quarta-feira, 27 de março de 2013

Nº 1601 - (3) - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (99) - 27 de Março de 2013

Nº 1601 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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PIO XII

Pio XII

Pio XII

(1939-1958)

O Conclave reuniu-se a 2 de Março de 1939 e pela primeira vez na eleição de um papa estavam presentes cardeais de todo o mundo. Como era de esperar a escolha recaiu sobre o cardeal Eugénio Paccelli, que tinha sido secretário de Estado no pontificado anterior e que adoptou o nome de Pio XII.

O novo papa era um profundo conhecedor do mundo e da Igreja e a sua eleição foi saudada por todos, principalmente pelo povo de Roma, que desde Inocêncio XIII, em 1721, não tinham um papa romano.

Em 1 de Setembro desse ano as tropas alemãs invadem a Áustria e com a entrada de França e da Inglaterra no conflito estava iniciada a Segunda Guerra Mundial.

Pio XII, segundo o seu lema, Opus ilustitae pax, tudo fez para evitar o conflito que foi alastrando. Em 30 de Novembro a Rússia invade a Finlândia e, em Abril de 1940 as tropas alemãs invadem a Dinamarca e a Noruega e, em Maio, a Holanda e a Bélgica. Em 10 de Junho de 1940 a Itália junta-se à Alemanha, no famoso Eixo Roma-Berlim. As tropas alemãs ultrapassam a famosa linha Maginot e entram em Paris em 14 de Junho de 1940, impondo à França um armistício de nação vencida.

Hitler não podia parar, embriagado com os sucessivos triunfos. Em 22 de Junho, invade a Rússia, onde viria a sofrer pesadas perdas.

Em 7 de Dezembro acontece o traiçoeiro e infame ataque da aviação japonesa a Pearl Harbour, o que faz com que os Estados Unidos, até então à margem do conflito, se sintam ameaçados e entrem na guerra que alastra cada vez mais e, em 1942, por todo o mundo.

Em 9 de Junho as tropas aliadas desembarcam na Sicília, passando logo à Itália continental.

Pio XII pede aos Aliados para que Roma seja considerada «cidade aberta», evitando os bombardeamentos, o que não conseguiu, pois a cidade foi bombardeada em Julho e Agosto de 1943.

O papa socorre pessoalmente os sinistrados e apresenta um forte protesto junto dos governos inglês e americano, recusando afastar-se de Roma quando o embaixador alemão lho sugere para suas segurança.

O papa mantém-se em Roma, cria hospitais de emergência e casas de recolhimento para refugiados, organizando associações de socorro para auxiliar os prisioneiros de guerra. A Comissão Pontifícia de Assistência consegue em 1942 descobrir o paradeiro de mais de 30 000 desaparecidos. Esta comissão organizou também comboios de viveres e de medicamentos. Pio XII não olha a raças, credos ou ideologias, e acolhe todos: judeus, comunistas, socialistas, anarquistas, antifascistas, todos foram ajudados e auxiliados sem distinção.

Em 5 de Junho de 1944 as tropas americanas libertam Roma e o povo enche a Praça de São Pedro aclamando o papa como «defensor da cidade».

A guerra continuou até Maio de 1945, mas durante o conflito Pio XII exortou sempre à paz, até aos microfones da Rádio Vaticano. Tudo tentou para ajudar.

Em Maio de 1940 refere-se à inocência das crianças e em Novembro marca um dia de preces pela paz.

Apavorado pelos bombardeamentos atómicos sobre Hiroxima e Nagasáqui, no Japão, em 6 e 9 de Agosto de 1945, o papa, tentando conseguir a redução de armamentos, lembra ao mundo que a felicidade e a paz só se obtém pelo respeito da dignidade e liberdade da pessoa humana.

Na festa de Pentecostes de 1943 recebe em audiência mais de 25 000 operários, aos quais confirma o seu apoio à enciclica Rerum Novarum de Leão XIII, e mantem-se como apoiante da formação de organizações laborais inspiradas no Evangelho. O comunismo internacional, vendo o ascendente de Pio XII, reage acusando-o de falta de interesse pelos sofrimentos do mundo.

Pio XII continua, calmamente, a conceder audiências a todos aqueles que as solicitam e só no Ano Santo de 1950 terá recebido em audiências particulares 646 pessoas, para além de 500 audiências gerais, e os cerca de quatro milhões de peregrinos que afluíram a Roma no Ano Santo atestam bem a sua influência.

