Veneza e Clemente pede o auxilio das nações católicas. Portugal acede ao pedido e zarpa do Tejo uma esquadra que ajuda a vencer os Turcos junto do cabo Matapão, em 19 de Julho de 1717.

A luta contra o jansenismo ressurgia devida ao livro Reflexoes Morais, de Quesnel, já condenado por Clemente X.

Os reis de Espanha e de França pedem a intervenção do papa e este volta a condenar a heresia pela bula Vineam Domini, de 1705, seguida de um breve, três anos mais tarde, a proibir a leitura de Reflexões Morais. O arcebispo de Paris, Noailles, aprova o livro e suspende todos os jesuítas do seu arcebispado por serem acérrimos opositores do jansenismo.

O papa, dando mostras de serenidade, nomeia uma comissão de cinco cardeais e cinco teólogos de diversas ordens religiosas, para fazerem um exame consciencioso à obra e como resultado as 101 proposições de Quesnel são de novo condenadas na famosa bula Unigenitus, de 8 de Setembro de 1713, umas como falsas ou ambíguas e outras como impias, blasfemas ou heréticas.

Clemente XI fomentou o auxilio às missões, enviando missionários para a Pérsia, Egipto, Abissínia e outras regiões de África, oferecendo uma coroa ao rei do Congo, onde, graças aos missionários portugueses, florescia o cristianismo.

Para mostrar a sua veneração à Santíssima Virgem, impôs como obrigatória a festa da Imaculada Conceição no calendário universal.

Como protetor da arte e da cultura, enviou peritos à Síria e ao Egipto, que adquiriram preciosos manuscritos para a Biblioteca Vaticana; restaurou o Panteão, erguendo na Praça um obelisco e proibiu que levassem para fora de Roma qualquer achado arqueológico.

Por sua iniciativa, um grupo de astrónomos traçou com exatidão um meridiano no pavimento de Santa Maria dos Anjos.

No que respeita a Portugal, por ocasião da publicação da bula Unigenitus, vários prelados, ordens religiosas e a Universidade de Coimbra manifestaram publicamente a sua obediência ao papa.

Clemente XI, grato a D. João V pelo auxílio na luta contra os Turcos, eleva a Capela Real à dignidade de Igreja Metropolitana e Basílica Patriarcal, através da bula In supremo apostulatum solio, de 19 de Julho de 1717, sendo escolhido D. Tomás de Almeida, bispo do Porto, para primeiro patriarca.

A 7 de Novembro do mesmo ano, o papa dividiu a capital em duas metrópoles: Lisboa Oriental e Lisboa Ocidental. A primeira baseada na Sé, seria governada por um arcebispo, e a segunda, instalada na Capela Real, seria dirigida pelo patriarca. Também nenhum núncio sairia do reino antes de ser promovido a Cardeal.

A cidade de Braga ficou a dever-lhe a instituição do Sagrado Lausperene quaresmal, em 1709, devoção que ainda hoje persiste.

Clemente XI canonizou São Pio X, Santo André Avelino, São Félix de Cantalício e Santa Catarina de Bolonha.

Depois de um pontificado difícil, mas firme, e de uma vida austera, sempre a servir os mais necessitados, faleceu no dia da festa de São José e foi sepultado em São Pedro.

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Continua:…

Este Post era para ser colocado em 17-3-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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