sábado, 22 de dezembro de 2012

Vida dos Papas da Igreja Católica - (13) - 22 de Dezembro de 2012

 

Caros Amigos:

Desde o passado dia 11-12 que venho a transcrição das Vidas do Papas (e Antipapas)

segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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SÃO LIBÉRIO

Libério

São Libério

(De 352 a 366)

Inicia o pontificado em 17 de Maio de 352, no apogeu do arianismo apoiado pelo imperador Constâncio II, único soberano do Império a partir de 352.

Libério convoca um concílio para Roma, saindo mais uma vez confirmada a posição ortodoxa.

Os arianos não desistem e Libério, em Outubro de 353, convoca novo concílio para Alquileia. O imperador, embora aceitando o concílio, obriga a que se realize em Arles, onde os arianos, em maioria e com intimidações, conseguem a condenação de Santo Atanásio. Libério não se conforma e solicita ao imperador novo concílio, que viria a realizar-se em Milão na Primavera de 355. Volta a impor-se a facção ariana, mas o bispo de Roma não cede.

Chamado a Milão pelo imperador, este impõe a São Libério que só pode regressar a Roma em liberdade se se tornar ariano, o que Libério recusa. Esta firme atitude valeu-lhe o exílio na Trácia, em 355, sob a custódia de um bispo ariano, com Constâncio II a dar ordem a três bispos arianos para elegerem um novo bispo de Roma, o que eles fizeram, elegendo o arquidiácono Félix, como Félix II, o que o povo, que gostava de São Libério, não aceita.

Entretanto, os arianos espalham o terror e Santo Atanásio é de novo exilado, bem como Santo Hilário, bispo de Poitiers.

Félix continua a ser rejeitado pelo povo de Roma e, em 357, ao visitar a cidade, o imperador verifica isso e manda regressar São Libério do exílio, com o pretexto de participar no Concílio de Sírmio.

Depois, São Libério, condescendente, subscreve determinada fórmula pouco precisa do Verbo, em contraste com o rigor e preciso do Credo niceno e a sua posição anterior. No ano de 358, em que Libério firma a discutida fórmula, apareceu, defendida pelos arianos e pelo próprio imperador, a chamada «terceira fórmula de Sírmio», que admite interpretação ortodoxa. Foi essa que o bispo de Roma assinou opara obter a sua libertação. A confirmá-lo está o facto de, após chegar a Roma, Libério ter publicado uma declaração em que dava como excluídos da comunhão com a Igreja os que não admitissem igualdade de ciência entre o Filho e o Pai, o que equivale a defender a consubstancialidade.

Regressado a Roma, o imperador pretende impor-lhe uma gestão a meias com o antipapa Félix II, mas Libério recusa e a comunidade cristã, afecta a Libério, expulsa o antipapa.

Constâncio II não desiste de apoiar os arianos e convoca os concílios de Rimini, para o Ocidente, e Selêucia, para o Oriente, que nada conseguiram resolver nem impor.

O imperador, a favor do arianismo, estava a subverter a ortodoxia e três quartas partes da Cristandade encontravam-se sob o Governo de bispos arianos. No entanto, Libério consegue resistir a todos os perigos que atentavam contra a Igreja.

Constâncio II morre em fins de 361, sucedendo-lhe Juliano, que revoga a sentença de exílio que pesava sobre os diversos bispos fiéis a Roma.

Na sequência duma iniciativa do bispo de Alexandria, o bispo de Roma escreve a todos os bispos de Itália para que se mostrem, benignos com os arianos arrependidos.

Com os ânimos serenados, São Libério dedicou-se à construção da basílica que viria a chamar-se de Santa Maria Maior, dedicada à Mãe de Deus, só possível após a reconstrução operada por Sisto III a seguir ao Concilio de Éfeso que, em 431, definiria a maternidade divina de Maria.

Mas novos sofrimentos esperavam Libério. O imperador Juliano, depois de algum tempo de enganosa tolerância, viria a apostatar da fé cristã, em que fora educado, aderindo ao antigo paganismo do Império Romano e resolve restaurar o mitraísmo (religião de origem oriental) decretando a adoração ao deus-Sol. Ao mesmo tempo, autoriza o saque e profanação dos templos cristãos, proíbe a catequese e exclui os cristãos das funções públicas, mas quando se julgava o regresso às antigas perseguições, Juliano, em campanha contra os Persas, morre varado por uma seta no ano de 362.

São Libério, acalmada a agitação ariana, morre em 24 de Setembro de 366, depois de receber com alegria os delegados asiáticos que lhe vieram manifestar a disposição de inteira comunhão com  a ortodoxia romana.

O epitáfio da sua sepultura no Cemitério de Santa Priscila recorda a sua luta contra o arianismo e chama-lhe «Mestre da divina lei, de coração sincero, poderoso confessor e pomba sem fel».

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FÉLIX II  -  (antipapa)

 

Félix II

(De 355 a 358)

O imperador Constâncio II, defensor do arianismo, estava em luta com o papa São Libério. Convoca-o para Milão e impõe-lhe que, para regressar a Roma em liberdade, teria de tornar-se ariano. A resposta de São Libério é negativa e firme, e o imperador exila-o para a Trácia, sob custódia de um bispo ariano, e dá ordem a três bispos, também arianos, para que elejam em seu lugar o arquidiácono Félix.

Mesmo com o exílio de Santo Atanásio e de Santo Hilário, determinado pelos arianos, Félix continuava impopular em Roma, com o povo a sair à rua e a gritar, defendendo São Libério. «Não há mais que um só Cristo e um só Pastor, Libério», e por isso o imperador, em 357, manda regressar do exílio São Libério, com o pretexto de tomar parte no Concilio de Sírmio.

Regressado a Roma, o imperador pretende que São Libério governe a meias com o antipapa Félix, o que ele não aceita, e os cristãos, felizes com o regresso de São Libério, expulsam o intruso, que acaba por se retirar em 358, vindo a falecer em 365.

Continua:…

Post colocado em 22-12-12 – 11H00

ANTÓNIO FONSECA

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