domingo, 31 de março de 2013

Nº 1605 - (3) - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (103) - 31 de Março de 2013

Nº 1605 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

 

NOTA COMPLEMENTAR por António Fonseca

 

Em virtude da biografia do Beato João Paulo II, ser muito extensa, vou editá-la aqui neste blogue em vários capítulos e vários dias – para não cansar os meus leitores.

Hoje publicarei o Prólogo e as Viagens

Desculpem e Obrigado. AF.

 

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BEATO JOÃO PAULO II

Beato João Paulo II

Beato João Paulo II

(1978-2005)

O Conclave de 111 Cardeais resolveu, ao fim de cinquenta horas, em 16 de Outubro de 1978, eleger Bispo de Roma o Cardeal Karol Wojtyla, que tomou o nome de João Paulo II. Era o primeiro papa não italiano nos últimos 456 anos, desde o holandês Adriaan Floriszoon Dedel, que tomou o nome de Adriano VI, em 1522.

Ao escolher o nome de João Paulo, tal como o seu antecessor, Karol Wojtyla quis prestar homenagem a João XXIII e a Paulo VI, dois gigantes da Igreja Católica, e com isso assumiu uma enorme responsabilidade. Os seus mais de 26 anos de pontificado viriam a justificar a escolha , pois João Paulo II foi, senão o maior, um dos expoentes máximos do cristianismo no século (ou séculos…XX e XXI…) em que viveu.

O mundo não o esquecerá nunca, tal como ele nunca esqueceu o mundo em que viveu. 

O seu percurso como sumo pontífice, desde 1978, é tão vasto que teremos de dizer, em síntese, o que foi a vida deste papa que esteve sempre presente junto de todos nós, quer fossem católicos, quer de outras religiões e credos, sem olhar a raças ou a sistemas políticos. Um papa que uniu o mundo, que chorou sentidamente a sua partida para a eternidade.

Quando lhe foi perguntado, como é da praxe, se aceitava o pontificado, respondeu: «Obedecendo na fé de Cristo Senhor meu, confiado na Mãe de Jesus e da Igreja, apesar de tão grandes dificuldades, aceito».

Pouco depois, ao falar à multidão que o aguardava na Praça de São Pedro naquele dia 16 de Outubro de 1978, disse-lhes: «Chamaram-me de um país longínquo... Longínquo mas sempre tão próximo pela comunhão na fé e na tradição cristã.

«Tive medo ao aceitar esta nomeação, mas fi-lo em espírito de obediência a Nosso Senhor Jesus Cristo e com total confiança em sua Mãe, Nossa Senhora Santíssima…»

«E assim me apresento a vós todos, para confessar a nossa fé comum, a nossa esperança, a nossa confiança, e também para começar de novo a percorrer uma caminho da História e da Igreja, com a ajuda de Deus e com a ajuda dos homens».

Na missa de investidura, na Praça de São Pedro, perante mais de 350 000 fiéis, ao proferir a homilia, disse «Não tenhais medo!», frase que iria marcar todo o seu pontificado. «Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder. Abri todos os portões a Cristo! Ao Seu poder Salvador

«Abri-Lhe as fronteiras dos estados, os sistemas económicos e políticos, os imensos domínios da cultura, da civilização, do desenvolvimento. Não tenhais medo! Cristo sabe “o que há no homem”! Só Ele o sabe

Era todo um programa que acabava de apresentar em poucas e lúcidas palavras e que conseguiu cumprir.

Palavras proféticas de um homem forjado nas dificuldades da vida, nas perseguições nazis, nos obstáculos que sempre teve de enfrentar, ajudado pela sua fé imensa e por uma força de carácter que iriam fazer dele um papa ímpar, que juntou o mundo nas suas fortes mãos, procurando uni-lo como nunca antes tinha acontecido. Um mundo que quase totalmente o compreendeu, que o aceitou e que num dia de Abril de 2005 o chorou sentidamente, pondo de lado bandeiras, sistemas, crenças, raças, religiões, porque João Paulo II, um papa sem medo, acabava de deixar o mundo que tanto amava, para se encaminhar para o reino do Senhor, que amava igualmente.

João Paulo II não se limitou a escrever ao mundo para o ajudar. Saiu de Roma, foi um viajante contínuo e temerário, com uma atividade que só podia ser desempenhada por uma homem de grande compleição física e atlética, ajudado pela sua incomensurável fé e sentido cristão.

Um papa acessível, sem protocolos, um homem do mundo, que queria ajudá-lo, por isso percorrendo-o incansavelmente. Milhares de quilómetros, o equivalente a cerca de três voltas ao mundo.

Viagens

João Paulo II nunca desejou ser um papa estático, viver no Vaticano, acompanhar de longe os problemas do mundo e da sua Igreja.

