domingo, 24 de março de 2013

Nº 1598 - (3) - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA (96) - 24 de Março de 2013

Nº 1598 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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LEÃO XIII

Leão XIII

Leão XIII

(1878-1903)

Alguns governos pretendiam um papa acessível e contemporizador, orquestrando uma campanha para provocar a desordem e um cisma, mas o consistório de 61 cardeais elegeu, logo no segundo dia de reuniões, em 20 de Fevereiro de 1878, o cardeal Pecci, que tomou o nome de Leão XIII.

O pontificado iniciou-se com grandes dificuldades, dadas as ideologias liberais que grassavam por toda a Europa.

Na Itália, poucos meses depois da eleição, Leão XIII assiste impotente ao roubo de bens pertencentes a conventos por parte do governo, que suprime associações católicas de apostolado e de ensino do catecismo.

Na França, os operários da Internacional Socialista exaltavam a Comuna, profanavam Igrejas e prendiam e matavam, os católicos mais influentes.

Em Portugal, a situação também não era melhor, com a opinião pública a ser influenciada por ideias laicistas.

Leão XIII, no meio desta onda de anticlericalismo, mostrou-se um papa excecional, pois em vez de recorrer a protestos veementes prefere a diplomacia e obtém excelentes resultados.

Em 1882 restabeleceu as relações  entre o Vaticano e a Prússia e resolve os diferendos com a Suíça e diversos países da América Latina. Melhora as relações com a Espanha, a Inglaterra, os Estados Unidos e com a França, enviando ao episcopado francês a encíclica Nobilissima Gallorum Gens, exorta os católicos a manterem a atividade política, prescindindo da legitimidade, monárquica ou republicana, indiferente para a vivência da fé. Esta atitude condescendente do papa agradou a muitos católicos e evitou uma ruptura completa entre a França e Roma.

Em 1888, na encíclica Libertas, traça com lucidez a fronteira entre o permanente e o mutável, o admissível e o respeitável, em assuntos como as relações entre o poder temporal e o poder espiritual, ou a noção da liberdade de consciência, de culto e de imprensa.

A sua formação humanista dá corpo a uma doutrina de grande lucidez e transcendência.

Na encíclica Incrustabile Dei, de 21 de Abril de 1878, expôs os males e os erros que oprimem e pervertem a sociedade, refuta a calúnia dos que acusam a Santa Sé como obstáculo à civilização e condena os usurpadores dos Estados Pontifícios e dos direitos da Igreja. Rejeita os erros do socialismo, destruidores da autoridade, da prosperidade, da família e da religião e exorta os governantes a aceitar o auxilio da Igreja, recomendando aos bispos a criação de associações católicas de operários.

Em 4 de Agosto de 1879, publica a encíclica Aeterni Patris, elogiando a doutrina filosófica de São Tomás de Aquino e recomendando o seu ensino à juventude.

Em 3 de Dezembro de 1880, a encíclica Sancta Dei Civitas, dirigida ao campo missionário, tem por objecto a Propagação da Fé, as obras da Santa Infância e as escolas católicas do oriente. A encíclica seguinte, Grande munus, foi dirigida aos cismáticos dos povos eslavos, em que lembra o que durante séculos os seus antecessores tinham feito por eles. Esta encíclica teve grandes repercussão e, no ano seguinte, uma peregrinação de 1200 eslavos dirigiu-se a Roma para saudar o papa. Ainda em 1881, surge nova encíclica sobre o matrimónio cristão, recordando os deveres dos pais para com os filhos, vítimas do divórcio.

O czar da Rússia, Alexandre I, morre em Março de 1881, vítima de um atentado à bomba, e Leão XIII aproveita o acontecimento e publica a encíclica Diuturmum, lembrando aos governantes os princípios do catolicismo contra os crimes e injustiças entre os homens.

Atento à ciência, reorganiza o observatório astronómico do Vaticano, e, para incrementar os estudos bíblicos, escreve a encíclica Providentissimus Deus, expondo os princípios da hermenêutica.

Nova encíclica, agora sobre a Maçonaria, o seu carácter anti-religioso e as suas influências perniciosas, é publicada em 20 de Abril de 1884, com o título Humanum Genus. No ano seguinte, a encíclica Imortale Dei, sobre a constituição cristã dos estados, e, em 10 de janeiro de 1890, a encíclica Sapientiae Christianae complementa a anterior e expõe os deveres dos católicos na sociedade. Esta encíclica recebeu elogios unânimes, mesmo dos não afectos à Igreja.

Em 1891, a encíclica Christianum, condena a escravatura nalgumas regiões de África.

À doutrina liderada por Isaac Hecker, nos Estados Unidos, responde Leão XIII, com a carta Testem benevolentiae, de 22 de Janeiro de 1899, que levou o movimento a submeter-se.

A luta de classes e do operariado leva Leão XIII a publicar a sua mais famosa encíclica, a Rerum Novarum, de 15 de Agosto de 1891, estabelecendo as bases justas para as relações entre patrões e operários, com a interpretação de direitos e deveres, com interesses solidários entre o capital e o trabalho. Esta encíclica foi acolhida com entusiasmo e apoio por todo o mundo e muitos trabalhadores acorrem a Roma para testemunhar a sua gratidão ao papa. A encíclica Graves communi, de 1901, terá encaminhado os católicos para as democracias cristãs.

Em Abril de 1895, Leão XIII envia uma carta apostólicas aos Ingleses para procurarem o reino de Cristo na unidade da fé e, meses depois, nova carta, a Apostolicae curae, declarando inválidas e nulas as ordenações segundo o rito anglicano. Em 29 de Junho de 1896, a enciclica Satis cognitum esclarece que a verdadeira união entre cristãos só pode verificar-se com a cabeça visível da Igreja.

Procurando o incremento da fé, escreve encíclicas para fomentar a recitação do rosário, a devoção a São José e à Sagrada Família e as encíclicas Provida matris, de 5 de maio de 1895, sobre o modo de celebrar o Pentecostes, e a Divinum illud munus, de 1897, sobre as operações do Espírito Santo na Igreja e nas almas.

Mencionem-se ainda enciclica Annum Sacrum, de 25 de maio de 1899, para promover a devoção do Sagrado Coração de Jesus, e a Mirae caritatis, de 1902, exaltando o culto da eucaristia.

Celebrou o Ano Santo com o jubileu de 1900, levando a Roma milhares de peregrinos, e a enciclica Tametsi, de Novembro de 1900, é uma exaltação a Cristo como redentor da humanidade.

Nos últimos anos do seu pontificado, mostrou menos rigidez na sua atitude política, mas recuperou para a Igreja o prestigio perdido nos últimos séculos em todo o mundo.

Leão XIII faleceu aos 93 anos de idade, depois de ter celebrado o jubileu dos 25 anos do seu pontificado.

 

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Continua:…

Este Post era para ser colocado em 24-3-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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