Nº 1592 - (3)
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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INOCÊNCIO XIII
Inocêncio XIII
(1721-1724)
O conclave pretendia eleger o cardeal Paollucci, que tinha sido secretário de Clemente XI, mas dada a oposição do imperador da Áustria, elegeram, em 18 de Abril de 1721, o cardeal Miguel Ângelo dei Conti, quer tomou o nome de Inocêncio XIII, em homenagem ao papa Inocêncio III, também da família Conti.
O novo papa, homem doente, pacifico e tranquilo, nomeou como seu secretário o cardeal Paollucci e enviou saudações a todos os soberanos católicos.
Investiu o imperador Carlos VI como rei da Sicília, que lhe jurou fidelidade, mas um ano mais tarde o imperador colocou o príncipe espanhol D. Carlos, à frente de Parma e de Placência, embora estes dois ducados pertencessem ao papado.
Pretendeu restaurar o catolicismo na Inglaterra e ofereceu 100 000 ducados a Jaime III, pretendente ao trono.
Aprovou o projeto de pacificação religiosa em França, redigido pelo seu antecessor, mas teve de enfrentar sete bispos oposicionistas que chegaram a insultá-lo por carta.
A Inquisição romana, em 8 de Janeiro de 1722, condenou o documento e o papa escreveu ao rei requerendo a sua intervenção. O Conselho de Estado examinou a queixa do pontífice e classificou a carta como «temerária, caluniadora e ofensiva para o defunto rei, para a Santa Sé e para os bispos franceses e contrária à consolidação da paz eclesiástica.
O cardeal Noailles, o principal dos dissidentes, reconciliou-se com Roma, arrependido, em 1728.
Entretanto, os jansenistas acusam os missionários jesuítas na China de desobediência na questão dos ritos malabares. Inocêncio XIII determina que o geral da Companhia de Jesus, Tamburinio, faça a própria defesa, o que este fez em Janeiro de 1724, mas já o papa tinha adoecido, vindo a falecer pouco depois.
No que respeita a Portugal, houve um diferendo entre a Santa Sé e o rei D. João V, que pretendia ser consultado previamente quanto ao núncio a nomear para Lisboa, chegando a ameaçar com a retirada do embaixador em Roma. O papa manteve-se firme e D. João V teve de ceder, sem deixar de manter as suas ideias.
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BENTO XIII
Bento XIII
(1724-1730)
O conclave iniciou-se em 15 de Março de 1724 e só em 30 de Maio estava concluído com a eleição do Cardeal Orsini, que só aceitou o pontificado por obediência ao geral da sua Ordem. Tomou o nome de Bento XIV, mas mudou-o para Bento XIII, nome que já fora usado pelo antipapa Pedro de Luna em 1394-1423.
Homem modesto, que para reformar a disciplinam eclesiástica se recusou a viver no Vaticano, mandando construir uma modesta cela numa casa afastada.
Ordenou a forma de vestir dos eclesiásticos e pediu aos cardeais que renunciassem ao luxo. Viveu sempre como um monge. Isso fez com que sua mãe, Giovana Frangipani de Tolpha, duquesa de Gravian, sua irmã e duas sobrinhas se tornassem religiosas na Ordem Terceira de São Domingos.
A dignificação e formação do clero levaram-no a celebrar um concílio provincial em Latrão, em 1725, e a criar a Congregação dos Seminários.
Quanto ao jansenismo, confirmou a bula Unigenitus, de Clemente XI, como regra de fé, sendo secundado pelo rei Luis XV, que, em 1739, viria a conseguir que o Parlamento de Paris aceitasse a bula como lei da nação.
No confronto do papado com Vítor Amadeu II, de Saboia, não foi muito firme, concedendo ao rei o patronato sobre as igrejas e mosteiros dos seus domínios.
Neste pontificado ressurgiu um grave conflito com D. João V, rei de Portugal, que já vinha do anterior, agora devido à nomeação para núncio em Lisboa de Monsenhor Firrao, que o monarca rejeitou, expulsando-o do reino, por não terem elevado ao cardinalato o seu antecessor. D. João V cortou relações com a Santa Sé em 1728, pediu aos portugueses residentes em Roma que regressassem a Portugal e proibiu que os seus vassalos requeressem à Cúria ou que mandassem esmolas em dinheiro ou correspondência.