Numa das primeiras conversas que teve com os jornalistas, afirmou: «O papa não pode ser um prisioneiro do Vaticano. Quero ir ter com toda a gente… dos nómadas das estepes aos monges e às freiras dos conventos… Quero entrar em todas as casas

E assim foi. Esteve em 133 países, fazendo 104 viagens: Europa, 50; Ásia, 12; África, 14; América, 27; Oceânia, 1.

A sua primeira viagem realizou-se logo três meses depois de ser eleito, de 25/1 a 1/2/1979, à República Dominicana, México e Baamas. Seguiram-se: Polónia, de 2 a 10/6/1979; Irlanda, Estados Unidos e Brasil, de 29/9 a 8/10/1979; Turquia, de 28 a 30/11/1979; Zaire, República do Congo, Quénia, Gana, Alto Volta e Costa do Marfim, de 2 a 12/5/1980; França, de 30/5 a 2/6/1980; Brasil, de 30/6 a 12/7/1980; Alemanha Federal, de 15 a 19/11/1980; Paquistão, Filipinas, Japão, Guam e Anchorage (EUA), de 16/1 a 27/2/1981; Nigéria, Benim, Gabão e Guiné Equatorial, de 12 a 19/5/1982.

Em Portugal esteve, em 13 de Maio de 1982, na Capelinha das Aparições, em Fátima, agradecendo à Virgem o desvio da bala no atentado da Praça de São Pedro, salvando-o de uma morte certa. Recitou o Ato de Consagração do Mundo ao Coração Imaculado de Maria.

Nessa mesma noite escapou a uma tentativa de assassínio por parte de Juan Fernández Krohn, um espanhol que foi ordenado padre, irregularmente, pelo arcebispo Marcel Lefebvre, em 1978.

Nesta visita João Paulo II visitou ainda Vila Viçosa, Sameiro e Porto.