Os discursos proferidos por Pio XII constituem vários volumes com diretrizes de ordem social, moral, familiar e política.

No aspecto pastoral, logo no início do pontificado, consagrou 12 bispos destinados às missões.

Em 7 de Março de 1940, a par da Concordata assinada com Portugal, assinou um convénio relativo às missões a cargo dos missionários portugueses, reajustado em 1950, estreitando as relações entre Portugal e a Santa Sé.

Eleva ao cardinalato representantes da Ásia, África e Oceânia e introduz modificações na administração territorial das missões, através das encíclicas Evangelli praecones, em 1951, e Fidel donum, em 1957.

Em 29 de Julho de 1943, na enciclica Corpo mistico, salienta os esforços para uma união com a Igreja cismática e em 9 de Abril de 1944, no centenário da morte de São Cirilo de Alexandria, a enciclica Orientalis Ecclesiae trata do regresso dos dissidentes à unidade a Igreja.

No seu pontificado verificaram-se conversões de pessoas famosas como Paul  Claudel, Francis Jammes, François Mauriac , Gilbert K. Chesterton, Charles Morgan, T. S. Eliot, Graham Greene e Gary Cooper, entre muitos outros.

Em Agosto de 1950 na enciclica Humani Generis, alertou contra os erros da «teologia nova», com confusões no campo da filosofia, existencialismo e historicismo, com  perigosas interpretações sobre a Escritura.

Pio XII deu grande incremento à vida espiritual e, principalmente, ao clero, com a enciclica Mistici Corporis, a visar este objectivo. Procurou aumentar os seminários e faculdades eclesiásticas, com o fomento constante dos exercícios espirituais para o clero. Também os institutos religiosos lhe mereceram especial atenção e para eles teve uma importante exortação, a Menti nostrae, sobre a santificação da vida monástica. destacam-se ainda as encíclicas Sponsa Christi, para os institutos femininos, e a Sacra Virginites, sobre o conceito da Igreja quanto à virgindade e castidade como expressão de santidade.

Pio XII foi chamado o «papa mariano» e com a encíclica Haurietis Aguas incentivou o culto à Virgem Santíssima, principalmente com definição dogmática da sua Assunção ao céu, por ocasião do Ano Santo de 1950 e quatro anos depois com a celebração do Ano Mariano para comemorar o centenário da definição dogmática da Imaculada Conceição.

Para Portugal, tem especial relevo a devoção de Pio XII por Fátima. Por ocasião dos 25 anos das aparições, em 31 de Outubro de 1942, a sua rádio mensagem consagra a Igreja e o mundo ao Imaculado Coração de Maria, e, em 13 de maio de 1946, o seu legado, o cardeal Masela, coroa a imagem de Nossa Senhora de Fátima.

Em 16 de Janeiro de 1946 proclamou santo António de Lisboa Doutor da Igreja, atribuindo-lhe o título de «Doutor Evangélico» por meio da carta apostólica.

A canonização de São João de Brito, em 22 de Agosto de 1947, foi outro facto a ligar Pio XII a Portugal.

Foi revelado ter Pio XII visto nos jardins do Vaticano o «milagre do sol» em 30 e 31 de Outubro e 1 de Novembro de 1950Ano Santo – , o mesmo que se produzira em Fátima em Outubro de 1917.

No campo da liturgia, com a enciclica Mediator Dei, apresentou uma síntese da teologia litúrgica, e com a simplificação das antigas disposições sobre o jejum eucarístico permitiu as missas vespertinas. Reformou as cerimónias da semana Santa e encarregou peritos da Companhia de Jesus de uma nova tradução dos salmos, introduzida no Breviário.

Pouco antes da sua morte publicou um decreto sobre a música sagrada , tendo em vista uma maior participação dos fiéis na missa.

No campo internacional, Pio XII teve uma grande aproximação com os governos de todas as nações. Eisenhower, presidente dos Estados Unidos, definiu Pio XII como «Uma figura de gigante tanto no campo moral como no político» e até Mussolini, ditador de Itália, disse: «Pio XII merece a homenagem dos poderes da terra pela sua eficaz obra pacificadora do maior poder espiritual».

Razão tinham aqueles que consideraram Pio XII, a par de Albert Einstein, como um dos maiores homens do século.

Ao falecer na sua residência em Castel Gandolfo, o mundo e a igreja perderam uma figura impar.

 

 

Continua:…

Este Post era para ser colocado em 27-3-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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