sexta-feira, 29 de março de 2013

Nº 1603 - (3) - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (101) - 29 de Março de 2013

Nº 1603 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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PAULO VI

Paulo VI

Paulo VI

(1963-1978)

Ainda cardeal, entusiasmado com o Concilio Vaticano II, em Janeiro de 1959 escreveu: «A história descobre-se a nossos olhos com imensas perspectivas e durante séculos (…) a Igreja será o foco dos pensamentos e das preocupações dos homens (…) aparecerá como guarda das palavras divinas e dos destinos humanos

Depois der ser eleito, ao quinto escrutínio, em 21 de Junho de 1963, o cardeal Montini, que tomou o nome de Paulo VI, disse na sua primeira mensagem: «Dedicaremos a maior parte do nosso pontificado à continuação do Concílio Ecuménico Vaticano II, até que todos os homens de boa vontade o escutem (…) Queremos consagrar a esta tarefa todas as energias que o Senhor nos deu, para que a Igreja Católica, que brilha no mundo como um estandarte erguido sobre todas as nações distantes, possa atrair até si todos os homens pela sua grandeza, pela renovação das suas estruturas e pela multiplicidade das suas forças, qualquer que seja a tribo, língua, terra ou nação».

Em 4 de janeiro de 1964 vai a Palestina, sendo o primeiro papa a sair de Itália de avião, visitando Jerusalém, Nazaré e Belém, tomando parte numa via-sacra celebrada no Getsémani. Encontra-se com o patriarca de Constantinopla, Atenágoras I, fazendo votos para a aproximação entre as duas Igrejas.

Em 2 de Dezembro de 1964 inicia uma visita à Índia, onde, em Bombaim, exortou os representantes das religiões não cristãs à mútua compreensão e amor para a construção do futuro comum da humanidade.

Em Outubro de 1965 toma parte numa cimeira da ONU, em Nova Iorque, para advogar a paz mundial entre as nações.

No encerramento do Concilio Vaticano II, em 8 de Dezembro de 1966, na missa celebrada por 2300 padres conciliares. Paulo VI dirige-se aos fiéis que enchem a Basílica e a Praça de São Pedro e aos homens do mundo inteiro, dizendo: «Para a Igreja Católica não há ninguém estranho, excluído ou distante. Também para vós que não nos conheceis, ou não compreendeis, ou não nos julgais úteis e necessários e amigos vossos; para vós que, talvez procurando proceder bem, nos combateis, vai a nossa saudação sincera e cheia de esperança, de estima e de amor».

Ao receber o arcebispo de Cantuária, Dr. Ramsey, Paulo VI teve um gesto muito aplaudido, quando tirou o seu anele o colocou no dedo do visitante, o presidente da Comunhão Anglicana.

Na sua quarta viagem, Paulo VI veio a Portugal, em 13 de maio de 1967, para as comemorações (50º ano) das aparições da Santíssima Virgem, em Fátima e o 25º aniversário da consagração do Imaculado Coração de Maria. A sua presença na peregrinação à Cova da Iria ocasionou uma afluência de cerca de um milhão e meio de peregrinos. de Fátima, lançou Paulo VI um apelo a todos os homens: «Homens, dizemos neste momento singular; procurai ser dignos do dom divino da paz. Homens, sede homens, sede bons, abri-vos à consideração do bem total do mundo».

Em Julho de 1967 desloca-e a Istambul, Éfeso e Esmirna, na Turquia, para homenagear os diversos concílios ecuménicos ali realizados, encontrando-se, de novo, com o patriarca Atenágoras I.

E Paulo VI não pára. Em Agosto de 1968 preside em Bogotá, na Colômbia, ao 39º Congresso Eucarístico Internacional e ai inaugura a sede da CELAM (Conferencia Episcopal Latino-Americana).

A missa de Natal de 1968 é celebrada com os operários do Centro Siderúrgico de Taranto e no início de 1969 está persente em Genebra por ocasião do 50º aniversário da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

O continente africano recebe a sua visita de 31 de Julho a 3 de Agosto de 1969. No Uganda, onde procede ao encerramento da primeira assembleia do SECAM (Simpósio dos Bispos de África e Madagáscar), afirmou: «Podeis e deveis ter um cristianismo africano».

Em Novembro de 1970 viaja até ao Extremo oriente, visitando o Paquistão, Filipinas, Samoa, Austrália, Indonésia, Hong Kong e Ceilão, sempre recebido com o maior entusiasmo.