Grã-Bretanha, de 28/5 a 2/6/1982; Argentina, 10 a 13/6/1982; Genebra, 15/6/1982; República de San Marino e Ríminio, a 29/8/1982; Espanha, de 31/10 a 9/11/1982; Costa Rica, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Honduras, Belize e Haiti, tendo passado por Lisboa, de 2 a 10/3/1983; Polónia, 16 a 23/6/1983; França (Santuário de Nossa Senhora de Lourdes), 14 e 15 /8/1983; Áustria, 10 a 13/9/1983; Coreia, Papua-Nova Guiné, ilhas Salomão e Tailândia, 2 a 12/5/1984; Suíça, 12 a 17/6/1984; Canadá, 9 a 20/9/1984; Saragoça (Espanha), Santo Domingo (República Dominicana) e São João (Porto Rico), 10 a 13/10/1984; Venezuela, Equador, Peru e Trindade e Tobago. Em 31 de Janeiro celebra missa no Peru, nos arredores de Cuzco, antiga capital dos Incas, na antiga cidade de Sacsayhuamán, empoleirada nos Andes, 16/1 a 6/2/1985; Holanda, Bélgica e Luxemburgo. Em Utreque, na Holanda, o papamóvel é atingido por uma bomba de fumo e ovos e até se vêem cartazes que oferecem 6000 dólares pela captura do papa. João Paulo II, impávido e sereno, segue viagem e festeja o seu 65º aniversário em Malines, na Bélgica, 11 a 21/5/1985; Togo, Costa do Marfim, Camarões, República Centro-Africana, Zaire, Quénia e Marrocos, 8 a 19/8/1985; Kloten (Suíça) e Liechtenstein, 8/9/1985; Índia, 31/1 a 10/2/1986 e a 4 de fevereiro, encontra-se com Madre Teresa de Calcutá; Colômbia e Santa Lúcia, 1 a 8/7/1986; França, 4 a 7/10/1986, Bangladesh, Singapura, ilhas Fiji, Nova Zelândia, Austrália e Seychelles, de 18/11 a 1/12/1986; Uruguai, Chile e Argentina, 31/3 a 13/4/1987; Alemanha Federal, 30/4 a 4/5/1987; Polónia, 8 a 14/6/1987; Estados Unidos da América e Fort Simpson (Canadá), de 10 a 21/9/1987; Uruguai, Bolívia, Paraguai e Lima (Peru), de 7 a 19/5/1988; Áustria, 23 a 27/9/1988; Zimbabwe, Botsuana, Lesoto, Suazilândia e Moçambique, de 10 a 20/9/1988; Estrasburgo, Metz e Nancy, de 8 a 11/10/1988; Madagáscar, ilhas Reunião, Zâmbia e Malawi, de 28/4 a 6/5/1989; Noruega, Islândia, Finlândia, Dinamarca e Suécia, de 1 a 10/6/1989; Santiago de Compostela e Astúrias. Em Santiago de Compostela, no Dia Mundial da Juventude, o papa pergunta: «Que procurais, peregrinos? Sobretudo vós, queridos jovens, que tendes a vida inteira pela frente? (…) Pergunto-vos com as palavras de Cristo: Que quereis? Procurais Deus? A tradição espiritual do cristianismo não só sublinha o significado da nossa procura de Deus como também acentua um facto muito mais importante: é Deus que nos procura e vem ao nosso encontro», de 19 a 21/8/1989; Seul (Coreia do Sul), Indonésia e Ilhas Maurícias, de 6 a 10/10/1989; Cabo Verde, Guiné-Bissau, Mali, Burkina-Faso e Chade, de 25/1 a 1/2/1990; Checoslováquia, em 21 e 22/4/1990; México e Curaçau, de 6 a 14/5/1990; Malta, de 25/ a 27/5/1990; Tanzânia, Burundi, Ruanda e Yamoussoukro, de 1 a 10/9/1990; Portugal, peregrinação a Fátima, de 10 a 13/5/1991, com visita a Lisboa, Açores e Madeira; Polónia, de 1 a 9/6/1991; Polónia e Hungria, de 13 a 20/8/1991; Brasil, de 12 a 21/10/1991; Senegal, Gâmbia e Guiné, de 19 a 26/2/1992; Angola e São Tomé e Príncipe, de 4 a 10/6/1992; Santo Domingo (República Dominicana), de 9 a 14/10/1992; Benim,Uganda e Sudão, de 3 a 10/2/1993; Albânia, 25/4/1993; Espanha, de 16 a 17/6/1993; Jamaica e Mérida (México), de 9 a 16/8/1993; Lituânia, Letónia e Estónia, de 4 a 10/9/1993; Zagreb (Croácia), em 10 e 11/9/1994; Manila (Filipinas), Port Moresby (Papua-Nova Guiné), Sidney (Austrália) e Colômbio (Sri Lanka), de 12 a 21/1/1995; República Checa, de 30/6 a 3/7/1995; Bélgica, 3 e 4/6/1995; república da Eslováquia, de 30/6 a 3/7/1995; Yaoundé (Camarões), Joanesburgo, Pretória (África do Sul) e Nairobi (Quénia), de 14 a 20/9/1995; sede da ONU, em Nova Iorque, e dioceses de Newark, Nova Iorque, Brooklyn e Baltimore, de 4 a 9/10/1995; Guatemala, Nicarágua, El Salvador e Venezuela, de 5 a 12/2/1996; Tunísia, 14/4/1996; viagem apostólica à Eslovénia, de 17 a 19/5/1996; Alemanha, de 21 a 27/6/1996; Hungria, em 6 e 7/9/1996; França, de 19 a 22/9/1996; Sarajevo, em 12 e 13/4/1997; república Checa, de 25 a 27/4/1967; viagem apostólica a Beirute (Líbano), em 10 e 11/5/1997; Polónia, de 31/5 a 10/6/1997; França, de 21 a 24/8/1997; Brasil, de 2 a 6/10/1997; Cuba, com celebrações em Havana, Santa Clara, Camaguey e Santiago de Cuba, de 21 a 26/1/1998; Nigéria, de 21 a 23/3/1998; Áustria, de 19 a 21/6/1998; Croácia, de 2 a 4/12/1998; Cidade do México e Saint Louis (EUA) de 22 a 28/1/1999; Roménia, de 7 a 9/5/1999; Polónia, de 5 a 17/6/1999; Eslovénia, em 19/9/1999; Nova Deli (Índia) e Geórgia (ex-república Soviética), de 5 a 9/11/1999; Monte Sinai (Egipto) de 24 a 26/2/2000; Terra Santa de 20 a 26/3/2000.

Em Portugal, João Paulo II vai a Fátima em 12 e 13 de Maio de 2000, para a beatificação dos pastorinhos, Jacinta e Francisco, a quem Nossa Senhora apareceu em 13 de Maio de 1917.

Viagem apostólica à Grécia, de 4 a 9/5/2001; Ucrânia, de 23 a 27/6/2001; Cazaquistão e Arménia, de 22 a 27/9/2001; Azerbaijão e Bulgária, de 22 a 26/45/2002; Canadá, Guatemala e México, de 23/7 a 1/8/2002; Polónia, de 16 a 19/8/2002; Espanha, em 3 e 4/5/2003; Croácia, em 5/6/2003; Bósnia-Herzegovina, em 22/6/2003; Eslováquia, de 11 a 14/9/2003; Berna (Suíça), em 5 e 6/6/2004, e a última visita da sua extraordinária vida, em 14 e 15 de Agosto de 2004 ao Santuário de Nossa Senhora de Lourdes, em França.

João Paulo II teve sempre a preocupação de comunicar com o mundo, quer cristão, quer de outras religiões. Por isso muito escreveu e muito deu a conhecer das suas ideias.

(Conforme se afirma no início, e devido à sua extensão,

interrompo aqui a descrição da vida de JOÃO PAULO II,

continuando-a amanhã, se Deus quiser. AF.)

 

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Continua:…

Post colocado em 31-3-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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