Um grande momento do pontificado foi a canonização de dezasseis santos numa só solenidade, entre eles; São João da Cruz, os jesuítas São Luis de Gonzaga (1568-1591) e Santo Estanislau Kostka (1550-1568), São João Nepomuceno (1330-1387), Santa Margarida de Cortona (1234-1297) e o papa São Gregório VII (1073-1095).
O seu maior erro foi confiar no seu secretário, o cardeal Coscia, que se apoderou de grande quantidade de dinheiro do orçamento do Vaticano. A ingenuidade de Bento XIII foi, no dizer do historiador Ludwig von Pastor, «que não basta ser um bom monge para se ser um bom papa».
Faleceu em Roma. Os seus contemporâneos consideraram-no um santo.
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CLEMENTE XII
Clemente XII
(1730-1740)
Foi eleito em 16 de Julho de 1730, depois de quatro meses de sede vacante, o cardeal Corsini, que tomou o nome de Clemente XII.
O novo papa encontrou a Igreja em bancarrota, devido ao desfalque do cardeal Coscia, pelo que tratou de recuperar as finanças, e mandou prender, julgar e expropriar o cardeal Coscia por apropriação e má aplicação de fundos. Cóscia foi condenado a dez anos de prisão, com a obrigação de distribuir pelos pobres o que roubara.
Durante o seu pontificado teve de enfrentar as forças maçónicas e do jurisdicionalismo, com os detentores do poder civil a quererem alargar as áreas da sua jurisdição em detrimento dos poderes da Igreja. Clemente XII desenvolveu uma ação diplomática cautelosa e atenta.
Autorizou e pôs de novo em funcionamento a lotaria pública, que Bento XIII proibira, pois ela trazia para as finanças do papado a quantia anual de meio milhão de escudos.
Recuperadas as finanças, pôs em marcha uma série de obras de urbanização: começou a fachada da Basílica de São João de Latrão, na qual mandou construir uma capela dedicada a Santo André Corsini, da sua família; restaurou o Arco de Constantino; construiu o Palácio da Consulta, no Quirinal; comprou ao cardeal Albani, por 60 000 escudos, uma coleção de estátuas e inscrições com que adornou a Galeria do Capitólio, transformando-a no primeiro museu de antiguidades do mundo; pavimentou as ruas de Roma e os caminhos que chegavam à cidade; mandou construir a famosa Fonte de Trevi. Na cidade de Ravena construiu um canal que a ligou ao mar e protegeu das inundações com um dique e um sistema hidráulico, considerada a obra de engenharia mais importante do século.
A nível eclesiástico, elevou a moral e a disciplina nos claustros e foi o primeiro papa que condenou os franco-mações com a bula In Eminmenti, de 28 de Abril de 1738.
Procurou a união com as igrejas ortodoxas, fundando o Colégio Corsini, no qual se educavam, estudantes gregos. Graças aos seus esforços, 10 000 cristãos coptas, na maioria egípcios, reintegraram a Igreja Católica e o patriarca da Arménia levantou o anátema que lançara contra o Concilio de Calcedónia e São Leão I.
A nível político, conseguiu a independência para a República de San Marino, opondo-se com firmeza à sua incorporação nos Estados Pontifícios.
Com este Papa reataram-se as relações com Portugal, sendo o patriarca de Lisboa elevado a cardeal, por decisão de 17 de Dezembro de 1737. Dois dias depois é assinada em Roma a Concordata.
Canonizou São Vicente de Paulo (1581-1660), São Francisco Régis (1597-1640), Santa Juliana de Falconeri (1270-1341) e Santa Catarina de Génova (1447-1510).
Faleceu aos 88 anos, quase cego, sendo sepultado em, São João de Latrão.
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Este Post era para ser colocado em 18-3-2013 – 10H30
ANTÓNIO FONSECA
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