terça-feira, 26 de março de 2013

Nº 1600 - (3) - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (98) - 26 de Março de 2013

Nº 1600 - (3)

BOM ANO DE 2013

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Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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PIO XI

Pio XI

Pio XI

(1922-1939)

O conclave, reunido desde 2 de Fevereiro de 1922, elegeu no dia 6, ao 14º escrutínio, o arcebispo de Milão, Aquiles Ratti, que, ao ser-lhe perguntado que nome adoptava, respondeu «Pio é nome de paz e, como desejo consagrar os meus esforços à pacificação universal em que se empenhou o meu predecessor, escolho o nome de Pio». Tomou o nome de Pio XI.

Dois meses depois de eleito escreveu uma carta à Conferência de Genebra a convidar os estados a que se unissem no auxilio à Rússia martirizada pela fome resultante dos distúrbios da revolução bolchevista de 1917 e, três meses depois, nova carta ao episcopado mundial para angariar esmolas para o mesmo fim.

Em 23 de Dezembro de 1922 publica a encíclica Ubi arcano Dei, em que declara o lema do seu pontificado: «A paz de Cristo no reino de Cristo» e em 11 de Dezembro de 1925, a enciclica Quas primas, sobre o reinado social de Cristo, estabelecendo a festa de Cristo Rei e a consagração do mundo ao Sagrado Coração de Jesus.

Depois da paz veio a boa vontade, com o governo italiano a promover a colocação do crucifixo nas escolas, hospitais e tribunais e da cruz na torre do Capitólio.

Benito Mussolini, o Duce de Itália, mostra-se receptivo à celebração de uma concordata com a Santa Sé, a qual se efetiva a 12 de fevereiro de 1929, quando foi firmado o Tratado de Latrão e a concordata que põe termo à chamada «questão romana». Nela se reconhecia que o papa tinha a soberania do Estado do Vaticano, que, além da Basílica, palácio, museu e jardins do Vaticano, incluía os edifícios de São João de Latrão, São Paulo Extramuros, Santa Maria Maior e Castel Gandolfo, com independência política e a possibilidade de receber e enviar representantes diplomáticos a qualquer outra nação: reconhecia-se a religião católica como a religião de Itália e a atribuição de uma verba de 750 milhões de liras ao Vaticano como indemnização de danos e espoliações irreversíveis. Um dado mais positivo foi a obrigatoriedade de ensino religioso nas escolas.

Por esta concordata, Pio XI afirmou: «Com profunda complacência cremos ter restituído Deus à Itália e a Itália a Deus». Depois da concordata assumida com Mussolini, Pio XI firmou concordatas com a Letónia, Baviera, Polónia, Lituânia, Roménia, Prússia, Áustria e Império Alemão.

Fez também acordos com a Checoslováquia, França e Portugal, em 1928 e 1929, respeitantes ao Padroado do oriente, e com o Equador.

Em 1931, pela enciclica Non abbiamo bisogno, critica a ideologia fascista, que identifica com o nazismo, o bolchevismo, o jacobinismo e outras ideologias estatocráticas.

Pio XI empenhou-se no campo do apostolado missionário, unificando-o com as chamadas Obras Pontifícias para a Propagação da Fé, Santa Infância e Clero Indígena, o que lhe mereceu o nome de «papa das missões». A sua enciclica Rerum Ecclesiae é um programa completo para o apostolado missionário. Em 1926 sagrou os primeiros seis bispos chineses e criou 78 novas missões nos primeiros sete anos do seu pontificado.

No campo das ciências e das artes, criou o Instituto de Arqueologia Cristã e as faculdades de História da Igreja e Missionologia na Universidade Gregoriana, mandou montar no Vaticano uma estação emissora de rádio, ergueu por toda a Itália uma vasta rede de seminários regionais e enriqueceu e ampliou a Biblioteca Vaticana.

Acontece que depois do êxito da revolução comunista na Rússia, o Ocidente parece acreditar numa mudança e na ditadura do proletariado. Na Itália, os descontes, comunistas e socialistas, provocam agitação e pânico. Pio XI publica então varias encíclicas cheias de zelo pastoral. Em 3 de maio de 1932, a Caritate Christi compulsi, a enfrentar a crise religiosa e social da humanidade. Em 20 de Dezembro de 1935, a Ad catholici sacerdotil, sobre o sacerdócio e o fomento das vocações. Em 31 de Dezembro de 1920, a Divini illius Magistri, sobre a educação cristã da juventude e, em 31 de Dezembro de 1931, a Casti Connubili, sobre o matrimónio cristão e as condições da família.

Em 15 de Maio de 1932 comemora os 40 anos da enciclica Rerum novarum de Leão XIII, com uma notável enciclica de índole social, a Quadragesimo anno, que autoriza a do seu antecessor e propõe a instauração de uma ordem social pautada pelos princípios da sociologia cristã.

Em 1937 publica duas encíclicas contra o comunismo e os totalitarismos e a Mortallum ânimos, sobre a pureza da fé e a união com os protestantes.

Na Alemanha, o Fuhrer Adolf Hitler pretende servir-se da fé evangélica para unificar os povos germânicos, mas encontra uma Igreja Católica firme e independente, pelo que se volta para  as religiões lendárias do paganismo germânico e lança o ideal da seleção da raça ariana pura, mediante a esterilização dos enfermos e deficientes e numa feroz perseguição de extermínio contra os judeus.

Pio XI publica a enciclica Mit brenender Sorge (=com viva ânsia), condenando as doutrinas nazis, seguida de outra, a Divini Redemptoris promissio, para evitar possíveis interpretações politicas, e condena igualmente o comunismo ateu.

Durante o seu pontificado, em Espanha, com a abdicação de Afonso XIII, em 1931, e a implantação de uma república hostil à religião, cresce a subversão comunista. Pio XI, na enciclica Dilectissima nobis, de 3 de Junho de 1933, lamenta a injustiça das condições impostas pelo governo à Igreja, como um atentado contra a liberdade e civilização cristã.

Em Portugal, o governo saído da revolução de 28 de Maio de 1926, restituiu à Igreja a liberdade que lhe fora tirada e, como sinal desse retorno, a criação de duas novas dioceses, a de Vila Real e a de Aveiro, bem como a celebração de um concílio plenário em Novembro e Dezembro de 1926. Para orientar a vida católica foi comprado o jornal diário Novidades.

A Constituição Portuguesa de 1933 mantém a separação entre o Estado e a Igreja, mas reconhece-lhe personalidade jurídica e permite ampla liberdade religiosa. Pio XI escreve ao episcopado português a carta Ex Officiosis litteris de 10 de Novembro de 1933, considerada a Carta Magna da Ação Católica Portuguesa, que foi implantada em todas as dioceses.

Registe-se que em 1927, Pio XI benzeu a limagem de Nossa Senhora de Fátima oferecida ao Colégio Português de Roma.

Na véspera de Natal de 1938, Pio XI, impressionado com a possibilidade de guerra, declara que ofereceria a vida para que se poupasse a humanidade aos horrores de uma nova guerra.

Faleceu antes de a guerra eclodir, um dos papas mais importantes da história da Igreja.

Continua:…

Este Post era para ser colocado em 26-3-2013 – 10H30

ANTÓNIO FONSECA

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