Na noite de Natal de 1974, a cerimónia de abertura da «Porta Santa» no início do Ano Santo foi pela primeira vez transmitida pela televisão para todo o mundo.

Paulo VI teve uma atividade pastoral intensa, deixando documentos de inegável valor.

No final de 1963, cinco meses após a sua eleição, publicou o motu próprio intitulado Pastoral munus, sobre as faculdades e privilégios concedidos aos bispos, seguido do documento Sacram Liturgiam, estabelecendo a entrada em vigor das prescrições da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, aprovada pelo Concilio Vaticano II, em 4 de Agosto de 1963.

A sua enciclica Ecclesiam suam, de 6 de Agosto de 1964, explica os campos a percorrer pela Igreja no cumprimento do seu mandato. E publica outras encíclicas. A Mysterium fidel sobre a doutrina eucarística, seguida do motu próprio conhecido como Ecclesiae Sanctae, com normas para a aplicação de alguns decretos conciliares.

Em 1967, na célebre enciclica Populorum progresso, texto-base da Comissão Pontifícia Justitia et Pax, augura um mundo mais justo e fraterno, fala do desenvolvimento  como expressão de paz e afronta o problema da fome no mundo. Faz um apelo a favor dos povos africanos, recordando a ação dos missionários. Condena o racismo e as despesas com armamento.

A 24 de Junho de 1967 apresenta a enciclica Sacerdotalis celibatum, na qual, depois de analisar as objeções, expõe as razões pelas quais a Igreja não pode ceder na questão do celibato no clero.

Nesse ano publica ainda o motu próprio intitulado Pro comperto sane, de 12 de Agosto, e a constituição Regimini Ecclesiae universae, de 15 de Agosto, que reforma a Cúria, limitando-lhe os poderes.

Em 25 de Julho de 1968 aparece a enciclica Humanae vitae, sobre o problema da regulação da natalidade. Esta enciclica agitou a opinião pública mundial. Em 21 de Novembro de 1970 o motu próprio conhecido como Ingravescentem aetatem estabelece para os cardeais aos 80 anos como idade-limite para a participação em conclaves e para os bispos residenciais marca a resignação aos 75 anos. Em 4 de Outubro de 1970 tinha distinguido Santa Teresa de Jesus e Santa Catarina de Sena como Doutoras da Igreja.

Em 14 de Maio de 1971 publica a carta apostólica Octagesima adveniens,a propósito dos 80 anos da enciclica Rerum novarum, de Leão XIII, seguida, pouco depois, pela instrução pastoral Communio et progressio, sobre a recta aplicação do decreto conciliar sobre os meios de comunicação, e da exortação apostólica Evangélica testeficatio, sob re a renovação da vida religiosa. Em 15 de Agosto de 1972, com os motu proprio intitulados Misteria quaesam e Ad pascendum, estabelece as normas relativas ao leitorado, acolitado e diaconado.

O ano de 1974 ficou marcado pelo aparecimento de três exortações apostólicas Marialis cultus, sobre a renovação da piedade mariana. Nobis in Domino sobre as necessidades da Igreja na Terra Santa, e Paterna benevolentia, sofre a reconciliação no interior da Igreja.

O Ano Santo de 1975 ficou assinalado pela exortação apostólica Gaudete in Domino, sobre a alegria cristã, a constituição Romano Pontífice eligendo, com normas rigorosas para o tempo de sede vacante e eleição papal, e ainda a exortação Evangelil nuntiandi, sobre o empenhamento do clero na evangelização.

Merece ainda destaque o motu próprio conhecido como mutual relationes de 20 de Abril de 1978 que estabelece os critérios diretivos entre bispos e religiosos.

Paulo VI teve uma atividade pastoral empenhada no diálogo com o mundo, mostrando-se um perito em humanidade.

Ao falecer, desapareceu um grande papa, que foi o obreiro do Vaticano II, um papa que reformou a Cúria romana, que determinou o sínodo dos bispos como órgão consultivo, que se mostrou a favor da abertura social nas relações entre os povos, da emancipação das mulheres e da liberalização da cultura. Um papa que esteve contra a pílula e abolição do celibato do clero.

No seu testamento, datado de 30 de Julho de 1966, diz: «Desejo que o meu funeral seja simplicíssimo e não desejo nem túmulo especial nem qualquer monumento. Alguns sufrágios, factos de beneficência e orações».

De acordo com a sua vontade, os seus restos mortais repousam no pavimento da capela de Donatello, no Vaticano.

 

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Continua:…

Este Post era para ser colocado em 29-3-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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